sábado, 5 de janeiro de 2013

Pedro morou em Roma e foi enterrado em Roma

Pedro morou em Roma e foi enterrado em Roma





A Agência de notícias Zenit publicou no dia 29 de junho de 2012, um artigo bastante interessante sobre uma questão debatida por algumas pessoas: Pedro morou em Roma, foi enterrado em Roma?

Achamos importante publicar aqui.

Leia o texto abaixo:

Pedro morou em Roma e foi enterrado em Roma

Testemunhos literários e prova arqueológica

A festa de S. Pedro nos coloca uma questão: Pedro morou em Roma, foi enterrado em Roma?

Resolver essa pergunta é importante porque este “morrer de Pedro em Roma e ser enterrado em Roma”, capital do Império Romano, sempre foi interpretado pela Igreja como uma vontade implícita de Cristo, fundador de Cristo, fundador da Igreja, que o Bispo de Roma deve ser considerado o sucessor de Pedro e o seu Vigário na terra.

Temos testemunhos literários que confirmam tudo isso:

1- A carta do Papa Clemente de Roma aos Coríntios (ano 96). Falando da perseguição de Nero, ano 64, escreve: “Lancemos os olhos sobre os excelentes apóstolos: Pedro foi para a glória que lhe era devida… A esses homens … juntou-se grande multidão de eleitos que, em consequência da inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico exemplo” (5,3-7; 6,1).

2- Ireneu (140-203),  Bispo de Lião-França, escreveu uma obra importante “Contra as Heresias”. Nesta nos confirma a chegada de Pedro a Roma: “À maior e mais antiga e conhecida por todos, à Igreja  fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos  Pedro e Paulo” (III, 3, 2); “Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a Igreja romana transmitiram o governo episcopal a Lino” (III, 3, 3).

3- Tertuliano (160-250), no escrito “Sobre o Batimo”: Não há nenhuma diferença entre aqueles que João batizou no Jordão e aqueles que Pedro batizou no Tibre” (IV, 3).  O Tibre é o rio que atravessa Roma; de tal forma que Tertuliano confirma a presença de Pedro em Roma.

4- Eusébio de Cesaréia  (260-340), na sua “História Eclesiástica”: “O  apostolo Pedro  na Judéia, empreendeu uma longa viagem além-mar… para o Ocidente, veio para Roma” (História , II, 14, 4-5).  “Nero foi também o primeiro de todos os inimigos de Deus, que teve a presunção  de matar os apóstolos. Com efeito conta-se  que sob o seu reinado Paulo foi decapitado em Roma.  E ali igualmente Pedro  foi crucificado. Confirmam tal asserção os nomes de Pedro e  de Paulo, até hoje atribuidos aos cemitérios da cidade” (História, II, 25, 5).

5- Ainda Eusébio  refere o testemunho do Presbítero Gaio (ano 199)  que viveu durante o pontificado do Papa Zefirino (199-217), no seu escrito contra Proclo, chefe da seita dos Montanistas: “Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de São Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à via Óstia e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro” (História, II, 25, 6).

6- O mesmo Eusébio nos refere outros testemunhos. No livro II refere o testemunho de Dionísio bispo de Corinto (ano 170): “Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio na mesma ocasião” (História, II,25,8).

7- Orígenes, (185-253),  na obra Comentários ao Gênesis, terceiro livro  (conservado na História  de Eusébio, III,1, 2):  “Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele mesmo desejara sofrer”.

Além desses testemunhos, foram encontrados e decifrados grafites anônimos dos séculos II e III escritos sobre o túmulo de São Pedro localizado durante as escavações arqueológicas realizada debaixo da Basílica do Vaticano nas décadas de 50 e 60 (do séc. XX) que confirmam a sepultura do Apóstolo Pedro em Roma: “Pedro está aqui.” (=Petros Eni) , “Pedro, pede a Cristo Jesus pelas almas dos santos cristãos sepultados junto do teu corpo”, “Salve, Apóstolo!”,  “Cristo e Pedro” , “Viva em Cristo e em Pedro”,  “Vitória a Cristo, a Maria e a Pedro”.

Em 1953 foi achado um antigo túmulo hebraico com a inscrição “Simão filho de Jonas”.

Provas arqueológicas.

Em 1939, o Papa Pio XII iniciou uma série de escavações debaixo da basílica de São Pedro. Nessas buscas descobriu-se, entre outros restos, o que se julga ser o túmulo de São Pedro.   A descoberta foi anunciada pelo Papa Pio XII no Ano Santo,  Radiomensagem de natal, 23 de dezembro de 1950:

“As escavações debaixo da  Confissão mesma, pelo menos enquanto se relacionam com a tumba do Apóstolo … e seu exame científico, foram, durante este Ano jubilar, concluídas muito bem. Este resultado foi de suma riqueza e importância. Mas a questão essencial é esta: A tumba de São Pedro foi realmente achada? A tal pergunta a conclusão final dos trabalhos e dos estudos responde com um claríssimo Sim. A tumba do Príncipe dos Apóstolos foi encontrada. Uma segunda questão, subordinada à primeira, diz respeito às relíquias do Santo. Estas já foram descobertas? Na beira do túmulo foram encontrados restos de ossos humanos, que no entanto não é possível provar com certeza que pertencem aos restos mortais do Apóstolo. Isto deixa, portanto, intacta a realidade histórica da tumba. A cúpula gigantesca foi erguida justamente sobre o sepulcro do primeiro Bispo de Roma, do primeiro Papa; sepulcro originalmente muito humilde, mas sobre o qual a veneração dos séculos posteriores com maravilhosa sucessão de obras ergueu o maior templo do Cristandade”.

Paulo VI continuou as escavações. A resposta positiva a apresentou na Audiência Geral da Quarta-feira, 26 de junho de 1968: “Uma segunda questão, subordinada à primeira, diz respeito às relíquias do Santo. Elas foram encontradas? A resposta então dada pelo venerável Pontífice foi duvidosa. Novas investigações pacientíssimas e precisas foram feitas mais tarde com resultados que Nós, confortados pelo juízo de prudentes e valiosas pessoas competentes, acreditamos que seja positivo: também as relíquias de São Pedro foram identificadas… Temos razão para acreditar que foram encontrados os poucos, mas sacrosantos restos mortais do Príncipe dos Apóstolos, de Simão, filho de Jonas, do Pescador chamado Pedro por Cristo, daquele que foi eleito pelo Senhor como fundamento da sua Igreja, e ao qual o Senhor confiou  as chaves supremas do seu reino, com a missão de apascentar e de reunir o seu rebanho, a humanidade redimida, até a sua última vinda gloriosa”.

Os estudos continuaram. O mesmo Paulo VI, na Audiência Geral da quarta-feira, 28 de junho de 1978, voltou ao assunto: “Sim, a prova histórica, não somente da tumba, mas também dos seus veneradíssimos restos mortais, foi encontrada. Pedro está aqui, onde a análise documentária, arqueológica, cheia de indícios e lógica finalmente nos indica… Nós temos assim o consolo de ter um contato direto com a fonte da tradição apostólica romana mais segura, aquela que nos garante a presença física do Chefe do Colégio dos primeiros discípulos de Jesus Cristo em Roma”.

Mons. Vitaliano Mattioli*

* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista “Palestra del Clero”. Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.

Sete caminhos rumo a Pedro

Sete caminhos rumo a Pedro

Categoria: Artigos e Textos



As iniciativas da Opera Romana Pellegrinaggi por ocasião do Ano da Fé
Roma, segunda-feira, 22 de outubro de 2012 (ZENIT) – Opera Romana Pellegrinaggi, ente do Vicariato de Roma, colabora com o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e com os entes eclesiais compententes para que os fiéis de todo o mundo possam viver o Ano da Fé segundo as indicações do Santo Padre.
Entre as recomendações do Papa estão a confissão frequente e fervorosa e a prática da peregrinação. Opera Romana Pellegrinaggi, no âmbito da sua missão de acolhida dos peregrinos que chegam a Roma, atividade já explicada nos últimos Anos Santos, oferece o seu serviço à Igreja Universal na acolhida em Roma dos peregrinos que vão à Sede de Pedro, nas propostas de peregrinações e percursos catequéticos em Roma e na Itália e nos Eventos, ou seja nos encontros, também com caráter internacional, previstos em Roma com o Santo Padre, nos simpósios, congressos e manifestações artísticas – culturais ligadas ao ano da Fé.
Para confessar a fé em plenitude, celebrar a fé na liturgia, dar testemunho da vida cristã, em Roma, sede da Cátedra de Pedro e guardião da Tradição Apostólica, onde os Santos Pedro e Paulo testemunharam a fé, foi desenvolvido um caminho experiencial com 4 etapas.
Sete caminhos, em quatro etapas, levarão os fiéis, de acordo com o convite do Papa, a redescobrir os conteúdos da fé orada e meditada, celebrada, vivida e professada. Entre as iniciativas que Opera Romana Pellegrinaggi terá para o Ano da Fé, os peregrinos poderão compartilhar pensamentos e emoções sobre “Faith Scrol”, o lugar onde poderão escrever sobre o tema “que coisa é a fé para vós”, projetado pela arquiteta Isabella Mancini. Esta iniciativa permitirá acolher num único lugar, do lado da Praça de São Pedro, os pensamentos dos que vieram em peregrinação a Roma durante o Ano da Fé. O resultado será uma espécie de “collage” multicultural que será compartilhado com o resto do mundo por meio da Web.
Opera Romana Pellegrinaggi durante o Ano da Fé publicará o JOSP Magazine, uma revista dos itinerários do Espírito (Journeys Of the Spirit) que será distribuída gratuitamente. A Itália tem uma liderança natural em âmbito cultural e religioso que lhe foi conferida pela sua história. Cada região, cada cidade, cada bairro da península tem um bem artístico ou cultural a ser visitado e na quase totalidade dos casos, trata-se de um sujeito ligado à religião. O Cristianismo é realmente o que une a Itália. Em colaboração com as igrejas e as instituições locais nasce esta publicação que contém informações úteis e vários itinerários regionais ligados a temas de caráter religioso, cultural, artístico, paisagístico, com a intenção de concentrar-se na relação entre o território e a população que vive lá.
Finalmente, na capital, serão criados Pontos de Informação e Hospitalidade. Em colaboração com a Prefeitura de Roma Capital e com as Instituições de Gestãos dos portos, aeroportos e estações de trem, Opera Romana Pellegrinaggi garantirá além do mais uma série de Pontos de Hospitalidade para o Peregrino, estrategicamente distribuídos por sobre  todo o território para oferecer um primeiro e imediato serviço de acolhida e informação.

O que é o Credo?




No encerramento do “Ano da Fé” (30/6/67 a 30/6/68), em comemoração dos 1900 anos dos martírios de São Pedro e São Paulo, o Papa Paulo VI quis oferecer à Igreja  a sua “Profissão de Fé”, que se chamou o “Credo do Povo de Deus”.
Muitas razões tornaram este Credo de Paulo VI de grande importância para a Igreja, sendo muito utilizado e citado nos documentos posteriores da Igreja.
Desde o início de sua vida apostólica, a Igreja elaborou o que passou a ser chamado de “Símbolo dos Apóstolos”, assim chamado por ser o resumo fiel da fé dos Apóstolos; foi uma maneira simples e eficaz da Igreja apostólica exprimir e transmitir a sua fé em fórmulas breves e normativas para todos. Nos seus Doze artigos, o Creio sintetiza tudo aquilo que o católico crê. Este é como que “o mais antigo Catecismo romano”. É o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma.
Santo Ambrósio (340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja, que batizou santo Agostinho, mostra de onde vem a autoridade do Símbolo dos Apóstolos, e a sua importância:
“Ele é o Símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro dos Apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a comum expressão da fé”( Expl. Symb.,7; PL 17, 1158D; CIC §194)
“Este Símbolo é o sêlo espiritual, a mediação do nosso coração e o guardião sempre presente; ele é seguramente o tesouro da nossa alma”. (Expl. Symb. 1: PL, 1155C; CIC §197) 
Os seus doze artigos, segundo uma tradição atestada por Santo Ambrósio, simbolizam com o número dos Apóstolos o conjunto da fé apostólica.(cf. CIC §191)
A palavra grega “symbolon” significa a metade de um objeto quebrado (como por exemplo, um sinete que traz em baixo ou alto relevo um brasão), e que era apresentada como um sinal de identificação e reconhecimento. As partes quebradas eram então juntadas para formar um todo e identificar assim o seu portador. Portanto, o Símbolo da fé, o Creio, é a identificação do católico. Assim, ele é professado solenemente no Dia do Senhor, no Batismo e em outras oportunidades.
Por causa das heresias trinitárias e cristológicas que agitaram a Igreja nos séculos II a IV, ela foi obrigada a realizar uma série de Concílios ecumênicos (universais), para dissipar os erros dos hereges. Os mais importantes para definir os dogmas básicos da fé cristã, foram os Concílios de Nicéia (325) e Constantinopla I (381). O primeiro condenou o arianismo de Ário, que ensinava que Jesus não era Deus, mas apenas a maior de todas as criaturas; o segundo condenou o macedonismo, de Macedônio, patriarca de Constantinopla, que ensinava que o Espírito Santo não era Deus. Desses dois importantes Concílios, originou-se o Creio chamado Niceno-constantinopolitano, que traz os mesmos doze artigos da fé do Símbolo dos Apóstolos, porém de maneira mais explícita e detalhada, especialmente no que se refere às Pessoas divinas de Jesus e do Espírito Santo.
Além desses dois símbolos da fé, mais importantes, outros Credos foram elaborados ao longo dos séculos, sempre em resposta a determinadas dificuldades ou dúvidas vividas nas Igrejas apostólicas antigas. Por exemplo, temos notícia do Símbolo “Quicumque”, dito de Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria; as profissões de fé dos Concílios de Toledo (DS 525-541), Latrão (DS 800-802), Lião (DS 851-861), Trento( DS 1862-1870), e também de certos Papas, como a “Fides Damasi”(DS 71-72), do Papa Dâmaso.
O Catecismo da Igreja nos assegura que:
 ”Nenhum dos símbolos das diferentes etapas da vida da Igreja pode ser considerado como ultrapassado e inútil. Eles nos ajudam a tocar e a aprofundar hoje a fé de sempre através dos diversos resumos que dela têm sido feitos.”(CIC § 193)
Falando do Credo, São Cirilo  de Jerusalém (315-386), assim se expressa nas Cathecheses illuminandorum(5,12; PG 33, 521-524; CIC §186):
“Este símbolo da fé não foi elaborado segundo opiniões humanas, mas da Escritura inteira recolheu-se o que há de mais importante, para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim como a semente de mostarda contém em um pequeníssimo grão um grande número de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento”.
Também o Papa Paulo VI, em 1968, achou oportuno fazer a soleníssima Profissão de Fé, no encerramento do Ano da Fé, que aqui publicamos conforme foi publicado no L’Osservatore Romano,  1-2 de julho de 1968.
De fato este Credo do Povo de Deus é um marco da maior importância. Quem o aceita plenamente e o vive de todo o coração, é de fato católico; caso contrário, não será, ainda que afirme ser católico. Na verdade, o Papa Paulo VI quis colocá-lo como um farol e uma âncora para a Igreja caminhar nos tempos difíceis de vivemos, por entre tantas falsas doutrinas e falsos profetas, que se misturam sorrateiramente como o joio no meio do trigo, mesmo dentro da Igreja.
Ao apresentar a sua Profissão de Fé, o Papa Paulo VI disse que a sua intenção era a de cumprir a missão petrina, dada por Jesus, de “confirmar os irmãos na fé” (Lc 22,32), que “sem ser uma definição dogmática propriamente dita, repete substancialmente (…), o Credo da imortal Tradição da Santa Igreja”.
O Papa justificou a apresentação da Profissão de Fé, em vista da “inquietação que agita certos meios modernos, em relação à fé”, diante deste mundo que põe em “discussão tantas certezas”. O Papa não deixa de dizer que preocupa-o “que até católicos se deixam dominar por uma espécie de sede de mudança  e de novidade”.
São Paulo, há cerca de 1950 anos atrás, já tinha falado a Timóteo desta “sede de novidades”, que acaba levando muitos católicos para o caminho do erro:
“O Espírito diz expressamente que nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores (…).” (1Tm 4,7).
“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões  e pela curiosidade de escutar novidades, ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” (2Tm 4,7)
Paulo VI fala também daqueles que atentam “contra os ensinamentos da doutrina cristã”, causando “perturbação e perplexidade em muitas almas fiéis, como se pode verificar nos dias de hoje”. Assim, fica claro que o Papa quis com a sua Profissão de Fé corrigir erros de doutrina surgidos após o Concílio Vaticano II, às vezes por interpretação errada de suas intenções. Preocupa o Papa as “hipóteses arbitrárias” e subjetivas que são usadas por alguns, mesmo teólogos, para uma interpretação da Revelação divina (hermenêutica), em discordância da autêntica interpretação dada pelo Magistério da Igreja.
Na apresentação do Credo, o Papa conclui dizendo:
“Queremos que a nossa Profissão de Fé seja bastante completa e explícita para responder, de maneira adequada, à necessidade de luz que tantas almas fiéis sentem, e que experimentam também todos os que, no mundo, seja qual for a família espiritual a que pertençam, estão em situação de procura da Verdade”.
Sabemos que é a Verdade que nos leva à salvação. São Paulo, como já citamos acima, fala da “sã doutrina da salvação” (2 Tm 4,7), e afirma que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Na mesma Carta a Timóteo, Paulo alerta o seu fiel discípulo, bispo de Éfeso, que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).
Note que para o Apóstolo, a “salvação” e o “conhecimento da verdade” são coisas conexas. Quando ele fala aos tessalonicenses sobre a grande provação que a Igreja deve passar antes da volta de Jesus, as terríveis seduções do homem da iniquidade, com as armas de satanás,  ele diz que os que se perderem terão como causa não terem se apegado à verdade que salva.
“Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar”. (2Ts 2, 10)
“Desse modo serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal”. (2Ts 2,12)
Enfim, o Apóstolo exorta os tessalonicenses:  “ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras,  seja por carta nossa”. (2Ts 2,15)
Claramente notamos que a preocupação do Apóstolo é manter os fiéis firmes na verdade ensinada pela Igreja, seja de maneira oral (Tradição), seja por escrito.
Jesus é a Verdade (Jo 14,6) e disse que a Verdade nos libertará (Jo 8, 32). O Credo do Povo de Deus é mais uma das inúmeras maneiras que a Igreja usa para manter o Rebanho do Senhor no caminho da  verdade que liberta e salva.
Quando o Papa João Paulo II apresentou o Catecismo da Igreja Católica, através da Constituição Apostólica “Fidei Depósitum”, fez questão de dizer, logo no início:
“Guardar o depósito da fé é a missão que Cristo confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”.
De fato, em todos os tempos – já vinte séculos – a Igreja cumpre bem este mandato do Senhor, assistida pelo Espírito Santo, não permitindo que se corrompa o “depósito da fé”. Vinte e um concílios ecumênicos foram realizados nestes dois mil anos, a maioria deles a fim de debelar as heresias que ameaçavam o sagrado depósito da verdade que o Senhor confiou `a sua Igreja. E, como essas ameaças à fé são contínuas, a Igreja não cessa de chamar os seus filhos a viverem de acordo com a autêntica verdade que Paulo VI ensina na sua solene Profissão de Fé.
Com alegria entregamos aos nossos leitores esse Credo, tão profundo e detalhado, para que fique claro aos nossos olhos a verdade da nossa fé.
Que, vivendo a “obediência da fé” (Rm 1,5), fiéis e submissos à Santa Igreja e ao Sagrado Magistério, possamos chegar todos à salvação; pois, como diz o Apóstolo, “sem fé é impossível agradar a Deus”(Hb 11,6), já que o “justo vive pela fé” ( Rm 1,17).
***
Prof. Felipe Aquino

ANO DA FÉ

Ainda tem dúvidas sobre o Ano da Fé?

Categoria: Artigos e Textos




O Site ZENIT, em virtude da proximidade da abertura no Ano da Fé, publicou um artigo contendo 9 perguntas e respostas sobre este importante evento de nossa Igreja.
Vale a pena conferir! Fique por dentro!

9 perguntas sobre o Ano da Fé
1. O que é o Ano da Fé?
O Ano da Fé “é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo” (Porta Fidei, 6).
2. Quando se inicia e quando termina?
Inicia-se a 11 de outubro de 2012 e terminará a 24 de novembro de 2013.
3. Por que nessas datas?
Em 11 de outubro coincidem dois aniversários: o 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e o 20º aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica. O encerramento, em 24 de novembro, será a solenidade de Cristo Rei.
4. Por que é que o Papa convocou este ano?
Enquanto que no passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade, devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”. Por isso, o Papa convida para uma “autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”. O objetivo principal deste ano é que cada cristão “possa redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo”.
5. Quais meios assinalou o Santo Padre?
Como expos no Motu Proprio “Porta Fidei”: Intensificar a celebração da fé na liturgia, especialmente na Eucaristia; dar testemunho da própria fé; e redescobrir os conteúdos da própria fé, expostos principalmente no Catecismo.
6. Onde terá lugar?
Como disse Bento XVI, o alcance será universal. “Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo”.
7. Onde encontrar indicações mais precisas?
Numa nota publicada pela Congregação para a doutrina da fé.
Aí se propõe, por exemplo:
- Encorajar as peregrinações dos fiéis à Sede de Pedro;
- Organizar peregrinações, celebrações e reuniões nos principais Santuários.
- Realizar simpósios, congressos e reuniões que favoreçam o conhecimento dos conteúdos da doutrina da Igreja Católica e mantenham aberto o diálogo entre fé e razão.
- Ler ou reler os principais documentos do Concílio Vaticano II.
- Acolher com maior atenção as homilias, catequeses, discursos e outras intervenções do Santo Padre.
- Promover transmissões televisivas ou radiofônicas, filmes e publicações, inclusive a nível popular, acessíveis a um público amplo, sobre o tema da fé.
- Dar a conhecer os santos de cada território, autênticos testemunhos de fé.
- Fomentar o apreço pelo patrimônio artístico religioso.
- Preparar e divulgar material de caráter apologético para ajudar os fiéis a resolver as suas dúvidas.
- Eventos catequéticos para jovens que transmitam a beleza da fé.
- Aproximar-se com maior fé e frequência do sacramento da Penitência.
- Usar nas escolas ou colégios o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.
- Organizar grupos de leitura do Catecismo e promover a sua difusão e venda.
8. Que documentos posso ler por agora?
- O motu proprio de Bento XVI “Porta Fidei”
- A nota com indicações pastorais para o Ano da Fé
- O Catecismo da Igreja Católica
- 40 resumos sobre a fé cristã
9. Onde posso obter mais informação?
Visite o site annusfidei.va
(Fonte: http://www.opusdei.org.br/art.php?p=50231)
Fonte: http://www.zenit.org/article-31424?l=portuguese

ANO DA FÉ

Programa Escola da Fé: ANO DA FÉ – Parte 4




Tema: DOGMAS DA FÉ
“Porque meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6)
“Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo a seus apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve” (Lc 10,16), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que seus Pastores lhes dão sob diferentes formas”. (§87)
Agostinho, escrevendo a um discípulo:
“Deus te livre de supor que Ele odeia em nós precisamente aquela virtude pela qual nos elevou acima dos seres. Não agrada a  Deus que a fé nos impeça de procurar e de encontrar as causas. Com toda  a tua alma, esforça-te por compreender” (Rops, vol II, pg.41).
“O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária”. (§88)
“Há uma conexão orgânica entre nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé”. (§89)
PAPA  BENTO XVI:
“Numa visão subjetiva da teologia, o dogma é muitas vezes considerado como uma camisa-de-força intolerável, um atentado à liberdade do estudioso, individualmente considerado. Perdeu-se de vista o fato de que a definição dogmática é , ao contrário, um serviço à verdade, um dom oferecido aos crentes pela autoridade querida por Deus. Os dogmas, disse alguém, não são muralhas que nos impedem a visão, mas ao contrário, janelas abertas que dão para o infinito.”
(“A Fé em Crise?  J. Ratzinger/ V. Messori; Ed. Pedagógica e Universitária LTDA; E.P.U.; 1985, pg. 49/50)
PAPA SÃO GREGÓRIO VII (1073-1085), NO “DICTATUS PAPAE”
“A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro.” (n.22)
“Ninguém deve ser considerado católico se não estiver de pleno acordo com a Igreja Católica.” (n.26)
(Registrum Gregorii VII,MGH, Ep.Sel. II, n. 55ª; (História da Igreja, Roland Frohlich)
João Paulo II – ” A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos”.
PE. LEONEL FRANÇA – (1893-1948), Fundador e reitor da primeira Universidade Católica do Brasil; PUC-RJ):
“…Quem não tem um conceito exato, uma percepção viva da infinita, absoluta e inefável majestade de Deus, na inviolabilidade soberana dos seus direitos, não pode entender a intransigência dogmática da Igreja Católica. A Igreja não é autora de um sistema humano, filosófico ou religioso, é depositária autêntica de uma revelação divina. Cristo ensinou-nos uma doutrina celeste: “A doutrina que eu vos ensinei é d’Aquele que me enviou”. ” (São João, 7,16; 12,49)
“A Igreja Católica tem, pois, promessa divina de imortalidade e infalibilidade. Não foi, não será nunca infiel à sublimidade da sua missão. Quando a sinagoga, alarmada com os prodígios que sancionavam o cristianismo nascente, prendeu os apóstolos e lhes impôs um silêncio criminoso, Pedro respondeu aos sinedritas um sublime “non possumus” (não podemos)”.
“Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (§ 851).
“Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).
 ”A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15).
SÃO VICENTE DE LERINS (?450),  dizia que:
“O que todos em toda parte e sempre acreditaram, isso é verdadeira e propriamente católico”(Communitorium).
A PROCLAMAÇÃO DE UM DOGMA
1. É necessário que ele fale “ex-cathedra”, isto é, de maneira decisiva, como Pastor e Mestre dos cristãos, e não apenas de modo particular. Ele não é obrigado a consultar algum Concílio e alguém, embora possa fazê-lo, e quase sempre o faz.
2. A matéria a ser definida se refira apenas à fé e à moral; isto é, se relacione com a crença e o comportamento dos cristãos.
3. Que o Sumo Pontífice queira proferir uma sentença definitória e definitiva, irrevogável, imutável, sobre o assunto em questão.
Somente a sentença final é objeto da infalibilidade, e não os argumentos e as conclusões derivadas da sentença proclamada. E não há uma fórmula única de redação para a definição dogmática. Os termos normalmente usados pelos Papas são: “pronunciamos”, “definimos”, “decretamos”, “declaramos”, etc.
SÍMBOLOS DA FÉ – “A regra de doutrina” (Rm 6,17).
Símbolo dos Apóstolos
Credo Niceno- Constantinopolitano (325-381)
Símbolo “Quicumque”, de Santo Atanásio (?373)
“Fides Damasi” de São Dâmaso (366-384)
Profissão de Fé do Papa Paulo VI, O Credo do Povo de Deus (1967)
Profissões de fé de alguns Concílios (Toledo; Latrão; Lião; Trento)
São Cirilo de Jerusalém (315-386):
“Esta síntese da fé não foi elaborada segundo as opiniões humanas mas da Escritura inteira recolheu-se o que existe de mais importante, para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim com a semente de mostarda contém em um pequeníssimo grão um grande número de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento” (Cathecheses illuminandorum, 5,12; Cat. §286).
Santo Ambrósio (340-397)  disse do Credo:
 ”Ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro Apóstolo, teve sua Sé e para onde ele trouxe comum expressão de fé (sententia communis = opinião comum)” (Expl. Symb.,7 ; Cat. § 194)
“Nenhum dos símbolos das diferentes etapas da vida da Igreja pode ser considerado como ultrapassado e inútil. Eles nos ajudam a tocar e a aprofundar hoje a fé de sempre através dos diversos resumos que dela têm sido feitos.”(Cat.§ 193)
PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS EM SANTO DOMINGO 12/10/92, durante o IV CELAM:
“…recentemente aprovei o Catecismo da Igreja Católica, o melhor dom que a Igreja pôde fazer aos seus Bispos e ao Povo de Deus. Trata-se de um valioso instrumento para a Nova Evangelização onde se compendia toda a doutrina que a Igreja deve ensinar” (DSD,9).
Papa Bento XVI falando de Teologia:
“Muita teologia parece ter esquecido que o sujeito que faz teologia não é o estudioso individual, mas a comunidade católica no seu conjunto, a Igreja inteira. Desse esquecimento do trabalho teológico como serviço eclesial deriva um pluralismo teológico que, na realidade, é frequentemente um subjetivismo, um individualismo que pouco tem a ver com as bases da tradição comum.
Cada teólogo parece agora querer ser ´criativo´. Mas a sua tarefa autêntica é aprofundar, ajudar a compreender e anunciar o depósito comum da fé, e não a de ´criar´. Caso contrário a fé se fraciona em uma série de escolas e correntes frequentemente contraditórias, com grave prejuízo para o desorientado povo de Deus.” (Messori, A fé em crise?, 1985, pg 49).

A Infalibilidade da Igreja e do Papa

A Infalibilidade da Igreja e do Papa

Categoria: Igreja



Para levar os homens à salvação, pelo “conhecimento da verdade” (1Tm 3,15), o Senhor garantiu a Igreja – por meio do sagrado Magistério “a infalibilidade naquilo, e só naquilo, que se refere à salvação dos fiéis; isto é, nos ensinamentos doutrinários (fé e moral). Assim, a mensagem do Evangelho não ficaria à mercê da manipulação dos homens, como sempre se tentou na história da Igreja.
Sem a garantia da infalibilidade para o Magistério da Igreja, podemos dizer que teria sido inútil a Revelação Divina, pois ela seria deteriorada ao chegar até nós, e não teria a força da salvação.
O Papa João Paulo II ao apresentar o novo Catecismo disse:
“Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à Sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos” (FD, introdução).
Esta é portanto “a missão” sagrada que a Igreja recebeu do Senhor: “guardar o depósito da fé”, intacto; e isto a Igreja sempre fez e faz.
É com esta finalidade que a Santa Sé possui a “Sagrada Congregação Para a Doutrina da Fé”, encarregada de zelar pela pureza da doutrina em todo o mundo católico.
A Igreja tem a missão de fazer “resplandecer a verdade do Evangelho”, disse o Papa João Paulo II; e ainda:
“Ao Concílio, o Papa João XXIII tinha confiado como tarefa principal guardar e apresentar melhor o precioso depósito da doutrina cristã (…)” (FD, Introdução).
A grande preocupação da Igreja sempre foi ser fiel ao seu Senhor, guardando intacto aquilo que dEle recebeu, o “depositum fidei” (depósito da fé), ou, como dizia São Paulo a Timóteo e a Tito, a “sã doutrina” (1Tm 4,6; 2Tm 1,14; 4,3; Tt 1,9; 2,7).
Podemos notar que nas Cartas pastorais que São Paulo escreveu a S. Timóteo e a S. Tito, a quem ordenou bispos, a grande preocupação do Apóstolo é com a doutrina, para que essa não se corrompesse com o passar do tempo e com a transmissão oral ou escrita. Veja essas passagens:
“Torno a lembrar-te a recomendação que te dei (…) para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes (…)”(1Tm1,3).
“Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentando com as palavras da fé e da sã doutrina (…) (1Tm 4,6).
“Quem ensina de outra forma (…) é um obcecado pelo orgulho, um ignorante(…) (1Tm 6,3-4).
“Ó Timóteo, guarda o bem que te foi confiado!”(1 Tm 6,20).
“Guarda o precioso depósito!” (2 Tm1,14).
“Porque virá tempo que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação” (2Tm 4,3).
A S. Tito, vemos as mesmas recomendações de S. Paulo. Falando das qualidades que deve ter o bispo, ele diz:
“(…) firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tt 1,9).
“O teu ensinamento, porém, seja conforme a sã doutrina (…) (Tt 2,1).
“…mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade da doutrina (…)”(Tt 2,7).
“Certa é esta doutrina, e quero que a ensines com constância e firmeza (… )(Tt 3,8).
Na sua grande preocupação com a “sã doutrina”, S. Paulo diz aos gálatas, com toda severidade:
“Não há dois evangelhos: há pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguém ” nós, ou um anjo baixado do céu ” vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema [maldito]. Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!”(Gl 1,7-10).
Ao longo da sua história a Igreja realizou 21 Concílios Ecumênicos (universais) para manter intacta essa “sã doutrina”. Foram muitas vezes momentos difíceis para a Igreja, porque, por não aceitar a verdade muitos irmãos se separaram da unidade católica; mas foram momentos de luzes para a caminhada da Igreja.

Falando desses Concílios, disse o Papa João Paulo II:
“Os grandes Concílios foram momentos de graça para a vida da Igreja universal (…). Eles representam um ponto de referência indiscutível para a Igreja universal”.
“Esses foram momentos de graça, através dos quais o Espírito de Deus concedeu luzes abundantes sobre os mistérios fundamentais da fé cristã” (LR, nº 28, 13/7/96).
É sobretudo nos Concílios que a Igreja exerce a sua infalibilidade em matéria de fé e de moral. Não se conhece na história da Igreja (de 2000 anos!) uma verdade da fé que um dos Concílios, legítimos, tenha ensinado e que outro tenha revogado. Essa ocorrência doutrinária é uma prova da infalibilidade, já que o Espírito Santo, o grande Mestre da Igreja, não se contradiz. Ele não pode revelar à Igreja uma verdade hoje, que seja diferente, na essência, daquilo que Ele revelou ontem.
Um dia Jesus disse aos Apóstolos:
“Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será desligado no céu” (Mt 18,18).
Essa mesma grande promessa que Ele já tinha feito a Pedro, como Cabeça visível da Igreja (cf. Mt 16,18), estende para todo o Colégio Apostólico unido e submisso a Pedro.
E ainda mais, Jesus disse aos Apóstolos:
“Quem vos ouve, a Mim ouve, e quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc 10,16).
Depois dessa promessa, como não entender a infalibilidade da Igreja? Jesus garante que a palavra da Igreja é a Sua palavra. Quem rejeita o ensinamento dos Apóstolos, rejeita o próprio Senhor e o Pai que o enviou. Isto é muitíssimo sério. Rejeitar o que ensina a Igreja é rejeitar o que Jesus ensina, é rejeitar o que o Pai ensina; é rejeitar Jesus e o Pai.
Antes de voltar ao Céu, na Ascensão, Jesus disse aos Apóstolos (à Igreja):
“Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações … Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi” (Mt 28, 19-20).
Jesus envia a Igreja, que nascia com os Apóstolos, a “ensinar a todas as nações” a Sua doutrina. Sabemos que Deus sempre dá a graça necessária para se poder cumprir uma missão que Ele ordena. A graça, neste caso, foi a assistência do Espírito Santo para que a Igreja ensinasse sem erro. Antes de subir ao céu o Senhor garantiu:
“Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Esta é a última frase do Evangelho de S. Mateus, e ela nos garante que o próprio Senhor está no seio da sua Igreja, através do Espírito Santo, prometido e enviado em Pentecostes, para impedi”la de errar em matéria fundamental para a salvação dos homens.
Para aceitar que a Igreja, nesses 2000 anos possa ter errado o “caminho da salvação”, e desvirtuado o Evangelho, como querem os protestantes, seria preciso aceitar antes, que Jesus a abandonou, e não cumpriu a Promessa de estar sempre com a Igreja até o fim do mundo. Mas isto jamais; Jesus é fiel e ama a sua Igreja como Esposa, com amor indissolúvel, pela qual deu a Sua vida. “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).
Como então, admitir que a Igreja errou o caminho da salvação como quiseram os protagonistas da Reforma Protestante?
É muito importante notar o que São Paulo disse a S. Timóteo:
“Deus quer que todos se salvem, e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,4).
Para o Apóstolo, chegar à salvação é o mesmo que “chegar ao conhecimento da verdade”. É essa verdade (a sã doutrina), que Jesus confiou aos Apóstolos, e lhes incumbiu de ensinar a todas as nações, que leva à salvação.
Em seguida S. Paulo vai dizer ao seu discípulo fiel que:
“A Igreja do Deus vivo é a coluna e o sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15).
Dizer que a Igreja é a “coluna e o sustentáculo da verdade”, é o mesmo que dizer que sem ela a verdade não fica de pé, não se sustenta. É o mesmo que dizer que a Igreja é infalível, através do seu Magistério. Sem ela a doutrina de Jesus não teria chegado intacta até nós. Como disse Teilhard de Chardin:
“Sem a Igreja, o Cristo se evapora, se esfacela ou se anula”.
Jesus insistiu sobre a importância da Verdade. Disse a Pilatos, que Ele veio ao mundo “para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Aos judeus que nele creram ele disse:
“Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Aos discípulos Ele afirmou:
“Eu sou a Verdade” (Jo 14,6).
Na oração sacerdotal Ele pede ao Pai:
“Santifica”os na verdade” (Jo 17,17).
São Paulo alerta os tessalonicenses que aqueles que se perderem diante das tribulações que a Igreja terá que atravessar antes da volta do Senhor, será “por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar”(2Tes 2,10).
“Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal” (2 Tes 2,12).
São Paulo deixa claro aqui que se perderão aqueles que diante das falsas doutrinas, preferirem os ensinamentos dos homens à verdade de Deus, ensinada pela Igreja. “Não deram crédito à verdade”.
É preciso relembrar aqui, mais uma vez o que disse o Apóstolo:
“A Igreja do Deus vivo é a coluna e o sustentáculo da verdade”(1Tm 3,15).
Não existe portanto ninguém, e nenhuma outra instituição, fora da Igreja católica, que detenha a verdade infalível, em matéria de fé e de moral.
Todas essas passagens mostram a importância da verdade, a qual vivida, liberta do mal e salva. É essa verdade que Jesus garantiu à Igreja ensinar sem erro até o fim do mundo.
E o nosso Catecismo, com todas as letras, confirma isso:
“Deus quer a salvação pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecerem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro do seu anseio levando”lhes a mesma verdade” (CIC, 851).
Na última vez que Jesus esteve com os seus Apóstolos, na última Ceia, na hora do adeus, antes de sofrer a sua paixão, garantiu-lhes a infalibilidade para conhecer e ensinar a verdade que salva.
Desde o capítulo 13 até o 17 São João narra no seu Evangelho tudo o que aconteceu naquela Ceia memorável onde o Senhor instituiu o Sacerdócio e a Eucaristia. Esses cinco capítulos (13 a 17) revestem-se de uma importância especial, já que são as últimas palavras e recomendações de Jesus à Igreja. É fácil compreender a sublimidade desta hora. Pois bem, nesta noite sagrada o Senhor lhes garantiu a infalibilidade por três vezes, segundo narra São João, testemunha ocular daqueles acontecimentos. Jesus começa dizendo aos Apóstolos:
“Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará um outro Advogado, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (Jo 14,16-17).
Que garantia maior de infalibilidade Jesus poderia ter dado à Sua Igreja, do que deixando nela o seu próprio Espírito, que Ele chama de Espírito da Verdade? Se Ele permanecerá com a Igreja, como ela poderia errar em matérias essenciais a salvação?
É preciso notar que Jesus disse que o Espírito Santo seria dado “para que fique eternamente convosco”. E garantiu ainda que Ele ficaria com a Igreja e estaria na Igreja. “Permanecerá convosco e estará em vós”.
Para aceitarmos que a Igreja tenha errado o caminho da verdade, como quiseram Lutero e seus seguidores, depois de 1517 anos, seria preciso antes concordar que o Espírito Santo, “o Espírito da Verdade”, tenha abandonado a Igreja. Mas isto jamais poderia ter acontecido, pois Ele foi dado para ficar “eternamente convosco” (Jo 14, 16-17).
As promessas de Jesus para a Sua Igreja são infalíveis, porque Jesus não é um farsante e nem um mentiroso. Naquela hora memorável que antecedia a Sua paixão, Ele não estava brincando com os seus Apóstolos e com a Sua Igreja. Ele se despedia dela com as suas últimas e mais importantes promessas, para em seguida sofrer, por amor a ela, a sua dolorosa paixão.
Naquela mesma noite memorável Jesus diz mais uma vez aos Apóstolos:
“Disse”vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Advogado, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ensinar”vos”á TODAS as coisas, e vos recordará TUDO o que vos tenho dito” (Jo 14,25-26).
Que garantia maior de infabilidade Jesus poderia ter dado à Igreja do que essa Promessa de que o Espírito Santo “ensinar”vos”à todas as coisas, e vos recordará tudo o que vos tenho dito”?
Como, então, a Igreja poderia se enganar? Para aceitar a Reforma Protestante, que negou “quinze séculos” de caminhada da Igreja, guiada dia a dia pelo Espírito Santo, seria preciso aceitar antes, que Jesus enganou a Sua Igreja, mentiu para ela e não cumpriu a promessa de assistí”la sempre com a Verdade. Mas isto nunca! Jesus é o Esposo da Igreja; Ele deu a sua vida por ela (Ef 5,25), e jamais a abandonou nem a abandonará até o fim dos tempos.
“Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo!” (Mt 28,18).
A Reforma protestante negou os dogmas, os sacramentos, a Igreja como instituição divina, a Sagrada Tradição, o Sagrado Magistério, a Sagrada Hierarquia, as sagradas devoções católicas, enfim, toda a Tradição apostólica (de quinze séculos !), testemunhada pelo sangue dos Mártires e dos Confessores e confirmada pelos Papas. Será que os Apóstolos se enganaram? Será que os mártires, testemunhas de Cristo com o próprio sangue, se enganaram? Será que os Santos Padres nos mentiram? Será que os santos doutores erraram o caminho da fé?
Aí está a garantia de tudo que a Igreja ensina e que o Espírito Santo, o Seu Mestre, lhe ensinou nestes 20 séculos: os dogmas do Credo, as verdades sobre a Virgem Maria, os Sacramentos, a Moral católica, etc. Repito mais uma vez, com toda a convicção: negar que os ensinamentos do Magistério da Igreja são verdadeiros, é o mesmo que negar as promessas de Jesus aos Apóstolos na última Ceia.
Enfim, pela terceira vez, naquela Ceia inesquecível, o Senhor afirma mais uma vez à sua Igreja, de maneira mais forte ainda:
“Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Advogado, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á TODA a verdade (…)”(Jo 16,12).
Que promessa maravilhosa de Jesus para a Igreja!
“O Espírito da Verdade ensinar-vos á TODA a verdade”.
Naquela hora Jesus sabia que os Apóstolos já não tinham mais condições psicológicas para aprenderem novos ensinamentos. “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos”. Isso mostra claro que Jesus não ensinou tudo para os Apóstolos, mas deixou o Espírito Santo para conduzi-los a toda a verdade. Com o passar dos anos e dos séculos, com muita oração, meditação, Concílios e provações, o Espírito Santo foi guiando, e vai guiando hoje, a Igreja, a descobrir, lentamente, “toda a verdade”. Não apenas uma parte da verdade, mas “TODA a verdade”.
São Vicente de Lerins (+450), afirmava:
“É necessário que cresçam e vigorosamente progridam a compreensão, a ciência e a sabedoria da parte de cada um e de todos, seja de um só homem como de toda a Igreja, à medida que passam as idades e os séculos” (Communitorium).
Vemos assim que, de maneira muito marcante, na última noite, na hora solene do Adeus, Jesus garantiu à Igreja a assistência infalível do “Espírito da Verdade” para conduzi-la sempre à verdade que liberta e salva.
“Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará um outro Advogado, para que fique eternamente convosco”(Jo 14,16).
O grande Santo Ireneu (+202), que combateu com zelo as heresias do seu tempo, nos assegura:
“É realmente verdadeira e firme a pregação da Igreja, onde aparece a única via de salvação em todo o mundo. Com efeito à Igreja foi confiada a luz de Deus, e portanto a “sabedoria” de Deus, pela qual Ele salva os homens…. Por toda a parte a Igreja anuncia a verdade: ela é o candelabro de sete luzes ( Ap 2,1) que transporta a luz de Cristo…convém refugiar”se na Igreja e ser educado em seu grêmio, nutrido com as santas Escrituras do Senhor. Pois a Igreja está plantada neste mundo como o Paraíso.” ( Contra as Heresias, liv. V, cap. 20).
Podemos garantir, em Nome do Espírito Santo, que o Catecismo da Igreja, os documentos dos Concílios, os ensinamentos dos Papas, são a mais pura verdade de Deus. É por isso que o Apóstolo garante:
“A Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15).
O bom católico, o católico fiel e convicto, não pode duvidar de nada que a Santa Igreja Católica ensina. São maus filhos da Igreja aqueles que discordam dos seus ensinamentos oficiais. Discordar da Igreja nesses pontos é o mesmo que discordar de Jesus e desconfiar da assistência infalível que o Espírito Santo presta à Igreja, por promessa de Jesus. Longe, muito longe de nós esta terrível tentação.
Quando a Igreja nos ensina qualquer verdade de fé ou de Moral, é porque ela estudou muito a fundo a questão, orou muito sobre isto, perscrutou o que o Espírito Santo lhe tinha a dizer, antes de nos ensinar. As verdades reveladas, muitas vezes incompreensíveis para quem não estudou teologia, não devem ser para nós motivo de discordância ou de desconfiança, por se tratarem de dogmas. Pelo contrário, todo e qualquer ensinamento do Magistério da Igreja deve ser recebido com gratidão e alegria, e imediatamente colocado em prática, como algo vindo a nós do próprio Jesus. É lamentável que muitos católicos se deixem abalar quando pessoas de outras religiões neguem as verdades de nossa fé, solidamente consolidadas. Eis aí uma questão que nos deve fazer estudar e aprofundar a nossa fé. São Pedro já dizia aos cristãos do seu tempo:
“Estai preparados para apresentar aos outros a razão da vossa esperança” (1Pd 3,15).
Gostaria de insistir neste ponto: mesmo que eu não compreenda bem aquilo que a Igreja nos ensina, devo acatar de imediato, e buscar compreender o que significa o que nos foi ensinado.
Certa vez o Cardeal Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação da Fé, disse que “os dogmas de nossa fé não são cadeias, ao contrário, são janelas que se abrem para o infinito”.
É lamentável que vez ou outra surja um teólogo moderno (talvez mais moderno do que verdadeiramente teólogo!), ousando desafiar a perenidade do dogma ou contestando a sua verdade.
É preciso compreender que infalibilidade não quer dizer impecabilidade. Sabemos que há pecados entre os membros da Igreja, contra a sua vontade, mas isto não impede que ela seja infalível quando conduz os seus filhos no caminho da verdade que salva. Mediante o Espírito Santo, enviado por Jesus à Igreja, de maneira permanente, Ele garante ao Papa não cometer erros de doutrina, quando ensina “ex-cátedra”, isto é, em caráter decisivo e definitivo, alguma matéria de fé ou moral. Assim explica o Catecismo:
“Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade. Pelo “sentido sobrenatural da fé”, o Povo de Deus se atém “indefectivelmente à fé” sobre a guia do Magistério vivo da Igreja.” (LG, 12; DV,10; CIC 889-892)
“Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força do seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis, e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé e aos costumes… A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro, sobretudo em Concílio Ecumênico. “
“Quando, pelo seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa a crer como sendo revelada por Deus, e como ensinamento de Cristo, é preciso aderir na obediência da fé a tais definições. Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina” (LG,25).
A infalibilidade não se estende aos assuntos científicos: física, química, matemática, astronomia, etc. Somente nos assuntos de fé e de moral, propostos aos fiéis como obrigatórios, é a que Igreja goza da assistência infalível do Espírito Santo. Exemplos disso são os dogmas proclamados pelos Papas ou por algum Concílio. Por exemplo, em 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora; em 1950, o Papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, de corpo e de alma; em 22/05/94, o Papa João Paulo II pronunciou em caráter definitivo e irrevogável, através da Carta Apostólica “Ordinatio Sacerdotalis”, a proibição de ordenação sacerdotal de mulheres.
A infalibilidade do Papa foi definida no Concílio Vaticano I, em 1870, embora a Igreja, desde os seus primórdios já acreditasse nisso:
“Aderindo fielmente à tradição recebida desde o princípio da fé cristã…, declaramos e definimos, como dogma de fé divinamente revelado, que o Pontífice Romano, quando fala “ex-cáthedra”, isto é quando, no desempenho do seu múnus de pastor e doutor de todos os cristãos, define, com a sua suprema autoridade Apostólica, doutrina respeitante à fé e à moral, que deva ser crida pela Igreja universal, pois possui, em virtude da assistência divina, que lhe foi prometida na pessoa do Bem”aventurado Pedro, a infalibilidade de que o Divino Redentor revestiu a sua Igreja, ao definir doutrina atinente à fé e à moral; e que, portanto, as definições do Romano Pontífice são irrefragáveis por si mesmas, e não em virtude do consenso da Igreja”( De Ecclesia Christi, c.IV).
O Concílio Vaticano II, quase 100 anos depois, reafirmou este mesmo dogma, dizendo que:
“O Romano pontífice, cabeça do Colégio Episcopal, goza desta infalibilidade em virtude do seu ofício, quando define uma doutrina de fé ou de costumes, como Supremo Pastor e Doutor de todos os cristãos, confirmando na fé os irmãos (cf Lc 22,32). Por isso, as suas definições são irreformáveis só por si, sem necessidade do consentimento da Igreja, uma vez que são pronunciadas sob a assistência do Espírito Santo, prometida ao Papa na pessoa de Pedro; não precisam da aprovação de ninguém, nem admitem qualquer apelo a outro juízo. É que nestes casos, o Romano Pontífice não dá uma opinião como qualquer pessoa privada, mas propõe ou defende a doutrina da fé como Mestre Supremo da Igreja Universal, dotado pessoalmente do carisma da infalibilidade que pertence à própria Igreja (LG 25).
É preciso ter em mente que uma definição papal nunca é uma decisão rápida, pouco pensada, ou que dispense longos anos de estudo e oração. Essas definições são a conclusão de um processo lento, durante o qual uma verdade contida no depósito da Revelação vai se tornando “visível” à hierarquia e ao povo de Deus. É apenas a proclamação explícita de uma verdade que ainda não era conhecida mas que já pertencia ao depósito da fé.
O que leva algumas vezes o Magistério da Igreja a fazer a proclamação de uma verdade de fé, é o surgimento de alguma heresia ou contestação a essa verdade já aceita pela Igreja. Portanto, as definições “ex-cathedra”, pronunciadas pelo Papa, são raras. O Magistério ordinário da Igreja, exercido pelos bispos quando ensinam em comunhão com o Papa é o caminho normal pelo qual a Igreja nos ensina. Não é necessário que uma verdade seja solenemente definida pelo sucessor de Pedro, para que pertença ao depósito da fé; basta que esta verdade tenha sido sempre e em toda parte professada pelos cristãos.
São Vicente de Lerins (+450), dizia que:
“O que todos em toda parte e sempre acreditaram, isso é verdadeira e propriamente católico” (Communitorium).
Três condições são necessárias para que uma definição do Papa tenha caráter de dogma, sentença infalível:
1. É necessário que ele fale “ex-cathedra”, isto é, de maneira decisiva, como Pastor e Mestre dos cristãos, e não apenas de modo particular. Ele não é obrigado a consultar algum Concílio e ninguém, embora possa fazê-lo, e quase sempre o faz.
2. A matéria a ser definida se refira apenas à fé e à moral; isto é, se relacione com a crença e o comportamento dos cristãos.
3. Que o Sumo Pontífice queira proferir uma sentença definitória e definitiva, irrevogável, imutável, sobre o assunto em questão.
Somente a sentença final é objeto da infalibilidade, e não os argumentos e as conclusões derivadas da sentença proclamada. E não há uma fórmula única de redação para a definição dogmática. Os termos normalmente usados pelos Papas são: “pronunciamos”, “definimos”, “decretamos”, “declaramos”, etc.
Em 8/12/1854, ao proclamar o dogma da Imaculada Conceição de Maria, o Papa Pio IX, na Bula “Inefabilis Deus” disse:
“Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um privilégio especial de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do mundo, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua Conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis”.
Note que o Papa afirma que essa verdade “foi revelada por Deus”; isto é, sempre esteve no depósito da fé, embora não apareça de maneira explícita na Bíblia.
Na proclamação do dogma da Assunção de Maria ao céu, o Papa Pio XII na Constituição Apostólica “Munificientíssimus Deus”, no dia 1/11/1950:
“Depois de haver mais uma vez elevado a Deus nossas súplicas e invocado as luzes do Espírito Santo (…), pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de fé revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma”.
Também aqui o Papa repete a expressão “foi revelado por Deus”. Alguém poderia perguntar como foi revelado por Deus, se isto não está explicitamente na Bíblia? Pode não estar na Revelação da Palavra de Deus escrita, mas está na Revelação oral como nos mostra a vida da Igreja. Aqueles que rejeitaram a Tradição oral não conseguem entender isto.
Ao longo da História da Igreja, o sagrado Magistério, guiado pelo Espírito Santo, conforme esta solene promessa de Jesus, foi identificando os pontos imutáveis da doutrina. Assim explica o nosso Catecismo:
“O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma fórmula que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com elas têm uma conexão necessária. Há uma conexão orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas.
Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que iluminam e tornam seguro. Se a nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (Jo 8, 31-32)” (CIC n.88).

Comungar de joelhos ou em pé?


Categoria: Eucaristia



Segue Normas da Igreja:
Comunhão na mão, boca, em pé, de joelho
Redemptionis Sacramentum
[91.] Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os
ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de
modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o
direito de receber». Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem
o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim
pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só
pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.
[92.] Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a
sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o
Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de Bispos o haja permitido,
com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada
hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante
consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se
desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe
perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.


***
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

D. Estevão Bettencourt, osb

Nº  493  -  Ano: 2003  -  p.  330


Em síntese:  A concessão da
Santa Sé para os fiéis receberem a S. Comunhão na mão (e, por
conseguinte, em pé) datada de 1975 deixava aos comungantes a liberdade
para aceitarem ou não o novo rito.  Contudo alguns sacerdotes têm
obrigado os fiéis a receber a S. Comunhão na mão (e em pé).  Daí
resultaram queixas levadas à Congregação para o Culto Divino, que
reiterou o caráter facultativo da nova modalidade de comungar, mediante
um documento de 2002, o qual vai, a seguir, transcrito.
Em 1975 a Santa Sé concedeu ao clero do Brasil a faculdade de ministrar a
S. Comunhão aos fiéis, postos em pé com a mão estendida, sendo que o
novo rito não seria ser imposto aos fiéis; estes, se quisessem, poderiam
continuar a comungar na boca e de joelhos.
Verificou-se, porém, que em vários países os sacerdotes se puseram a
negar a Eucaristia a quem estivesse de joelhos.  Isto provocou queixas
levadas à Congregação para o Culto Divino, que respondeu com Carta, a
seguir, transcrita.
A fim de que fique bem clara ao leitor a problemática em foco, vai, primeiramente, publicado o texto da concessão de 1975.
1.  A concessão de 1975
Em 05/03/1975 Santa Sé concedeu aos
Bispos do Brasil a faculdade de permitirem a Comunhão na mão em suas
respectivas dioceses, desde que sejam observadas as seguintes normas:
“1.  Cada Bispo deve decidir se autoriza ou não em sua Diocese a
introdução do novo rito, e isso com a condição de que haja preparação
adequada dos fiéis e se afaste todo perigo de irreverência.
2.  A nova maneira de comungar não deve ser imposta, mas cada fiel
conserve o direito de receber à Comunhão na boca, sempre que preferir.
3. Convém que o novo rito seja introduzido aos poucos, começado por
pequenos grupos, e precedido por uma adequada catequese.  Esta visará a
que não diminua a fé na presença eucarística, e que se evite qualquer
perigo de profanação.
4. A nova maneira de comungar não deve levar o fiel a menosprezar a
Comunhão, mas a valorizar o sentido de sua dignidade de membro do Corpo
Místico de Cristo.
5.  A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que a
levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar.  Ou então,
embora por várias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel
apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo
ministro que distribui a Comunhão, e que assinala seu ministério dizendo
a cada um a fórmula: “O Corpo de Cristo”.  É, pois, reprovado o costume
de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis
retirem do mesmo a hóstia, sem apresentação por parte do ministro.  É
também inconveniente que os fiéis tomem a hóstia com os dedos em pinça
e, andando, a coloquem na boca.
6. É mister tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e
instruir o povo a seu respeito.  É preciso, também, recomendar aos fiéis
que tenham as mãos limpas.
7.  Nunca é permitido colocar na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice”.
 Estas normas se acham na Carta datada de 15/03/75, pela qual a
Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil transmitia  a
cada Bispo as instruções da Santa Sé.  A mesma Carta ainda observava o
seguinte:
“Só mediante o respeito destas sábias condições poderemos aguardar os frutos que todos desejam desta medida.
A experiência da distribuição da Comunhão na mão, em vários pontos do
país, revelou pontos negativos, que deverão ser cuidadosamente
eliminados.  Assim, alguns ministros deram na mão do fiel a hóstia já
molhada no cálice, enquanto outros, para ganhar tempo, colocaram na
própria mão várias hóstias, fazendo-as escorregar rapidamente, uma a
uma, nas mãos dos fiéis, como quem distribui balas às crianças”.
Vê-se que a Santa Sé enfatiza o máximo cuidado para que não haja
profanação da S. Eucaristia nem ocorram irreverências.  Entre outras
diretrizes, merecem especial atenção as seguintes: não se deve comungar
andando, mas quem recebeu na mão a partícula sagrada, afasta-se para o
lado (a fim de deixar a pessoa seguinte aproximar-se) e, parado,
comungue.   Cada comungante trate de verificar se não ficou na palma na
mão ou entre os dedos alguma parcela de pão consagrado (em caso
positivo, deve consumi-la).
É lícito comungar duas vezes no mesmo dia se, em ambos os casos, o fiel participa da S. Missa (cânon 917).
2.  A intervenção da Santa Sé em 2002 (reiterada em 2003)
Expressão do mal-estar causado pela recusa da Eucaristia, é a seguinte
carta dirigida por uma pessoa devota à Congregação para o Culto Divino e
a Disciplina dos Sacramentos:
“Desde muito sinto a necessidade interior de me ajoelhar no momento de
receber a Sagrada Comunhão.  Não o fiz até agora, ciente de que alguns
sacerdotes e mesmo Bispos recusam ministrar o sacramento a quem esteja
ajoelhado.  Preferi evitar a possibilidade de um escândalo, embora
soubesse que tinha o direito de me ajoelhar”.
Muitas cartas semelhantes suscitaram a seguinte resposta da Congregação
para o Culto Divino datado de 2002 e reiterada em fevereiro de 2003.


Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum
Protocolo nº 1322/02/L
Roma, 1º de julho de 2002.
Excelência Reverendíssimos,
Esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
recebeu recentemente, da parte de fiéis leigos da sua diocese,
informação comunicando que se tem recusado a Sagrada Comunhão aos fiéis
que, para recebê-la, se põem de joelhos em vez de permanecer em pé.  Os
informantes dizem que tal procedimento pode estar mais difundido na
diocese; todavia a esta Congregação não é possível averiguá-lo; este
Dicastério tem certeza de que Vossa Excelência está em condições que lhe
permitem promover uma investigação certeira sobre o assunto.  Como quer
que seja, as queixas proporcionam a este Discastério ocasião de que o
torne conhecido a qualquer sacerdote que precise de ser informado.
Esta Congregação está realmente preocupada com o grande número de
queixas recebidas de várias partes nos últimos meses.  Ela considera que
a recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação
de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos, a saber: o de ser ajudado
por seus Pastores por meio dos sacramentos (Código de Direito Canônico
cânon 213).
Em vista da lei que estipula que ministros sagrados não podem recusar os
sacramentos a quem os pede de modo conveniente, com boas disposições e
sem empecilho da parte do Direito (cânon 843 § 1), não se deve recusar a
Sagrada Comunhão a nenhum católico durante a Santa Missa, excetuados os
casos que ponham em perigo de grave escândalo a comunidade dos fiéis;
ocorrem quando se trata de pecador público ou de alguém obstinado na
heresia ou no cisma publicamente professado e declarado.
Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local
que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a
Sagrada Comunhão … ela o fez com a condição de que aos comungantes
desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia.
Com efeito, como o Cardeal Joseph Ratzinger enfatizou recentemente, o
costume de ajoelhar-se para receber a Sagrada Comunhão tem em seu favor
uma tradição multissecular, e é sinal particularmente expressivo de
adoração, que corresponde à verdadeira real e substancial presença de
Jesus Cristo Nosso Senhor sob as espécies eucarísticas.
Dada a importância deste assunto, esta Congregação pede que V. Excia.
Investigue se tal sacerdote recusa habitualmente a Sagrada Comunhão a
algum fiel nas circunstâncias atrás descritas e, se tal é fato real, a
Congregação pede também que V. Excia. lhe ordene firmemente que se
abstenha de assim proceder no futuro; o mesmo seja feito em relação a
qualquer outro sacerdote que haja praticado a mesma falha.
Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer
queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará
no plano disciplinar de acordo com muita seriedade, e, caso sejam
procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do
abuso pastoral.
Agradeço a V. Excia. a atenção dispensada a este assunto e conto com a sua amável colaboração.
 Sinceramente seu em Cristo

Jorge A.  Cardeal Medina Estévez



Prefeito

Francisco Pio Tamburrino

Secretário
Como se pode depreender, a Congregação para o Culto Divino considera
grave falta a recusa da Comunhão Eucarística a quem a queira receber de
joelhos.
O padre não pode impedir as pessoas de se ajoelharem na hora da
Consagração; seria abuso dele; pois o Missal Romano manda ajoelhar nesta
hora (Ed. Paulus, 6ª Edição, pág. 36; n. 21), diz:
“Ajoelhem-se durante a Consagração , a não ser que a falta de espaço ou o
grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam.”
A Instrução Geral do Missal Romano, diz:
43.  Os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou
enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração coleta,
inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante
a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração
universal; e desde o invitatório “Orai, irmãos”, antes da oração sobre
as oblatas, até ao fim da Missa, exceto nos momentos adiante indicados.
Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o
salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons
ao ofertório; e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da
Comunhão.
Estão de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a
estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos
razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos
durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o
sacerdote genuflecte após a consagração.


Catecismo da Igreja:

§1378 – O culto da Eucaristia. Na liturgia da missa, exprimimos nossa fé
na presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre
outras coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em
sinal de adoração do Senhor. “A Igreja católica professou e professa
este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia não
somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela, conservando
com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para
que as venerem com solenidade, levando-as em procissão.” (Mysterium
Fidei, 56).
***

Bento XVI na Sacramentum Caritatis
A reverência à Eucaristia
65. Um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem
sobre os fiéis é seguramente o crescimento neles do sentido do mistério
de Deus presente entre nós; podemos verificá-lo através de específicas
manifestações de reverência à Eucaristia, nas quais o percurso
mistagógico deve introduzir os fiéis.(190) Penso, em geral, na
importância dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se
durante os momentos salientes da Oração Eucarística. Embora adaptando-se
à legítima variedade de sinais que tem lugar no contexto das diferentes
culturas, cada um viva e exprima a consciência de encontrar-se, em cada
celebração, diante da majestade infinita de Deus, que chega até nós
humildemente nos sinais sacramentais.
Oração eucarística- Prefácio da Paixão II (a vitória da paixão):
“…Enquanto a multidão dos santos se alegre eternamente na vossa
presença em humilde adoração, nós nos associamos a seus louvores,
cantando a uma só voz.”

Católico não adora imagens !!!!

Virgem Maria - Catacumba de Priscila em RomaEste é um assunto polêmico, principalmente, por parte de nossos irmãos evangélicos. Eles gostam de falar que nós católicos somos adoradores de imagens, idólatras entre outras coisas. Os católicos de fato são conhecidos pelo costume de ter imagens de santos, anjos, Jesus ou a nossa querida Virgem Maria. A polêmica sobre a Santidade de Nossa Senhora, vou deixar pra outro momento. Agora no que diz respeito à adoração de imagens, vale uma explicação baseada na Sagrada Escritura. Inclusive fonte, usada pelos nossos irmãos acusadores. 
Um dos textos preferido de nossos irmãos é o de Êxodo 20,4-5:
Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e bisnetos daqueles que me odeiam…“.
Ótimo! Inclusive é uma belíssima passagem do Antigo testamento. Porém como somos seres humanos dotados de inteligência e não agimos apenas por instinto, vale a seguinte reflexão :
Após sair de uma escravidão de 430 anos no Egito, o povo hebreu estava mais que acostumado à cultura egípcia. Todos nós sabemos que esta cultura pregava a adoração e culto a animais, faraós e outros objetos considerados divindades. Deus precisou dar a ordem de não fazer esculturas pois o povo hebreu era facilmente manipulável neste sentido. Deus em toda a sua sabedoria estava conduzindo Seu povo para Ele através da adoração única e exclusiva. Porém, confirmando a idéia de fraqueza do povo em Ex 32, os israelitas fabricam um bezerro de ouro para adoração. É preciso notar que a Bíblia não condena a criação de imagens mas de ídolos.
Não fareis ídolos. Não levanteis estátuas nem estelas (pedras com inscrição ou escultura), e não poreis em vossa terra pedra alguma adornada de figuras, para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.” (conf. Levítico 26,1).
De fato nossos irmãos estão parcialmente corretos. A bíblia condena expressamente a fabricação de ídolos. Ídolo é um falso deus, algo ou alguém que é colocado ou se coloca no lugar do verdadeiro Deus. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo. Dinheiro, ou a busca incessante da prosperidade, ou ainda, a felicidade e a benção de Deus acontece somente se você é próspero financeiramente ou se não tem doença alguma. Ora, isto sim é contrariar as ordens de Deus.
Imagens são apenas representações artísticas, com objetivo único de embelezar, nos fazer lembrar de pessoas que são um exemplo para nós. O ato de ajoelhar-se diante das imagens não significa adoração e sim homenagem. Nenhum católico acredita que as imagens tenham algum poder sobrenatural, ou que vai falar, andar ou dançar.
É comum dizerem que nossas Igrejas católicas são amaldiçoadas porque tem imagens, ou até mesmo, qualquer lugar que tenha em seu interior alguma imagem. Chegando ao cúmulo de algumas pessoas não entrarem nestes lugares por “medo” destas imagens. Interessante notar que o Templo de Jerusalém, construído pelo rei Salomão, continha muitas representações de anjos ou animais:
Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro.” (conf. 2 Crônicas 3,10-14). Havia esculturas de Bois e flores (conf. 2 Crônicas 4,3-5) e continua “Quando Salomão terminou essa prece, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto com os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu o templo. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, tanta era a glória que enchia o edifício.” (conf. 2 Crônicas 7,1-2). Onde está a maldição?
“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão estes querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada.” (Êxodo 25,17-20)
“Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo 25,22)
Deus serviu-se de imagens para manifestar a sua glória. Os querubins não eram ídolos como as nossas imagens católicas também não são ídolos. Não vale o mesmo critério para nossas representações humanas? Nossos Santos e anjos? Desde os primórdios do Cristianismo, nossos antepassados católicos pintaram e esculpiram imagens de Maria, Jesus, Santos e Anjos. A mais antiga representação da Virgem Maria é datada do século III em Roma e é uma das mais antigas  da arte Cristã.
O grande Santo e Doutor da Igreja São João Damasceno (749), foi muito perseguido por ser o principal defensor do uso de imagens para adornos nas Igrejas da época. Disse:
“A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus”
O Papa Adriano I (772/795) no Concílio de Nicéia, realizado em 787, a fim de dar um pronunciamento oficial e dirimir quaisquer dúvidas divulgou o seguinte:
 Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto à de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161) 
Portanto, devemos tomar muito cuidado, principalmente no que diz respeito à interpretação da sagrada escritura. Não podemos tomar uma posição radical e fundamentalista em detrimento dos fatos históricos já que na própria Bíblia temos a seguinte recomendação de São Pedro:
“Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3,16).
As imagens, esculturas, pinturas sempre foram uma forma de expressar o testemunho de fé do cristão católico. Muitos que não sabiam ler aprenderam sobre os evangelhos através de desenhos e representações. Após mais de 2000 anos os católicos nunca deixaram de adorar a Santíssima Trindade, onde Deus é único e Soberano.
Fonte:
Catecismo da Igreja Católica
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Católico não adora imagens !!!!

Virgem Maria - Catacumba de Priscila em RomaEste é um assunto polêmico, principalmente, por parte de nossos irmãos evangélicos. Eles gostam de falar que nós católicos somos adoradores de imagens, idólatras entre outras coisas. Os católicos de fato são conhecidos pelo costume de ter imagens de santos, anjos, Jesus ou a nossa querida Virgem Maria. A polêmica sobre a Santidade de Nossa Senhora, vou deixar pra outro momento. Agora no que diz respeito à adoração de imagens, vale uma explicação baseada na Sagrada Escritura. Inclusive fonte, usada pelos nossos irmãos acusadores. 
Um dos textos preferido de nossos irmãos é o de Êxodo 20,4-5:
Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e bisnetos daqueles que me odeiam…“.
Ótimo! Inclusive é uma belíssima passagem do Antigo testamento. Porém como somos seres humanos dotados de inteligência e não agimos apenas por instinto, vale a seguinte reflexão :
Após sair de uma escravidão de 430 anos no Egito, o povo hebreu estava mais que acostumado à cultura egípcia. Todos nós sabemos que esta cultura pregava a adoração e culto a animais, faraós e outros objetos considerados divindades. Deus precisou dar a ordem de não fazer esculturas pois o povo hebreu era facilmente manipulável neste sentido. Deus em toda a sua sabedoria estava conduzindo Seu povo para Ele através da adoração única e exclusiva. Porém, confirmando a idéia de fraqueza do povo em Ex 32, os israelitas fabricam um bezerro de ouro para adoração. É preciso notar que a Bíblia não condena a criação de imagens mas de ídolos.
Não fareis ídolos. Não levanteis estátuas nem estelas (pedras com inscrição ou escultura), e não poreis em vossa terra pedra alguma adornada de figuras, para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.” (conf. Levítico 26,1).
De fato nossos irmãos estão parcialmente corretos. A bíblia condena expressamente a fabricação de ídolos. Ídolo é um falso deus, algo ou alguém que é colocado ou se coloca no lugar do verdadeiro Deus. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo. Dinheiro, ou a busca incessante da prosperidade, ou ainda, a felicidade e a benção de Deus acontece somente se você é próspero financeiramente ou se não tem doença alguma. Ora, isto sim é contrariar as ordens de Deus.
Imagens são apenas representações artísticas, com objetivo único de embelezar, nos fazer lembrar de pessoas que são um exemplo para nós. O ato de ajoelhar-se diante das imagens não significa adoração e sim homenagem. Nenhum católico acredita que as imagens tenham algum poder sobrenatural, ou que vai falar, andar ou dançar.
É comum dizerem que nossas Igrejas católicas são amaldiçoadas porque tem imagens, ou até mesmo, qualquer lugar que tenha em seu interior alguma imagem. Chegando ao cúmulo de algumas pessoas não entrarem nestes lugares por “medo” destas imagens. Interessante notar que o Templo de Jerusalém, construído pelo rei Salomão, continha muitas representações de anjos ou animais:
Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro.” (conf. 2 Crônicas 3,10-14). Havia esculturas de Bois e flores (conf. 2 Crônicas 4,3-5) e continua “Quando Salomão terminou essa prece, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto com os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu o templo. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, tanta era a glória que enchia o edifício.” (conf. 2 Crônicas 7,1-2). Onde está a maldição?
“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão estes querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada.” (Êxodo 25,17-20)
“Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo 25,22)
Deus serviu-se de imagens para manifestar a sua glória. Os querubins não eram ídolos como as nossas imagens católicas também não são ídolos. Não vale o mesmo critério para nossas representações humanas? Nossos Santos e anjos? Desde os primórdios do Cristianismo, nossos antepassados católicos pintaram e esculpiram imagens de Maria, Jesus, Santos e Anjos. A mais antiga representação da Virgem Maria é datada do século III em Roma e é uma das mais antigas  da arte Cristã.
O grande Santo e Doutor da Igreja São João Damasceno (749), foi muito perseguido por ser o principal defensor do uso de imagens para adornos nas Igrejas da época. Disse:
“A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus”
O Papa Adriano I (772/795) no Concílio de Nicéia, realizado em 787, a fim de dar um pronunciamento oficial e dirimir quaisquer dúvidas divulgou o seguinte:
 Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto à de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161) 
Portanto, devemos tomar muito cuidado, principalmente no que diz respeito à interpretação da sagrada escritura. Não podemos tomar uma posição radical e fundamentalista em detrimento dos fatos históricos já que na própria Bíblia temos a seguinte recomendação de São Pedro:
“Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3,16).
As imagens, esculturas, pinturas sempre foram uma forma de expressar o testemunho de fé do cristão católico. Muitos que não sabiam ler aprenderam sobre os evangelhos através de desenhos e representações. Após mais de 2000 anos os católicos nunca deixaram de adorar a Santíssima Trindade, onde Deus é único e Soberano.
Fonte:
Catecismo da Igreja Católica
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Católico não adora imagens !!!!

Virgem Maria - Catacumba de Priscila em RomaEste é um assunto polêmico, principalmente, por parte de nossos irmãos evangélicos. Eles gostam de falar que nós católicos somos adoradores de imagens, idólatras entre outras coisas. Os católicos de fato são conhecidos pelo costume de ter imagens de santos, anjos, Jesus ou a nossa querida Virgem Maria. A polêmica sobre a Santidade de Nossa Senhora, vou deixar pra outro momento. Agora no que diz respeito à adoração de imagens, vale uma explicação baseada na Sagrada Escritura. Inclusive fonte, usada pelos nossos irmãos acusadores. 
Um dos textos preferido de nossos irmãos é o de Êxodo 20,4-5:
Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e bisnetos daqueles que me odeiam…“.
Ótimo! Inclusive é uma belíssima passagem do Antigo testamento. Porém como somos seres humanos dotados de inteligência e não agimos apenas por instinto, vale a seguinte reflexão :
Após sair de uma escravidão de 430 anos no Egito, o povo hebreu estava mais que acostumado à cultura egípcia. Todos nós sabemos que esta cultura pregava a adoração e culto a animais, faraós e outros objetos considerados divindades. Deus precisou dar a ordem de não fazer esculturas pois o povo hebreu era facilmente manipulável neste sentido. Deus em toda a sua sabedoria estava conduzindo Seu povo para Ele através da adoração única e exclusiva. Porém, confirmando a idéia de fraqueza do povo em Ex 32, os israelitas fabricam um bezerro de ouro para adoração. É preciso notar que a Bíblia não condena a criação de imagens mas de ídolos.
Não fareis ídolos. Não levanteis estátuas nem estelas (pedras com inscrição ou escultura), e não poreis em vossa terra pedra alguma adornada de figuras, para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.” (conf. Levítico 26,1).
De fato nossos irmãos estão parcialmente corretos. A bíblia condena expressamente a fabricação de ídolos. Ídolo é um falso deus, algo ou alguém que é colocado ou se coloca no lugar do verdadeiro Deus. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo. Dinheiro, ou a busca incessante da prosperidade, ou ainda, a felicidade e a benção de Deus acontece somente se você é próspero financeiramente ou se não tem doença alguma. Ora, isto sim é contrariar as ordens de Deus.
Imagens são apenas representações artísticas, com objetivo único de embelezar, nos fazer lembrar de pessoas que são um exemplo para nós. O ato de ajoelhar-se diante das imagens não significa adoração e sim homenagem. Nenhum católico acredita que as imagens tenham algum poder sobrenatural, ou que vai falar, andar ou dançar.
É comum dizerem que nossas Igrejas católicas são amaldiçoadas porque tem imagens, ou até mesmo, qualquer lugar que tenha em seu interior alguma imagem. Chegando ao cúmulo de algumas pessoas não entrarem nestes lugares por “medo” destas imagens. Interessante notar que o Templo de Jerusalém, construído pelo rei Salomão, continha muitas representações de anjos ou animais:
Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro.” (conf. 2 Crônicas 3,10-14). Havia esculturas de Bois e flores (conf. 2 Crônicas 4,3-5) e continua “Quando Salomão terminou essa prece, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto com os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu o templo. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, tanta era a glória que enchia o edifício.” (conf. 2 Crônicas 7,1-2). Onde está a maldição?
“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão estes querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada.” (Êxodo 25,17-20)
“Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo 25,22)
Deus serviu-se de imagens para manifestar a sua glória. Os querubins não eram ídolos como as nossas imagens católicas também não são ídolos. Não vale o mesmo critério para nossas representações humanas? Nossos Santos e anjos? Desde os primórdios do Cristianismo, nossos antepassados católicos pintaram e esculpiram imagens de Maria, Jesus, Santos e Anjos. A mais antiga representação da Virgem Maria é datada do século III em Roma e é uma das mais antigas  da arte Cristã.
O grande Santo e Doutor da Igreja São João Damasceno (749), foi muito perseguido por ser o principal defensor do uso de imagens para adornos nas Igrejas da época. Disse:
“A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus”
O Papa Adriano I (772/795) no Concílio de Nicéia, realizado em 787, a fim de dar um pronunciamento oficial e dirimir quaisquer dúvidas divulgou o seguinte:
 Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto à de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161) 
Portanto, devemos tomar muito cuidado, principalmente no que diz respeito à interpretação da sagrada escritura. Não podemos tomar uma posição radical e fundamentalista em detrimento dos fatos históricos já que na própria Bíblia temos a seguinte recomendação de São Pedro:
“Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3,16).
As imagens, esculturas, pinturas sempre foram uma forma de expressar o testemunho de fé do cristão católico. Muitos que não sabiam ler aprenderam sobre os evangelhos através de desenhos e representações. Após mais de 2000 anos os católicos nunca deixaram de adorar a Santíssima Trindade, onde Deus é único e Soberano.
Fonte:
Catecismo da Igreja Católica
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