catequese da Confirmação





COMUNIDADE SÃO FRANCISCO BAIRRO NOVA ESPERANÇA
































catequese da Confirmação








                                                                                    
SUMÀRIO:

Mensagem do Cardeal     página1

 

Apresentação   página3

 

O Catecumenato crismal  ...............................................................................................................................3

Estrutura da Iniciação dos Adultos .................................................................................................................3

Orientações gerais .........................................................................................................................................4

Sobre a escolha dos padrinhos ......................................................................................................................4


- A Verdade sobre o homem -


1-    A História da Salvação e a Bíblia ...........................................................................................................5

1.1-     Aliança e Páscoa ....................................................................................................................................5
1.2-     Campanha da fraternidade......................................................................................................................8
1.3-     Bíblia  .....................................................................................................................................................9
1.4-     Prática semanal ....................................................................................................................................21

2-    A Consciência Moral e os 10 Mandamentos da Lei de Deus ...............................................................22

2.1- Mandamentos ........................................................................................................................................22
2.2- Práticas semanais  ................................................................................................................................24

- A Verdade sobre o Jesus Cristo -


3-    A vida de Jesus Cristo ..........................................................................................................................25

3.1- Deus ....................................................................................................................................................25
3.1.1- A existência ......................................................................................................................................25
3.1.2- A essência ........................................................................................................................................26
3.1.3- Os atributos ......................................................................................................................................26

3.2- Jesus Cristo ....................................................................................................................................... 27
3.2.1- O estilo do ensinamento de Jesus ...................................................................................................27
3.2.2- Os principais ensinamentos .............................................................................................................27
3.2.3- Seguir Jesus: O preço ......................................................................................................................28

3.3- Santíssima Trindade ............................................................................................................................29
3.3.1- O dogma da Santíssima Trindade ....................................................................................................29

3.4- Práticas semanais ...............................................................................................................................29

4-    Morte e Ressurreição de Jesus Cristo ..................................................................................................30

4.1 – Prática Semanal .................................................................................................................................37

5-    A Promessa do Dom do Espírito Santo: Pentecostes e o nascimento da Igreja ..................................37

5.1 – Pentecostes: Dia da efusão do Espírito Santo ...................................................................................37
5.2 – Pentecostes: dia da plena revelação da trindade ..............................................................................39
5.3 – Prática semanal .................................................................................................................................39

- A Verdade sobre a Igreja -

6-    A história da Igreja ................................................................................................................................40

7-    A missão da Igreja ................................................................................................................................41

8-    Doutrina Social da Igreja ......................................................................................................................41

9-    Como a Igreja se organiza e nossa igreja local ....................................................................................48

10- Os Sacramentos da Igreja ....................................................................................................................50

10.1 – Eucaristia: raiz, cume e centro da vida cristã ...................................................................................52
10.2 – Prática semanal ...............................................................................................................................52

11- Liturgia ..................................................................................................................................................53

11.1 – A Santa Missa ..................................................................................................................................53
11.2 – Ano Litúrgico.....................................................................................................................................58
11.3 - Prática semanal ................................................................................................................................59

12- Maria: mãe e modelo da Igreja ............................................................................................................59

12.1- Prática Semanal..................................................................................................................................61

- A Verdade sobre a Crisma -

13- O sacramento da Confirmação .............................................................................................................62

14- Os dons do Espírito Santo ....................................................................................................................63

15- Os frutos do Espírito Santo ...................................................................................................................64

16- A liturgia no sacramento .......................................................................................................................66


















                      
Mensagem do Cardeal – Dom Euzébio Oscar Sheid, scj (29/05/2007)

O Espírito Santo, presença divina em nós


Foi Jesus quem nos revelou o Espírito Santo, isto é, tirou o véu que O encobria, nas alusões da Antiga Aliança, desde o momento da Criação. Jesus deixou esta revelação para a última Ceia, durante o encontro definitivo com os Apóstolos, sob a forma de uma promessa, (cf. Jo 14,16-17.26 ; 15,26 ; 16,7-15), que seria confirmada após a glória da Ressurreição (cf. Jo 20,22-23), e cumprida em Pentecostes (cf. At 2,1-13).
Quando nos fala do divino Espírito Santo, Jesus no-lo apresenta como nosso advogado (Paráclito), palavra grega que significa “Aquele que assenta ao lado”; em latim, o termo é Assistere. O Espírito Santo é o assistente, que nos orienta e nos anima ao fiel cumprimento da vontade do Pai. Fazendo uma analogia, poderíamos dizer que Ele age como “bússola”, instrumento de orientação para os navegantes, indicando o rumo, o norte. Daí o verbo “nortear”, que define a influência do Espírito Santo em nós, para atinarmos com o sentido da nossa vida, do nosso trabalho, e da nossa missão.
O Espírito Santo atuou sobre os que foram incumbidos por Deus de missões especiais junto a Israel, como os patriarcas, juízes e profetas. Fecundou Maria, na Encarnação do Verbo, como Amor eterno, e inspirou a vocação dos apóstolos e discípulos de Jesus. Enfim, agiu, de maneira toda particular, sobre os hagiógrafos, isto é, os escritores dos textos bíblicos, de modo que eles registrassem as verdades da fé, para as futuras gerações.
Da mesma forma, suscitou os Santos Padres, nos primeiros séculos da Igreja. Eles se tornaram a “ponte” entre a Sagrada Escritura e a evolução da Teologia Sistemática posterior. Esta é a ciência da fé, baseada sempre na Sagrada Escritura, vivenciada pela Tradição, e fielmente guardada pelo Magistério eclesial.
A imagem mais perfeita que os Santos Padres nos dão do Espírito Santo é a do Artista, para o qual o autor é como um instrumento, apto a executar as suas inspirações. Pensemos, por exemplo, na harpa, da qual gosto muito. Ela pode até vibrar, ao som de outros instrumentos, mas é, em si, muda. Quem a dedilha, criando toda aquela beleza de melodias, que ultrapassam a inteligência humana, é o Artista, o próprio Espírito Santo. Esta é uma das maneiras de nós entendermos a sua ação, também em nós.
Podemos encontrar uma profunda reflexão sobre a Trindade, na trilogia de encíclicas escritas pelo Papa João Paulo II, e que são, praticamente, a base do seu magistério. A primeira, Redemptor Hominis (1979), dedicada a Jesus Cristo, Redentor do homem, centro do cosmos e da história; a segunda, Dives in Misericordia (1980), sobre Deus-Pai rico em misericórdia; e a terceira, Dominum et Vivificantem (1986), sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo.
Neste último texto, é interessante notar que o Papa fala de uma renovação da vida interior, um novo ardor. Segundo os Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo veio, sobre a comunidade reunida, como chamas de fogo, que pairavam sobre eles e os penetravam (cf. At 2,3). Os discípulos de Emaús somente reconheceram Jesus pela Palavra, que lhes abrasou o coração, e pelo partir do Pão (cf. Lc 24,30-32). Portanto, este ardor é a renovada alegria da intimidade com Deus, que estimula a prosseguirmos no anúncio da Boa Nova.
Como ensina o Papa João Paulo II: “Em muitas pessoas e em muitas comunidades amadurece a consciência de que, mesmo com todo o progresso vertiginoso da civilização técnico-científica e não obstante as reais conquistas e as metas alcançadas, o homem está ameaçado, a humanidade está ameaçada. Diante deste perigo, e mais ainda ao experimentar a inquietude perante uma real decadência espiritual do homem, pessoas individualmente e comunidades inteiras, como que guiados por um sentido interior da fé, buscam a força capaz de erguer de novo o homem, de o salvar de si mesmo, dos seus próprios erros e das ilusões que tornam nocivas, muitas vezes, as suas próprias conquistas. E assim descobrem a oração, na qual se manifesta o ‘Espírito que vem em auxílio da nossa fraqueza’. Deste modo, os tempos em que vivemos aproximam do Espírito Santo muitas pessoas, que retornam à oração” (DeV n°65).
O intelecto humano é aberto à verdade, assim como a vontade apetece o bem. Entretanto, captamos as coisas de forma limitada, e o heroísmo de nossos ideais esbarra na fraqueza de nossas iniciativas. O Espírito

Santo vem em nosso auxílio, como dynamis, força, para nos alentar, iluminando o intelecto e reforçando a vontade enfraquecida, após o pecado das origens.
Todo ânimo inovador, audácia espiritual ou entusiasmo juvenil devemos à ação do Espírito Santo, bem íntima a nós e, ao mesmo tempo, presente na Igreja. É Ele que nos incita à inovação nos métodos de apresentar o Evangelho como, por exemplo, o emprego frutuoso dos meios de comunicação social. Inspira-nos expressões novas, uma linguagem apropriada, em estilo atual, que transmita, ao mais variados grupos humanos, a autêntica mensagem da Salvação universal em Cristo.
O Espírito de Amor é que harmoniza as nossas comunidades. As divisões, decorrentes das barreiras na comunicação, simbolizadas no episódio da torre de Babel (cf. Gn 11,1-9), são sanadas pelo Dom da Unidade, próprio de Pentecostes. Mesmo que desdobrada em inumeráveis idiomas, a linguagem do Amor é universal, e a única apta a penetrar os corações.
Uma analogia que expressa, claramente, a unidade é a do Corpo da Igreja, no qual cada membro exerce a sua função, dentro do contexto de um organismo operante. O corpo humano, segundo São Paulo, é o grande exemplo. Nossos órgãos e membros funcionam numa complementaridade harmoniosa, dentro do conjunto (cf. 1Cor 12,4-30). Quem aciona esta “engrenagem” perfeita é o divino Espírito Santo.
Peçamos, sempre, ao Pai e a Jesus Cristo, o Espírito Santo. Não precisamos de fórmulas. A melhor maneira de fazê-lo é nos apresentarmos de mãos vazias, reconhecendo nossa carência e incapacidade de nos preenchermos dos bens eternos. Deus, certamente, não deixará de nos atender, pois se nós, sendo maus, sabemos dar boas coisas a nossos filhos, quanto mais o nosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem(cf.Lc11,13).
 




















                                                                                                                                            



















Apresentação

1.1 O Catecumenato crismal:


“A confirmação aperfeiçoa a graça batismal, é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras” (Catecismo da Igreja Católica 1316)

O amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Dom do Espírito Santo, no dia do nosso batismo e revigorado no dia da celebração da confirmação. É com muita alegria que demos início ao Catecumenato Crismal! Saiba que vocês são escolhidos de Deus! E, você ao aceitar este convite, disse sim ao chamado de Deus. No entanto, o seu sim se estende ao compromisso e respeito a tudo o que Jesus tem a oferecer nesta catequese, através de pessoas que serão instrumentos em suas mão.
Ser cristão é aderir consciente e livremente a Cristo, vivendo na própria vida, individual e social, as conseqüências desta adesão. Ser Cristão é comprometer-se com o evangelho e a sociedade, é ser coerente, é procurar promover em si e nos outros, todos os valores humanos, iluminados pelo evangelho.
Proclamar as realidades do reino exige muito! Será que o Cristão pode deixar de aceitar uma missão a que foi chamado no dia do Batismo? A estrada é longa! Mas, não podemos desanimar. A crisma nos prepara para a luta, nos encoraja e dá esperança.
O 10º Plano de Pastoral de Conjunto da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no qual todos nós fomos e estamos sendo solicitados a trabalhar, em consonância com toda a Igreja no Brasil, mostra a preocupação com a formação cristã dos adultos, ou seja, com aquelas pessoas que formam as nossas comunidades de fé. Assim, em nossa paróquia, a catequese adotou no ano de 2007 a metodologia do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos - RICA, para o desenvolvimento do trabalho.
O coração do RICA é o Catecumenato. Nele consta a Teologia da Iniciação Cristã e suas diferentes etapas, e as celebrações significativas de entrada no Catecumenato.
A restauração do Catecumenato, possibilita uma autêntica experiência Cristã em sua integridade. A formação é compreendida como um “itinerário espiritual” de passagem do velho homem para o novo.

1.2 Estrutura da Iniciação dos Adultos:


A iniciação dos catecúmenos processa-se gradativamente no seio da comunidade dos fiéis que, refletindo com os catecúmenos sobre a excelência do mistério pascal e renovando sua própria conversão, os induzem pelo seu exemplo a obedecer com maior generosidade aos apelos do Espírito Santo.
      O Rito de iniciação se adapta ao itinerário espiritual dos adultos que varia segundo a multiforme graça de Deus, a livre cooperação dos mesmos, a ação da Igreja e as circunstâncias de tempo e lugar.
      Nesse itinerário, (...) há “etapas” ou passos, pelos quais o catecúmeno, ao caminhar, como que atravessa uma porta ou sobe um degrau.
Verifica-se a primeira etapa quando, aproximando-se de uma conversão inicial, quer tornar-se cristão e é recebido como catecúmeno pela Igreja.
A segunda, quando, já introduzido na fé e estando a terminar o catecumenato, é admitido a uma preparação mais intensiva para os sacramentos.
A terceira quando, concluída a preparação espiritual, recebe os sacramentos de iniciação cristã. As etapas conduzem aos “tempos” de informação e amadurecimento;
O primeiro tempo: é consagrado à evangelização e ao “pré-catecumenato”, encerrando-se com o ingresso na ordem dos catecúmenos.
O segundo tempo: é dedicado à catequese e aos ritos anexos, terminando no dia da eleição.
O terceiro tempo: é assinalado pela purificação e pela iluminação.  Coincide com a preparação quaresmal para as solenidades pascais e os sacramentos.
O último tempo, que dura todo o período pascal, é consagrado à “mistagogia”, isto é, à aquisição de experiências e de resultados positivos, assim como ao aprofundamento das relações com a comunidade dos fiéis.

São, portanto, quatro os tempos sucessivos: o de “pré-catecumenato” caracterizado pela primeira evangelização; o do “catecumenato”, destinado à catequese completa;  o da “purificação e iluminação”, destinado a mais intensa preparação espiritual;  e o da “mistagogia”, assinalado pela nova experiência dos sacramentos e da comunidade. Não há um tempo definido para o catecumenato, cada um necessita de um tempo para amadurecer na fé.!

1.3 Orientações gerais:

          Para alcançar seus objetivos, é necessário presença nos encontros. Lembre-se: Ser Crismado é ser comprometido na Fé.
          É imprescindível o comprometimento com o horário. Lembre-se: existe alguém esperando por você.
Buscando maior integração e vivência na fé, durante a catequese, haverá momentos de partilha, vivência externa e Retiros. Lembre-se que sua presença é muito importante!
O catecúmeno que possuir situação matrimonial irregular, deve regularizar a situação antes de receber o sacramento.

1.4 Sobre a escolha dos padrinhos:

Deve-se seguir as normas do Código de Direito  Canônico. Ao padrinho/madrinha, cabe cuidar que o crismando se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes a este sacramento.
O can.892, coloca que enquanto possível assista ao confirmando um padrinho. Isto significa que não há uma obrigatoriedade da presença do padrinho na Crisma.

Para ser padrinho é preciso preencher as seguintes condições:

      Ter mais de dezesseis anos;
      Ser Católico, crismado, já ter recebido o Santíssimo Sacramento da Eucaristia e que leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
      Não tenha sido atingido por nenhuma pena canônica;
      Que não seja pai / mãe ou namorado(a) do crismando,
      É conveniente que se assuma como padrinho de Crisma o mesmo que assumiu esse compromisso no Batismo. É possível, porém, escolher outro padrinho/madrinha de crisma,, sobretudo no caso em que os padrinhos de Batismo não estejam em condições de ser exemplos de fé para o crismando.








A verdade sobre o homem

1 - História da Salvação  e a Bíblia (Antiga Aliança)
1.1 Aliança e Páscoa

O mistério pascal é considerado o fato primordial da nossa fé e o centro de todas as celebrações litúrgicas cristãs. Cristo que morreu e ressuscitou para nos mostrar que o Reino de Deus pregado por Ele está presente e vivo entre nós. Para entendermos a Páscoa cristã, vamos, sinteticamente buscar sua origem na festa judaica de mesmo nome.
O Ritual da Páscoa judaica é apresentado no Livro do Êxodo (Ex 12,1-28). Por esta festa, a mais importante do calendário judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do Egito acontecido há milhares de anos, cujo protagonista principal deste evento foi Moisés comandando o povo pelo Mar Vermelho e Deserto do Sinai. O evento Êxodo/Sinai compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a Moisés). De evento histórico se torna evento de Fé.
A passagem do Mar Vermelho foi lembrada como Páscoa (Páscoa=passagem) e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo particular. Todo ano, na noite de ´lua cheia´ de ´primavera´, os hebreus celebravam a Páscoa com o sacrifício do cordeiro e o uso dos pães ázimos (sem fermento), conforme a ordem recebida por Moisés . Era uma vigília para lembrar a vigília libertadora da saída do Egito (forma pela qual tal fato era passado de geração em geração - Ex 12,42; 13,2.8ss). Essa celebração ganhou também dimensão futura, com o tempo. E quando novamente dominados por estrangeiros, celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e definitiva, quando toda escravidão seria vencida, e haveria o começo de um mundo novo há muito tempo prometido.

A celebração da Páscoa reunia 3 realidades distintas:

Uma realidade do passado: o acontecimento histórico da libertação do Egito quando Israel tornou-se o ´povo de Deus´;
Uma realidade do presente: a memória ritual (=celebração) do fato passado levava o israelita a ter consciência de ser um ´libertado´ de Javé (=Deus), não somente os antepassados, mas o sujeito de hoje (Dt 5,4ss);
Uma realidade futura: a libertação do Egito era símbolo de uma futura e definitiva libertação do povo de toda a escravidão. Libertação esta que seria a nova Páscoa, marcando o fim de uma situação de pecado e o começo de uma nova era.

Jesus oferecendo o seu corpo o sangue assume o duplo sentido da páscoa judaica: sentido de libertação e aliança. E ao celebrar a Páscoa (Mt 26,1-2.17-20), Ele institui a Nova Páscoa, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.
A nova páscoa não era uma libertação política do poder dos romanos, como os judeus esperavam. Poucos entenderam que o Reio de Deus transcende o aspecto político, histórico e geográfico. Hoje ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do cordeiro e alimentado-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em sacrifício uma vez por todas (Jo 1,29; 1Cor 5,7; Ef 5,2; Hb 5,9), como cordeiro pascal como prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.
Hoje, em cada Eucaristia, celebramos esse mistério pascal e na festa da Páscoa, propriamente dita, não só relembramos a presença constante de Deus nos fatos marcantes da história, mas é sobretudo a concretização histórica da promessa divina de libertação plena e eterna de todo tipo de mal que aflige o ser humano. Cristo foi e é a vítima deste sacrifício e a realização dessas promessas. E assim como aconteceu com Cristo, também em nós irá se realizar, se crermos e optarmos por seu Reino.

Semana Santa

Examinando os dias da celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor, percebemos que são núcleos das celebrações e constituem o que chamamos de Semana Santa. Podemos compreender que o sentido e a teologia desta semana está no encontro com o Cristo-Ressuscitado: nas celebrações religiosas são a recordação dos últimos acontecimentos da vida terrestre de Jesus de Nazaré. Cada dia da semana é um fato a ser recordado e atualizado. A liturgia da Semana Santa não é um jogo de representação teatral, mas atualiza sempre o único Mistério Pascal.

Domingo de Ramos

No Século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o mais exatamente possível a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Neste dia  celebramos a entrada do Senhor em Jerusalém, para realizar o seu mistério pascal. O povo o reconhece como Rei e Redentor, Servo do Senhor para salvar a todos.

Quinta-feira Santa

Cada ano pela manhã, o bispo se reúne com todos os padres e com o povo para benzer os óleos usados nos sacramentos:

óleo dos catecúmenos, usado antes do batismo;
óleo do crisma, usado depois do batismo, na crisma na ordenação de padres e na sagração dos bispos e também na dedicação de igrejas e altares;
óleo dos enfermos, usado no sacramento da Unção dos Enfermos. O óleo é sinal da benção divina. Sinal do Espírito de Deus.

          À noite com a Missa de 5ª Feira Santa, iniciamos o Tríduo Pascal que termina com as vésperas no Domingo de Páscoa. O ponto alto se encontra na Vigília Pascal, onde sacramentalmente celebramos a ressurreição de Cristo. Ele se entrega por nós nos sinais simbólico-sacramentais da Oração Eucarística. A grande ação de graças, é a comunhão no pão e no vinho.
          Celebrar a Ceia do Senhor na noite da Quinta-feira Santa é proclamar o mistério da Cruz de Cristo no qual reside a “nossa glória”. É participar da Páscoa da ceia. É sentar junto com Jesus para celebrar a Páscoa do seu povo.

Sexta-feira Santa

Lembramos “o dia em que o esposo foi tirado”. É cantar a ação de graças pela doação da sua vida a nós. E pela vitória da ressurreição que o Pai lhe deu. Celebrando esta Páscoa da cruz, recebemos força para sermos fiéis a nossa missão, confiantes na vitória que o Pai nos dá.

Sábado Santo

É o dia do grande silêncio. Cristo desce à mansão dos mortos. É dia de recolhimento na paz e na espera.

Vigília Pascal

É celebrar “a mãe de todas as vigílias”, noite santa na qual renascemos. É celebrar, em plena escuridão, o resplendor de uma luz que não se apaga. É beber com alegria da água da vida, renovando os nossos compromissos batismais e batizando na vida nova de Cristo novos membros de nossas comunidades.

Domingo de Páscoa

“Este é o dia que o Senhor fez. Alegremo-nos e nele fiquemos felizes” (Sl 118). A ação libertadora do Senhor acontece cada dia do ano e em toda a nossa vida, mas nós a celebramos com mais intensidade no tempo pascal. Cinqüenta dias celebrados como um grande Domingo.

Liturgia da Semana Santa

A liturgia do Sábado Santo e do Domingo de Páscoa está repleta de símbolos. Vejamos alguns deles:

 O Fogo

No Sábado Santo a celebração é iniciada com a benção do fogo, chamado de “fogo novo”. Os agricultores desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do mato, das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio. Em grandes incêndios florestais o fogo aparece como uma força destruidora e ás vezes incontrolável e invencível, como aconteceu recentemente nos Estados Unidos e Grécia.
Na liturgia Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mt 3,11; Mt 13,40; Lc 12,49; Hb 12,29). A sua ressurreição mostra que ele destruiu até a morte , o grande medo humano. O pecado foi vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de Deus (Gl 4,7; Rm 8,14). O ser “imagem e semelhança de Deus” descrito na criação, conforme o livro do Gênesis (Gn 1,26), foi restaurado por Ele. A esperança por um mundo novo, justo e solidário foi reacendida.

O Círio Pascal

O que é o Círio Pascal? É aquela grande veia decorada sendo a cruz o desenho central. Aqui novamente o fogo é o elemento principal. Além dos significados anteriormente relatados, acrescentamos mais um: o fogo até hoje é usado para iluminar. Quando falta luz em nossa casa, a vela é o mais prático.
Cristo é a luz que ilumina a vida  do cristão para que ele não caia nas trevas da desesperança, da vida sem sentido, do egoísmo e da maldade (Jo 8,12; Rm 2,19; Lc 8,16). O Círio, simbolizando Cristo ressuscitado, nos apresenta como uma grande coluna de fogo para guiar e iluminar a humanidade (Ex 13,21). As letras gravadas e marcadas pelos cravos na cruz do Círio, significam que pela morte e ressurreição de Cristo a humanidade foi redimida para sempre por aquele que é eterno e pelo qual é a razão da existência do mundo (Ef 2,6; Rm 8,11; Lc 1.68).

A água

Na celebração do sábado, véspera da Páscoa, acontece a benção da água que será utilizada nos batismos durante o ano. Em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa sede, para limpar de nosso corpo a sujeira e suor, para fazermos comida e usada para a limpeza doméstica. A água é também alimento principal das plantas e meio de vida dos animais aquáticos. Ela também pode ser sinônimo de destruição, como acontece nas grandes enchentes.
Para o cristianismo: Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da vida que livra para sempre o homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira beber dessa Água; a Morte e Ressurreição de Jesus destruíram para sempre a incerteza do futuro e própria morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido da vida.
O batismo é a resposta do ser humano à proposta de Deus. Por isso após a benção da água se realiza a renovação das promessas batismais (Rm 6,1-11). A aspersão do povo com água benta simboliza a nossa disposição em nos limpar de tudo aquilo que fere e prejudica o outro.

O que é a Quaresma?

          É o tempo de preparação para a festa da Páscoa, a maior festa do Cristianismo. Um tempo em que devemos viver na reflexão e oração, tomando consciência dos compromissos que assumimos pelo nosso Batismo. Tempo de jejum, penitência e conversão.
          A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas, que sempre cai entre os dias 4 de fevereiro 1 11 de março, e termina na quarta-feira da Semana Santa. A cor é roxa. Abrange seis domingos. Na última semana, voltamos toda a nossa atenção para a Paixão de Cristo, desde sua entrada solene em Jerusalém (Domingo de Ramos) até a sua morte e sepultura.
          São quarenta os dias da Quaresma. É nesse período que a liturgia no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, para valorizar mais ainda esse fecundo tempo litúrgico. No Ano A, predomina o tema do Batismo, com suas exigências na seqüência dos Evangelhos; no Ano B, o tema de Cristo glorificado por sua morte e ressurreição, fonte da restauração da dignidade humana; e no Ano C, os fiéis são convidados a penitência ou conversão, condições para a nova aliança em Cristo Jesus, selada no Batismo e a ser renovada na Páscoa.

1.2 A Campanha da Fraternidade

Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Em seu início, teve destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja dependência estava a Cáritas Brasileira, que fora fundada no Brasil em 1957. Na época, o responsável pelo Secretariado de Ação Social era Dom Eugênio de Araújo Sales, e por isso, Presidente da Cáritas Brasileira. O fato de ser administrador Apostólico de Natal-RN explica que a Campanha tenha iniciado naquela circunscrição eclesiástica e em todo o Rio Grande do Norte. Este projeto foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, em andamento na época, e realizado pela primeira vez na quaresma de 1964. O tempo do Concílio foi fundamental para a concepção e estruturação da Campanha da Fraternidade.
Em 20 de dezembro de 1964, os Bispos aprovaram o fundamento inicial da mesma intitulada: "Campanha da Fraternidade - Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em Roma". Em 1965, tanto Cáritas quanto Campanha da Fraternidade, que estavam vinculadas ao Secretariado Nacional de Ação Social, foram vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da CNBB. Em 1970, a Campanha da Fraternidade ganhou um especial e significativo apoio: a mensagem do Papa em rádio e televisão em sua abertura, na quarta-feira de cinzas. A mensagem papal continua enriquecendo a abertura da CF. De 1963 até hoje, a Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização desenvolvida num determinado tempo (Quaresma), para ajudar os cristãos e as pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos no processo de transformação da sociedade a partir de um problema específico que exige a participação de todos na sua solução. É grande instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão, renovação interior e ação comunitária como a verdadeira penitência que Deus quer de nós em preparação da Páscoa. É momento de conversão, de prática de gestos concretos de fraternidade, de exercício de pastoral de conjunto em prol da transformação de situações injustas e não cristãs. É precioso meio para a evangelização do tempo quaresmal, retomando a pregação dos profetas confirmada por Cristo, segundo a qual a verdadeira  penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos.
A Campanha da Fraternidade tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus. A Campanha da Fraternidade tem como objetivos permanentes: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na Evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja; daí o destino da coleta final: realização de projetos de caridade libertadora e manutenção da ação pastoral).

Caixa de texto:  1.3 BÍBLIA
1.3.1 Um Livro escrito em mutirão
Hoje qualquer pessoa tem acesso ao Livro mais famoso do mundo: a Bíblia   Sagrada.
 Ela já foi traduzida para todas as línguas (aproximadamente em 1685 idiomas).
A Bíblia foi escrita por partes e em diversas etapas. Começou a ser escrita, mais ou menos, pelo ano 1250 antes de Cristo - no tempo de Moisés - quando o faraó Ramsés II governava o Egito. A última parte da Bíblia foi escrita no final da vida do evangelista e apóstolo São João, por volta do ano 100 depois de Cristo. Portanto, foram necessários 1350 anos para a Bíblia ser escrita.
O Museu Britânico e a Biblioteca do Vaticano guardam as cópias mais antigas da Bíblia.
1.3.2 No que foi escrita a Bíblia?
No tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como cerâmica, papiro e pergaminho.
Cerâmica: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas, nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses " tijolos".
Papiro: planta originária do Egito. Nascia e crescia espontaneamente às margens do Rio Nilo, chegando até a altura de 4 metros. Do Egito o papiro passou para a Síria, Sicília e Palestina (onde foi escrita a Bíblia). Do papiro era feita uma espécie de folha de papel para nela se escrever. Seu caniço era aberto em tiras e prensado ainda úmido. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Daí que veio a palavra BÍBLIA. A folha tirada do caule do papiro chamava-se BIBLOS.
BIBLOS ð Livro (plural de Biblos = BÍBLIA)
BÍBLIA  ð os livros ou coleção de livros.
Caixa de texto:  Pergaminho: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como "papel" na cidade de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C. Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. Os egípcios, com inveja da grande importância da biblioteca de Pérgamo, não quiseram mais vender papiro para os moradores daquela cidade. Por isso, o rei de Pérgamo se viu obrigado a usar outro material para a escrita, que foi a pele de ovelha. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões.
Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram "encadernados" num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e faziam "rolos".
1.3.3 Como a Bíblia está dividida e em que língua foi escrita?
A
 Bíblia divide-se em duas (2) grandes partes: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT).
ANTIGO TESTAMENTO: é formado por 46 livros escritos antes de Cristo. Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou aramaico, menos o Livro da Sabedoria, I e II Macabeus e trechos dos Livros de Daniel e de Ester, que foram escritos em grego.
NOVO TESTAMENTO: formado por 27 livros que contam a vida de Jesus e a formação da Igreja. O Novo Testamento foi escrito em grego, menos o Evangelho de São Mateus que foi escrito em aramaico.
Portanto a Bíblia é formada por 73 livros. Sendo 46 Livros no AT + 27 Livros no NT
Bíblia = Livros
O hebraico era uma língua do Povo Hebreu ou Povo de Deus. Era especialmente religiosa;
O aramaico era uma língua usada no meio diplomático.
No tempo de Jesus já não se usava mais o hebraico e sim o aramaico.
Na Bíblia a palavra TESTAMENTO tem o sentido de ALIANÇA ð ANTIGA ALIANÇA e NOVA ALIANÇA. Toda a Bíblia gira em torno da Aliança que Deus fez com seu povo.
Aliança - é um contrato muito especial. Um pacto de amor entre as pessoas. Um compromisso de fidelidade entre Deus e os homens.
No Antigo Testamento essa Aliança foi selada com um sinal visível.
Ex: Decálogo ð  Dez Mandamentos.
A Aliança foi gravada na pedra e selada com o sangue dos animais.
Caixa de texto:  No Novo Testamento a Nova Aliança é gravada no Espírito e selada com o Sangue de Jesus. A Nova Aliança ao contrário da Antiga Aliança que era feita somente com o Povo de Israel, é uma Aliança Universal, aberta a todos os homens que aceitam a proposta da Salvação trazida por Jesus.
A Antiga Aliança é a promessa; a Nova é a sua realização. Cristo é a plena realização da Antiga e Nova Alianças. Ele é o "Alfa" e o "Ômega" (Alfa e Ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego). Significa que Jesus é o começo e fim de todas as coisas.
1.3.4 "Muitos Livros" num só Livro
A Bíblia é um livro de volume único, que reúne muitos assuntos diferentes. A cada um desses assuntos dá-se o nome de Livros. Exemplo: há um trecho da Bíblia que fala da saída do povo de Deus do Egito - Livro do Êxodo (a palavra Êxodo significa saída).
De onde é tirado o nome ou o título do livro: O nome é tirado de diversos lugares e de vários modos:
4 Assunto contido no Livro. Ex: Livro da Sabedoria;
4 Nome do autor do Livro. Ex: I Carta de São Pedro;
4 Nome da comunidade para a qual o Livro foi escrito. Ex: Carta aos Romanos;
4 Nome do personagem central em torno do Livro. Ex: Livro de Josué.
1.3.5 Bíblia, o Livro inspirado por Deus.
O principal Autor da Bíblia é DEUS. Os escritores sagrados (homens) registraram suas experiências de fé e de vida, inspirados por Deus. Antes desses Livros serem registrados - TRADIÇÃO ESCRITA - tais experiências eram passadas oralmente de geração em geração - TRADIÇÃO ORAL.
"Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para ensinar e para convencer, para corrigir
e para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras." (2 Tm 3, 16-17)".
Hagiógrafo: é aquele que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo. Quando falamos em Livros Inspirados, entendemos aqueles Livros que formam a Bíblia Sagrada. São os 73 Livros, reconhecidos oficialmente pela Igreja como tais. São chamados Livros Canônicos. Essa inspiração para escrever Livros da Bíblia já foi encerrada no tempo dos Apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum Livro.
Livros Apócrifos: São os Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos. São até piedosos e edificantes. Seus escritos estão misturados com lendas e muita imaginação. Não fazem parte dos Livros Canônicos.
1.3.6 Modo de falar dos hebreus
Precisamos ter bem claro que os escritores da Bíblia eram pessoas simples, diferentes dos gregos e latinos, que eram desenvolvidos na filosofia e usavam uma linguagem racional. O povo de Deus usava uma linguagem bem concreta, personificando seu pensamento.
Ex: "humanidade" = carne (Gn. 6, 12); Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza humana do homem, Adão se expressou com esta linguagem: (Gn 2,23) - "Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne da minha carne".
Quem não leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia, não vai entender a Palavra de Deus.
1.3.7 A palavra "irmão" e os hebraísmos
Os orientais gostavam muito de usar provérbios. Recorriam as hipérboles (expressões exageradas).
Ex: "É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus".( Mt. 19, 24).
Outra coisa que precisamos entender são os "HEBRAÍSMOS", ou seja, certas expressões próprias da língua hebraica que não tem tradução em outras línguas. Ex: alguém ama uma pessoa mais que a outra - ama uma pessoa e odeia a outra (Lc. 14, 26).
Precisamos notar também a palavra "IRMÃO". No hebraico não existem as palavras "primos, tio, tia, sobrinhos, etc." Qualquer parentesco usa-se a palavra Irmão.
Ex: Mt. 13, 55-56; Mt. 12, 48; Gn. 11, 27-28; Gn. 13, 8
1.3.8 Formas literárias da Bíblia
Para entendermos qualquer Livro da Bíblia, precisamos saber a que gênero literário pertence, ou seja, a forma de literatura usada para escrever. Forma literária é o conjunto de regras e expressões usadas para escrever tal tipo de Livro. Os gêneros literários que se encontram na Bíblia são os seguintes:
Tratados Religiosos: Com aparência de narração histórica, apresentam verdades religiosas. Não podem ser entendidos como história propriamente dita. Ex. Gn. 1 a 11.
História Popular: é quando mistura um pouco de história verdadeira com elementos de fantasia. Trata-se de um modo de ensinar a religião.
Histórias Descritivas: Possui uma finalidade religiosa, mas os personagens e os fatos são todos verdadeiros, documentados pela história.
Gênero Didático: São Livros que trazem instruções religiosas ou morais. Fazem recomendações e dão orientações de vida.
Gênero Profético: Apresentam a Palavra de Deus através dos profetas, que advertem, repreendem e encorajam o Povo de Israel diante da realidade em que vive.
Gênero Apocalíptico: São visões proféticas sobre a sorte do Povo de Deus.
Gênero Poético: Apresenta a Palavra de Deus à maneira de poesia, usando, portanto, de maior liberdade e recurso literário.
Gênero Jurídico: é a Palavra de Deus apresentada sob a forma de Lei. É um modo de escrever bem diferente daquele usado na poesia.
Gênero Epistolar: "Epistola" é uma palavra latina que significa carta. O gênero epistolar traz a Palavra de Deus à maneira de Cartas dirigidas a certas comunidades ou pessoas.
1.3.9 - O significado dos números na Bíblia
Na mentalidade dos povos antigos, os números tinham um sentido simbólico. Muitas vezes significavam qualidade e não quantidade. Os orientais não sabiam falar sem recorrer ao simbolismo dos números e dos provérbios. Assim, por exemplo, para dizer que uma pessoa era virtuosa e abençoada por Deus, a Bíblia diz que tal pessoa viveu uma grande soma de anos. Os números ímpares eram sempre mais perfeitos que os pares. Pelo fato de serem mais facilmente divisíveis, os números pares eram inferiores, pois davam a idéia de coisa fraca. Os números simbólicos mais freqüentes na Bíblia são: UM, TRÊS, SETE, DEZ e DOZE. O Dez e o Doze não são ímpares, mas tinham uma razão especial para entrar na lista dos números simbólicos.
4 UM: era o número perfeito por excelência, por ser o primeiro ou origem dos outros números.
4TRÊS: era número perfeito por ser o primeiro composto de ímpar, e por representar o triângulo, que era uma figura perfeita, com três faces iguais.
4 SETE: o mais significativo na linguagem bíblica. Começa por isto: Deus fez o mundo em sete dias (Gn. 1, 1-31; 2, 1-2). Indicava perfeição e totalidade.
Quando Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o irmão até sete vezes, o Senhor respondeu-lhe: - "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete" (Mt. 18,21-22). O perdão deve ser completo - infinitamente.
4 DEZ: entrou na lista dos números perfeitos, apesar de não ser ímpar, porque dez são os dedos das mãos. E essa era a maneira primitiva de se contar.
4 DOZE: era um número simbólico porque o ano divide-se em 12 meses. Indica plenitude e perfeição. As tribos de Israel eram doze (Gn 35, 22-26). Os Apóstolos eram doze (Mt 10,1-5). O número dos eleitos era 144 mil, sendo doze mil de cada uma das tribos de Israel (Ap.7,4-8).
1.3.10 Nome de Deus na Bíblia
Quando Jesus nasceu, foi-lhe dado um nome. Antes disso, não se encontra na Bíblia nenhum lugar onde se dê um nome a Deus. Mesmo quando Moisés perguntou a Deus qual era o Seu Nome, Deus não lhe disse qual o Seu Nome. Mas usou de expressão em lugar do nome. Para o Povo de Deus o nome não era apenas uma palavra externa com a qual chamamos alguém. O nome possuía um conteúdo interior. Deveria significar aquilo mesmo que a pessoa era no íntimo de seu ser. Daí a dificuldade de se chamar Deus por um nome. Quem poderia penetrar o íntimo divino?
Na Bíblia encontramos certas expressões que designavam a Pessoa Divina. Eis as mais conhecidas:
4 Elôhim: é o plural de "El"ð O SENHOR.
4 ADONAI: quer dizer MEU SENHOR ou MEU DEUS.
4 ELYON: significa a parte mais alta de um lugar. É usada para dizer O DEUS ALTÍSSIMO.
4 SADDAI: palavra que significa O TODO PODEROSO.
4 JAVÉ: (Jaheweh) quer dizer: EU SOU AQUELE QUE SOU.
4 Jeová: é uma tradução errada de "Yahweh".Os judeus tinham excesso de respeito com o nome de Deus. O segundo mandamento do Decálogo (10 mandamentos) não permitia que se pronunciasse o nome de Deus em vão. Então por medo de usar indevidamente um nome tão sagrado, os judeus passaram a escrever "Javé" somente com as quatro consoantes, sem as vogais. Então ficou YHWH. Mais tarde, colocaram as vogais da palavra Adonai e surgiu " Yehowah" ( Jeová ) em lugar de Yaheweh ( Javé ). Quer dizer DEUS.
1.3.11 Como estão agrupados os Livros na Bíblia

ANTIGO TESTAMENTO - 46 Livros
Pentateuco
Livros históricos
Livros sapienciais
Livros proféticos
1. Gênesis - Gn
1. Josué - Js
1. Jó - Jo
1. Isaias - Is
2. Êxodo - Ex
2. Juízes – Jz
2. Salmos - Sl
2. Jeremias - Jr
3. Levítico - Lv
3. Rute - Rt
3. Provérbios - Pr
3. Lamentações - Lm
4. Números - Nm
4. I Samuel - I Sm
4. Eclesiastes - Ecl
4. Baruc - Br
5.Deuteronômio - Dt
5. II Samuel - II Sm
5. Cânt. dos Cânticos - Ct
5. Ezequiel - Ez

6. I Reis - I Rs
6. Sabedoria - Sb
6. Daniel - Dn

7. II Reis - II Rs
7. Eclesiástico - Eclo
7. Oséias - Os

8. I Crônicas - I Cr

8. Joel - Jl

9. II Crônicas - II Cr

9. Amós - Am

10. Esdras - Esd

10. Abdias - Ab

11. Neemias - Ne

11. Jonas - Jn

12. Tobias - Tb

12. Miquéias - Mq

13. Judite - Jt

13. Naum - Na

14. Ester - Est

14. Habacuc - Hab

15. I Macabeus - I Mc

15. Sofonias - Sf

16. II Macabeus - II Mc

16. Ageu - Ag



17. Zacarias - Zc



18. Malaquias - Ml







NOVO TESTAMENTO - 27 Livros
Evangelhos
Escritos de Lucas
Cartas de São Paulo
Epístolas Católicas
Escritos de João
1. Mateus - Mt
1. Atos dos Apóstolos - At
1. Romanos - Rm
1. Tiago - Tg
1. Apocalipse - Ap
2. Marcos - Mc

2. I Coríntios - ICor
2. I Pedro - I Pd

3. Lucas - Lc

3. II Coríntios - II Cor
3. II Pedro - II Pd

4. João - Jo

4. Gálatas - Gl
4. I João - I Jo



5. Efésios - Ef
5. II João - II Jo



6. Filipenses - Fl
6. III João - III Jo



7. Colossenses - Cl
7. Judas - Jd



8. I Tessalonicenses - I Ts




9. II Tessalonicenses - II Ts




10. I Timóteo - I Tm




11. II Timóteo - II Tm




12. Tito - Tt




13. Filemôn - Fm




14. Hebreus - Hb













PENTATEUCO
É uma palavra grega que significa "cinco livros". O Pentateuco reúne os cinco primeiros livros da Bíblia. O Pentateuco era também chamado de Torá = Lei.
Gênesis: palavra grega que significa origem. Narra as origens do mundo e do homem e a formação do Povo de Deus e a história dos Patriarcas.
Êxodo: palavra latina, que significa saída. Trata da saída do Povo de Deus do Egito, a passagem pelo Mar Vermelho; fala dos Dez Mandamentos e a caminhada do Povo à Terra Prometida.
Levítico: Levi era um dos doze descendentes de Jacó. É um Livro que trata das leis sobre o culto divino.
Números: chama-se Números por causa dos recenseamentos e séries de números neles contidos. Narra a parte final da caminhada do Povo de Deus pelo deserto, do Sinai até a Terra de Canaã.Fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que ocupavam as fronteiras da Palestina ou Terra Prometida.
Deuteronômio: Deuteronômio quer dizer Segunda Lei. São Leis que deveriam ser obedecidas quando o Povo entrasse na Terra Prometida.
LIVROS HISTÓRICOS
Contam a história do Povo de Deus. Uma história feita de bênçãos e de castigos, mostrando sempre a fraqueza do homem e a misericórdia de Deus. Essa história tem como cenário a Palestina e os períodos de exílio nas terras pagãs.
Josué: Com a morte de Moisés, Josué conduz o Povo de Israel até Canaã. O Livro narra a conquista da Terra Prometida.
Juízes: Depois da morte de Josué até a Constituição do Reino, as Tribos de Israel eram invadidas por povos inimigos. Então certos líderes defendiam o povo. Tais chefes eram chamados de Juízes. Não se sabe quem escreveu este Livro.
Rute: Conta a história de Rute, que se casa com Booz. Rute é modelo de piedade e de fidelidade. Ela se torna bisavó do rei Davi. Rute era estrangeira – maobita – por isso é sinal de que a salvação de Deus se estende a todos os povos.
I Samuel: Foi o último Juiz de Israel. Foi também um grande Profeta. Consagrado a Deus desde a infância, foi educado pelo sacerdote Eli. Pelo ano de 1200 a.C Samuel unifica as Tribos de Israel para poder enfrentar os filisteus. Como chefe político e religioso, unge Saul como Rei de Israel.
II Samuel: O Livro de Samuel foi dividido em dois. Este segundo Livro narra o reinado de Davi.
I Reis: Conta a história dos israelitas depois da morte do rei Davi (970 a.C) até a destruição de Jerusalém e a deportação do Povo de Israel por Nabucodonosor, no ano 587 a.C.
II Reis: Este Livro narra a história dos reis de Israel e Judá, mostrando os desígnios de Deus.
I Crônicas: Também chamado de “Paralipômenos”, formavam uma só obra com os Livros de Neemias e de Esdras.
II Crônicas: Mostram o culto e a fidelidade do povo de Israel à Aliança.
Esdras: É a continuação do Livro das Crônicas. Supõe-se que o autor seja o mesmo. Conta a restauração religiosa de Israel em 538 a.C, quando Ciro, rei da Pérsia, autorizou a volta dos judeus para Jerusalém.
Neemias: Forma um só Livro com Esdras. Assim que os judeus regressaram a Jerusalém, começaram a reconstrução do Templo e do Muro de Jerusalém.
Tobias: Tobias é exemplo de um israelita justo. É um Livro que mostra a fé e a piedade deste jovem.
Judite: Mostra que a fé e a confiança em Deus são mais forte que um exército armado.Judite é a jovem israelita fiel a Lei. Ela defende seu povo, acreditando na bondade de Deus.
Ester: Forma uma unidade com o Livro de Judite. Ambos tem a mesma finalidade. A rainha Ester era esposa de Assuero, rei da Pérsia. E ela intercede e salva seu povo, os judeus estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados.
I Macabeus: Abrange um período de 40 anos. Conta a lutas empreendidas pelos Macabeus contra os generais sírios, em defesa de Jerusalém. “Macabeu” quer dizer “martelo”. Eram 5 irmãos, filhos do sacerdote Matatias.
II Macabeus: Foi escrito aproximadamente no ano 100 a.C. Mostra a crença na imortalidade da alma.
LIVROS SAPIENCIAIS
Falam da sabedoria dos homens e da experiência do amor de Deus na vida da comunidade. Estes Livros contêm orações, cânticos e poesias, escritos e vividos à luz da fé.
: Apresenta o problema do sofrimento num estilo poético. Esse Livro trata-se, provavelmente, de uma parábola.
Salmos: Salmos quer dizer “Louvores”. São poesias para serem cantadas. Ao todo são 150 salmos. Boa parte foi composta pelo rei Davi.
Provérbios: Parte deste Livro foi escrita pelo rei Salomão – filho do rei Davi. O autor fala de um Deus criador e justo, misericordioso e inefável.
Eclesiastes: Não se sabe ao certo quem o escreveu. Mostra a instabilidade e a insegurança da vida presente, mas também muitas coisas boas que vem de Deus.
Cântico dos Cânticos: Significa: “O canto por excelência” ou “O mais belo dos cânticos”. É um cântico de amor, bem no estilo oriental. Toma como exemplo o amor do esposo e da esposa, mas quer mostrar o amor de Deus com o seu Povo, com quem fez uma Aliança.
Sabedoria: Foi escrito por um judeu que morava no Egito. O nome do autor não se sabe. Fala da imortalidade da alma e do destino eterno do homem.
Eclesiástico: Conhecido também como “Sirac”. Foi escrito mais ou menos no ano 120 a.C. Mostra o valor estável da Lei de Deus.
LIVROS PROFÉTICOS
Profeta não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.
Isaías: É o maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20 anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos. É o profeta da Justiça.
Jeremias: Nasceu no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças. Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de Israel.
Lamentações: Composto nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações, lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no aniversário da destruição do Templo.
Baruc: O profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi secretário de Jeremias.
Ezequiel: Ezequiel quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus deportados para a Babilônia.
Daniel: O autor do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são perseguidos pelo rei.
Oséias: Exerceu seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.
Joel: Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do amor Divino. É chamado de Profeta Menor.
Amós: Era camponês, de alma simples e fervorosa.Pastor de ovelhas nas proximidades de Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.
Abdias: Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.
Jonas: O Livro deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.
Miquéias: Nasceu perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria em Belém. É chamado de Profeta Menor.
Naum: O profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo. Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de Profeta Menor.
Habacuc: Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É chamado de Profeta Menor.
Sofonias: Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina, anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta Menor.
Ageu: Exerceu seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer “aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.
Zacarias: É contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de Profeta Menor.
Malaquias: Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo. Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.
EVANGELHOS
O Evangelho é um só. Quando falamos em quatro Evangelhos, estamos nos referindo às quatro redações do mesmo Evangelho, feita por quatro Evangelistas diferentes e datas diversas. É neste sentido que podemos dizer Evangelho de São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João. Os três primeiros são mais semelhantes entre si. Narram quase sempre os mesmos fatos. Por isso, são chamados SINÓTICOS.
Os Evangelistas não pretendem escrever uma biografia de Jesus. Seu objetivo principal é provar que em Jesus, cumpriram-se todas as profecias a respeito do Messias. Por isso, a preocupação dos Evangelistas é mostrar a divindade de Jesus e a Sua missão divina. O conteúdo principal da pregação de Jesus é o “Reino de Deus”.

                                              
















Mateus (1)
Era do grupo dos Doze Apóstolos
 

Marcos (2)
Não era do grupo dos Doze Apóstolos
 






Caixa de texto: João (4)
Era do grupo dos Doze Apóstolos

Lucas (3)
Não era do grupo dos Doze Apóstolos
 

 










EVANGELHO - Boa Nova ou Boa Notícia.
Caixa de texto:  1. Mateus: é representado pela figura de um Homem, porque começou a escrever seu Evangelho dando a genealogia de Jesus. Mateus é um nome hebraico que significa “dom de Deus”. Mateus era cobrador de impostos em Cafarnaum, por isso se intitulava “Mateus o publicano”. Era também chamado Levi. Foi convidado pessoalmente por Jesus para ser discípulo. O Evangelho de Mateus é dirigido aos judeus convertidos e quer mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas. 

Caixa de texto:  2. Marcos: é representado pela figura de um Leão, porque começou a narração de seu Evangelho no deserto, onde mora a fera Era também chamado de João Marcos. Marcos era primo de Barnabé e discípulo de Pedro. Redigiu o Evangelho a partir das pregações de Pedro. Põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende mostrar a bondade do Senhor e a sua divindade. Seu Evangelho se dirige aos cristãos vindos do paganismo (gregos e romanos).
Caixa de texto:  3. Lucas: é representado pelo Touro, porque começa o Evangelho falando do templo, onde eram imolados os bois. Lucas nasceu em Antioquia da Síria, de família pagã. Converteu-se por volta do ano 40. Estudou Medicina. Não foi discípulo de Jesus, mas de Paulo. Lucas escreveu o Evangelho como historiador. Talvez pelo ano 67 d.C. Dirige seu Evangelho aos cristãos de origem pagã (gregos e romanos). O objetivo de seus escritos é o fortalecimento na fé. É o evangelista que mais fala do nascimento e da infância de Jesus. Dá destaque especial a misericórdia de Deus.


Caixa de texto:
4. João: é representado pela Águia, por causa do elevado estilo de seu Evangelho, que fala da Divindade e do Mistério Altíssimo do Filho de Deus. É filho de Zebedeu e Salomé. Era pescador do Mar da Galiléia, por onde Jesus passou e o chamou para ser Apóstolo, juntamente com Tiago, seu irmão. João era chamado o “discípulo amado”. Começou a seguir Jesus quando tinha 19 anos e foi testemunha de toda a missão do Senhor.Fala da “vida eterna” como realidade já presente na terra, na Pessoa de Jesus. João escreve aos cristãos.
ATOS DOS APÓSTOLOS
Conta como tiveram origem e como eram as primeiras comunidades da Igreja. Mostra as lutas e dificuldades da Igreja nos seus primeiros anos. Destaca, logo no início a pregação e o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição do Senhor. O Livro dos Atos é uma continuação do terceiro Evangelho (Lucas) As duas personagens de destaque no Livro dos Atos são os Apóstolos Pedro e Paulo. O livro dos Atos salienta a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Foi escrito entre os anos 70 a 80 d.C. Apresenta a experiência vivida pela Igreja primitiva, com aqueles quatros pontos fundamentais para a vida da Igreja:
Quérigma: é o primeiro anúncio do Evangelho ou chamado à conversão.
Catequese: educação na fé ou aprofundamento no conhecimento da Palavra de Deus.
Vida em Comunidade: experiência muito forte onde partilhavam os bens, a oração era em comum e a participação na Eucaristia.
Missão: Missão Apostólica – exercício do poder que os Apóstolos receberam de Jesus.
EPÍSTOLAS
São 21 as Cartas ou Epístolas. As 14 primeiras são chamadas Epístolas Paulinas; as 7 restantes, chamadas Epístolas Católicas.
EPÍSTOLAS PAULINAS:
Romanos: Carta que São Paulo escreveu a uma Comunidade Cristã de Roma, no ano de 57 d.C. Fala das conseqüências do pecado e que o homem é salvo pela fé em Jesus Cristo, por pura misericórdia de Deus.
I Coríntios: São Paulo escreveu de Éfeso aos cristãos da cidade de Corinto, no ano 55 d.C, para repreendê-los quanto aos abusos e disputas que surgiram na comunidade. Prega a humildade, inspirada na cruz de Jesus. Recomenda a caridade
II Coríntios: Seis meses depois São Paulo escreve a segunda carta. Manifesta suas tribulações e esperanças.
Gálatas: Escreveu nos anos 48 ou 56 d.C a uma comunidade da Galácia, para resolver problemas surgidos por causa dos judeus convertidos, que quiseram impor sua lei judaica aos cristãos vindos do paganismo.
Efésios: Escreveu quando estava preso em Roma, nos anos 61 a 63 d.C. Recomenda unidade dos cristãos.
Filipenses: Também estava preso. A carta tem um cunho muito pessoal. Manifesta alegria e afetividade.
Colossenses: Fala do mistério de Cristo e da Igreja e acrescenta uma série de conselhos morais aos cristãos que vivem uma vida nova em Jesus Cristo.
I Tessalonicenses: é a carta mais antiga que São Paulo escreveu. Foi por volta do ano 50 d.C. Fala da alegria que sente ao saber da felicidade deles e de poder contar com seu progresso espiritual.
II Tessalonicenses: Adverte os fiéis a respeito das falsas idéias sobre a volta gloriosa de Jesus.
I Timóteo: É uma carta dirigida aos bispos aos quais São Paulo dá normas de pastoral. Timóteo é seu discípulo e companheiro de viagem.
II Timóteo: Dá normas de vida para homens, mulheres, diáconos e Bispos. Fala também como devemos tratar as viúvas, os anciãos e os escravos.
Tito: Tito é um grego, colaborador de Paulo. Nesta carta orienta a respeito de como organizar as comunidades cristãs na ilha de Creta.
Filemôn: é uma carta curtinha. Dirigida a um cristão rico de Colossos, cujo escravo fugitivo tinha vindo procurar proteção junto a Paulo. Pede que perdoe o escravo arrependido e convertido ao cristianismo.
Hebreus: Talvez esta carta não tenha sido escrita por Paulo. As idéias são suas, mas o estilo é bem diferente. É dirigida aos judeus que receberam o batismo e sofrem por deixar o templo e a sinagoga.
EPÍSTOLAS CATÓLICAS (católica significa “universal”)
Tiago: Também chamado de “irmão do Senhor” é o Tiago Menor, filho de Alfeu. Foi bispo de Jerusalém. A carta tem a espiritualidade do Sermão da Montanha. Traz conselhos para a vida moral. Recomenda a prática da caridade, da justiça e da piedade.
I Pedro: Fala da alegria do cristão e da unidade de todos os batizados em Jesus Cristo. Dirigida aos cristãos que sofrem por causa da fé, esta carta lembra a importância da cruz de Cristo e exorta todos a uma vida de santidade.
II Pedro: O conteúdo é semelhante à Carta de Judas. Rejeita as doutrinas pregadas por falsos profetas de vida corrupta. É uma exortação à fidelidade a Cristo e ao amor de Deus, lembra a vinda de Jesus.
I João: As três cartas que seguem foram escritas pessoalmente pelo Apóstolo e Evangelista São João. Na primeira carta, João fala que Deus é Amor e Luz. Por isso, o cristão deve se comportar como filho da Luz, fugindo do pecado.
II João: Dirigida a uma comunidade da Ásia, é uma exortação a caminhar na verdade e no amor.
III João: Dirigi-se a um certo “Gaio”, a quem elogia suas virtudes.
Judas: Foi escrita, talvez em Jerusalém pelo ano 65 d.C. Ela põe os fiéis de alerta perante falsas doutrinas e falsos mestres.
APOCALIPSE
Significa “revelação” Trata-se de um Livro profético. Foi escrita às Sete Igrejas (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) da Ásia Menor, por volta do ano 100 d.C, por São João Evangelista, quando estava exilado na ilha de Patmos. Naquela época tais Igrejas passavam por dura provação – perseguição religiosa. Muitos cristãos sentiam-se desanimados e até desesperados. É para esses cristãos que João escreve o Apocalipse. Trata-se de uma mensagem sobrenatural, transmitida de maneira misteriosa e simbólica, por causa do clima de perseguição.
1.3.12 Como manusear a Bíblia?
Para manusear a Bíblia é necessário seguir alguns passos:
4  Saber o Nome ou o Título do Livro - ver se o Livro está no Antigo ou no Novo Testamento; (oriente-se pelo índice). No índice, verificar a abreviatura do Livro.
4  Número do Capítulo está sempre em tamanho grande, no início do capítulo do Livro.
4  Número do versículo está sempre em tamanho menor, espalhado pelo meio do texto.
4  Entre o número do capítulo e do versículo vai sempre uma vírgula.
4  Se o texto abranger mais de um versículo, então separa-se a seqüência dos versículos por um traço.
Ás vezes encontramos um “s” ou dois “ss” depois do versículo. Quer dizer “versículo seguinte” ou “versículos seguintes”.
Ás vezes encontramos um “a” ou um “b” após o versículo. Indicam se é a primeira ou a segunda parte do versículo. Isso acontece quando o versículo é formado por uma ou mais frases.








1.3.13 Qual a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia “protestante”
Existe uma diferença quanto ao número de Livros. O Novo Testamento da Bíblia evangélica e o nosso são iguais = 27 Livros. Mas o Antigo Testamento da Bíblia evangélica ou protestante não possui 7 Livros que fazem parte da Bíblia Católica.
A Bíblia dos evangélicos não possui o Livro de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I Macabeus e II Macabeus. Além disso, o Livro de Daniel na Bíblia protestante, não tem os capítulos 13 e 14, e os versículos 24 a 90 do capítulo 3. Não tem também os capítulos 11 a 16 de Ester.
Explicação:
Os judeus eram radicalmente nacionalistas. Por isso, achavam que Deus só poderia inspirar os Livros escritos na língua dos judeus, que era o hebraico e o aramaico. Achavam também que a Palavra de Deus só poderia ser escrita dentro do território de Israel, e até o tempo de Esdras. Quando os judeus começaram a ser espalhar pelo mundo, logo após a destruição de Jerusalém (ano 70 d.C), eles mesmos viram a necessidade de traduzir o Livro Sagrado para o grego, que era a língua mais universal daquela época. E, nessa tradução foram incluídos esses 7 Livros (que estavam escritos em grego). Foi daí que surgiram as discussões. Os fariseus que zelavam pela pureza e conservação das escrituras Sagradas não quiseram aceitar esses 7 Livros como inspirados por Deus. Isso não quer dizer que tanto uma como a outra não são verdadeiras. Todas as duas são Palavra de Deus.
1.3.14 Partidos Políticos na época de Jesus.
4Saduceus: Eram grandes proprietários de terra, membros da elite sacerdotal, controlavam o sinédrio e o templo de Jerusalém e cultuavam a Tora.
4 Escribas: Eram intérpretes da Lei (Sagradas Escrituras). Eram os “doutores” que atuavam nas escolas rabínicas.
4 Fariseus: Várias camadas sociais. Eram minuciosos nas regras de pureza (“separação”). Foram criticados por Jesus e acreditavam na imortalidade da alma.
4 Zelotas: Eram dissidentes dos fariseus, pretendiam expulsar os dominadores com armas. Foram zelotas: Simão, Judas Iscariotes.
4 Essênios: Puritanos viviam em comunidades fechadas (QUWRAM), perto do Mar Morto. Praticavam o celibato e viviam de muito trabalho. Aguardavam a vinda do Messias.

1.4 Prática Semanal:

Leitura: Ex 12,1-28

1.                O que significa o ritual da Páscoa Judaica e como era celebrado?
2.                Qual o significado da Páscoa após a vinda de Cristo?
3.                Explique o que é Semana Santa?
4.                Qual o significado da Quaresma?
5.                Qual o significado da Campanha da Fraternidade?
6.                O que é a Bíblia
7.                Quantos livros a Bíblia possui?
8.                Qual a diferença entre a bíblia católica e a protestante?
9.                Quem escreveu a Bíblia?
10. Quem é o seu autor?
11. No que foi escrito a bíblia?
12. Qual o significado dos números?


2- A consciência Moral e os Mandamentos da Lei de Deus

Os Mandamentos da Lei de Deus são como instruções, sinais que Deus coloca em nosso caminho, isto é, na nossa vida. Foi por amor que Deus ajudou Moisés a organizar aquele povo escravo que estava no Egito, para libertar-se da escravidão do Faraó.
Deus ajudou aquele povo a descobrir dez sinais ou MANDAMENTOS que orientariam sua caminhada. Então, os DEZ MANDAMENTOS foi a ALIANÇA que Deus fez com o seu povo para caminhar com Ele. Aliança quer dizer promessa de verdade! "Eis a Aliança: Eu serei o teu Deus e tu serás o meu povo" Ex6, 7.
Estes Mandamentos orientam o povo na caminhada para a libertação, isto é, evitar o pecado, e viver a fidelidade a Deus.
Às vezes ouvimos que os Mandamentos tira a liberdade de viver. Ser livre não é fazer o que se quer, mas descobrir o é que bom para mim é descobrir àquele caminho que nos torna mais pessoa, isto é, praticar boas ações, cumprir com nossos deveres, etc.
Os dez Mandamentos:
Os 3 (três) primeiros Mandamentos nos ajudam a descobrir a encontrar o Verdadeiro Deus, e os outros 7 (sete) ajudam na organização do mundo e a vida do Povo, conforme a vontade de Deus.

2.1 Mandamentos:


1° - Amar a Deus sobre todas as coisas - Ex20, 1 -6.
Quer dizer acreditar no Deus único e verdadeiro sem deíxar-se enganar pêlos ídolos, ídolo é tudo aquilo que nos atrapalha de amar o Deus Verdadeiro de todo o coração. É por isso que não podemos acreditar em religiões falsas que faziam mal dos outros e enganam as pessoas, superstições, objetos que dão sorte (dar exemplo). Este Mandamento também nos ensina que não podemos dar às coisas poderes que só Deus tem. Por exemplo: horóscopo, leitura de mão. Vocês sabiam que tem pessoas que usam pirâmide para dar sorte? Usam ferradura atrás das portas'? Fazendo isto, as pessoas estão colocando estas coisas acima de Deus.
Adorar imagens - Este preceito se refere a Deus criador. Nenhum ser animal, vegetal ou mineral tem o poder de Deus Ex25, 18-22; Nm21, 4-9; Jo3, 13-15 (explicar os textos). Portanto o culto católico de imagens não é contrário ao 1° Mandamento, não adoramos imagens, veneramos aqueles que nos serviram de exemplo. A imagem é um meio visual e eficaz para catequizar.
A veneração a Maria Santíssima se chama hiperdulia e aos santos dulia. A veneração a imagens foi liberada pela Igreja devido ao entendimento: "O Filho de Deus se fez imagem do Pai" Jo14-8-9.
Para nós cristãos, amar a Deus significa também seguir seu Filho Jesus Cristo e viver o que ele nos ensinou nos Evangelhos.

2° - Não tomar o seu Santo Nome em vão - Ex20, 7.
Este Mandamento nos lembra que não podemos usar o poder do nome de Deus e de nossa religião, os Santos, Nossa Senhora para prejudicar os outros, culpar Deus pelas coisas erradas que vemos, jurar em nome de Deus. Quem já viu alguém falar assim: "juro por Deus". Pois bem, não podemos fazer isto.
Quem já viu nas notas do dinheiro "Deus seja louvado"? Pois é, está muito errado. Isto é usar o nome de Deus sem necessidade.

3° - Guardar o domingo e festas de preceito - Ex20, 8.
Guardar ou santificar o domingo e dias de festas quer dizer usar este dia livre de trabalho para participar da missa ou do culto na comunidade. Juntos louvamos e agradecemos a Deus porque Ele nos ama e nos conserva a vida. Devemos também aproveitar este dia para recordar os encontros da catequese e conversar com a família. A diversão deverá ser sadia (cuidado com filmes, revistas, etc.).
A participação da Santa Missa é muito importante, pois ela aumenta em nós o amor a Deus. Na Missa reconhecemos que Deus é Deus e que nós somos os seus filhos. A Missa é o que existe de mais agradável e valioso que ofertamos a Deus.
Notamos que no AT era o sábado santificado, por que hoje nós santificamos e guardamos o domingo? Por que foi no domingo que aconteceu o maior acontecimento de toda a nossa história. A Ressurreição de Jesus.

4° - Honrar Pai e Mãe - Ex 20,12
Honrar Pai e Mãe significa amar e respeitar em todos os momentos da nossa vida. Este mandamento nos lembra a obrigação que todos os filhos têm de cuidar bem dos pais quando ficarem velhos ou doentes.  Devemos obedecer aos nossos pais em tudo.
Este mandamento nos lembra também as nossas obrigações para com os mais velhos, principalmente os superiores, por exemplo: o padre, os nossos avós, os professores, as catequistas. Este mandamento nos lembra também como devemos cuidar de nossos empregados e os deveres dos empregados para com os   patrões. É bom lembrar também  que  este mandamento diz respeito ao comportamento dos pais em relação aos filhos: amá-los e respeitá-los em tudo.

5° -Não Matar - Ex 20,13
Este Mandamento nos diz respeito à vida. A vida humana pertence a Deus, pois somente Ele é o autor da vida. Por isso, ninguém pode matar outra pessoa. Mas o que matar? É só tirando a vida? Não! Às vezes falamos mal dos outros. Vocês sabiam que isso é matar? Devemos também evitar lugares perigosos. Devemos ter cuidado com a nossa saúde, não usar drogas, fumar, fazer uso de bebidas alcoólicas. Temos que cuidar da saúde tomando os remédios necessários. Às pessoas que trabalham para nós, temos que pagar salário justo. Usar métodos anticoncepcionais não aprovados pela Igreja, (pílula, diu, diafragma, ligadura de trombas e vasectomia, ou seja, a Igreja tolera somente o método natural para evitar a procriação). É bom ressaltar que o pecado é do casal.

6 ° - Não pecar contra a castidade - Ex 20,14
Este mandamento nos diz mais a respeito do cuidado que devemos ter para com o nosso corpo e comportamento sexual. O que é isto? É o relacionamento íntimo que é permitido às pessoas casadas. Deus não fez o homem e a mulher para ficarem sozinhos. Por isso, é natural que o homem e a mulher gostem de ficar juntos. Eles precisam um do outro para formar uma família.
Mas a união entre o homem e a mulher é realizada somente peio Sacramento do Matrimônio, relacionamento de homem e mulher sem serem casados é pecado contra castidade, isto é, contra a pureza do corpo. Isso é muito errado. Devem ter cuidado de não falar palavrão, não andar com roupas apertadas ou curtas demais. Olhar ou ler revistas que tem cenas de homens e mulheres nus. Não devemos emprestar estas coisas aos outros. Casar somente por interesse financeiro é pecado grave. O homossexualismo masculino e feminino também é pecar contra a castidade. Castidade quer dizer pureza. Ser casto é ser fiel ao seu estado de vida, isto é, se é casado, viver como casado fiel ao seu cônjuge, se é solteiro, viver como solteiro.

7° - Não furtar, isto é, roubar - Ex 20,15.
Este mandamento nos convida a respeitar as coisas dos outros. Todos devem trabalhar para conseguirem suas coisas. Vocês sabiam que tem várias maneiras de roubar? Quem não paga o salário justo para as pessoas. Os comerciantes que rouba no peso, vocês sabiam disso? Dá troco errado. Aumentar o preço das coisas. O empregado que não faz o trabalho direito, passa o dia enrolando no trabalho. Quem estraga as coisas que pertencem a todos, por exemplo: quebrar orelhão, jogar lixo na rua.

8° - Não levantar falso testemunho - Ex 20,16
Este mandamento nos proíbe de caluniar, isto é, falar mentiras sérias que prejudicam a vida das pessoas e da comunidade. Inventar mentira para tirar proveito é pecado muito grave.

9° - Não desejar a mulher do próximo - Ex 20,14
Se um homem e uma mulher estão comprometidos entre si e com os filhos, não podem abandonar a família para juntar-se com outra pessoa. Por isso, é muito importante amar de verdade e escolher bem o seu esposo ou esposa com que vai se casar para evitar depois a separação e o divórcio. Este mandamento pede aos pais e mães que se respeitem e se amem. Casamento é coisa muito séria. Desejar viver com outro homem ou com outra mulher é pecar contra este mandamento e contra o 6° mandamento.

10° - Não cobiçaras coisas alheias, isto é, as coisas que pertencem a outros - Ex 20,17
Cobiçar é ter o desejo de possuir as coisas dos outros. Cobiçar as coisas que se vêem nos comerciais da TV, mesmo sem ter necessidade. Podemos satisfazer os nossos desejos de possuir as coisas quando ele puder se realizar, sem cometer injustiças ou desonestidade com outras pessoas. Por exemplo: querer comprar uma televisão do seu amigo por um preço menor.
Os Mandamentos da Lei de Deus são como sinais que Deus coloca em nosso caminho e nos ajudam a viver como filhos de Deus.
Os mandamentos da Lei de Deus nos mostram a imagem que deve ser o homem segundo o coração de Deus.
Os mandamentos são sabedoria e felicidade de Deus prometida aos homens.

2.2 Prática Semanal:

1.    O que são Mandamentos?
2.    Quantos e quais são os mandamentos?








A verdade sobre Jesus Cristo


3- A vida de Jesus Cristo

3.1 Deus
Em toda a história da humanidade o homem não cessa de buscar a Deus. Esta busca se dá através das orações, sacrifícios, cultos, meditações, ações, entre outras formas. Mas como podemos conhecer a Deus, se nunca O vimos?  Podemos conhecer a Deus mediante Suas obras e mediante a nossa Fé. A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Como podemos falar de Deus? Nosso conhecimento de Deus é tão limitado, como também é limitada nossa linguagem sobre Deus. Só podemos falar de Deus através das criaturas vivas ou dos recursos naturais que conhecemos, e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e pensar. De qualquer forma, temos que nos lembrar e ter sempre conosco, dentro de nossos corações, que todas as criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus. O homem guarda características tão dignas como a verdade, a bondade, a beleza, a caridade, o amor...Tais características não podem ter outro autor senão o Todo Poderoso. Todas estas características contemplam, portanto, o Seu Autor. Assim como uma obra de arte reflete sempre, de alguma forma, o seu autor, também nos devemos refletir nosso Criador. "Sem o Criador a criatura se esvai".
Como entender Deus Criador?
Deus criou o mundo segundo Sua sabedoria. O mundo procede da vontade livre de Deus que quis fazer as criaturas participarem do Seu Ser, da Sua sabedoria e da sua bondade. Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria preexistente? Quando se dá um material a um artesão, ele faz do material tudo o que quiser e souber. Se este fato confere a este artesão um lado criador, tanto mais será nada para criar tudo o que Sua Vontade e Sabedoria desejam. Deus parte do Nada e cria o mundo, dentro dele, o homem.Uma vez que Deus pôde criar do nada, pode, através do Espírito Santo, dar vida da alma aos homens, com o objetivo de mantê-los sempre junto Dele, mas ao mesmo tempo, deixando o homem livre para escolher essa união. Já que pela sua palavra pôde fazer resplandecer a luz a partir das trevas, pode também dar a luz da fé àqueles que a desconhecem. Dessa forma, a criação é uma obra querida por Deus como um dom que foi dirigido ao homem; como uma herança que lhe é destinada e confiada. Entretanto, Deus transcende a criação, pois é infinitamente maior que todas as Suas obras. Por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que existe, Ele está presente no mais intimo das suas criaturas. Segundo as sábias e inspiradas palavras de Santo Agostinho: "Ele é maior do que aquilo que há de maior em mim e mais íntimo do que aquilo que há de mais intimo em mim". Deus mantém e sustenta a criação, pois não abandona a sua criatura a ela mesma. Não somente lhe dá o ser e a existência, mas também a sustenta a todo instante e lhe dá o livre-arbítrio. Reconhecer esta dependência completa em relação ao Criador é uma fonte de sabedoria e liberdade, de alegria e confiança. Os estudos sobre Deus (assuntos da Teologia) são elaborados considerando Deus na Unidade da Natureza e na Trindade das Pessoas. Na Unidade da Natureza, o estudo de Deus é dividido em três partes: a Existência, a Essência e os Atributos. Cada uma destas características existem em Deus ao mesmo tempo e só foram separadas para serem melhor explicadas e compreendidas.
3.1.1 A Existência
É um artigo de fé e nos abre uma dupla possibilidade de conhecer a Deus: Uma forma natural e uma forma sobrenatural.
4 Forma Natural: "Encontra-se Deus por meio da reflexão do mundo e em nós mesmos" (São Paulo).
Uma das maiores comprovações sobre a Existência de Deus é a tendência dos homens pela busca da felicidade. Em cada homem esta necessidade não pode ser satisfeita apenas pelo mundo e pelo seus bens. Portanto, segundo Santo Agostinho, é preciso que haja um bem eterno capaz de satisfazê-la e este bem é Deus.
O conhecimento de Deus pela forma natural baseia-se pelo fato de que como não vemos a Deus, O conhecemos por meio de comparações devido às suas obras, pois não encontramos na Terra a essência de Deus, mas sim suas obras. É através de suas criações que conhecemos que Deus existe, como sua causa.
4 Forma Sobrenatural: "Deus é para nós que cremos um 'Deus desconhecido' ainda que à luz da fé o conheçam muito melhor do que à luz da razão" (Santo Tomaz de Aquino).
Segundo esta forma de conhecimento, crê-se em Deus em virtude de uma revelação sobrenatural que é dada por meio da fé. A comunicação de Deus conosco e sua manifestação dá-se por meio das graças.
3.1.2 A Essência
Estuda o ser de Deus, sendo que a Existência e a Essência são inseparáveis em Deus. A essência de Deus é compreendida através da revelação, onde Deus se revela e se dá conhecer aos homens.
3.1.3 Os Atributos
São as características através das quais podemos conhecer a Deus e distingui-lo das criaturas. São todas as perfeições existentes em Deus, como por exemplo:
4 Deus é UNO: a unidade de Deus é um dogma da Igreja. É entendido como uma unidade do indivíduo levando ao monoteísmo. Este atributo foi mencionado em várias passagens: "Vede que sou Eu somente e não há outro Deus exceto Eu". (Dt 32, 39) "Houve Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus". (Mc 12, 29)
4 Deus é SIMPLES (PURO): em Deus nada se acrescenta ou se tira. A simplicidade de Deus é entendida como um Deus livre de qualquer multiplicidade e dispersões próprias das outras criaturas. É Deus em sua puríssima espiritualidade. Como exemplo, podemos citar uma passagem onde Jesus atribui a Deus uma figura humana ao chamado PAI e ao mesmo tempo lhe atribui estado e morada acima de tudo o que é material.
4 Deus é IMUTÁVEL: Deus foi, é, sempre será o mesmo, com sua perfeição e seu amor sem limites. Segundo Santo Tomaz de Aquino: "Só Deus é".
4 Deus é ETERNO: Deus não teve início e não terá fim. "O Senhor é um Deus Eterno que criou os extremos da Terra e que não se cansa nem se esgota". (Is 40, 28
4 Deus é ONIPRESENTE: a onipresença de Deus nos oferece a possibilidade de nos unirmos espiritualmente a Ele em qualquer tempo e condição e em qualquer lugar. Deus está sempre conosco. Entretanto, de que serve Deus estar perto de nós se nós estivermos longe Dele? Por isso em sua Bondade Infinita ele nos dá sua Onipresença e nós, com nossa Fé, podemos encontrá-lo sempre que quisermos.
4 Deus é ONISCIENTE: Deus tudo sabe. A revelação é a maior prova da onisciência de Deus.
4 Deus é ONIPOTENTE: Deus tudo pode. Algumas passagens revelam com exatidão esse atributo de Deus: "Para os homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível". (Mt 19, 25-26) "Pai, tudo Te é possível". (Mt 14, 36)
Quem não se sente pasmo, surpreso, arrebatado, maravilhado, com a observação de um céu estrelado e da imensidão do universo?
 Tais coisas nada mais são da que frutos da Onipotência Divina. Quem deu a vida a estes corpos celestes?
 Às propriedades e forças?
Quem lhes indicou o caminho e a finalidade?
Baseando-se apenas nessa observação, como se pode recusar inserir-se na harmonia desejada pelo Todo-Poderoso?
Caixa de texto:  3.2 Jesus Cristo
Jesus significa Deus Salva. Jesus nasceu em Belém, na Judéia, no ano 1 de nossa era. Sua mãe é Maria e seu pai adotivo José. Seus avós maternos foram Joaquim e Ana.
A palavra Cristo do latim Christus ou Christos é semelhante à palavra Messias (em hebraico), que significa Ungido. Portanto, Cristo significa Ungido do Senhor, aquele que recebeu a Unção com óleo. O derrame com óleo sobre a cabeça de alguém significava a consagração de um homem por Deus, como profeta, sacerdote e rei. A vida de Jesus, seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas nos Evangelhos (Evangelho vem do grego Evangelion e significa boa nova, boas notícias). É como foi chamada a mensagem de salvação e de redenção que Jesus trouxe ao mundo.
3.2.1 O estilo do ensinamento de Jesus
Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isto exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus sem sombra de dúvidas, dominava ambos talentos.
As parábolas cheias de vida tirada da natureza ou essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes para pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações.
3.2.2 Os principais ensinamentos
Dentro dos ensinamentos propostos por Jesus, existem dois temas predominantes: A Verdade e Realidade e A Compreensão da Pessoa de Jesus.
A Verdade e Realidade: A Realidade que Jesus veio proclamar tem sido traduzida em Reino; Jesus proclamou o Reino de Deus ou o Reino dos Céus. Não apenas proclamou, mas o inaugurou quando deixou claro que "Um novo estado de coisas nasceu para o ser-humano". Muitas foram às parábolas contadas sobre o Reino de Deus; dentre elas Jesus disse: "O Reino dos Céus é como um mercador em busca de pérolas finas que, encontrando uma de grande valor, vai e vende tudo o que tem e a compra".
"O Reino de Deus não vem como sinais que possam ser observados, nem se poderá dizer: 'Eis o Reino aqui' ou 'Lá está o Reino', pois o Reino de Deus está no meio de vocês".
Com este tema, Jesus deixa evidente que temos que estar bem conosco mesmos com nossos irmãos e com Deus, pois senão não podemos viver no Reino dos Céus.
A Pessoa de Jesus: Jesus referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem. Essa expressão pode apresentar várias interpretações, mas pode ser compreendida como sendo uma intervenção pessoal de Deus nos assuntos humanos, não tanto através da figura de um mensageiro, mas sim como a do inaugurador de um estado de coisas entre os homens em que o Reino de Deus está efetivamente presente. Uma das passagens em que Jesus se refere ao Filho do Homem: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos".

3.2.3 Seguir Jesus: o preço
Os Evangelhos contém relatos de um período no qual Jesus passou no deserto em solidão voluntária e onde ele enfrentou e resistiu a diversas tentações. Se o próprio Filho de Deus sofreu tentações quanto mais nós as sofremos!
Entretanto, as tentações de Jesus podem ser vistas por nós como meios fáceis e mesquinhos de se estabelecer o Reino. Quando Jesus reconheceu as tentações como tal, ele viu-se face a face com o único caminho, o da entrega total, sem qualquer recompensa ou retorno: o caminho do Amor puro e sem sentimentalismo.
Jesus não oferecia nenhum atrativo fácil. O preço para ser seu discípulo não haveria de ser alto nem baixo, mas absoluto. Ele usou vários meios para transmitir esse fato simples: usou poemas, parábolas e falou diretamente aos seus discípulos, especificando qual seria o preço para si e, conseqüentemente, para eles.
Jesus era às vezes popular ou não. As autoridades de modo geral desconfiavam dele e o temiam. O povo de Israel não acreditou que Ele era de fato o Messias Prometido, pois esperava alguém glorioso e poderoso politicamente para libertá-los dos romanos; queriam um Messias que lhes desse uma nação livre e poderosa.
Por outro lado; Jesus era movido pelo amor e pela vontade de Deus. O amor exigia uma reação amorosa aos sofrimentos do povo e Jesus com seu poder de cura era clamorosamente ansiado, requisitado. Ele curava porque o amor exigia e pedia aos que curava para agradecerem a Deus e ficarem em silêncio.
Então, seguir Jesus é uma opção e a livre entrega de si é a única expressão de amor que existe; Jesus nos quer por inteiro, sem restrições, sem senão, sem porém. Algumas de suas palavras mostram as atitudes esperadas de um seguidor de Cristo:
 "Se alguém esbofeteia sua face direita, volta-lhe também à esquerda; se alguém quer litigar com você para tirar-lhe a túnica, deixe-lhe também a camisa; se alguém o forçar a caminhar uma milha, ande com ele duas".
"Amem aos seus inimigos; façam o bem a quem os odeia; abençoem os que os maldizem; orem pelos que os injuriam".
"Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim".
Finalmente, analisando a vida de Jesus, constata-se que sua idéia-força, ou seja, o motivo de sua existência era a realização da vontade do Pai. As primeiras palavras de Jesus relatadas no Evangelho quando ele tinha doze anos e estava com os Doutores da Lei foram: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" (Lc 2, 49).
Jesus foi o homem mais autêntico e mais realizado que existiu sobre a face da Terra que fez a vontade do Pai e, portanto fez exatamente o que deveria fazer.



















3.3 Santíssima Trindade

Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito     Santo.
 Pai que é Deus, que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho.

 Filho que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e as principais provas são:
O próprio Jesus diz-se Deus (Jo 10, 30  ; Jo   14, 7 e Lc 22, 67-70). Os milagres eram feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.
Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.
Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi a descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.
3.3.1 O Dogma da Santíssima Trindade
A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.
Resumindo, o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
Pela graça do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos testemunho dela e levá-la por toda à parte.

3.4 Prática Semanal:

1.    Porque Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens?
2.    Jesus Cristo possui quantas naturezas?
3.    Para reflexão: Realize a leitura de Lc 19,1-10 e responda:
3.1 Como era Zaqueu antes do encontro com Jesus?
3.2 O que fez com que zaqueu mudasse de vida?
3.3 De que jeito Jesus libertou Zaqueu?
3.4 Jesus é o libertador enviado por Deus. Que libertação é essa?
4.    Qual o preço de seguir Jesus? Você está preparado para este seguimento?
5.    O que é a Santíssima Trindade?
6.    Qual o dogma da santíssima trindade?

4- Morte e Ressurreição de Jesus Cristo
4.1 "Creio na ressurreição da carne"
§988 O Credo cristão - profissão de nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e em sua ação criadora, salvadora e santificadora - culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna.
§989 Cremos firmemente - e assim esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade:
Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dar vida também aos vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós (Rm 8,11).
§990 O termo "carne" designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11) readquirirão vida.
§991 Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. "Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus - A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos":
Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação é vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
§992 A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição corporal dos mortos foi-se impondo corno uma conseqüência intrínseca da fé em um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo. O criador do céu e da terra é também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. E nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na reação. Nas provações, os mártires Macabeus confessam:
O Rei do mundo nos fará ressurgir para uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis (2Mc 7,9). É desejável passar para a outra vida pelas mãos dos homens, tendo da parte de Deus as esperanças de ser um dia ressuscitado por Ele (2Mc 7,14).
§993 Os fariseus e muitos outros contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza. Aos saduceus que a negam, ele responde: "Não é por isto que errais, desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de Deus?" (Mc 12,24). A fé na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que "que não é um Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mc 12, 27).
§994 Mais ainda: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos, anunciando com isso sua própria ressurreição, que no entanto será de outra ordem. Deste acontecimento único Ele fala como do "sinal de Jonas", do sinal do templo: anuncia sua ressurreição, que ocorrerá no terceiro dia depois de ser entregue à morte.
§995 Ser testemunha de Cristo é ser "testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41). A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.
§996 Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne." Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
§997 Que é "ressuscitar"? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
§998 Quem ressuscitará ? Todos os homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).
§999 De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele" ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo será "transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo espiritual" (1Cor 15, 44):
Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor 15,35-37.42.52-53).
§1000 Este "corno" ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé. Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo por Cristo:
Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição.
§1001 Quando? Definitivamente "no último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).
§1002 Se é verdade que Cristo nos ressuscitará "no último dia", também que, de certo modo, já ressuscitamos com Cristo. Pois, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já agora na terra, uma participação na morte e na ressurreição de Cristo:
Fostes sepultados com Ele no Batismo, também com Ele ressuscitastes, pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. (...) Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus (Cl 2,12;3,1).
§1003 Unidos a Cristo pelo Batismo, os crentes já participam realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece "escondida com Cristo em Deus" (Cl 3,3). "Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus, em Cristo Jesus" (Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos "manifestados com Ele cheios de glória" (Cl 3,3).
§1004 Enquanto aguardam esse dia, o corpo e a alma do crente participam desde já da dignidade de ser "de Cristo"; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo, mas também para com o de outrem, particularmente quando este sofre:
O corpo é para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós por seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (...) Não pertenceis a vós mesmos. (...) Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo (1Cor 6,5.19-20).
§1005 Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso "deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor" (2 Cor 5,8). Nesta "partida" que é a morte, a alma é separada do corpo. Ela será reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos
§1006 "É diante da morte que o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto." Em certo sentido, a morte corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição.
§1007 A morte é o termo da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida. Este aspecto da morte marca nossas vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade serve também para recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida:
Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (...) antes que o pó volte à terra donde veio, e o sopro volte a Deus, que o concedeu (Ecl 12,1.7).
§1008 A morte é conseqüência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como conseqüência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado", é assim "o último inimigo" do homem a ser vencido (1 Cor 15,26).
§1009 A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus sofreu também Ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.
§1010 Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. "Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro" (Fl 1,21). "Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos" (2Tm 1,11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente "morto com Cristo", para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este "morrer com Cristo" e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor:
É bom para mim morrer em ("eis") Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (...) Deixai-me receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem.
§1011 Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: "O meu desejo é partir e ir estar com Cristo" (Fl 1,23); e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo:
Meu desejo terrestre foi crucificado; (...) há em mim uma água viva que murmura e que diz dentro de mim: "Vem para o Pai".
Quero ver a Deus, e para vê-lo é preciso morrer.
Eu não morro, entro na vida.
§1012 A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja:
Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível
§1013 A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação" depois da morte.
4.2 Alma e corpo na ressurreição final
§366 A Igreja ensina que cada alma espiritual é diretamente criada por Deus - não é "produzida" pelos pais - e é imortal: ela não perece quando da separação do corpo na morte e se unirá novamente ao corpo na ressurreição final.
4.3 Cremação e fé na ressurreição dos corpos
§2301 A autópsia de cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou de pesquisa científica. A doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória.
A Igreja permite a cremação, se esta não manifestar uma posição contrária à fé na ressurreição dos corpos.
4.4 Eucaristia força de ressurreição
§1524 O viático, último sacramento do cristão Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado e importância particulares. E semente de vida eterna e poder de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai.
4.5 Fé na ressurreição dos mortos - elemento essencial na fé cristã
§991 Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. "Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus - A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos":
Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação é vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
4.6 Modos de ressurreição dos mortos
§999 De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele" ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo será "transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo espiritual" (1Cor 15, 44):
Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor 15,35-37.42.52-53).
§1000 Este "corno" ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé. Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo por Cristo:
Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição.
4.7 Oposições e incompreensões relativas à fé na ressurreição dos mortos
§996 Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne." Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
4.8 Razões e fundamentos da fé na ressurreição dos mortos
§993 Os fariseus e muitos outros contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza. Aos saduceus que a negam, ele responde: "Não é por isto que errais, desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de Deus?" (Mc 12,24). A fé na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que "que não é um Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mc 12, 27).
§994 Mais ainda: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos, anunciando com isso sua própria ressurreição, que no entanto será de outra ordem. Deste acontecimento único Ele fala como do "sinal de Jonas", do sinal do templo: anuncia sua ressurreição, que ocorrerá no terceiro dia depois de ser entregue à morte.
§995 Ser testemunha de Cristo é ser "testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41). A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.
4.9 Ressurreição de todos os mortos
§998 Quem ressuscitará ? Todos os homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).
4.10 Ressurreição dos mortos obra da santíssima Trindade
§989 Cremos firmemente - e assim esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade:
Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dar vida também aos vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós (Rm 8,11).
4.11 Revelação progressiva da ressurreição dos mortos
§992 A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição c corporal dos mortos foi-se impondo corno uma conseqüência intrínseca da fé em um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo. O criador do céu e da terra é também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. E nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na reação. Nas provações, os mártires Macabeus confessam:
O Rei do mundo nos fará ressurgir para uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis (2Mc 7,9). É desejável passar para a outra vida pelas mãos dos homens, tendo da parte de Deus as esperanças de ser um dia ressuscitado por Ele (2Mc 7,14).
4.12 Significação de ressurgir
§997 Que é "ressuscitar"? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
4.13 Significação de ressurreição da carne
§990 O termo "carne" designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11) readquirirão vida.
4.14 Tempo da ressurreição dos mortos
§1001 Quando? Definitivamente "no último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).
§1038 A ressurreição de todos os mortos, "dos justos e dos injustos" (At 24,15), antecederá o Juízo Final. Este será "a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,28-29). Então Cristo "virá em sua glória, e todos os anjos com Ele. (...) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e por as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. (...) E irão estes para o castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna" (Mt 25,31-33.46).
4.15 Transfiguração de Cristo sinal da ressurreição do homem
§556 No limiar da vida pública, o Batismo; no limiar da Páscoa, a Transfiguração. Pelo Batismo de Jesus "declaratum fuit mysterium primae regenerationis - foi manifestado o mistério da primeira regeneração": o nosso Batismo; a Transfiguração "est sacramentum secundae regenerationis - é o sacramento da segunda regeneração": a nossa própria ressurreição. Desde já participamos da Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos do Corpo de Cristo A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo, "que transfigurar nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso" (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também "que é preciso passarmos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus" (At 14,22):
Pedro ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a montanha. Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas Sofrer?
 4.16 Prática Semanal:

1.    O que representa a ressurreição de Jesus Cristo para nós?
2.    O que é “ressuscitar”?
3.    Para reflexão: Ler Lc 24,13-25
Os dois homens voltavam para suas casas, sem esperanças, na “fossa”. O que fez mudar a vida deles?
E, hoje, onde encontramos o Cristo Ressuscitado, que libertou e dá esperanças?
Houve algum momento na sua vida , em que você experimentou, mais de perto a presença de Cristo? Conte:


5- A promessa do Dom do Espírito Santo: Pentecostes e o nascimento da Igreja
5.1 Pentecostes: dia da efusão do Espírito Santo
§696 O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha" (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca. João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias" (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá "Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas "que se diriam de fogo" o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo Não extingais o Espírito" (1Ts 5,19).
§731 No dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito.
§1287 Ora, esta plenitude do Espírito não devia ser apenas a do Messias; devia ser comunicada a todo o povo messiânico. Por várias vezes Cristo prometeu esta efusão do Espírito, promessa que realizou primeiramente no dia da Páscoa. e em seguida, de maneira mais marcante, no dia de Pentecostes. Repletos do Espírito Santo, os Apóstolos começam a proclamar "as maravilhas de Deus" (At 2,11), e Pedro começa a declarar que esta efusão do Espírito é o sinal dos tempos messiânicos. Os que então creram na pregação apostólica e que se fizeram batizar também receberam o dom do Espírito Santo
No dia de Pentecostes, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, "reunidos no mesmo lugar" (At 2,1), esperando-o, "todos unânimes, perseverando na oração" (At 1,14). O Espírito, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de oração.
§767 "Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizará na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente." Foi então que "a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação". Por ser "convocação" de todos os homens para a salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos.
§1076 A Economia Sacramental - No dia de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na "dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, toma presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia de sua Igreja, "até que ele venha" (1 Cor 11,26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria deste tempo novo. Age pelos sacramentos; é isto que a Tradição comum do Oriente e do Ocidente chama de "economia sacramental"; esta consiste na comunicação (ou "dispensação") dos frutos do Mistério Pascal de Cristo na celebração da liturgia "sacramental" da Igreja. Por isso, importa ilustrar primeiro esta "dispensação sacramental" (Capítulo I). Assim aparecerão com mais clareza a natureza e os aspectos essenciais da celebração litúrgica (Capítulo II.).
História

Pentecostes era a festa celebrada 7 semanas ou 50 dias após a festa da Páscoa. Era a festa da ceifa. "Celebrará a festa das semanas, no tempo das primícias da ceifa do trigo, e a festa da colheita, no fim do ano" (Ex 34, 22) "Contarás sete semanas, a partir do momento em que meteres a foice em tua seara. Celebrarás então a festa das Semanas em honra do Senhor, teu Deus, apresentando a oferta espontânea de tua mão, a qual medirás segundo as bênçãos com que o Senhor, teu Deus, te cumulou. Alegrar-te-ás em presença do Senhor, teu Deus, com teu filho, tua filha, teu servo e tua serva, o levita que vive em teus muros, assim como o estrangeiro, o órfão e a viúva que vivem no meio de ti, no lugar escolhido pelo Senhor, teu Deus, para aí habitar o seu nome. Lembra-te de que foste escravo no Egito, e cuida de observar estas leis." (Dt 16 ,9-12)
Festa da ceifa comemorava a libertação do povo Hebreu da condição de escravos.

O que aconteceu após a ascensão de Jesus ?

“E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias. Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1, 4-8)

Qual a obra do Paráclito ?

“Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito (Espírito Santo) não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado." (Jo 16 ,7-11)

O que aconteceu no dia de Pentecostes ?

No dia de Pentecostes , a Páscoa de Cristo se realiza na Efusão do Espírito Santo , que é manifestado , dado , e comunicado como Pessoa Divina da sua plenitude , o Cristo Senhor , derrama em profusão o Espírito Santo .
Neste dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que nele crêem, na humildade da carne e na fé, eles participam já da Comunhão da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente. Foi então que a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do E evangelho com a pregação.
Para realizar a sua missão o Espírito Santo dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos.
O dom do Espírito Santo inaugura um tempo novo na dispensação do mistério: o tempo da Igreja , durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela liturgia de sua Igreja.
"Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (At 2 ,1-4)

Maria , sempre presente !

Maria e sua oração presente e eficaz são sempre um canal de cooperação ao Plano do Pai:

Na anunciação - para a concepção de Jesus
Em Pentecostes - Para a formação da Igreja
Nas Bodas de Cana – intercessão pelo casal e pelo Seu filho (o primeiro milagre de Jesus)
Aos pés da cruz – ora como mãe, como mulher, como a nova Eva.

E depois de Pentecostes ?

Os apóstolos transformaram-se em novas criaturas. Sem medo, anunciaram a Palavra de Deus, realizaram curas, milagres, prodígios, e conversões em nome de Jesus. Cumpriu-se com os apóstolos a promessa de Jesus que eles fariam as obras que Ele fez e até maiores.

5.2 Pentecostes dia da plena revelação da Trindade
§732 Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que crêem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado:
Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou.
5.3 Prática semanal:

Após a leitura de Atos dos Apóstolos 1 e 2, responda:
1.    O que aconteceu no dia de Pentecostes?
2.    O que representa este acontecimento para a igreja?
3.    Após a leitura de: Mt3,16-17/Gn 8,6-12/ Jo7,37-39/Ez37,9-10/At2,2-4. Responda: Quais são as imagens e símbolos do Espírito Santo:

 

 

 




















A verdade sobre a Igreja


6- A História da Igreja

É na diversidade que se encontra a beleza da Igreja. Diversidade na comunhão, comunhão na diversidade.
A comunidade cristã visível começa com a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. A missão do Espírito Santo, prometido por Jesus, dá vida a um novo povo. Movido pelo entusiasmo, Pedro se põe a falar, convidando os ouvintes a conversão e ao batismo. Nesse dia agregou a Igreja 5 mil convertidos (At 2,41;4,4). Os ouvintes de Pedro eram Judeus provenientes das mais distantes regiões do Império Romano e que estavam em Jerusalém (At 2,9). São eles que levam para os pontos mais distantes do Império a notícia de um homem de Nazaré Crucificado e Ressuscitado, Messias de Deus e que falam da experiência do Espírito Santo.
Cheios de entusiasmo comentam milagres, curas e libertações. Homens e mulheres deixavam tudo para se fazerem missionários da fé renovada, pescadores ignorantes que repentinamente falam maravilhas, arrastando as pessoas para esse novo caminho de vida e salvação, aceitando a prisão, açoites, a difamação, mais perseverando fiéis a Jesus Cristo, seu único Salvador.

6.1 Um novo estilo de vida

Surge um novo estilo de viver a fé: a multidão de fiéis era um só coração e uma só alma. Tinha tudo em comum e ninguém passava necessidade (At 4,32-35). Certamente havia também egoísmo, competição mas a partilha fraterna era o ideal anunciado para os seguidores de Jesus. Não basta ir ao templo de Pedra e de barro nem basta elevar a mãos para o céu: é necessário tocar o coração humano com misericórdia. É importante lembrar que os primeiros cristãos foram judeus e se consideravam judeus, mas com um modo diferente de viver a lei e os profetas. Os judeus cristãos viviam lado a lado com os judeus que os admiravam, mesmo não assumindo a sua fé. O mundo religioso judaico era multifacetado, não havendo grandes problemas de convivência entre fariseus, saduceus, batistas, nazarenos, cristãos considerados um grupo a mais no mundo judeu.
São judeus mas com algo diferente, como podemos ver em Lucas, quando retrata as primeiras comunidades cristãs: "Os cristãos eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Diariamente freqüentavam o templo e nas casas partiam o pão.”

6.2 Doutrina Católica

Os quatro primeiros concílios ecumênicos definiram as concepções trinitárias e cristológicas, sintetizadas no símbolo conhecido como Credo, adotado no ritual da missa. O dogma trinitário afirma a crença num só Deus, que se manifesta por meio de uma trindade de pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O dogma cristológico admite que Cristo é o Filho de Deus, encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O advento de Cristo deu-se por meio da Virgem Maria que, segundo o dogma mariológico, concebeu do Espírito Santo. A finalidade da encarnação de Cristo foi salvar a humanidade do pecado original, que enfraqueceu a natureza humana e acentuou sua tendência para o mal, de acordo com o dogma soteriológico.
A doutrina do pecado original e da graça foi elaborada por santo Agostinho nas primeiras décadas do século V. A partir do século XIII, Tomás de Aquino procurou estabelecer uma ponte entre o saber teológico e a filosofia aristotélica, afirmando que as verdades da fé superam a racionalidade humana mas não estão em contradição com ela. Assim sendo, a filosofia deve estar a serviço da teologia cristã. Tomás de Aquino tornou-se o mestre por excelência da doutrina católica, com a síntese por ele realizada na Suma teológica. No século XVI, o Concílio de Trento definiu dois pontos fundamentais. Em primeiro lugar, a afirmação da doutrina da Igreja, considerada como uma sociedade hierárquica, dentro da qual se atribui ao clero o poder de magistério, de ministério do culto e de jurisdição sobre os fiéis. Em segundo lugar, o concílio definiu a doutrina dos sete sacramentos da Igreja (batismo, crisma ou confirmação, confissão, eucaristia, extrema-unção, ordem e matrimônio), além de proclamar a presença real de Cristo na eucaristia, no mistério da transubstanciação.
Ao longo dos séculos XVII e XVIII a teologia católica foi conturbada por polêmicas referentes ao papel da graça e da participação do homem em sua própria salvação, onde se confrontam principalmente os jesuítas e os jansenistas, estes últimos partidários de maior valorização da presença do mistério divino na história humana. Durante o século XIX, foram proclamadas como verdades de fé a Imaculada Conceição de Maria e a infalibilidade pontifícia. O primeiro dogma representou uma resposta da Igreja Católica às novas concepções materialistas e hedonistas resultantes da revolução burguesa, paralelas ao processo acelerado de industrialização; o segundo constituiu uma reação ante o avanço das idéias liberais, com afirmação progressiva dos direitos do homem. O último dogma da Igreja Católica foi proclamado por Pio XII em meados do século XX: a Assunção da Virgem Maria ao céu, com corpo e alma. É necessário ainda ter presente que, desde a Idade Média, com o surgimento do chamado catolicismo popular à margem da Igreja oficial, criaram-se também novas versões teológicas mais adequadas à compreensão do povo, cuja influência muito se faz sentir na formação do catolicismo.

6.3 Prática semanal

Em Atos dos Apóstolos capítulo 4 nos é apresentado um novo estilo de viver a fé - "A multidão de fiéis era um só coração e uma só alma. Tinha tudo em comum e ninguém passava necessidade (At 4,32-35)".
A partir da leitura de Atos dos Apóstolos capítulo 2 e 4, da palestra sobre História da Igreja, comente:

1.    O que mais lhe impressionou na vida da primeira Igreja?
2.    Quais as atitudes concretas que mostram que os primeiros cristãos formavam uma verdadeira comunidade?
3.    O que os primeiros cristãos faziam para cumprir a missão que Jesus confiou a sua Igreja?


7- A missão da Igreja (tema tratado em conjunto com  DSI)

8- Doutrina Social da Igreja

8.1 Conceito

Doutrina Social da Igreja é o conjunto dos ensinamentos contidos no magistério da Igreja Católica constante de numerosas encíclicas e pronunciamentos dos papas inseridos na tradição multissecular e que tem suas origens nos primórdios do Cristianismo. Tem por finalidade fixar princípios, critérios e diretrizes gerais a respeito da organização social e política dos povos e das nações. É um convite a ação. A finalidade da doutrina social da Igreja é "levar os homens a corresponderem, com o auxílio também da reflexão racional e das ciências humanas, à sua vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena" (João Paulo II, Sollicitudo rei socialis). Foi enriquecida pelos Padres da Igreja, teólogos e canonistas da Idade Média e pelos pensadores e filósofos católicos dos tempos modernos. "A doutrina social da Igreja se desenvolveu no século XIX por ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna, suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, sua nova concepção da sociedade, do Estado e da autoridade, suas novas formas de trabalho e de propriedade." (Catecismo da Igreja Católica, 2420) A encíclica Rerum Novarum, "sobre a questão operária", de Leão XIII, se constituiu na verdade na carta magna da atividade cristã no campo social, em busca de uma ordem social justa. "À vista dos problemas resultantes da revolução industrial que suscitaram o conflito entre capital e trabalho aquele documento enumera "os erros que provocam o mal social, exclui o socialismo como remédio e expõe de modo preciso e atualizado a doutrina católica sobre o trabalho, o direito de propriedade, o princípio da colaboração em contraposição à luta de classes, sobre o direito dos mais fracos, sobre a dignidade dos pobres e as obrigações dos ricos, o direito de associação e o aperfiçoamento da justiça pela caridade." (Compêndio DSI, n. 89) Além de ter feito a condenação expressa do nazismo na Encíclica Mit brennender Sorge de Pio XI, "a Igreja tem rejeitado as ideologias totalitárias e atéias associadas, nos tempos modernos, ao comunismo ou ao socialismo. Além disso, na prática do capitalismo ela recusou o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sore o trabalho humano. A regulamentação da economia exclusivamente através do planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais, sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, "pois há muitas necessidades humanas que não podem ser atendidas pelo mercado". É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com uma justa hierarquia de valores e em vista do bem comum." (Idem, 2425)
8.2 Leão XIII, o Papa da Encíclica Rerum Novarum - Princípios e Valores
São princípios básicos em que se condensa a Doutrina Social da Igreja: 1) A dignidade da pessoa humana, como criatura à imagem de Deus e a igual dignidade de todas as pessoas; 2) respeito à vida humana, 3) princípio de associação, 4) princípio da participação, 5) opção preferencial pelos pobres, 6) princípio da solidariedade, 7)princípio da subsidiariedade, 8) princípio do bem comum, 9) princípio da destinação universal dos bens e o princípio da destinação universal dos bens. Os princípios da dignidade da pessoa humana do bem comum, da subsidiariedade e o da solidariedade a Doutrina Social da Igreja - DSI os considera de caráter geral e fundamental, permanentes e universais. Esta doutrina indica, ainda, valores fundamentais que devem presidir a vida social. Estes valores são:
Verdade: "O homem tende naturalmente para a verdade. É obrigado a honrá-la e testemunhá-la. É obrigado a aderir à verdade conhecida e a ordenar toda a vida segundo as exigências da verdade" (Catecismo, 2467). A vida social exige transparência e honestidade e sem a confiança recíproca a vida em comunidade torna-se insuportável.
Liberdade: "Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem a cada um esta obrigação de respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, sobretudo em matéria moral e religiosa. Este direito deve ser reconhecido civilmente e protegido nos limites do bem comum e da ordem pública." (Cat., 1738) "O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, se baste a si mesmo tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos." (Idem, 1740).
Justiça: "Segundo São Tomás de Aquino consiste na vontade perpétua e constante de dar a cada um o que lhe é devido. A justiça, contudo, não é uma simples convenção humana, porque o que é justo não é originalmente determinado pela lei, mas pela identidade profunda do ser humano. Aqui reafirma o “direito natural” como sinônimo de respeito à dignidade da pessoa humana, sob uma ótica cristã de valores, como fundamento do direito positivo.

8.3 Princípio do Bem Comum

Segundo esta doutrina por bem comum entende-se: "O conjunto daquelas condições da vida social que permitem aos grupos e a cada um dos seus membros atingirem de maneira a mais completa e desembaraçadamente a própria perfeição." (Conc. Vat. II, Const. apost. Gaudium et spes, 26).
O bem comum é de responsabilidade de todos. "O bem comum empenha todos os membros da sociedade: ninguém está escusado de colaborar, de acordo, com as próprias possiblidades, na sua busca e no seu desenvolvimento." (João XXII, Mater et Magistra e Catecismo da Igreja Católica n. 1913). Mais, o bem comum é a razão de ser da autoridade política e para assegurá-lo o governo de cada País tem a tarefa específica de harmonizar com justiça os diversos interesses setoriais. O significado do bem comum vai além do simples bem-estar econômico e considera a finalização transcendente do ser humano.

8.4 Destinação universal dos bens

Esta doutrina social sustenta que a propriedade dos bens seja acessível a todos de modo equânime e equitativo. Reconhece a função social de qualquer forma de posse. Do que decorre o dever de fazer com que a propriedade seja produtiva. Sobre este ponto o Concílio Vaticano II recomenda com firmeza que não se dê aos pobres a título de caridade o que já lhes é devido a título de justiça. Também sobre este princípio João Paulo II reafirmou, em Puebla (discurso de 28 de janeiro de 1979): "A esse propósito deve ser reafirmada, em toda a sua força, a opção preferencial pelos pobres."

8.5 Princípio da Subsidiariedade

O princípio da subsidiariedade é realçado na encíclica Quadragesimo anno. Por este princípio deve-se respeitar a liberdade e proteger a vitalidade dos corpos sociais intermédios, por exemplo, a família, grupos, associações, entidades culturais, econômicas, ONG's, e outras que são formadas espotaneamente no seio da sociedade. Não deve o estado interferir no corpo social e na sociedade civil além do necessário. Por outro lado deve o estado exercer atividade supletiva quando o corpo social, por si, não consegue ou não tem meios de promover determinada atividade, como também deve o estado intervir para evitar situações de desequilibrio e de injustiça social. Este princípio se opõe às formas de centralização, burocratização, assistencialismo e de presença desnecessária e injustificada do Estado e do aparelho estatal no meio da sociedade civil. João Paulo II na Centesimus annus (48), afirmou: Ao intervir directamente, irresponsabilizando a sociedade, o Estado assistencial provoca a perda de energias humanas e o aumento exagerado do sector estatal, dominando mais por lógicas burocráticas do que pela preocupação de servir os usuários com um acréscimo enorme de despesas. Não admitir ou admitir de forma inadequada a liberdade de iniciativa privada, econômica e os monopólios desnecessários e injustificados concorrem para desrespeitar este princípio. De outro lado estão de acordo com este princípio o respeito e a promoção efetiva do primado da pessoa humana e da família, a valorização das associações e organizações de nível intermediário existentes na sociedade, o respeito a uma organização social e representatividade pluralista, respeito aos direitos humanos e das minorias, descentralização administrativa e o adequado equilíbrio entre o "público" e o "privado" e a correta responsabilização do cidadão como parte integrante ativa da realidade social e política do Estado, estes são fatores que se colocam na linha de realização deste princípio com vistas ao alcance do bem comum.

8.6 Direito de participação na vida social e política

A participação é um dever a ser conscientemente exercitado por todos, de modo responsável e em vista do bem comum (Catecismo, 1913 - 1917). Toda democracia deve ser participativa. É fortemente criticada a negativa deste direito por uma organização do Estado de forma totalitária ou ditatorial, ainda que este direito venha a ser reconhecido formalmente mas na prática negado, como também a "elefantíase do estado" e do seu aparato burocrático são criticadas porque em razão deles pode vir a ser negado ao cidadão a possiblidade de participar da vida social e política do país.

8.7 Princípio da Solidariedade

Como fruto da globalização crescente da sociedade e de uma crescente interdependência entre os homens crescem as possiblidades de relacionamento entre os homens. Este princípio, sintetiza-o bem João Paulo II, na encíclica Solicitudo Rei Socialis (38):
..."a solidariedade, portanto, não é um sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas, próximas ou distantes. pelo contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos veradeiramente responsáveis por todos. Esta determinação está fundada na firme convicção de que as causas que entravam o desenvolvimento integral são aquela avidez do lucro e aquela sede do poder de que se falou. Estas atitudes e estas "estruturas de pecado" só poderão ser vencidas - pressupondo o auxílio da graça dvidina com uma atitude diametralmente oposta: a aplicação em prol do bem do próximo, com disponibilidade, em sentido envagélico, para "perder-se" em benefício do próximo em vez de o expolorar, e "para servi-lo" em vez de o oprimir para proveito próprio" .
"A prática da solidariedade no interior de cada sociedade é valida quando os seus membros se reconhecem uns aos outros como pessoas. Aqueles que contam mais, dispondo de uma parate maior de bens e de serviços comuns, hão de sentir-se responsáveis pelos mais fracos e estar dispostos a compartlhar com eles o que possuem. Por seu lado, os mais fracos, na mesma linha de solidariedade não devem adotar um atitude meramente passiva ou destrutiva do tecido social; mas, embora defendendo os seus direitos legítimos, fazer o que lhes compete para o bem de todos. Os grupos intemédios, por sua vez, não deveriam insistir egoìsticamente nos seus próprios interesses, mas respeitar os interesses dos outros." Este princípio, segundo esta doutrina, leva em conta não só a igualdade fundamental entre todos os homens, mas vê o homem como imagem viva de Deus, resgatada na Paixão de Cristo: deve ser amado ainda que seja inimigo (Idem, 40).

8.8 Família

Pela Doutrina Social da Igreja a família é importante para a pessoa humana e para sociedade. É vista como a célula primeira e vital da sociedade. A família é considerada a primeira sociedade natural, titular de direitos próprios e originários, é colocada no âmago da vida social e nasce da íntima comunhão de vida e de amor fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher. (Gaudium et spes, 48).

8.9 Trabalho humano

O homem, segundo esta doutrina, foi criado ut operaretur - “para trabalhar”. As realidades criadas, são boas em si mesmas, existem em função do homem. O trabalho portanto, pertence à condição originária própria do homem, é anterior à queda do pecado original, não pode por isto ser entendido nem como punição e nem como sendo uma maldição ou castigo. É um instrumento eficaz contra a pobreza e deve ser sempre honrado, é essencial, mas não é o fim último da razão de ser da existência do homem, este não deve esquecer que a última razão da sua existência é Deus. O trabalho representa uma dimensão fundamental do homem como participante da criação e da redenção. O trabalho é meio de santificação. Ninguém pode se sentir no direito de não trabalhar e de viver à custa dos outros. O trabalho é também uma obrigação, vale dizer, um dever do homem. Constitui uma obrigação para consigo, para com a família, a sociedade e a nação. A pessoa é o parâmetro da dignidade do trabalho: “Não há dúvida nenhuma, realmente, de que o trabalho humano tem seu valor ético, o qual, sem meios-termos, permanece diretamente ligado ao fato de aquele que o realiza ser uma pessoa.” (Laborens exercens). Isto é, o valor do trabalho está não no que é feito mas está em quem o faz: a pessoa humana. O trabalho humano tem também a sua dimensão social: o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho. O trabalho é um direito fundamental, tem um valor de dignidade e é também uma necessidade para o homem e para este formar e manter uma família, para ter direito à propriedade e para contribuir para o bem comum. Com efeito “se pode afirmar, com toda a verdade, que o trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida, quer ele se exerça num terreno próprio, quer em alguma arte lucrativa cuja remuneração, apenas, sai dos produtos múltiplos da terra, com os quais se ela comuta." (Rerum Novarum, 11-13). Por ser um direito fundamental toda ordem econômica que se queira voltada para a justiça e para o bem comum deve estar orientada com vistas a alcançar o pleno emprego. O dever do Estado neste campo há de estar voltado preferencialmente para as políticas que criem condições e garantam ocasiões de trabalho, estimulando a atividade das empresas onde for insuficiente e apoiando-as nos momentos de crise (Centesimus annus, 48). Para a promoção do direito ao trabalho é relevante permitir e incentivar o processo de livre auto-organização dos diversos setores produtivos da sociedade, empresariais e sociais, a cooperação e a autogestão e outras formas de atividade solidária.

8.10 Relações com o capital

Pelo seu caráter pessoal de ato humano e em razão da dignidade da pessoa, o trabalho é superior e precede em importância a qualquer outro fator de produção, este princípio vale, de modo especial e particular, em relação ao capital. Entretanto, entre um e outro há uma complementariedade: “De nada vale o capital sem o trabalho, nem o trabalho sem o capital” (Rerum novarum, 11). ...”é inteiramente falso atribuir ou só ao capital ou só ao trabalho o produto do concurso de ambos; e é deveras injusto que um deles, negando a eficácia do outro, se arrogue a si todos os frutos.” (Quadragesimo anno, 195). Na relação entre capital e trabalho há de se ter em conta, também a participação, de alguma forma dos trabalhadores na propriedade, na gestão e nos seus frutos. Há também que se respeitar o respouso festivo, este é um direito do trabalhador e da sua família.

8.11 Propriedade privada e função social

A Doutrina Social da Igreja sustenta que o direito à propriedade privada está subordinado ao princípio da destinação universal dos bens e não deve constituir um impedimento ao trabalho. Não é lícito possuir por possuir, ou possuir contra o trabalho. A propriedade, que se adquire com o fruto do trabalho, tem por dever servir ao trabalho. De tudo resulta que a propriedade particular é plenamente conforme a natureza, porque o seu fundamento está no trabalho humano ela é o fruto do trabalho. (Rerum Novarum, 15) Esta doutrina considera indispensável uma reforma agrária, justa e eficiente, condena tanto o latifúndio porque expressão de um uso socialmente irresponsável do direito de propriedade como a propriedade estatal da terra, porque leva a uma despersonalização da sociedade civil, sugere que se favoreça largamente a empresa familiar proprietária da terra que a cultiva diretamente.

8.12 Trabalho e família

O trabalho é o fundamento sobre o qual se edifica a vida familiar, que é um direito fundamental e uma vocação do homem (Laborem exercens, 10). É preciso que o Estado, as empresas e os sindicatos e os setores participantes da vida social promovam políticas do trabalho que não penalizem e não sacrifiquem as famílias, notadamente a dupla jornada de trabalha reduz o tempo dedicado à vida de família, e os problemas familiares se refletem sobre o rendimento no campo do trabalho. O respeito aos direitos da mulher faz com que seja levado em conta a sua dignidade e a sua vocação. A verdadeira promoção dos direitos da mulher ...”exige que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se veja obrigada a pagar a própria promoção com o ter de abandonar a sua especificidade e com detrimento da sua família, na qual ela como mãe, tem um papel insubstituível”. (Laborens exercens, 19)
Quanto ao trabalho do adolescente este “não deve entrar na oficina senão quando a sua idade tenha suficientemente desenvolvido nele as forças físicas, intelectuais e morais: do contrário, como uma planta ainda tenra, ver-se-á murchar com um trabalho demasiado precoce, e dar-se-á cabo da sua educação.” (Rerum Novarum, 60)

8.12.1 Direitos do trabalhador

Os direitos do trabalhador se baseiam na natureza da pessoa humana e na sua dignidade. O Magistério da Igreja enumera dentre outros: a justa remuneração, direito ao repouso, trabalho em ambiente que não lese a sua saúde e a integridade moral, respeito à sua consciência, auxílios aos desempregados e suas famílias, direito a aposentadoria e pensão nos casos de doença, direito a auxílios e benefícios sociais no caso da maternidade, direito de reunião e associação. O acordo entre patrão e empregado não é suficiente para legitimar o quantum da remuneração, ela deve ser suficiente para um sustento digno do trabalhador e da sua família, as leis de mercado não são suficientes para atender a esta condição de justiça, o direito natural antecede ao direito de contratar. Se for necessário, cabe ao Estado fixar um valor mínimo para as diversas circunstâncias em que a remuneração do trabalho é devida.
A greve é reconhecida pela doutrina social como instrumento legítimo, como último recurso e inevitável e até necessário em vista de um benefício proporcionado, desde que todos os outros recursos se tenham levado a efeito para evitar o conflito. A greve legítima, como justo instrumento de pressão contra os empregadores, contra o Estado e até como meio de pressionar a opinião pública, há de ser sempre pacífica, e perde a sua legitimidade se a ela é associada a violência ou quando lhe é atribuído outro fim que não as condições de trabalho ou contrários ao bem comum.
Os Sindicatos devem ser instrumentos de solidariedade entre os trabalhadores e são um fator construtivo da ordem social. A ação sindical deve ser voltada para o bem comum. Não se admite o ódio de classes e luta para a eliminação de outrem. Trabalho e Capital são indispensáveis para o processo de produção. A doutrina social não pensa que os sindicatos sejam somente o reflexo de uma estrutura de classe da sociedade, como não pensa que eles sejam o expoente de uma luta de classe, que invitavelmente governe a vida social. (Laborem exercens) O papel específico do sindicato é o de garantir os justos direitos dos homens do trabalho no quadro do bem comum de toda a sociedade, num empenhamento normal das pessoas em busca do justo bem, não devem se vincular a partidos políticos e nem se envolver na luta pelo poder político, para não se transformarem em instrumentos para outros fins que a solidariedade entre os trabalhadores. Novas formas de solidariedade devem ser criadas de modo a amparar os trabalhadores que se encontram em situação de trabalho novas, decorrentes dos problemas e possibilidades dos tempos atuais, e não se enquadram nas formas tradicionais e antigas de emprego da grande indústria ou da grande empresa. As novidades e as oportunidades que surgem com a globalização não podem implicar em violações dos direitos inalienáveis do homem que trabalha. A dignidade do trabalho deve ser tutelada sempre. A globalização tem aspectos positivos que devem ser valorados e resulta da natural tendência do homem de se relacionar com o outro homem. Com a globalização e a evolução da técnica surge a oportunidade para todos de dar expressão a um humanismo do trabalho em âmbito planetário.

8.13 A Economia

À luz da Revelação a atividade econômica deve ser vista como uma forma de co-participação do homem na Criação. É uma questão de justiça consigo mesmo e como próximo a adequada administração dos próprios dons e bens materiais. O progresso material e a atividade econômica deve ser colocada a serviço dos demais e da sociedade. As riquezas existem para ser partilhadas com os demais. "Quem tem as riquezas somente para si não é inocente; dar a quem tem necessidade significa pagar um débito." (Compêndio DSI, 329).
Há uma relação entre moral e economia, Pio XI na Encíclica Quadragesimo anno afirma que é um erro considerar que a atividade econômica está desvinculada dos princípios morais que regem a atividade humana. A riqueza, a economia não é um fim em si mesma e nem último fim e razão de ser da existência, ela se destina à produção, distribuição e consumo de bens e serviços, com vistas ao bem do homem e de toda a sociedade para a promoção de um desenvolvimento solidário da humanidade. As chamadas estruturas de pecado são construídas com muitos atos concretos e individuais de egoísmo humano. A Doutrina social admite uma economia de mercado ou economia livre numa perspectiva de desenvolvimento integral e solidário, mas se por capitalismo se entende que a liberdade na economia não está balizada por um sólido sistema jurídico que a coloque a serviço da liberdade humana integral, a resposta é negativa. A atividade econômica está submetida não só às suas próprias regras mas támbém as da moral e da ética.

8.14 Iniciativa privada

Considera esta doutrina que liberdade da pessoa humana no campo econômico é um valor fundamental e um direito inalienável a ser promovido e tutelado. Por outro lado, A empresa não pode ser considerada apenas como uma "sociedade de capitais"; é simultaneamente uma "sociedade de pessoas", da qual fazem parte, de modo diverso e com específicas responsabilidades, quer aqueles que fornecem o capital necessário para a sua atividade, quer aqueles que colaboram com o seu trabalho. (João Paulo II, Centesimus annus, 43). A doutrina social reconhece a justa função do lucro, mas o lucro por si só não indica que a empresa esteja servindo adequadamente à sociedade, não é lícito obter o lucro à custa da dignidade do trabalhador e da sua humilhação e da violação dos seus direitos. Mesmo nas relações internacionais a prática da usura permanece condenada merecem reprovação os sistemas financeiros abusivos e usurários tanto no âmbito das economias nacionais como internacionais. Os trabalhadores que atuam na empresa constituem o seu patrimônio mais precioso (Centesimus annus, 35), nas grandes decisões estratégicas e financeiras da empresa, de compra e venda, abertura e fechamento de filiais não lícito decidir tendo por base apenas os interesses do "capital" sem olhar a dignidade dos que nela trabalham. Devem organizar a atividade na empres de modo a favorecer e promover a família do trabalhador, especialmente as mães de família.

8.15 Outros Princípios

São outros princípios em que se baseia a Doutrina Social da Igreja:
A liberdade da pessoa, o valor da liberdade e os seus limites e o seu vínculo com a verdade e a lei natural; a inviolabilidade e inalienabilidade dos direitos humanos, cuja fonte não se situa na vontade dos homens e nem na realidade do Estado ou nos poderes públicos, mas no próprio homem e na Lei Natural, do que decorre a sua inderrogabilidade, neles se situa em primeiro lugar, o direito à vida desde a sua concepção ao seu fim natural e o da complementariedade entre direitos e deveres e a sua correlação respectiva. E ainda: A primazia do bem comum sobre o interesse particular, o valor da família e a indissolubilidade do vínculo matrimonial, liberdade de educação dos filhos pelos pais, a liberdade religiosa, superioridade e prevalência do trabalhador sobre o capital, trabalho como valor que dignifica o ser humano, do que decorre o direito ao salário justo, princípio da autoridade como finalidade para servir ao bem comum, autonomia dos grupos intermédios, princípio da subsidiariedade e ação social supletiva do Estado, princípio da destinação universal dos bens e o direito da propriedade privada limitado pela justiça e pelo bem comum.

9- Como a Igreja se organiza e nossa Igreja Local

As Ordens Maiores se compõem de: 
 
BISPOS (EPISCOPADO) 
PADRES (PRESBITERATO)
DIÁCONOS (DIACONATO) 
 
9.1 O que é o Bispo? 
 
O termo Bispo vem da palavra grega EPISKOPOI, que significa “supervisor”, e os Bispos são considerados os sucessores dos Apóstolos, aos quais Jesus confiou a tríplice missão de magistério, ordem e jurisdição. Os Bispos são nomeados pelo Papa, recebendo jurisdição ordinária sobre os fiéis de sua DIOCESE ou Circunscrição Eclesiástica, composta por PARÓQUIAS. A pedra do anel do bispo é a ametista, símbolo de fidelidade à Igreja, seu Báculo ou bastão pastoral representa sua função de conduzir o rebanho de fiéis a ele confiado, e o uso de uma Cruz peitoral, meias e sandálias vermelhas, luvas de púrpura e mitra se deve a antigas tradições orientais. Ao assumir, cargo episcopal, cada Bispo escolhe um brasão de armas e um lema que definirá o ideal de seu ministério. Alguns Bispos assumem autoridade sobre outros Bispos da região, e são denominados Arcebispos, outros assumem as funções de Cardeal.
Na extremidade final da linha hierárquica da Igreja, existem duas Ordens: o clero secular, ou Ordens Maiores, e o clero regular, ou ordens fechadas, cujos religiosos se submetem a regras específicas de vida ou tipos de atividades, como é o caso dos monges. 
Normalmente uma Diocese é constituída de muitas paróquias que vivem em comunhão com o seu Bispo. Cada paróquia é confiada a um pároco, quase sempre um Padre Diocesano, ou uma Congregação de Religiosos. Há casos em que pela falta de padres, o Bispo decidiu confiar a paróquia a Irmãs Religiosas. Em casos assim, o padre vai somente para celebrar a Eucaristia e o Sacramento da Penitência ou atividades que só podem ser exercidas por quem recebeu o Sacramento da Ordem.
O Padre é o homem de Deus que, unido ao Presbitério da Diocese (o conjunto dos presbíteros, os padres), está na Paróquia, na Comunidade Eclesial, numa Pastoral Específica, nos Seminários, nos Hospitais, nas Escolas e Faculdades, nos Meios de Comunicação Social, nas Comunidades Inseridas entre os mais pobres e marginalizados... É um sinal visível do Reino de Deus.
 
9.2 O que é o Padre Diocesano?
 
O Padre Diocesano é o colaborador mais próximo do Bispo. Em tudo o que faz, age como se fosse o próprio Bispo, de quem depende. Por isso a comunhão com o Bispo é para ele uma exigência essencial.
9.3 O que é Diácono?
Um diácono (do grego antigo διάκονος, "ministro", "ajudante") são os ajudantes dos líderes de uma igreja local, e por sua vez, aspirantes a futuros líderes. Na Igreja Católica, é um ministro religioso que está no último dos sete anos de estudos - em média - os que levam à carreira clerical. Há os diáconos em grau permanente que podem ser homens casados. Note-se que devem, primeiramente, receber o sacramento do matrimônio e ter, no mínimo, 05 anos de casado, em seguida a esposa deve estar de comum acordo. O diácono pode realizar, sob orientação de um sacertote, algumas celebrações religiosas, batismos e abençoar casamentos, além de fazer homilias e pregações.                   
Cristãos católicos que receberam o sacramento da Ordem colaboram com o Bispo, cooperam com os presbíteros na diaconia da palavra, da liturgia e da caridade de uma diocese. Não consagram a hóstia nem ungem enfermos, como também não atendem confissões. Podem e devem administrar igrejas, ser bons aconselhadores e dar a bênção mesmo não sendo sacerdotes.                                                                                             É um ministério excelente de origem apostólica: Atos 6,1-6; Filêmon 1,1; 1 Timóteo 3,8-13, adotado por várias denominações evangélicas, onde têm funções semelhantes ao do catolicismo.                                                                                                                     Foram responsáveis pelas primeiras comunidades cristãs, e hoje colocam-se ao serviço da comunidade como bons servidores.
9.4 São títulos da Igreja:

O Papa é o chefe supremo da Igreja Católica Apostólica Romana, e além de Supremo Pontífice da Igreja Universal e soberano do Vaticano ele acumula os títulos de Bispo de Roma, Primaz da Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana e Patriarca do Ocidente. O cargo de Papa é vitalício, eleito pelo Santo Colégio dos Cardeais reunidos em Roma, e é o único cargo hierárquico que se manteve desde os dias do Império Romano. O Papa é o sucessor do apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma, nomeado por Jesus a pedra fundamental da Igreja em Mateus 16, 17-19.
A denominação Cardeal apareceu no século VI e tem o significado de “superior eminente”, de onde provém o tratamento de “eminência”. O título é conferido a alguns Bispos que funcionam como colaboradores e conselheiros imediatos do Papa, e servem como enviados, chefes de congregações e tribunais da Cúria Romana. A partir do ano 1179, o Concílio de Latrão lhes conferiu o direito de eleger o papa no Sacro Colégio.
O Cardeal pode provir de qualquer Ordem secular, portanto há Cardeais Bispos, Cardeais Presbíteros (maior número dentro do Sacro Colégio, encarregados dos deveres pastorais e administrativos no Vaticano) e Cardeais Diáconos (número limitado de cardeais encarregados das missões de ajuda aos pobres na cidade de Roma).
A Igreja Católica, presente no mundo inteiro, é formada por comunidades que costumamos chamar de Dioceses ou Igrejas Particulares. Cada Diocese é confiada a um Bispo.
 
9.5 O que é Diocese?
 
É a porção do povo de Deus que está numa determinada região e que é guiada e alimentada na fé, na esperança e na caridade pelo Bispo e por seus colaboradores, os Padres e os Diáconos.
                         
9.6 O que é Vicariato?
 
Os vicariatos episcopais são um instrumento evangelizador mais descentralizado. Colaboram para o atendimento às exigências da ação evangelizadora em cada grande área geográfica ou ambiental, organizando melhor o trabalho e as relações pastorais.
Os vicariatos territoriais, por sua vez, são divididos em áreas pastorais menores, designadas pelo Código de Direito Canônico como foranias, que agrupam algumas paróquias. Cada forania é confiada a um vigário forâneo. O vigário episcopal, nomeado pelo Arcebispo, formará a Coordenação do Vicariato, com os representantes das foranias. Cada vicariato enviará representantes para comporem a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral.
Os vigários episcopais cultivam uma estreita relação pastoral com o arcebispo, na medida em que colaboram com o governo pastoral da Arquidiocese. Eles multiplicam e difundem o próprio ministério do arcebispo.
 
 
Obs – Diferença entre Padre Diocesano e Padre Religioso: 
Para entender por que a gente fala em Padre Diocesano e Padre Religioso, é preciso fazer a distinção entre Vida Religiosa e Sacerdócio. São duas realidades diferentes:
Vida Religiosa é consagração a Deus pelos três votos (obediência, castidade e pobreza), vividos numa comunidade, seguindo o carisma do(a) fundador(a). É assumida por homens e mulheres.
O sacerdócio ministerial (realizar as funções de padre) é o exercício do ministério da Palavra (ensinar), dos Sacramentos (santificar) e da Coordenação da comunidade (promover a comunhão e a participação). Para ser padre é preciso receber o Sacramento da Ordem. É um ministério reservado somente aos homens.
Foi a partir do séc. XVI que surgiram as congregações de padres: institutos de Vida Religiosa voltadas com prevalência para o sacerdócio. Daí os Padres Religiosos.
Tanto os padres diocesanos como os religiosos são presbíteros (sacerdotes, padres). A diferença está no modo de viver o sacerdócio. O padre diocesano vive em função de uma diocese, depende do Bispo, não faz a profissão solene dos votos, mas as promessas de castidade e obediência. O padre religioso vive em função de uma Congregação, depende do Bispo local em questões pastorais e disciplinares, faz a profissão solene dos votos, vive numa comunidade, e depende diretamente do Superior da Congregação, mesmo em termos de transferências.
Para ser padre não é preciso pertencer a uma Congregação Religiosa, e para ser de Congregação Religiosa (Irmãos e Irmãs) não é preciso ser padre. São vocações diferentes, mas que podem ser assumidas por uma mesma pessoa.
 
Em resumo:
 
* Há padres que se consagram a Deus, doando-se a Cristo e aos(às) irmãos(ãs), colaborando com Ele no seu projeto de salvação da humanidade, e buscando sua própria santificação, comprometidos com uma Congregação Religiosa. São os Padres Religiosos.
* Há padres que se consagram a Deus, doando-se a Cristo e aos(às) irmãos(ãs), colaborando com Ele no seu projeto de salvação da humanidade, e buscando sua própria santificação, comprometidos com uma Diocese. São os Padres Diocesanos, ou Seculares.
 

10- Os sacramentos da Igreja

Os sacramentos da nova lei foram instituídos por Cristo e são sete: O Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem, e o Matrimônio. Os sete sacramentos atingem todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão: dão à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e missão. Nisto existe uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual. 
Pelos Sacramentos da iniciação cristã – Batismo, Confirmação e Eucaristia – são lançados os fundamentos de toda vida cristã. A participação na natureza divina, que os homens recebem como dom, mediante a graça de cristo, apresenta uma certa analogia com a origem, o desenvolvimento e a sustentação da vida natural.
Sacramento são gestos de Deus em nossa vida. Realizam aquilo que expressam simbolicamente. Os sacramentos são por conseguinte: Sinais sagrados, porque exprimem uma realidade sagrada, espiritual; sinais eficazes, porque, além de simbolizarem um certo efeito, produzem-no realmente; sinais da graça, porque transmitem dons diversos da graça divina; sinais da fé, não somente porque supõem a fé em quem os recebe, mas porque nutrem, robustecem e exprimem a sua fé; sinais da Igreja, porque foram confiados à Igreja, são celebrados na Igreja e em nome da Igreja, exprimem a vida da Igreja, edificam a Igreja, tornam-se uma profissão de fé na Igreja.

Batismo

O Santo Batismo é o fundamento de toda vida cristã, é a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado original e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão. Este sacramento é também chamado “o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5) pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual ninguém pode entrar no reino de Deus” (Jo 3, 5).

A Confirmação ou Crisma

Pelo sacramento da confirmação, os fiéis são vinculados mais perfeitamente a Igreja, enriquecidos da força especial do Espírito Santo e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas devem difundir e defender a fé tanto em palavras como por obras.

A Eucaristia

A riqueza inesgotável deste sacramento, exprime-se nos diversos nomes que lhe são dados. Cada uma destas designações evoca um de seus aspectos. Eucaristia porque é ação de Graças a Deus. Ceia do Senhor porque se trata da ceia que o senhor fez com seus discípulos na véspera da sua paixão.
A Eucaristia é o ápice de toda a vida cristã. Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso salvador instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue. Por ele perpetua por séculos, até que volte o sacrifício da cruz.

Penitência / Reconciliação

Jesus nos convida à conversão. O pecado é antes de tudo uma ofensa a Deus. Por ser filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: “O filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2, 10). A vontade de Cristo é que toda a sua Igreja seja, na oração, na sua vida e ação, o sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que ele nos conquistou a preço do seu sangue. Mas confiou o exercício do poder da absolvição ao ministério apostólico. “Dizendo isto, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, aqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).

A Unção dos Enfermos

Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado para que os alivie e salve.

Ordem

A ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por cristo e seus apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é portanto o sacramento do ministério apostólico.

Matrimônio

O sacramento do matrimônio significa a união de cristo com a Igreja. Concede aos esposos a Graça de amarem-se com o mesmo amor com que cristo amou sua Igreja, a graça do sacramento leve à perfeição o amor humano dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna.




10.1 Eucaristía: raiz, centro e cume da vida cristã

O alimento para a vida do homem é essencial, ninguém vive bem sem se alimentar diariamente. A nossa vida é rodeada de afazeres, e precisamos estar bem preparados fisicamente para cumprir as nossas obrigações diárias, ou seja, como diz aquele ditado: "Saco vazio não pára em pé". Existe também outro tipo de alimento, aquele que não cuida do físico, mas sim do espiritual, seu nome é Eucaristia. A Eucaristia é o próprio Corpo e Sangue de Cristo presentes no Pão e no Vinho consagrados.
 Vamos agora passar a conhecer um pouco mais sobre esse Sacramento que é tão importante para todos nós que somos Filhos de Deus. O Sacramento da Eucaristia é um Sacramento de Iniciação Cristã (junto com o Batismo e a Crisma), como já foi dito, sua função é nos alimentar espiritualmente, ajudando em nossa caminhada rumo à Vida Eterna. Muitos pensam que os Sacramentos são obras eclesiásticas, ou seja, criadas pela Igreja, mas isso não é verdade, todos os Sacramentos são sinais da graça de Deus que são expressos sem sombra de dúvidas na Palavra de Deus. Por exemplo: a presença de Jesus no Pão e no Vinho é bem explicada nas Escrituras que relatam a última refeição de Cristo com os Apóstolos: A Santa Ceia. Veja abaixo algumas palavras que Jesus disse aos seus apóstolos: "Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lhe, dizendo: 'Tomai, isto é o meu corpo'. Em seguida, tomou o cálice em suas mãos, deu graças e o apresentou, e todos deles beberam. E disse-lhes: 'Isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos. Em verdade eu vos digo: já não bebereis do fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus'" (Mc 14,22-25) Através das palavras de Cristo, podemos perceber a firmeza de suas palavras. Ele não disse que o Pão simbolizava a sua carne, mas é verdadeiramente a sua carne. Não disse também que o vinho representava o seu sangue, mas é verdadeiramente o seu sangue. Jesus disse também: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede" (Jo 6,35).
Quem recebe o Cristo, com a convicção que realmente Jesus está presente na Hóstia Consagrada, tem a benção de estar sempre saciado de graças vindas Dele. Quando comungamos, nos transformamos em verdadeiros Sacrários, por isso é importante deixar bem limpo o lugar em que Jesus vai habitar. É através da Confissão que limpamos o nosso ser, recebendo a absolvição de nossos pecados. Podemos então concluir que a Eucaristia, que significa "Ação de Graças" é o alimento da alma. Através dele passamos a caminhar com mais força rumo à Salvação. O importante é comungar com a convicção que Jesus é o Sacramento da Eucaristia, que é um grande presente Dele a nós.

 

10.2 Prática semanal


  1. O que são os sacramentos da Igreja?
  2. Quais são os sacramentos da iniciação cristã, e o que eles representam?
  3. De cada um dos sete sacramentos, diga qual o compromisso que é pressuposto:
4.    Qual o sentido do sacramento da Eucaristia para o cristão?
  1. Como devemos nos preparar para receber o sacramento da Eucaristia?
  2. A partir da leitura do evangelho de Jo 6, 22-35, reflita e partilhe.








11- Liturgia

11.1 A santa missa – parte por parte

Devo ir a igreja?

O individualismo não tem lugar no Evangelho, pois a Palavra de Deus nos ensina a viver fraternalmente. O próprio céu é visto como uma multidão em festa e não como indivíduos isolados. A Igreja é o povo de Deus. Com ela, Jesus fez a Nova e Eterna Aliança no seu Corpo e Sangue. A palavra Igreja significa Assembléia. É um povo reunido na fé, no amor e na esperança pelo chamado de Jesus Cristo. A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade, pois é celebrada por aqueles que receberam o mesmo batismo, vivem a mesma fé e se alimentam do mesmo Pão. Por Deus todos os fiéis formam um só "corpo". São Paulo disse aos cristãos: "Agora não há mais judeus nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher. Pois todos vós sois UM SÓ em Cristo Jesus" (Gl 3,28).

Expressão corporal


O homem é corpo e alma. Há nele uma unidade vital. Por isso ele age com a alma e com o corpo ao mesmo tempo. O seu olhar, as suas mãos, a sua palavra, o seu silêncio, o seu gesto, tudo é expressão de sua vida. Na Missa fazemos parte de uma Assembléia dos filhos de Deus, que tem como herança o Reino dos céus. Por isso, na Celebração Eucarística, não podemos ficar isolados, mudos, cada um em seu cantinho. A nossa fé, o nosso amor e os nossos sentimentos são manifestados através dos gestos, das palavras, dos cânticos, da posição do corpo e também do silêncio.
Tanto nos cânticos como nos gestos, ambos dão força à palavra. A Oração não diz respeito apenas à alma do homem, mas ao homem todo, que é também corpo. O corpo é a expressão viva da alma.

Gestos e posições


SENTADO: É uma posição cômoda, uma atitude de ficar à vontade para ouvir e meditar, sem pressa.
DE PÉ: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito. Indica a prontidão e disposição para obedecer. (Posição de orante).
DE JOELHOS: Posição de adoração a Deus diante do Santíssimo Sacramento e durante a consagração do pão e vinho.
GENUFLEXÃO: É um gesto de adoração a Jesus na Eucaristia. Fazemos quando entramos na igreja e dela saímos, se ali existir o Sacrário.
INCLINAÇÃO: Inclinar-se diante do Santíssimo Sacramento é sinal de adoração.
MÃOS LEVANTADAS: É atitude dos orantes. Significa súplica, louvor e entrega a Deus.
MÃOS JUNTAS: Significam recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida.
SILÊNCIO: O silêncio ajuda o aprofundamento nos mistérios da fé. Fazer silêncio também é necessário para interiorizar e meditar, sem ele a Missa seria como uma chuva forte e rápida que não se penetra na terra.

Cantos


A liturgia inclui dois elementos: o divino e o humano. Ela nos leva ao encontro pessoal com Deus, tendo como Mediador o próprio Cristo, que nascido de Maria, reúne em Si a Divindade e a Humanidade. Portanto, a Missa é mais do que um conjunto de orações: ela é a grande Oração do próprio Jesus, que assume todas as nossas orações individuais e coletivas para nos oferecer ao Pai, juntamente com Ele. O cântico na Missa está a serviço do louvor de Deus e de nossa santificação. Não é apenas para embelezar a Missa ou para ajudar-nos a rezar. E cada cântico deve estar em sintonia com o momento litúrgico que é celebrado. O canto do Ato Penitencial deve nos ajudar a pedir o perdão de coração arrependido; o canto do Ofertório deve nos ajudar a fazer a nossa entrega a Deus; o canto de Comunhão deve nos colocar em maior intimidade com Deus expressando nossa adoração e ação de graças.

Sacerdote


O Concílio Vaticano II diz que o padre age "in persona Christi", isto é, em lugar da pessoa de Jesus. O padre é presbítero e profeta. Como sacerdote, administra os sacramentos, preside o culto divino e cuida da santificação da comunidade; como profeta, anuncia o Reino de Deus e denuncia as injustiças e tudo o que é contra o Reino; como presbítero, o padre administra e governa a Igreja.

As vestes


TÚNICA: É um manto geralmente branco, longo, que cobre todo do corpo. Lembra a túnica de Jesus.
ESTOLA: É uma faixa vertical, separada da túnica, a qual desce do pescoço, com duas pontas na frente. Sua cor varia de acordo com a Liturgia do dia. Existem quatro cores na Liturgia: verde, branco, roxo e vermelho. Representa o poder sacerdotal.
CASULA: Vai sobre todas as vestes. É uma veste solene, que deve ser usada nas Missas dominicais e dias festivos. a cor também varia conforme a Liturgia do dia.
AMITO: É um pano branco que envolve o pescoço do celebrante.
CÍNGULO: É um cordão que prende a túnica à altura da cintura.

Altar


O altar representa a mesa da Ceia do Senhor. Lembra também a cruz de Jesus, que foi como um "altar" onde o Senhor ofereceu o Sacrifício de sua própria vida. O altar deve ter o sentido de uma mesa de refeição, para celebrar a Ceia do Senhor. Sobre o altar vai a toalha, geralmente branca, comprida. Deve ser lima, condizente com a grandeza da Ceia do Senhor.

HÓSTIA: é pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o presidente da celebração e as pequenas para o povo. A do padre é grande para ser visualizada de longe na hora da elevação. VINHO: É vinho puro, de uva. Assim como o pão se muda no Corpo de Cristo na consagração, o vinho se muda no Sangue do Senhor, vivo e ressuscitado.
CÁLICE: É uma "taça" revestida de ouro ou prateada. Nele se deposita o vinho a ser consagrado.
ÂMBULA: É semelhante ao cálice, mas tem uma tampa. Nela se colocam as hóstias. Após a Missa é guardada no Sacrário com as hóstias consagradas.
PATENA: É um "pratinho" de metal. Sobre ele se coloca a hóstia grande.
ÁGUA: É natural. Serve para purificar as mãos do sacerdote e ser colocada no vinho (umas gotas só), para simbolizar a união da humanidade com a Divindade em Jesus. Também é usada para purificar o cálice e a âmbula.
PALA: É uma peça quadrada, dura, (um cartão revestido de linho). Cobre o cálice.
SANGUINHO: É uma toalhinha comprida, branca. Serve para enxugar o cálice e a âmbula.
CORPORAL: É uma toalhinha quadrada. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se o Corpo do Senhor (âmbula e cálice), no centro do altar.
GALHETAS: são como duas jarrinhas de vidro. Numa vai a água, na outra, o vinho. Elas estão sempre juntas, num pratinho, ao lado do altar.
MANUSTÉRGIO: Vem da palavra latina "manus", que quer dizer "mão". É para enxugar as mãos do Celebrante, no ofertório. Acompanha as galhetas.
MISSAL: é um livro grosso que tem o rito da Missa, menos as Leituras, que estão num outro livro chamado Lecionário.
CRUCIFIXO: Sobre o altar ou acima dele deve haver um crucifixo para lembrar que a Ceia do Senhor é inseparável do seu Sacrifício Redentor.
VELAS: Sobre o altar vão duas velas. A chama da vela é o símbolo da fé, que recebemos de Jesus, "Luz do Mundo". É sinal de que a Missa só tem sentido para quem vive a fé.
FLORES: em dias festivos colocam-se flores mas não em cima do altar.

Ritos da Missa

Sinal da cruz

Início da Celebração. É o nosso encontro com Deus, marcado pelo próprio Cristo. Jesus é o orante máximo que assume a Liturgia oficial da Igreja e consigo a oferece ao Pai. Ele é a cabeça e nós os membros desse corpo. Por isso nos incorporamos a Ele pra que a nossa vida tenha sentido e a nossa oração seja eficaz. Durante o canto de entrada, o Padre acompanhado dos ministros, dirige-se ao altar. O celebrante faz uma inclinação e depois beija o altar. O beijo tem um significado: não é propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o centro de nossa piedade. O padre dirige-se aos fiéis fazendo o sinal da cruz. Essa expressão "EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO", tem um sentido bíblico. Nome em sentido bíblico quer dizer a própria pessoa. Isto é iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a nossa ação nas mãos da Santíssima Trindade.

Ato penitencial : O Ato Penitencial é um convite para cada um olhar dentro de si mesmo diante do olhar de Deus, reconhecer e confessar os seus pecados, o arrependimento deve ser sincero. É um pedido de perdão que parte do coração com um sentido de mudança de vida e reconciliação com Deus e os irmãos.

Glória: O Glória é um hino de louvor à Santíssima Trindade. Louvamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, expressando através do canto, a nossa alegria de filhos de Deus.

Oremos: O Oremos é seguido de uma pausa este é o momento que o celebrante nos convida a nos colocarmos em oração. Durante esse tempo de silêncio cada um faça mentalmente o seu pedido a Deus. Em seguida o padre eleva as mãos e profere a oração, oficialmente, em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos o celebrante está assumindo e elevando a Deus todas as intenções dos fiéis. Após a oração todos respondem AMÉM, para dizer que aquela oração também é sua.

Liturgias : Após o AMÉM da Oração, a comunidade senta-se mas deve esperar o celebrante dirigir-se à cadeira. A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de maior importância pois é nesta hora que Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como "Povo de Deus". A Primeira Leitura geralmente é tirada do Antigo Testamento, onde se encontra o passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi predito pelos Profetas a respeito do Messias.

Salmo Responsorial: Após a Primeira Leitura, vem o "Salmo Responsorial", é uma resposta à mensagem proclamada para ajudar a Assembléia a rezar e a meditar na Palavra acabada de proclamar. Pode ser cantado ou recitado. A Segunda Leitura é tirada das Cartas, Atos ou Apocalipse. As cartas são dirigidas a uma comunidade a todos nós.

Canto de Aclamação: Terminada a Segunda Leitura, vem a Monição ao Evangelho, que é um breve comentário convidando e motivando a Assembléia a ouvir o Evangelho. O Canto de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que via nos falar.

Evangelho: Toda a Assembléia está de pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem. A Palavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar "dividida" com nada: com nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação. É como se Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para nos falar. A Palavra do Senhor é luz para nossa inteligência, paz para nosso Espírito e alegria para nosso coração.

Homilia: É a interpretação de uma profecia ou a explicação de um texto bíblico. A Bíblia não é um livro de sabedoria humana, mas de inspiração divina. Jesus tinha encerrado sua missão na terra. Havia ensinado o povo e particularmente os discípulos. Tinha morrido e ressuscitado dos mortos. Missão cumprida! Mas sua obra da Salvação não podia parar, devia continuar até o fim do mundo. Por isso Jesus passou aos Apóstolos o seu poder recebido do pai e lhes deu ordem para que pregassem o Evangelho a todos os povos. O sacerdote é esse "homem de Deus". Na homilia ele "atualiza o que foi dito há dois mil anos e nos diz o que Deus está querendo nos dizer hoje”.

Profissão de fé: A fé é a base da religião, o fundamento do amor e da esperança cristã. Crer em Deus é também confiar Nele. Creio em Deus Pai, com essa atitude queremos dizer que cremos na Palavra de Deus que foi proclamada e estamos prontos para pô-la em prática.

Oração dos fiéis: Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé e confiança em Deus que nos falou, nós colocamos em Suas mãos as nossas preces de maneira oficial e coletiva. Mesmo que o meu pedido não seja pronunciado em voz alta, eu posso colocá-lo na grande oração da comunidade. Assim se torna oração de toda a Igreja.

Liturgia eucarística: Na Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convidado e reunido, sob a presidência do sacerdote, que representa a pessoa de Cristo para celebrar a memória do Senhor.

Oferendas: As principais ofertas são o pão e vinho. Essa caminhada, levando para o altar as ofertas, significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. As demais ofertas representam igualmente a vida do povo, a coleta do dinheiro é o fruto da generosidade e do trabalho dos fiéis. Deus não precisa de esmola porque Ele não é mendigo e sim o Senhor da vida. A nossa oferta é um sinal de gratidão e contribui na conservação e manutenção da casa de Deus.
Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor. Um povo de fé traz apenas pão e vinho, mas no pão e no vinho, oferece a sua vida. O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. Na sua encarnação, Jesus assumiu a nossa humanidade e reuniu, em si, Deus e o Homem. E assim como a água colocada no cálice torna-se uma só coisa com o vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só corpo com Ele. O celebrante lava as mãos, essa purificação das mãos significa uma purificação espiritual do ministro de Deus.

Hino santo: Prefácio é um hino "abertura" que nos introduz no Mistério Eucarístico. Por isso o celebrante convida a Assembléia para elevar os corações a Deus, dizendo Corações ao alto! É um hino que proclama a santidade de Deus e dá graças ao Senhor. O final do Prefácio termina com a aclamação Santo, Santo, Santo... é tirado do livro do profeta Isaías (6,3) e a repetição é um reforço de expressão para significar o máximo de santidade, embora sendo pecadores, de lábios impuros, estamos nos preparando para receber o Corpo do Senhor.

Oração Eucarística: O celebrante estende as mãos sobre o pão e vinho e pede ao Pai que os santifique enviando sobre eles o Espírito Santo. Por ordem de Cristo e recordando o que o próprio Jesus fez na Ceia e pronuncia estas palavras "TOMAI E COMEI...” O celebrante faz uma genuflexão para adorar Jesus presente sobre o altar. Em seguida recorda que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos dizendo: "TOMAI E BEBEI...FAZEI ISTO...” aqui cumpre-se a vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia. "EIS O MISTÉRIO DA FÉ" Estamos diante do Mistério de Deus. E o Mistério só é aceito por quem crê.

Orações finais: A Igreja está espalhada por toda a terra e além dos limites geográficos: está na terra, como Igreja peregrina e militante; está no purgatório, como Igreja padecente; e, está no céu como Igreja gloriosa e triunfante. Entre todos os membros dessa Igreja, que está no céu e na terra, existe a intercomunicação da graça ou comunhão dos Santos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande Família de Deus. A primeira oração é pelo Papa e pelo bispo Diocesano, são os pastores do rebanho, sua missão é ensinar, santificar e governar o Povo de deus. Por isso a comunidade precisa orar muito por eles. Rezar pelos mortos é um ato de caridade, a Igreja é mais para interceder do que para julgar, por isso na Missa rezamos pelos falecidos. Finalmente, pedimos por nós mesmos como "povo santo e pecador". “POR CRISTO COM CRISTO EM CRISTO”. Neste ato de louvor o celebrante levanta a Hóstia e o Cálice na representação da memória e do Cristo vivo no altar. Após o louvor a assembléia responde “Amém”.

Pai nosso: O Pai Nosso, não é apenas uma simples fórmula de oração, nem um ensinamento teórico de doutrina. Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso foi vivido plenamente pelo mesmo Cristo. Portanto, deve ser vivido também pelos seus discípulos. Com o Pai Nosso começa a preparação para a Comunhão Eucarística. Essa belíssima oração é a síntese do Evangelho. Para rezarmos bem o Pai Nosso, precisamos entrar no pensamento de Jesus e na vontade do Pai. Portanto, para eu comungar o Corpo do Senhor na Eucaristia, preciso estar em "comunhão" com meus irmãos, que são membros do Corpo Místico de Cristo. Pai Nosso é recitado de pé, com as mãos erguidas, na posição de orante. Pode também ser cantado, mas sem alterar a sua fórmula. Após o Pai Nosso na Missa não se diz amém pois a oração seguinte é continuação. A paz é um dom de Deus. É o maior bem que há sobre a terra. Vale mais que todas as receitas, todos os remédios e todo o dinheiro do mundo. A paz foi o que Jesus deu aos seus Apóstolos como presente de sua Ressurreição. Assim como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em comunhão com Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz.

Fração do pão: O celebrante parte a hóstia grande e coloca um pedacinho da mesma dentro do cálice, que representa a união do Corpo e do Sangue do Senhor num mesmo Sacrifício e mesma comunhão.

Cordeiro de deus: Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Jesus é apresentado como o "Cordeiro de Deus". Os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais uma vez.


Comunhão: A Eucaristia é um tesouro que Jesus deixou como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem. Comungar é receber Jesus Cristo, Reis dos Reis, para alimento de vida eterna.


Modo de comungar: Quem comunga recebendo a hóstia na mão, deve elevar a mão esquerda aberta, para o padre colocar a comunhão
na palma da mão. O comungante imediatamente, pega a Hóstia com a direita e comunga ali mesmo na frente do padre ou ministro. Ou direto na boca quando a comunhão é nas duas espécies, ou seja, pão e vinho. Essa só poderá ser recebida pela boca.

Rito final: É terminada a comunhão, convém fazer alguns momentos de silêncio para interiorização da Palavra de Deus e ação de graças.

Como receber a benção: É preciso valorizar mais e receber com fé a benção solene dada no final da Missa. E a Missa termina com a benção.

11.2 Ano litúrgico

Você já ouviu falar em Ano Civil? O Ano Civil é o que todo mundo conhece: começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. E o Ano Litúrgico? É o ano ou calendário da Igreja, que celebra a presença de Jesus Cristo no tempo. Começa um mês antes do Ano Civil. Para que existe o Ano Litúrgico? Como está organizado?
O nosso Ano Litúrgico tem sua origem no Ano Litúrgico do povo israelita ou judeu, que celebrava todo bem que Deus fazia ao povo escolhido, sobretudo a libertação de quatrocentos anos de cativeiro e a Aliança com Deus no Monte Sinai.
A Igreja, com o Ano Litúrgico, distribui “através de um ano as principais ações salvíficas ou mistérios de Cristo, para vivê-los, imitando ou comemorando o que Cristo fez pelos homens”.
Assim, cada ano constitui uma vivência do mistério total de Cristo, ressaltando em cada tempo ou em cada festa um aspecto do mesmo, desde o Advento, passando pelo Natal, a Epifania, a Quaresma, a Semana Santa, a Páscoa, Ascensão, Pentecostes, o Tempo Comum, o mistério da Igreja, comemorado sobretudo nas festas dos Santos.
Normalmente, dizemos que o Ano Litúrgico inicia-se com o 1º Domingo do Advento (último domingo de novembro) e termina com o último domingo do Tempo Comum, com a Festa de Cristo Rei (penúltimo domingo de novembro). Jesus é o centro de todo ano.

O que significa cada Tempo ?

Advento

É o tempo do Ano Litúrgico que vem antes do Natal. Significa “chegada” ou “está chegando”. É uma preparação para a festa do Natal. Começa quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. A cor dos paramentos do Sacerdote é roxa, porque é um tempo de penitência em que os fiéis se propõem a mudar de vida, preparando-se para acolher Jesus que nasce. Uma exceção é a cor usada no terceiro domingo, chamado “Gaudete”, nesse dia a cor pode ser rosa.

Natal

Festa do nascimento de Jesus, celebrada no dia 25 de dezembro. O Tempo do Natal vai do dia 25 de dezembro até duas semanas depois, com a festa do Batismo do Senhor. Estão incluídas neste Tempo a Festa de Maria, Mãe de Deus, no primeiro dia no ano, e a Epifania do Senhor, chamada de “Dia de Reis”, no domingo mais próximo ao dia 6 de janeiro. A cor dos paramentos é a branca, simbolizando a alegria.

Tempo Comum

É o Tempo mais longo do Ano Litúrgico. São 33 ou 34 semanas em que não se celebra nenhum aspecto especial do mistério de Cristo. O Tempo Comum começa na segunda-feira seguinte ao domingo depois de 6 de janeiro e segue até a terça-feira antes da Quaresma; recomeça na segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e segue até a termina na véspera do primeiro domingo do Advento. A cor dos paramentos é a verde.

Quaresma

Tempo que dura quarenta dias e vai desde a Quarta-feira de Cinzas até o sábado na véspera do domingo de Ramos. É um tempo de penitência que leva à conversão através da prática da oração, jejum e esmola. Durante a Quaresma não se reza ou canta o Glória nem o Aleluia por ser um Tempo de profundo recolhimento. A cor dos paramentos é roxa, sinal de penitência e humildade. No quarto domingo pode ser de cor rosa, antecipando a alegria da ressurreição.

Páscoa

Festa da Ressurreição de Cristo. É a eucaristia mais solene do Ano Litúrgico, sinal de vida nova, depois da conversão na Quaresma. Começa com a Vigília Pascal e se estende até o domingo de Pentecostes. A cor dos paramentos deve ser branca e o Círio Pascal deve ser mantido junto do altar.

11.3 Prática semanal


1.    Qual a importância da missa para o Cristão católico?
2.    Porque devo ir a Igreja?
3.    O significa a quaresma?
4.    Qual o momento mais solene da celebração litúrgica da Igreja?
5.    O que é ano litúrgico e qual a sua origem?
6.    Quando se inicia o ano litúrgico ?
7.    Explique cada tempo do ano litúrgico:


12- Maria: mãe e modelo da Igreja


Desde o inicio da Igreja, Maria ocupa um lugar de destaque, tanto na Liturgia Oriental como na Ocidental. Constatamos sua presença nas festas marianas, nas Orações Eucarísticas, nos hinos, na arte-sacra, na teologia dos Concílios e na vida da Igreja. Trata-se de uma presença histórica, teologicamente refletida e liturgicamente celebrada, com conseqüências espirituais e pastorais. A partir do Concílio de Éfeso (431) ocorre uma verdadeira explosão do culto mariano, com o surgimento de festas e expressões artísticas diversas nos hinários e na arte-sacra.
A arqueologia testemunha um antiqüíssimo culto a Maria - Mãe do Messias, sobretudo em Nazaré e Belém. O Concílio de Éfeso influenciou sobremaneira o desenvolvimento do culto mariano. A proclamação do dogma da Maternidade Divina de Maria foi decisiva para a presença de Maria na Liturgia.
Em Jerusalém, logo após a proclamação de Éfeso, encontramos a memória de Maria celebrada em 15 de agosto.
No Ocidente, se desenvolve a comemoração de Maria no Advento. Em Roma, a mais antiga memória da Mãe de Deus surgiu após o Natal. No Oriente, se difundiu a celebração da Anunciação, em torno de 25 de março.
Novas celebrações apareceram a partir do século VI: A Dormição de Maria, Natividade de Maria, Apresentação de Maria no Templo e a Concepção de Maria. Pelo século XI, na Inglaterra, surgiu a festa da concepção Virginal de Maria, mas não foi acolhida  logo em toda a parte.
O Concílio Vaticano II procurou esclarecer tanto a missão da Bem-Aventurada Virgem Maria no mistério do Verbo Encarnado e no Corpo Místico, como os deveres dos homens remidos para com a Mãe de Deus, Mãe de Cristo e dos Homens, mormente dos fiéis.
A memória de Maria está, portanto, inteiramente relacionada com a vida de Cristo, particularmente com o mistério da Encarnação. Isso acontece sobretudo nos momentos centrais da Liturgia (Orações Eucarísticas e Profissão de Fé Batismal).
A doutrina da Igreja foi sendo sistematizada, nos últimos tempos, através de vários documentos, dentre outros:

Leão XIII

Encíclica sobre o rosário de Nossa Senhora;

Pio XII

Alocuções às Congregações Marianas, 21/01/45;
Constituição Apostólica sobre a Assunção de Nossa Senhora, 1950;

Paulo VI

Encíclica “Christi Matri Rosarii”, 15/09/66;
Exortação Apostólica “Signum Magnum”, 13/05/67
Carta ao Congresso Mariológico-Mariano de São Domingos, 02/02/65;
Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, 02/02/74;

Vaticano II

Lúmen Gentium, cap. VIII;

Documento de Puebla;

João Paulo II

Encíclica “Redemptoris Mater”. 25/03/87;

Uma perspectiva teológica mais completa da presença de Maria na Liturgia é recente. Tradicionalmente se restringia à consideração de sua maternidade divina. Alguns documentos do Vaticano II abordam explicitamente a figura de Maria.
Diz a Sacrosanctum Concilium: “Nesta declaração anual dos mistérios de Cristo, a Santa Igreja venera com especial amor a Bem-Aventurada Mãe de Deus Maria que, por um vínculo indissolúvel, está unida a obra salvífica de seu Filho; nela admira e exalta o mais excelente fruto da Redenção e a contempla como puríssima imagem daquilo que ela mesma anseia e espera ser”.
O documento de Puebla considera Maria Mãe e modelo da Igreja modelo também para a vida dos homens, bendita entre todas as mulheres, modelo de serviço eclesial na América Latina: “Deus fazendo-se carne por meio de Maria, começou a fazer a parte de um povo e constituiu-se o centro da história. Maria é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista”.
Puebla considera Maria como a realização mais eminente da evangelização, Mãe da nova vida, colaboradora ativa na redenção, serva dos homens, garantia da grandeza feminina, exemplo para a mulher e modelo da vida consagrada.
Maria, como estrela da evangelização, está presente na missão da Igreja que introduz no mundo do Reino do seu Filho. A presença de Maria, nos dias de hoje, como aliás ao longo de toda a história da Igreja, encontra múltiplos meios de expressão.
Seu multiforme raio de ação se expressa mediante a fé e a piedade dos fiéis, as tradições das famílias cristãs, as comunidades paroquiais e missionárias, mediante o poder de atração e irradiação dos grandes santuários, onde, não apenas as pessoas individualmente ou grupos locais, mas, por vezes, inteiras nações e continentes procuram o encontro com a Mãe do Senhor, como aquela que é feliz porque acreditou e por isso se tornou a Mãe do Emmanuel.
Maria mãe e modelo. Na “Redemptoris Mater”, o Papa diz que toda a Igreja é convidada a viver mais profundamente o mistério de Cristo, colaborando, com a gratidão, na obra da salvação e  com o Maria, sua mãe e modelo.
É ela, Maria, o exemplo daquele amor materno do qual devem estar animados todos aqueles que, na missão apostólica, cooperam para a regeneração dos homens. Por isso, “confortada pela presença de Cristo, a Igreja caminha no tempo para a consumação dos séculos, indo ao encontro do Senhor que vem. Nesta caminhada, a Igreja procede seguindo as pegadas do itinerário percorrido pela Virgem Maria”

A Fé e o sim de Maria ao Chamado de Deus

Contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa Fé!
Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação.
Não temas! Eis o elemento essencial da vocação, porque o temor acompanha sempre o homem.
Ele teme ser chamado para o sacerdócio e também para a vida, para a sua missão, para uma profissão e para o matrimônio.
É necessário vencer qualquer indecisão ou temor para alcançar a responsabilidade madura que nos leve a ouvir e aceitar o chamado, responder com um SIM decidido e generoso.
Portanto, não temas, porque achaste graça, não temas a vida, a tua maternidade, o teu casamento, o teu sacerdócio porque achaste graça.
Esta coincidência nos ajuda, assim como ajudou Maria.
A Terra e o Paraíso esperam o teu sim.
O Céu e a Terra atendem o teu SIM, mãe que está para dar a luz a teu filho, homem que deve assumir uma responsabilidade pessoal, familiar e social; atende o teu sim, voce que foi chamado para o sacerdócio.
Um sim maduro, fruto da graça e da colaboração pessoal.
 A exemplo de Maria, digamos, todos nós um Generoso SIM a Deus e a humanidade!

A Fé: Principal virtude de Maria

"Bem aventurada aquela que acreditou na Palavra do Senhor" Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas
pelo Espírito Santo(Lc 1, 41) e focalizam a virtude principal
de Maria: A Fé.
 Maria acreditou neste projeto "impossível" de Deus, confiou em Deus
Todo Poderoso e se tornou a principal colaboradora da admirável
iniciativa de Deus, que devolveu ao mundo a esperança.
Nós, Cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé
que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos.
 Que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.

Características da espiritualidade de Maria

A caracteristica da espiritualidade de maria é a sua Absoluta e total adesão a Palavra de Deus.
Ao anjo Gabriel que lhe anunciava o chamado de Deus, Maria aceita decidamente e diz:
"Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segunda a Tua Palavra"(Lc 1, 38).
Firme e radical deve ser também a nossa fé em Deus.


Maria é Santa
Nenhuma criatura pode igualar-se à Virgem Maria na sua eleição de ser a Mãe de Deus.
A santidade de Maria ultrapassa a de Isabel (Lc 1,41), a de Zacarias (Lc 1,67) ou a dos Apóstolos (At 2,4), que ficaram repletos do Espírito Santo. Inegavelmente, a alma de Maria foi a mais bela criada por Deus, e sua maior obra depois Encarnação do Verbo. A santidade de Maria é a mais perfeita de toda a humanidade.

12.1 Prática semanal:


1.    Você acha importante a devoção a Maria, mãe de Jesus? Porque?
2.    O que quer dizer -  Maria é a mãe da Igreja?
3.    Quais os exemplos mais importantes de Maria para a nossa vida?
4.    Maria é Adorada? Porque?
5.    Qual o nome dado a devoção a Maria?

.

 



















A verdade sobre a Crisma


13- O sacramento da Confirmação
sacramento da decisão

A finalidade dos Sacramentos é para tornarmos um sinal de testemunho de vida; é para identificar-nos cada vez mais com Cristo. Não é para só sentirmos bem, pagar ou cumprir promessa.

Por que recebemos o Sacramento da Crisma, chamada também Confirmação?


Comumente dizemos que a Crisma no faz soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento adulto que dá responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre este Sacramento. A crisma nos concede com plenitude o Espírito Santo.                                                 

Qual o sentido do Sacramento da Crisma?


Podemos dizer o seguinte: Todos os Sacramentos são Sacramentos de Cristo, mas um deles, a Eucaristia, é por excelência o Sacramento de Cristo. Assim, todos os Sacramentos são do Espírito Santo, mas um deles, a Crisma ou Confirmação, é por excelência o Sacramento do Espírito Santo. Para melhor compreendermos o sentido do Sacramento do Crisma, devemos perguntar-nos qual a função do Espírito Santo na Economia da salvação (plano de Deus) manifestada na História da Salvação.

Olhando para a Bíblia, descobrimos que o Espírito Santo tem uma dupla função:

      O de dar a vida.
      E a função de levar a vida até sua perfeição.

Essas são duas funções diferentes.

Pelo Batismo, o Espírito Santo nos concede a vida e pelo Crisma nos dá os seus dons para chegarmos à perfeição.  A Confirmação nos dá, pois, o Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que recebemos no Batismo. Chegar à perfeição, segundo a vontade do Pai. "Sede Santos, como vosso Pai do céu é Santo”
No entanto, a nossa primeira vocação é sermos santos. Como existiu uma Páscoa e um Pentecostes na vida dos Apóstolos e dos discípulos de Cristo, há também uma Páscoa e um Pentecostes na vida da Igreja e de cada um dos seus membros. Tudo quanto podemos dizer da Páscoa poderemos dizer também do Batismo; e tudo quanto podemos dizer de Pentecostes, poderemos atribuir à Crisma.

Páscoa = passagem.
Batismo = passagem do pecado, para vida da graça.

Pentecostes = mudança de atitude.
Crisma = mudança, onde tornamos adultos na fé, comprometidos com a Igreja.

Talvez possamos dizer que o Batismo constitui mais o aspecto estático (somos levados), ao passo que a Crisma expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã. Uma c’oisa é ser cristão simplesmente, outra coisa é chegar à plenitude da santidade; é evoluir, é tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada no Batismo. É a contínua busca da santidade.
 Não podemos permanecer semente, é preciso que a semente germine, cresça e dê frutos em abundância. At 8, 14-19 .

14- Os dons do Espírito Santo

A presença do Espírito Santo nas pessoas e na comunidade eclesial se torna perceptível principalmente através de seus dons e carismas, concedidos a todos e a cada um para a unidade da Igreja (Ef 4,1-7). Essa variedade de dons é resumida pela Igreja na doutrina dos sete dons: Sabedoria, entendimento, ciência, conselho, piedade, fortaleza e temor de Deus.

O Dom da Sabedoria: Fortalece nossa caridade e preparando-nos, desde já, para a visão plena de Deus, conferindo-lhe um conhecimento eminente. O sábio, segundo Deus, não é aquele que sabe coisas sobre Deus, mas que vive Deus. Não é o que simplesmente fala de Deus, mas quem o contempla. A sabedoria traz o gosto de Deus e de sua palavra, permitindo-nos avaliar corretamente as realidades terrenas.
O Dom do Entendimento: Torna a nossa fé luz segura e sólida para o nosso caminho. Mediante este Dom, o Espírito Santo nos permite perscrutar as profundezas de Deus, comunicando ao nosso coração uma particular participação no conhecimento divino, nos segredos do mundo e na intimidade do próprio Deus.
O Dom da ciência: Nos permite um juízo reto sobre as criaturas, não colocando nelas a felicidade perfeita, nem o fim absoluto de tudo o que somos e temos. Faz com que o ser humano entenda que a aparência deste mundo é passageira. O dom da ciência  orienta-nos para Deus, desapegando-nos das criaturas.
O Dom do Conselho: Nos é dado para sanar a nossa natural precipitação ao dar uma resposta a um problema concreto que nos angustia, a uma escolha que devemos fazer. Quem acolhe este "conselho" sente-se em paz, sereno, readquire força e esperança. Também compreende que todos temos fraquezas e, portanto, devemos olhar-nos com olhos de compaixão.
O Dom da Piedade: Nasce de um Deus piedoso, bondoso e cheio de misericórdia para com os que erram. Nosso Deus é deus da aliança e do perdão. Se Deus vive a sua aliança com o homem de maneira tão envolvente, o homem por sua vez sente-se também convidado a ser piedoso com todos.
O Dom da Fortaleza: Nos torna corajosos para enfrentar as dificuldades da vida cristã. Torna forte e heróica a fé. Lembremos a coragem dos mártires. Dá-nos perseverança e firmeza nas decisões. A fortaleza manifesta-se também na esperança. Afirma o profeta Isaías: "Os que esperam em Jahweh renovam suas forças, criam asas como águias, correm e não se fadigam, andam e não se cansam" (Is 40,31). Todos nós precisamos da força do Espírito Santo.
O Dom do temor de Deus: Tratando-se de um Dom do Espírito Santo, não deve confundir-se com o medo de Deus. Também não significa uma atitude servil diante de Deus. Este Dom nos mantém no devido respeito diante de Deus e na submissão a sua vontade, afastando-nos de tudo o que lhe possa desagradar. A confiança no Senhor constitui a terceira característica do temor de Deus.

15- Os frutos e Carismas do Espírito Santo

Carismas:

Além dos sete dons, o Espírito Santo, dá outros dons espirituais chamados de carismas. São dados gratuitamente pelo Espírito Santo,no momento oportuno.
Os carismas não são dados apenas para crescimento individual do indivíduo, mas para crescimento da comunidade. Assim, há o dom de ensinar, o dom do ministério, o dom da  exortação, o dom de presidir etc.
Todos esses dons devem ser manifestados com simplicidade e humildade. (1Cor 2, 4-11). Sempre que o Espírito Santo concede um carisma a uma pessoa, Ele visa um fim: O de edificar a Igreja de modo, que todos que a ela se congregue possam usufruir desse carisma.

Dom da Fé: A fé é o dom que recebemos no batismo. Ele vai acrescentando em nós, a ponto de se tornar uma fé operativa. Não a fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do senhor, que minha fé me leva a ser instrumento dele. Tudo isso depende de estarmos no Espírito  Santo e permanecermos Nele.

Dom da interpretação: Normalmente, nem aquele que fala em línguas nem os outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar à comunidade. Então, o Senhor dá, à mesma pessoa ou a outra pessoa, o dom da interpretação. É, portanto outro dom: o dom de interpretar - não se trata de tradução.

Dom da Cura: Não somos nós que curamos; é Jesus. Cheio do Espírito Santo, Jesus saiu por todas as partes curando. Da mesma forma, o Espírito quer se manifestar em nós - que somos membros do Corpo de Cristo; as mãos, os pés do Corpo Místico de Cristo -, levando cura àqueles que dela precisam. Geralmente pensamos que a cura seja uma coisa extraordinária.
Não. Para o povo cristão, a cura que vem por meio de Jesus é algo normal, ordinário. O problema é que a nossa fé foi esfriando. Se o Senhor não tem feito curas, milagres, prodígios e sinais no meio do seu povo, são porque o povo não tem acreditado. O dom da cura e o dom da fé

Dom de línguas: O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa língua nova, a língua do Espírito. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: ''Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos entendendo com o coração''. Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou: ''Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel''. O primeiro dom criou confusão. Duas coisas acontecem: primeiro, o Espírito Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai. Por outro lado, esse Espírito Santo pede ao Pai, pede a Jesus, de acordo com a vontade do Senhor, que intercede pelos santos. Ele não pede coisas erradas. Muitas vezes, pedimos coisas que não são para o nosso bem; podemos até pedir algo errado, ou até de maneira errada. O Espírito Santo, não. Quando você ora no Espírito, Ele está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; depois, de acordo com aquilo que Deus sabe, com aquilo que Deus quer e sabe ser o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível: daí seu valor. Com ela, você intercede primeiro por si mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala.

Dom da Profecia:No dom de línguas, estamos falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja anunciada. Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em nome de Deus, ou melhor, é um instrumento que Deus precisa.
Profecia, ou palavra de profecia é justamente a palavra que Deus expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.

Dom de Milagres: Ligado à cura está o dom dos milagres. Certas curas são verdadeiros milagres:
acontecem imediatamente de maneira extraordinária. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Além dos milagres no campo da cura, há muitos milagres que o Senhor faz em muitos outros campos da nossa vida.
Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível acontece.

Dom do Discernimento: O inimigo age sorrateiramente. Para distinguir sua ação em nosso ambiente, o único meio é o Espírito Santo; ninguém tem por si discernimento.
Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.

Palavra de Ciência:A palavra de ciência é chamada também palavra de conhecimento. É como um diagnóstico. Deus nos dá um conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem.

Palavra de Sabedoria:O dom da palavra de sabedoria é um dom doméstico... é a palavra, o pensamento ou idéia que o Senhor nos envia no momento oportuno. É como a semente. Ela só vai poder frutificar em ambiente bom. Não vingará no asfalto. A pessoa deve ser dada à oração, à Palavra de Deus, à escuta atenta de Deus; porque, percebendo que a palavra vem do Senhor, ela obedece.

Lembremo-nos de um recado de São Paulo:
                
"Dai de graça o que de graça recebestes." Todo dom não é mérito da pessoa, mas do Espírito Santo. Todo dom deve ser colocado a  serviço da comunidade. Toda pessoa  recebe do Espírito Santo algum dom.

Qual é o seu dom?

 Os frutos do Espírito Santo (Mt 21, 17-20 / Jo 15, 1).
Assim como a figueira e como a videira, o crismando deve produzir frutos e bons frutos, pois como diz Jesus em Mt 7, 20 "pelos seus frutos o conhecereis", o crismando deve fazer  as boas obras ,com o Espírito de Deus, e não com segundas intenções. Portanto, não  somente as nossas obras devem ser BOAS, mas também as nossas intenções.
Assim como o Adubo colocado aos pés de uma árvore o faz (ou não) produzir frutos, a graça de Deus derramada nos corações dos crismandos, faz produzir bons frutos. Porém, é necessário que o crismando se predisponha a receber este adubo, que é a graça de  Deus, porque depende unicamente do homem, já que a graça de Deus é dada gratuitamente àquele que pedir e fizer por merecer. 

Quais são os frutos do Espírito Santo?

Para falar dos frutos do Espírito Santo é preciso antes falar dos frutos da carne. São eles:  Fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos, invejas, bebedeiras, orgias.
Mas é pelo poder do Espírito Santo que os filhos de Deus podem dar fruto. Aqueles que nos enxertou na verdadeira vida nos fará produzir “o fruto do Espírito que é amor,, alegria, paz, longaminidade, benignidade, fidelidade, mansidão, autodomínio”(Gl 5,22-23). Os frutos do Espírito são perfeições que o Santo Espírito forma em nós como primícias da glória eterna.
.

16- A liturgia do Sacramento

Gestos rituais da celebração do Crisma:

O óleo do Crisma :
                  
O Crisma é um dos três óleos que o bispo benze todo ano na Missa da Quinta-feira Santa. Os outros dois são: O óleo dos catecúmenos (usado no Batismo) e o óleo dos enfermos (usado na Unção dos Enfermos).
O azeite significa o efeito fortificante da graça de Deus. Além da bênção especial e  diferente que cada óleo recebe, o Crisma é misturado com bálsamo. No Crisma, o bálsamo simboliza a "fragrância" da virtude, o bom odor que deverá desprender-se da vida daquele que põe em movimento as graças da Confirmação.

Imposição das mãos:

A imposição das mãos é um gesto bíblico de benção ou de consagração. Jesus cura os doentes e abençoa as crianças pela imposição das mãos, através da qual passa toda a  sua força divina. Os apóstolos, pela imposição das mãos, curavam doentes, consagravam presbíteros e diáconos, e davam o Espírito Santo às novas comunidades. O gesto é adequado a significar a tomada de posse de um ser pela potência de Deus e plenitude do Espírito Santo, a fim de investi-lo de um poder espiritual, de uma aptidão, em vista de uma missão.
Pela fórmula pronunciada pelo Bispo encontramos os sete dons do Espírito Santo, dons que caracterizam o Messias (Is 11, 1s)

Consignação:

O Bispo coloca a mão sobre o ombro do crismando: imposição das mãos mais pessoal. Ao mesmo tempo marca-o na fronte com um sinal: o sinal da cruz, dizendo: (nome do crismando) recebe por este sinal, os dons do Espírito Santo.
A cruz que se traça sobre a fronte do confirmando é outro símbolo poderoso, se realmente o entendemos e pomos em prática. É muito fácil sabê-lo. Basta perguntar-nos: Vivo de verdade como se trouxesse uma cruz visível gravada na minha fronte, que me marca como homem ou mulher cristãos?  Na minha vida diária, dou testemunho de Cristo?

Unção:

Ao mesmo tempo em que o Bispo procede à imposição das mãos de forma pessoal, ele unge a fronte do confirmando com o sinal da cruz, com o polegar mergulhado no óleo do  Crisma. É a unção. Os três gestos rituais formam um todo: o sinal sensível e visível do amor de Deus para com o confirmando.
Nesses três gestos o confirmando assemelha-se intimamente ao Cristo, ao Messias (Cristo no grego e Messias no hebraico, são traduções da palavra ungido).  Jesus ungido. O homem Jesus é ungido de divindade e Espírito Santo. Pelo Sacramento da Crisma, tornamo-nos plenamente cristãos, isto é, participantes da Unção do Cristo para continuarmos sua missão. Essa unção é feita em forma de cruz.
Diz-nos Santo Tomáz:
"Os combatentes trazem a insígnia do seu comandante". E na fronte no Ponto mais visível.”


17- Ser crismado é ser missionário (Retiro Espiritual)

 

Temas Extras que serão entregues na catequese:

A vivência da Sexualidade Cristã
O desafio de ser diferente nos dias atuais
Ser profeta no  mundo das comunicações









Amados Crismandos:

Esta apostila foi feita pensando em você que quer algo mais na vida. O que você encontrar aqui é apenas uma pista para a sua caminhada.
Parabéns pelo seu SIM ao chamado de Cristo!
Venham e vejam! Foi e continua sendo o chamado de Jesus Cristo.
Deixaram tudo e o seguiram: Foi e continua sendo a atitude dos homens e mulheres de fé.
Lembre-se: Vocês não estão sozinhos, o Espírito do Senhor está com você!

Catequistas de Crisma






ADAPITAÇÃO
PROFESSOR NILTON RIBEIRO






Nenhum comentário:

Postar um comentário