catequese da Confirmação
SUMÀRIO:
Mensagem do Cardeal página1
Apresentação página3
O Catecumenato crismal ...............................................................................................................................3
Estrutura da Iniciação dos Adultos .................................................................................................................3
Orientações gerais .........................................................................................................................................4
Sobre a escolha dos padrinhos ......................................................................................................................4
- A Verdade sobre o
homem -
1-
A
História da Salvação e a Bíblia
...........................................................................................................5
1.1-
Aliança
e Páscoa
....................................................................................................................................5
1.2-
Campanha
da
fraternidade......................................................................................................................8
1.3-
Bíblia
.....................................................................................................................................................9
1.4-
Prática
semanal ....................................................................................................................................21
2-
A
Consciência Moral e os 10 Mandamentos da Lei de Deus
...............................................................22
2.1- Mandamentos ........................................................................................................................................22
2.2- Práticas
semanais
................................................................................................................................24
- A Verdade sobre o
Jesus Cristo -
3-
A
vida de Jesus Cristo
..........................................................................................................................25
3.1- Deus ....................................................................................................................................................25
3.1.1- A existência
......................................................................................................................................25
3.1.2- A essência
........................................................................................................................................26
3.1.3- Os atributos ......................................................................................................................................26
3.2- Jesus Cristo .......................................................................................................................................
27
3.2.1- O estilo do ensinamento de
Jesus
...................................................................................................27
3.2.2- Os principais ensinamentos
.............................................................................................................27
3.2.3- Seguir Jesus: O preço
......................................................................................................................28
3.3- Santíssima Trindade
............................................................................................................................29
3.3.1- O dogma da Santíssima Trindade
....................................................................................................29
3.4- Práticas semanais
...............................................................................................................................29
4-
Morte
e Ressurreição de Jesus Cristo
..................................................................................................30
4.1 – Prática Semanal
.................................................................................................................................37
5-
A
Promessa do Dom do Espírito Santo: Pentecostes e o nascimento da Igreja
..................................37
5.1 – Pentecostes: Dia da efusão do
Espírito Santo ...................................................................................37
5.2 – Pentecostes: dia da plena
revelação da trindade
..............................................................................39
5.3 – Prática semanal
.................................................................................................................................39
- A Verdade sobre a
Igreja -
6-
A
história da Igreja
................................................................................................................................40
7-
A
missão da Igreja
................................................................................................................................41
8-
Doutrina
Social da Igreja
......................................................................................................................41
9-
Como
a Igreja se organiza e nossa igreja local
....................................................................................48
10- Os Sacramentos da Igreja
....................................................................................................................50
10.1 – Eucaristia: raiz, cume e centro
da vida cristã
...................................................................................52
10.2 – Prática semanal
...............................................................................................................................52
11- Liturgia
..................................................................................................................................................53
11.1 – A Santa Missa
..................................................................................................................................53
11.2 – Ano
Litúrgico.....................................................................................................................................58
11.3 - Prática semanal
................................................................................................................................59
12- Maria: mãe e modelo da Igreja
............................................................................................................59
12.1- Prática
Semanal..................................................................................................................................61
- A Verdade sobre a
Crisma -
13- O sacramento da Confirmação
.............................................................................................................62
14- Os dons do Espírito Santo ....................................................................................................................63
15- Os frutos do Espírito Santo
...................................................................................................................64
16- A liturgia no sacramento
.......................................................................................................................66
Mensagem
do Cardeal – Dom Euzébio Oscar Sheid, scj (29/05/2007)
O Espírito Santo, presença divina em nós
Foi
Jesus quem nos revelou o Espírito Santo, isto é, tirou o véu que O encobria,
nas alusões da Antiga Aliança, desde o momento da Criação. Jesus deixou esta
revelação para a última Ceia, durante o encontro definitivo com os Apóstolos,
sob a forma de uma promessa, (cf. Jo 14,16-17.26 ; 15,26 ; 16,7-15), que seria
confirmada após a glória da Ressurreição (cf. Jo 20,22-23), e cumprida em
Pentecostes (cf. At 2,1-13).
Quando
nos fala do divino Espírito Santo, Jesus no-lo apresenta como nosso advogado (Paráclito),
palavra grega que significa “Aquele que assenta ao lado”; em latim, o termo é Assistere.
O Espírito Santo é o assistente, que nos orienta e nos anima ao fiel
cumprimento da vontade do Pai. Fazendo uma analogia, poderíamos dizer que Ele
age como “bússola”, instrumento de orientação para os navegantes, indicando o
rumo, o norte. Daí o verbo “nortear”, que define a influência do Espírito Santo
em nós, para atinarmos com o sentido da nossa vida, do nosso trabalho, e da
nossa missão.
O
Espírito Santo atuou sobre os que foram incumbidos por Deus de missões
especiais junto a Israel, como os patriarcas, juízes e profetas. Fecundou
Maria, na Encarnação do Verbo, como Amor eterno, e inspirou a vocação dos
apóstolos e discípulos de Jesus. Enfim, agiu, de maneira toda particular, sobre
os hagiógrafos, isto é, os escritores dos textos bíblicos, de modo que eles
registrassem as verdades da fé, para as futuras gerações.
Da
mesma forma, suscitou os Santos Padres, nos primeiros séculos da Igreja. Eles
se tornaram a “ponte” entre a Sagrada Escritura e a evolução da Teologia
Sistemática posterior. Esta é a ciência da fé, baseada sempre na Sagrada
Escritura, vivenciada pela Tradição, e fielmente guardada pelo Magistério
eclesial.
A imagem
mais perfeita que os Santos Padres nos dão do Espírito Santo é a do Artista,
para o qual o autor é como um instrumento, apto a executar as suas inspirações.
Pensemos, por exemplo, na harpa, da qual gosto muito. Ela pode até vibrar, ao
som de outros instrumentos, mas é, em si, muda. Quem a dedilha, criando toda
aquela beleza de melodias, que ultrapassam a inteligência humana, é o Artista,
o próprio Espírito Santo. Esta é uma das maneiras de nós entendermos a sua
ação, também em nós.
Podemos
encontrar uma profunda reflexão sobre a Trindade, na trilogia de encíclicas
escritas pelo Papa João Paulo II, e que são, praticamente, a base do seu
magistério. A primeira, Redemptor Hominis (1979), dedicada a Jesus
Cristo, Redentor do homem, centro do cosmos e da história; a segunda, Dives
in Misericordia (1980), sobre Deus-Pai rico em misericórdia; e a terceira, Dominum
et Vivificantem (1986), sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do
mundo.
Neste
último texto, é interessante notar que o Papa fala de uma renovação da vida
interior, um novo ardor. Segundo os Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo veio,
sobre a comunidade reunida, como chamas de fogo, que pairavam sobre eles e os
penetravam (cf. At 2,3). Os discípulos de Emaús somente reconheceram Jesus pela
Palavra, que lhes abrasou o coração, e pelo partir do Pão (cf. Lc 24,30-32).
Portanto, este ardor é a renovada alegria da intimidade com Deus, que estimula
a prosseguirmos no anúncio da Boa Nova.
Como
ensina o Papa João Paulo II: “Em muitas pessoas e em muitas comunidades
amadurece a consciência de que, mesmo com todo o progresso vertiginoso da
civilização técnico-científica e não obstante as reais conquistas e as metas
alcançadas, o homem está ameaçado, a humanidade está ameaçada. Diante
deste perigo, e mais ainda ao experimentar a inquietude perante uma real
decadência espiritual do homem, pessoas individualmente e comunidades inteiras,
como que guiados por um sentido interior da fé, buscam a força capaz de erguer
de novo o homem, de o salvar de si mesmo, dos seus próprios erros e das ilusões
que tornam nocivas, muitas vezes, as suas próprias conquistas. E assim
descobrem a oração, na qual se manifesta o ‘Espírito que vem em auxílio da
nossa fraqueza’. Deste modo, os tempos em que vivemos aproximam do Espírito
Santo muitas pessoas, que retornam à oração” (DeV n°65).
O
intelecto humano é aberto à verdade, assim como a vontade apetece o bem.
Entretanto, captamos as coisas de forma limitada, e o heroísmo de nossos ideais
esbarra na fraqueza de nossas iniciativas. O Espírito
Santo
vem em nosso auxílio, como dynamis, força, para nos alentar, iluminando
o intelecto e reforçando a vontade enfraquecida, após o pecado das origens.
Todo
ânimo inovador, audácia espiritual ou entusiasmo juvenil devemos à ação do
Espírito Santo, bem íntima a nós e, ao mesmo tempo, presente na Igreja. É Ele
que nos incita à inovação nos métodos de apresentar o Evangelho como, por
exemplo, o emprego frutuoso dos meios de comunicação social. Inspira-nos
expressões novas, uma linguagem apropriada, em estilo atual, que transmita, ao
mais variados grupos humanos, a autêntica mensagem da Salvação universal em
Cristo.
O
Espírito de Amor é que harmoniza as nossas comunidades. As divisões,
decorrentes das barreiras na comunicação, simbolizadas no episódio da torre de
Babel (cf. Gn 11,1-9), são sanadas pelo Dom da Unidade, próprio de Pentecostes.
Mesmo que desdobrada em inumeráveis idiomas, a linguagem do Amor é universal, e
a única apta a penetrar os corações.
Uma
analogia que expressa, claramente, a unidade é a do Corpo da Igreja, no qual
cada membro exerce a sua função, dentro do contexto de um organismo operante. O
corpo humano, segundo São Paulo, é o grande exemplo. Nossos órgãos e membros
funcionam numa complementaridade harmoniosa, dentro do conjunto (cf. 1Cor
12,4-30). Quem aciona esta “engrenagem” perfeita é o divino Espírito Santo.
Peçamos,
sempre, ao Pai e a Jesus Cristo, o Espírito Santo. Não precisamos de fórmulas.
A melhor maneira de fazê-lo é nos apresentarmos de mãos vazias, reconhecendo
nossa carência e incapacidade de nos preenchermos dos bens eternos. Deus,
certamente, não deixará de nos atender, pois se nós, sendo maus, sabemos dar
boas coisas a nossos filhos, quanto mais o nosso Pai celestial dará o Espírito
Santo aos que lho pedirem(cf.Lc11,13).
Apresentação
1.1 O Catecumenato crismal:
“A confirmação aperfeiçoa
a graça batismal, é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais
profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo,
tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais à sua
missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das
obras” (Catecismo da Igreja Católica 1316)
O amor
de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Dom do Espírito Santo, no dia do
nosso batismo e revigorado no dia da celebração da confirmação. É com muita
alegria que demos início ao Catecumenato Crismal! Saiba que vocês são
escolhidos de Deus! E, você ao aceitar este convite, disse sim ao chamado de
Deus. No entanto, o seu sim se estende ao compromisso e respeito a tudo o que
Jesus tem a oferecer nesta catequese, através de pessoas que serão instrumentos
em suas mão.
Ser cristão é aderir
consciente e livremente a Cristo, vivendo na própria vida, individual e social,
as conseqüências desta adesão. Ser Cristão é comprometer-se com o evangelho e a
sociedade, é ser coerente, é procurar promover em si e nos outros, todos os
valores humanos, iluminados pelo evangelho.
Proclamar
as realidades do reino exige muito! Será que o Cristão pode deixar de aceitar
uma missão a que foi chamado no dia do Batismo? A estrada é longa! Mas, não
podemos desanimar. A crisma nos prepara para a luta, nos encoraja e dá
esperança.
O
10º Plano de Pastoral de Conjunto da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no qual
todos nós fomos e estamos sendo solicitados a trabalhar, em consonância com
toda a Igreja no Brasil, mostra a preocupação com a formação cristã dos
adultos, ou seja, com aquelas pessoas que formam as nossas comunidades de fé.
Assim, em nossa paróquia, a catequese adotou no ano de 2007 a metodologia do
Ritual de Iniciação Cristã de Adultos - RICA, para o desenvolvimento do
trabalho.
O
coração do RICA é o Catecumenato. Nele consta a Teologia da Iniciação Cristã e
suas diferentes etapas, e as celebrações significativas de entrada no
Catecumenato.
A
restauração do Catecumenato, possibilita uma autêntica experiência Cristã em
sua integridade. A formação é compreendida como um “itinerário espiritual” de
passagem do velho homem para o novo.
1.2 Estrutura da Iniciação dos Adultos:
A
iniciação dos catecúmenos processa-se gradativamente no seio da comunidade dos
fiéis que, refletindo com os catecúmenos sobre a excelência do mistério pascal
e renovando sua própria conversão, os induzem pelo seu exemplo a obedecer com
maior generosidade aos apelos do Espírito Santo.
O Rito de iniciação se adapta ao itinerário
espiritual dos adultos que varia segundo a multiforme graça de Deus, a livre
cooperação dos mesmos, a ação da Igreja e as circunstâncias de tempo e lugar.
Nesse itinerário, (...) há “etapas” ou
passos, pelos quais o catecúmeno, ao caminhar, como que atravessa uma porta ou
sobe um degrau.
Verifica-se a primeira
etapa quando, aproximando-se de uma conversão inicial, quer tornar-se cristão e
é recebido como catecúmeno pela Igreja.
A segunda, quando, já
introduzido na fé e estando a terminar o catecumenato, é admitido a uma preparação
mais intensiva para os sacramentos.
A terceira quando,
concluída a preparação espiritual, recebe os sacramentos de iniciação cristã.
As etapas conduzem aos “tempos” de informação e amadurecimento;
O
primeiro tempo: é consagrado à evangelização e ao “pré-catecumenato”,
encerrando-se com o ingresso na ordem dos catecúmenos.
O segundo tempo: é
dedicado à catequese e aos ritos anexos, terminando no dia da eleição.
O terceiro tempo: é
assinalado pela purificação e pela iluminação. Coincide com a preparação
quaresmal para as solenidades pascais e os sacramentos.
O último tempo, que dura
todo o período pascal, é consagrado à “mistagogia”, isto é, à aquisição de
experiências e de resultados positivos, assim como ao aprofundamento das
relações com a comunidade dos fiéis.
São, portanto, quatro os
tempos sucessivos: o de “pré-catecumenato” caracterizado pela primeira
evangelização; o do “catecumenato”, destinado à catequese
completa; o da “purificação e iluminação”, destinado a mais
intensa preparação espiritual; e o da “mistagogia”, assinalado
pela nova experiência dos sacramentos e da comunidade. Não há um tempo
definido para o catecumenato, cada um necessita de um tempo para amadurecer na
fé.!
1.3 Orientações gerais:
Para alcançar seus objetivos, é necessário presença nos
encontros. Lembre-se: Ser Crismado é ser comprometido na Fé.
É imprescindível o comprometimento com o horário. Lembre-se:
existe alguém esperando por você.
Buscando
maior integração e vivência na fé, durante a catequese, haverá momentos de
partilha, vivência externa e Retiros. Lembre-se que sua presença é muito
importante!
O
catecúmeno que possuir situação matrimonial irregular, deve regularizar a
situação antes de receber o sacramento.
1.4 Sobre a escolha dos padrinhos:
Deve-se
seguir as normas do Código de Direito
Canônico. Ao padrinho/madrinha, cabe cuidar que o crismando se comporte
como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade as obrigações
inerentes a este sacramento.
O
can.892, coloca que enquanto possível assista ao confirmando um padrinho. Isto
significa que não há uma obrigatoriedade da presença do padrinho na Crisma.
Para
ser padrinho é preciso preencher as seguintes condições:
√
Ter
mais de dezesseis anos;
√
Ser
Católico, crismado, já ter recebido o Santíssimo Sacramento da Eucaristia e que
leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
√
Não
tenha sido atingido por nenhuma pena canônica;
√
Que
não seja pai / mãe ou namorado(a) do crismando,
√
É
conveniente que se assuma como padrinho de Crisma o mesmo que assumiu esse
compromisso no Batismo. É possível, porém, escolher outro padrinho/madrinha de
crisma,, sobretudo no caso em que os padrinhos de Batismo não estejam em condições
de ser exemplos de fé para o crismando.
A verdade sobre o homem
1 - História da
Salvação e a Bíblia (Antiga Aliança)
1.1 Aliança e Páscoa
O mistério pascal é
considerado o fato primordial da nossa fé e o centro de todas as celebrações litúrgicas
cristãs. Cristo que morreu e ressuscitou para nos mostrar que o Reino de Deus
pregado por Ele está presente e vivo entre nós. Para entendermos a Páscoa
cristã, vamos, sinteticamente buscar sua origem na festa judaica de mesmo nome.
O Ritual da Páscoa judaica
é apresentado no Livro do Êxodo (Ex 12,1-28). Por esta festa, a mais importante
do calendário judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da
escravidão do Egito acontecido há milhares de anos, cujo protagonista principal
deste evento foi Moisés comandando o povo pelo Mar Vermelho e Deserto do Sinai.
O evento Êxodo/Sinai compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto
e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a Moisés). De
evento histórico se torna evento de Fé.
A passagem do Mar Vermelho
foi lembrada como Páscoa (Páscoa=passagem) e ficou como um marco na história do
povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo
particular. Todo ano, na noite de ´lua
cheia´ de ´primavera´, os hebreus
celebravam a Páscoa com o sacrifício do cordeiro e o uso dos pães ázimos (sem
fermento), conforme a ordem recebida por Moisés . Era uma vigília para lembrar
a vigília libertadora da saída do Egito (forma pela qual tal fato era passado
de geração em geração - Ex 12,42; 13,2.8ss). Essa celebração ganhou também
dimensão futura, com o tempo. E quando novamente dominados por estrangeiros,
celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança
de uma nova libertação, última e definitiva, quando toda escravidão seria
vencida, e haveria o começo de um mundo novo há muito tempo prometido.
A
celebração da Páscoa reunia 3 realidades distintas:
Uma realidade do
passado: o acontecimento histórico da libertação do Egito quando Israel
tornou-se o ´povo de Deus´;
Uma realidade do
presente: a memória ritual (=celebração) do fato passado levava o israelita a
ter consciência de ser um ´libertado´ de Javé (=Deus), não somente os
antepassados, mas o sujeito de hoje (Dt 5,4ss);
Uma realidade futura: a
libertação do Egito era símbolo de uma futura e definitiva libertação do povo
de toda a escravidão. Libertação esta que seria a nova Páscoa, marcando o fim
de uma situação de pecado e o começo de uma nova era.
Jesus oferecendo o seu
corpo o sangue assume o duplo sentido da páscoa judaica: sentido de libertação
e aliança. E ao celebrar a Páscoa (Mt 26,1-2.17-20), Ele institui a Nova
Páscoa, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança
de amor de Deus com a humanidade.
A nova páscoa não era uma
libertação política do poder dos romanos, como os judeus esperavam. Poucos
entenderam que o Reio de Deus transcende o aspecto político, histórico e
geográfico. Hoje ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do
cordeiro e alimentado-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em
sacrifício uma vez por todas (Jo 1,29; 1Cor 5,7; Ef 5,2; Hb 5,9), como cordeiro
pascal como prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.
Hoje, em cada Eucaristia,
celebramos esse mistério pascal e na festa da Páscoa, propriamente dita, não só
relembramos a presença constante de Deus nos fatos marcantes da história, mas é
sobretudo a concretização histórica da promessa divina de libertação plena e
eterna de todo tipo de mal que aflige o ser humano. Cristo foi e é a vítima
deste sacrifício e a realização dessas promessas. E assim como aconteceu com
Cristo, também em nós irá se realizar, se crermos e optarmos por seu Reino.
Semana
Santa
Examinando os dias da
celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor, percebemos que são
núcleos das celebrações e constituem o que chamamos de Semana Santa. Podemos
compreender que o sentido e a teologia desta semana está no encontro com o
Cristo-Ressuscitado: nas celebrações religiosas são a recordação dos últimos
acontecimentos da vida terrestre de Jesus de Nazaré. Cada dia da semana é um
fato a ser recordado e atualizado. A liturgia da Semana Santa não é um jogo de
representação teatral, mas atualiza sempre o único Mistério Pascal.
Domingo
de Ramos
No Século IV, já
encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o
mais exatamente possível a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Neste
dia celebramos a entrada do Senhor em
Jerusalém, para realizar o seu mistério pascal. O povo o reconhece como Rei e
Redentor, Servo do Senhor para salvar a todos.
Quinta-feira
Santa
Cada ano pela
manhã, o bispo se reúne com todos os padres e com o povo para benzer os óleos
usados nos sacramentos:
óleo dos catecúmenos,
usado antes do batismo;
óleo do crisma, usado
depois do batismo, na crisma na ordenação de padres e na sagração dos bispos e
também na dedicação de igrejas e altares;
óleo dos enfermos,
usado no sacramento da Unção dos Enfermos. O óleo é sinal da benção divina.
Sinal do Espírito de Deus.
À noite com a Missa de 5ª Feira Santa, iniciamos o Tríduo
Pascal que termina com as vésperas no Domingo de Páscoa. O ponto alto se encontra
na Vigília Pascal, onde sacramentalmente celebramos a ressurreição de Cristo.
Ele se entrega por nós nos sinais simbólico-sacramentais da Oração Eucarística.
A grande ação de graças, é a comunhão no pão e no vinho.
Celebrar a Ceia do Senhor na noite da Quinta-feira Santa é
proclamar o mistério da Cruz de Cristo no qual reside a “nossa glória”. É
participar da Páscoa da ceia. É sentar junto com Jesus para celebrar a Páscoa
do seu povo.
Sexta-feira
Santa
Lembramos “o dia em que o
esposo foi tirado”. É cantar a ação de graças pela doação da sua vida a nós. E
pela vitória da ressurreição que o Pai lhe deu. Celebrando esta Páscoa da cruz,
recebemos força para sermos fiéis a nossa missão, confiantes na vitória que o
Pai nos dá.
Sábado
Santo
É o dia do grande
silêncio. Cristo desce à mansão dos mortos. É dia de recolhimento na paz e na
espera.
Vigília
Pascal
É celebrar “a mãe de todas
as vigílias”, noite santa na qual renascemos. É celebrar, em plena escuridão, o
resplendor de uma luz que não se apaga. É beber com alegria da água da vida,
renovando os nossos compromissos batismais e batizando na vida nova de Cristo
novos membros de nossas comunidades.
Domingo
de Páscoa
“Este é o dia que o Senhor
fez. Alegremo-nos e nele fiquemos felizes” (Sl 118). A ação libertadora do
Senhor acontece cada dia do ano e em toda a nossa vida, mas nós a celebramos
com mais intensidade no tempo pascal. Cinqüenta dias celebrados como um grande
Domingo.
Liturgia
da Semana Santa
A liturgia do Sábado Santo
e do Domingo de Páscoa está repleta de símbolos. Vejamos alguns deles:
O Fogo
No Sábado Santo a
celebração é iniciada com a benção do fogo, chamado de “fogo novo”. Os
agricultores desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma
técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao
plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do mato, das ervas daninhas e de
tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio. Em grandes incêndios
florestais o fogo aparece como uma força destruidora e ás vezes incontrolável e
invencível, como aconteceu recentemente nos Estados Unidos e Grécia.
Na liturgia Cristo é esse fogo que
veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando
o Reino de Deus (Mt 3,11; Mt 13,40; Lc 12,49; Hb 12,29). A sua ressurreição
mostra que ele destruiu até a morte , o grande medo humano. O pecado foi
vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de Deus (Gl 4,7; Rm 8,14).
O ser “imagem e semelhança de Deus” descrito na criação, conforme o livro do
Gênesis (Gn 1,26), foi restaurado por Ele. A esperança por um mundo novo, justo
e solidário foi reacendida.
O Círio Pascal
O que é o Círio Pascal? É
aquela grande veia decorada sendo a cruz o desenho central. Aqui novamente o
fogo é o elemento principal. Além dos significados anteriormente relatados,
acrescentamos mais um: o fogo até hoje é usado para iluminar. Quando falta luz
em nossa casa, a vela é o mais prático.
Cristo é a luz que ilumina
a vida do cristão para que ele não caia
nas trevas da desesperança, da vida sem sentido, do egoísmo e da maldade (Jo
8,12; Rm 2,19; Lc 8,16). O Círio, simbolizando Cristo ressuscitado, nos
apresenta como uma grande coluna de fogo para guiar e iluminar a humanidade (Ex
13,21). As letras gravadas e marcadas pelos cravos na cruz do Círio, significam
que pela morte e ressurreição de Cristo a humanidade foi redimida para sempre
por aquele que é eterno e pelo qual é a razão da existência do mundo (Ef 2,6;
Rm 8,11; Lc 1.68).
A água
Na celebração do sábado,
véspera da Páscoa, acontece a benção da água que será utilizada nos batismos
durante o ano. Em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar
nossa sede, para limpar de nosso corpo a sujeira e suor, para fazermos comida e
usada para a limpeza doméstica. A água é também alimento principal das plantas
e meio de vida dos animais aquáticos. Ela também pode ser sinônimo de
destruição, como acontece nas grandes enchentes.
Para o cristianismo:
Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da vida que livra para sempre o
homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira beber dessa Água; a Morte e
Ressurreição de Jesus destruíram para sempre a incerteza do futuro e própria
morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido da vida.
O batismo é a resposta do
ser humano à proposta de Deus. Por isso após a benção da água se realiza a
renovação das promessas batismais (Rm 6,1-11). A aspersão do povo com água
benta simboliza a nossa disposição em nos limpar de tudo aquilo que fere e
prejudica o outro.
O
que é a Quaresma?
É o tempo de preparação para a festa da Páscoa, a maior
festa do Cristianismo. Um tempo em que devemos viver na reflexão e oração,
tomando consciência dos compromissos que assumimos pelo nosso Batismo. Tempo de
jejum, penitência e conversão.
A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas, que sempre cai
entre os dias 4 de fevereiro 1 11 de março, e termina na quarta-feira da Semana
Santa. A cor é roxa. Abrange seis domingos. Na última semana, voltamos toda a
nossa atenção para a Paixão de Cristo, desde sua entrada solene em Jerusalém
(Domingo de Ramos) até a sua morte e sepultura.
São quarenta os dias da Quaresma. É nesse período que a
liturgia no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, para valorizar mais ainda
esse fecundo tempo litúrgico. No Ano A, predomina o tema do Batismo, com suas
exigências na seqüência dos Evangelhos; no Ano B, o tema de Cristo glorificado
por sua morte e ressurreição, fonte da restauração da dignidade humana; e no
Ano C, os fiéis são convidados a penitência ou conversão, condições para a nova
aliança em Cristo Jesus, selada no Batismo e a ser renovada na Páscoa.
1.2 A Campanha da Fraternidade
Em 1961, três padres
responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar
fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e
torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da
Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN,
com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos
norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a
campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos
Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à
luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da
Igreja em nosso País.
Em seu início, teve
destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja dependência
estava a Cáritas Brasileira, que fora fundada no Brasil em 1957. Na época, o
responsável pelo Secretariado de Ação Social era Dom Eugênio de Araújo Sales, e
por isso, Presidente da Cáritas Brasileira. O fato de ser administrador
Apostólico de Natal-RN explica que a Campanha tenha iniciado naquela
circunscrição eclesiástica e em todo o Rio Grande do Norte. Este projeto foi
lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso
renovador do espírito do Concílio Vaticano II, em andamento na época, e
realizado pela primeira vez na quaresma de 1964. O tempo do Concílio foi
fundamental para a concepção e estruturação da Campanha da Fraternidade.
Em 20 de dezembro de 1964,
os Bispos aprovaram o fundamento inicial da mesma intitulada: "Campanha da
Fraternidade - Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em Roma". Em
1965, tanto Cáritas quanto Campanha da Fraternidade, que estavam vinculadas ao
Secretariado Nacional de Ação Social, foram vinculadas diretamente ao
Secretariado Geral da CNBB. Em 1970, a Campanha da Fraternidade ganhou um
especial e significativo apoio: a mensagem do Papa em rádio e televisão em sua
abertura, na quarta-feira de cinzas. A mensagem papal continua enriquecendo a
abertura da CF. De 1963 até hoje, a Campanha da Fraternidade é uma atividade
ampla de evangelização desenvolvida num determinado tempo (Quaresma), para
ajudar os cristãos e as pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em
compromissos concretos no processo de transformação da sociedade a partir de um
problema específico que exige a participação de todos na sua solução. É grande
instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão, renovação
interior e ação comunitária como a verdadeira penitência que Deus quer de nós
em preparação da Páscoa. É momento de conversão, de prática de gestos concretos
de fraternidade, de exercício de pastoral de conjunto em prol da transformação
de situações injustas e não cristãs. É precioso meio para a evangelização do
tempo quaresmal, retomando a pregação dos profetas confirmada por Cristo,
segundo a qual a verdadeira penitência
que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao
maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos.
A Campanha da Fraternidade
tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora, provocando, ao
mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a
partir de problemas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus. A Campanha
da Fraternidade tem como objetivos permanentes: despertar o espírito
comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os
cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da
justiça e do amor, exigência central do Evangelho; renovar a consciência da
responsabilidade de todos pela ação da Igreja na Evangelização, na promoção
humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e
todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja; daí o
destino da coleta final: realização de projetos de caridade libertadora e
manutenção da ação pastoral).
1.3 BÍBLIA
1.3.1
Um Livro escrito em mutirão
Hoje
qualquer pessoa tem acesso ao Livro mais famoso do mundo: a Bíblia Sagrada.
Ela já foi traduzida para todas as línguas
(aproximadamente em 1685 idiomas).
A Bíblia foi escrita por partes e
em diversas etapas. Começou a ser escrita, mais ou menos, pelo ano 1250 antes
de Cristo - no tempo de Moisés - quando o faraó Ramsés II governava o Egito. A
última parte da Bíblia foi escrita no final da vida do evangelista e apóstolo
São João, por volta do ano 100 depois de Cristo. Portanto, foram necessários
1350 anos para a Bíblia ser escrita.
O Museu Britânico e a Biblioteca do Vaticano guardam as cópias mais antigas da Bíblia.
O Museu Britânico e a Biblioteca do Vaticano guardam as cópias mais antigas da Bíblia.
1.3.2
No que foi escrita a Bíblia?
No tempo
que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas
impressoras. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como
cerâmica, papiro e pergaminho.
Cerâmica:
conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer
desde vasos, até chapas, nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram
escritos nesses " tijolos".
Papiro: planta
originária do Egito. Nascia e crescia espontaneamente às margens do Rio Nilo,
chegando até a altura de 4 metros. Do Egito o papiro passou para a Síria,
Sicília e Palestina (onde foi escrita a Bíblia). Do papiro era feita uma
espécie de folha de papel para nela se escrever. Seu caniço era aberto em tiras
e prensado ainda úmido. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e
cestos. Dizem que 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas
eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Daí que veio a palavra
BÍBLIA. A folha tirada do caule do papiro chamava-se BIBLOS.
BIBLOS ð Livro (plural de Biblos = BÍBLIA)
BÍBLIA ð os livros
ou coleção de livros.
Pergaminho: feito de
couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como "papel" na cidade
de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C. Pérgamo era uma importante cidade da
Ásia Menor. Os egípcios, com inveja da grande importância da biblioteca de
Pérgamo, não quiseram mais vender papiro para os moradores daquela cidade. Por
isso, o rei de Pérgamo se viu obrigado a usar outro material para a escrita,
que foi a pele de ovelha. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras
regiões.
Os
pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram "encadernados"
num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e faziam
"rolos".
1.3.3
Como a Bíblia está dividida e em que língua foi escrita?
A
|
Bíblia divide-se em duas (2) grandes partes: Antigo
Testamento (AT) e Novo Testamento (NT).
ANTIGO
TESTAMENTO: é formado por 46 livros escritos antes de Cristo.
Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou aramaico, menos o Livro da
Sabedoria, I e II Macabeus e trechos dos Livros de Daniel e de Ester, que foram
escritos em grego.
NOVO
TESTAMENTO: formado por 27 livros que contam a vida de Jesus e
a formação da Igreja. O Novo Testamento foi escrito em grego, menos o Evangelho
de São Mateus que foi escrito em aramaico.
Portanto a Bíblia é formada por 73
livros. Sendo 46 Livros no AT + 27 Livros no NT
Bíblia = Livros
O hebraico era uma língua do Povo
Hebreu ou Povo de Deus. Era especialmente religiosa;
O aramaico era uma língua usada no
meio diplomático.
No tempo de Jesus já não se usava
mais o hebraico e sim o aramaico.
Na
Bíblia a palavra TESTAMENTO tem o sentido de ALIANÇA ð ANTIGA ALIANÇA e NOVA
ALIANÇA. Toda a Bíblia gira em torno da Aliança que Deus fez com seu povo.
Aliança - é um
contrato muito especial. Um pacto de amor entre as pessoas. Um compromisso de
fidelidade entre Deus e os homens.
No Antigo
Testamento essa Aliança foi selada com um sinal visível.
Ex:
Decálogo ð Dez Mandamentos.
A Aliança
foi gravada na pedra e selada com o sangue dos animais.
No Novo
Testamento a Nova Aliança é gravada no Espírito e selada com o Sangue de
Jesus. A Nova Aliança ao contrário da Antiga Aliança que era feita somente com
o Povo de Israel, é uma Aliança Universal, aberta a todos os homens que
aceitam a proposta da Salvação trazida por Jesus.
A Antiga
Aliança é a promessa; a Nova é a sua realização. Cristo é a plena realização da
Antiga e Nova Alianças. Ele é o "Alfa" e o "Ômega" (Alfa e
Ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego). Significa que Jesus é
o começo e fim de todas as coisas.
1.3.4
"Muitos Livros" num só Livro
A Bíblia é
um livro de volume único, que reúne muitos assuntos diferentes. A cada um
desses assuntos dá-se o nome de Livros. Exemplo: há um trecho da Bíblia que
fala da saída do povo de Deus do Egito - Livro do Êxodo (a palavra Êxodo
significa saída).
De onde é
tirado o nome ou o título do livro: O nome é tirado de diversos
lugares e de vários modos:
4 Assunto
contido no Livro. Ex: Livro da Sabedoria;
4 Nome do
autor do Livro. Ex: I Carta de São Pedro;
4 Nome da
comunidade para a qual o Livro foi escrito. Ex: Carta aos Romanos;
4 Nome do
personagem central em torno do Livro. Ex: Livro de Josué.
1.3.5
Bíblia, o Livro inspirado por Deus.
O
principal Autor da Bíblia é DEUS. Os escritores sagrados (homens) registraram
suas experiências de fé e de vida, inspirados por Deus. Antes desses Livros
serem registrados - TRADIÇÃO ESCRITA - tais experiências eram passadas
oralmente de geração em geração - TRADIÇÃO ORAL.
"Toda a Escritura é inspirada
por Deus
e útil para ensinar e para convencer, para corrigir
e para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras." (2 Tm 3, 16-17)".
e útil para ensinar e para convencer, para corrigir
e para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras." (2 Tm 3, 16-17)".
Hagiógrafo: é aquele
que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo. Quando
falamos em Livros Inspirados, entendemos aqueles Livros que formam a Bíblia
Sagrada. São os 73 Livros, reconhecidos oficialmente pela Igreja como tais. São
chamados Livros Canônicos. Essa inspiração para escrever Livros da Bíblia já
foi encerrada no tempo dos Apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum
Livro.
Livros
Apócrifos: São os Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos.
São até piedosos e edificantes. Seus escritos estão misturados com lendas e
muita imaginação. Não fazem parte dos Livros Canônicos.
1.3.6
Modo de falar dos hebreus
Precisamos
ter bem claro que os escritores da Bíblia eram pessoas simples, diferentes dos
gregos e latinos, que eram desenvolvidos na filosofia e usavam uma linguagem
racional. O povo de Deus usava uma linguagem bem concreta, personificando seu
pensamento.
Ex:
"humanidade" = carne (Gn. 6, 12); Para dizer que a mulher tinha a
mesma natureza humana do homem, Adão se expressou com esta linguagem: (Gn 2,23)
- "Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne da minha carne".
Quem não
leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia,
não vai entender a Palavra de Deus.
1.3.7
A palavra "irmão" e os hebraísmos
Os
orientais gostavam muito de usar provérbios. Recorriam as hipérboles
(expressões exageradas).
Ex:
"É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, do que um rico
entrar no reino dos céus".( Mt. 19, 24).
Outra
coisa que precisamos entender são os "HEBRAÍSMOS", ou seja, certas
expressões próprias da língua hebraica que não tem tradução em outras línguas.
Ex: alguém ama uma pessoa mais que a outra - ama uma pessoa e odeia a outra
(Lc. 14, 26).
Precisamos
notar também a palavra "IRMÃO". No hebraico não existem as
palavras "primos, tio, tia, sobrinhos, etc." Qualquer parentesco
usa-se a palavra Irmão.
Ex: Mt. 13, 55-56; Mt. 12, 48; Gn. 11, 27-28; Gn. 13, 8
1.3.8
Formas literárias da Bíblia
Para
entendermos qualquer Livro da Bíblia, precisamos saber a que gênero literário
pertence, ou seja, a forma de literatura usada para escrever. Forma literária é
o conjunto de regras e expressões usadas para escrever tal tipo de Livro. Os
gêneros literários que se encontram na Bíblia são os seguintes:
Tratados
Religiosos: Com aparência de narração histórica, apresentam
verdades religiosas. Não podem ser entendidos como história propriamente dita.
Ex. Gn. 1 a 11.
História
Popular: é quando mistura um pouco de história verdadeira com elementos de
fantasia. Trata-se de um modo de ensinar a religião.
Histórias
Descritivas: Possui uma finalidade religiosa, mas os
personagens e os fatos são todos verdadeiros, documentados pela história.
Gênero
Didático: São Livros que trazem instruções religiosas ou morais. Fazem
recomendações e dão orientações de vida.
Gênero
Profético: Apresentam a Palavra de Deus através dos profetas, que advertem,
repreendem e encorajam o Povo de Israel diante da realidade em que vive.
Gênero
Apocalíptico: São visões proféticas sobre a sorte do Povo de
Deus.
Gênero
Poético: Apresenta a Palavra de Deus à maneira de poesia, usando, portanto, de
maior liberdade e recurso literário.
Gênero
Jurídico: é a Palavra de Deus apresentada sob a forma de Lei. É um modo de
escrever bem diferente daquele usado na poesia.
Gênero
Epistolar: "Epistola" é uma palavra latina que significa carta. O
gênero epistolar traz a Palavra de Deus à maneira de Cartas dirigidas a certas
comunidades ou pessoas.
1.3.9
- O significado dos números na Bíblia
Na
mentalidade dos povos antigos, os números tinham um sentido simbólico. Muitas
vezes significavam qualidade e não quantidade. Os orientais não sabiam falar
sem recorrer ao simbolismo dos números e dos provérbios. Assim, por exemplo,
para dizer que uma pessoa era virtuosa e abençoada por Deus, a Bíblia diz que
tal pessoa viveu uma grande soma de anos. Os números ímpares eram sempre mais
perfeitos que os pares. Pelo fato de serem mais facilmente divisíveis, os
números pares eram inferiores, pois davam a idéia de coisa fraca. Os números
simbólicos mais freqüentes na Bíblia são: UM, TRÊS, SETE, DEZ e DOZE.
O Dez e o Doze não são ímpares, mas tinham uma razão especial para entrar na
lista dos números simbólicos.
4 UM: era o número perfeito
por excelência, por ser o primeiro ou origem dos outros números.
4TRÊS: era
número perfeito por ser o primeiro composto de ímpar, e por representar o
triângulo, que era uma figura perfeita, com três faces iguais.
4 SETE: o mais significativo
na linguagem bíblica. Começa por isto: Deus fez o mundo em sete dias (Gn. 1,
1-31; 2, 1-2). Indicava perfeição e totalidade.
Quando
Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o irmão até sete vezes, o Senhor
respondeu-lhe: - "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete"
(Mt. 18,21-22). O perdão deve ser completo - infinitamente.
4 DEZ: entrou na lista dos
números perfeitos, apesar de não ser ímpar, porque dez são os dedos das mãos. E
essa era a maneira primitiva de se contar.
4 DOZE: era um número
simbólico porque o ano divide-se em 12 meses. Indica plenitude e perfeição. As
tribos de Israel eram doze (Gn 35, 22-26). Os Apóstolos eram doze (Mt 10,1-5).
O número dos eleitos era 144 mil, sendo doze mil de cada uma das tribos de
Israel (Ap.7,4-8).
1.3.10
Nome de Deus na Bíblia
Quando
Jesus nasceu, foi-lhe dado um nome. Antes disso, não se encontra na Bíblia
nenhum lugar onde se dê um nome a Deus. Mesmo quando Moisés perguntou a Deus
qual era o Seu Nome, Deus não lhe disse qual o Seu Nome. Mas usou de expressão
em lugar do nome. Para o Povo de Deus o nome não era apenas uma palavra externa
com a qual chamamos alguém. O nome possuía um conteúdo interior. Deveria
significar aquilo mesmo que a pessoa era no íntimo de seu ser. Daí a
dificuldade de se chamar Deus por um nome. Quem poderia penetrar o íntimo
divino?
Na Bíblia
encontramos certas expressões que designavam a Pessoa Divina. Eis as mais
conhecidas:
4 Elôhim: é o plural de
"El"ð O SENHOR.
4 ADONAI: quer dizer MEU
SENHOR ou MEU DEUS.
4 ELYON: significa a
parte mais alta de um lugar. É usada para dizer O DEUS ALTÍSSIMO.
4 SADDAI: palavra que
significa O TODO PODEROSO.
4 JAVÉ: (Jaheweh) quer
dizer: EU SOU AQUELE QUE SOU.
4 Jeová: é uma tradução
errada de "Yahweh".Os judeus tinham excesso de respeito com o nome de
Deus. O segundo mandamento do Decálogo (10 mandamentos) não permitia que se
pronunciasse o nome de Deus em vão. Então por medo de usar indevidamente um
nome tão sagrado, os judeus passaram a escrever "Javé" somente com as
quatro consoantes, sem as vogais. Então ficou YHWH. Mais tarde, colocaram as
vogais da palavra Adonai e surgiu " Yehowah" ( Jeová ) em lugar de
Yaheweh ( Javé ). Quer dizer DEUS.
1.3.11
Como estão agrupados os Livros na Bíblia
ANTIGO TESTAMENTO - 46 Livros
|
||||
Pentateuco
|
Livros históricos
|
Livros sapienciais
|
Livros proféticos
|
|
1. Gênesis - Gn
|
1. Josué - Js
|
1. Jó - Jo
|
1. Isaias - Is
|
|
2. Êxodo - Ex
|
2. Juízes – Jz
|
2. Salmos - Sl
|
2. Jeremias - Jr
|
|
3. Levítico - Lv
|
3. Rute - Rt
|
3. Provérbios - Pr
|
3. Lamentações - Lm
|
|
4. Números - Nm
|
4. I Samuel - I Sm
|
4. Eclesiastes - Ecl
|
4. Baruc - Br
|
|
5.Deuteronômio - Dt
|
5. II Samuel - II Sm
|
5. Cânt. dos Cânticos -
Ct
|
5. Ezequiel - Ez
|
|
6. I Reis - I Rs
|
6. Sabedoria - Sb
|
6. Daniel - Dn
|
||
7. II Reis - II Rs
|
7. Eclesiástico - Eclo
|
7. Oséias - Os
|
||
8. I Crônicas - I Cr
|
8. Joel - Jl
|
|||
9. II Crônicas - II Cr
|
9. Amós - Am
|
|||
10. Esdras - Esd
|
10. Abdias - Ab
|
|||
11. Neemias - Ne
|
11. Jonas - Jn
|
|||
12. Tobias - Tb
|
12. Miquéias - Mq
|
|||
13. Judite - Jt
|
13. Naum - Na
|
|||
14. Ester - Est
|
14. Habacuc - Hab
|
|||
15. I Macabeus - I Mc
|
15. Sofonias - Sf
|
|||
16. II Macabeus - II Mc
|
16. Ageu - Ag
|
|||
17. Zacarias - Zc
|
||||
18. Malaquias - Ml
|
||||
NOVO TESTAMENTO - 27 Livros
|
|||||
Evangelhos
|
Escritos de Lucas
|
Cartas de São Paulo
|
Epístolas Católicas
|
Escritos de João
|
|
1. Mateus - Mt
|
1. Atos dos Apóstolos -
At
|
1. Romanos - Rm
|
1. Tiago - Tg
|
1. Apocalipse - Ap
|
|
2. Marcos - Mc
|
2. I Coríntios - ICor
|
2. I Pedro - I Pd
|
|||
3. Lucas - Lc
|
3. II Coríntios - II Cor
|
3. II Pedro - II Pd
|
|||
4. João - Jo
|
4. Gálatas - Gl
|
4. I João - I Jo
|
|||
5. Efésios - Ef
|
5. II João - II Jo
|
||||
6. Filipenses - Fl
|
6. III João - III Jo
|
||||
7. Colossenses - Cl
|
7. Judas - Jd
|
||||
8. I Tessalonicenses - I
Ts
|
|||||
9. II Tessalonicenses -
II Ts
|
|||||
10. I Timóteo - I Tm
|
|||||
11. II Timóteo - II Tm
|
|||||
12. Tito - Tt
|
|||||
13. Filemôn - Fm
|
|||||
14. Hebreus - Hb
|
|||||
PENTATEUCO
É uma
palavra grega que significa "cinco livros". O Pentateuco reúne os
cinco primeiros livros da Bíblia. O Pentateuco era também chamado de Torá =
Lei.
Gênesis: palavra
grega que significa origem. Narra as origens do mundo e do homem e a formação
do Povo de Deus e a história dos Patriarcas.
Êxodo: palavra latina,
que significa saída. Trata da saída do Povo de Deus do Egito, a passagem pelo
Mar Vermelho; fala dos Dez Mandamentos e a caminhada do Povo à Terra Prometida.
Levítico: Levi era
um dos doze descendentes de Jacó. É um Livro que trata das leis sobre o culto
divino.
Números: chama-se
Números por causa dos recenseamentos e séries de números neles contidos. Narra
a parte final da caminhada do Povo de Deus pelo deserto, do Sinai até a Terra
de Canaã.Fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que
ocupavam as fronteiras da Palestina ou Terra Prometida.
Deuteronômio:
Deuteronômio quer dizer Segunda Lei. São Leis que deveriam ser obedecidas
quando o Povo entrasse na Terra Prometida.
LIVROS HISTÓRICOS
Contam a
história do Povo de Deus. Uma história feita de bênçãos e de castigos,
mostrando sempre a fraqueza do homem e a misericórdia de Deus. Essa história
tem como cenário a Palestina e os períodos de exílio nas terras pagãs.
Josué: Com a
morte de Moisés, Josué conduz o Povo de Israel até Canaã. O Livro narra a
conquista da Terra Prometida.
Juízes: Depois
da morte de Josué até a Constituição do Reino, as Tribos de Israel eram
invadidas por povos inimigos. Então certos líderes defendiam o povo. Tais
chefes eram chamados de Juízes. Não se sabe quem escreveu este Livro.
Rute: Conta a
história de Rute, que se casa com Booz. Rute é modelo de piedade e de
fidelidade. Ela se torna bisavó do rei Davi. Rute era estrangeira – maobita –
por isso é sinal de que a salvação de Deus se estende a todos os povos.
I Samuel: Foi o
último Juiz de Israel. Foi também um grande Profeta. Consagrado a Deus desde a
infância, foi educado pelo sacerdote Eli. Pelo ano de 1200 a.C Samuel unifica
as Tribos de Israel para poder enfrentar os filisteus. Como chefe político e
religioso, unge Saul como Rei de Israel.
II Samuel: O Livro
de Samuel foi dividido em dois. Este segundo Livro narra o reinado de Davi.
I Reis: Conta a
história dos israelitas depois da morte do rei Davi (970 a.C) até a destruição
de Jerusalém e a deportação do Povo de Israel por Nabucodonosor, no ano 587
a.C.
II Reis: Este
Livro narra a história dos reis de Israel e Judá, mostrando os desígnios de
Deus.
I
Crônicas: Também chamado de “Paralipômenos”, formavam uma só obra com os Livros
de Neemias e de Esdras.
II
Crônicas: Mostram o culto e a fidelidade do povo de Israel à Aliança.
Esdras: É a
continuação do Livro das Crônicas. Supõe-se que o autor seja o mesmo. Conta a
restauração religiosa de Israel em 538 a.C, quando Ciro, rei da Pérsia,
autorizou a volta dos judeus para Jerusalém.
Neemias: Forma um
só Livro com Esdras. Assim que os judeus regressaram a Jerusalém, começaram a
reconstrução do Templo e do Muro de Jerusalém.
Tobias: Tobias é
exemplo de um israelita justo. É um Livro que mostra a fé e a piedade deste
jovem.
Judite: Mostra
que a fé e a confiança em Deus são mais forte que um exército armado.Judite é a
jovem israelita fiel a Lei. Ela defende seu povo, acreditando na bondade de
Deus.
Ester: Forma uma
unidade com o Livro de Judite. Ambos tem a mesma finalidade. A rainha Ester era
esposa de Assuero, rei da Pérsia. E ela intercede e salva seu povo, os judeus
estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados.
I
Macabeus: Abrange um período de 40 anos. Conta a lutas empreendidas pelos
Macabeus contra os generais sírios, em defesa de Jerusalém. “Macabeu” quer
dizer “martelo”. Eram 5 irmãos, filhos do sacerdote Matatias.
II
Macabeus: Foi escrito aproximadamente no ano 100 a.C. Mostra a crença na
imortalidade da alma.
LIVROS SAPIENCIAIS
Falam da
sabedoria dos homens e da experiência do amor de Deus na vida da comunidade.
Estes Livros contêm orações, cânticos e poesias, escritos e vividos à luz da
fé.
Jó: Apresenta
o problema do sofrimento num estilo poético. Esse Livro trata-se,
provavelmente, de uma parábola.
Salmos: Salmos
quer dizer “Louvores”. São poesias para serem cantadas. Ao todo são 150 salmos.
Boa parte foi composta pelo rei Davi.
Provérbios: Parte deste
Livro foi escrita pelo rei Salomão – filho do rei Davi. O autor fala de um Deus
criador e justo, misericordioso e inefável.
Eclesiastes: Não se
sabe ao certo quem o escreveu. Mostra a instabilidade e a insegurança da vida
presente, mas também muitas coisas boas que vem de Deus.
Cântico
dos Cânticos: Significa: “O canto por excelência” ou “O mais
belo dos cânticos”. É um cântico de amor, bem no estilo oriental. Toma como
exemplo o amor do esposo e da esposa, mas quer mostrar o amor de Deus com o seu
Povo, com quem fez uma Aliança.
Sabedoria: Foi
escrito por um judeu que morava no Egito. O nome do autor não se sabe. Fala da
imortalidade da alma e do destino eterno do homem.
Eclesiástico:
Conhecido também como “Sirac”. Foi escrito mais ou menos no ano 120 a.C. Mostra
o valor estável da Lei de Deus.
LIVROS PROFÉTICOS
Profeta
não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.
Isaías: É o
maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20
anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos. É o profeta da
Justiça.
Jeremias: Nasceu
no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças.
Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de
Israel.
Lamentações: Composto
nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações,
lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no
aniversário da destruição do Templo.
Baruc: O
profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi
secretário de Jeremias.
Ezequiel: Ezequiel
quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus
deportados para a Babilônia.
Daniel: O autor
do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no
exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de
Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são
perseguidos pelo rei.
Oséias: Exerceu
seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para
com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o
profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.
Joel:
Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do
amor Divino. É chamado de Profeta Menor.
Amós: Era
camponês, de alma simples e fervorosa.Pastor de ovelhas nas proximidades de
Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças
sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.
Abdias:
Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de
Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.
Jonas: O Livro
deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não
somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.
Miquéias: Nasceu
perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria
em Belém. É chamado de Profeta Menor.
Naum: O
profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo.
Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de
Profeta Menor.
Habacuc:
Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um
profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É
chamado de Profeta Menor.
Sofonias:
Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina,
anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou
judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta
Menor.
Ageu: Exerceu
seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o
templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer
“aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.
Zacarias: É
contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o
templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de
Profeta Menor.
Malaquias:
Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo.
Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.
EVANGELHOS
O Evangelho é um só. Quando
falamos em quatro Evangelhos, estamos nos referindo às quatro redações do mesmo
Evangelho, feita por quatro Evangelistas diferentes e datas diversas. É neste
sentido que podemos dizer Evangelho de São Mateus, São Marcos, São Lucas e São
João. Os três primeiros são mais semelhantes entre si. Narram quase sempre os
mesmos fatos. Por isso, são chamados SINÓTICOS.
Os Evangelistas não pretendem
escrever uma biografia de Jesus. Seu objetivo principal é provar que em Jesus,
cumpriram-se todas as profecias a respeito do Messias. Por isso, a preocupação
dos Evangelistas é mostrar a divindade de Jesus e a Sua missão divina. O
conteúdo principal da pregação de Jesus é o “Reino de Deus”.
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EVANGELHO - Boa Nova ou Boa Notícia.
1. Mateus: é
representado pela figura de um Homem, porque começou a escrever seu
Evangelho dando a genealogia de Jesus. Mateus é um nome hebraico que significa
“dom de Deus”. Mateus era cobrador de impostos em Cafarnaum, por isso se
intitulava “Mateus o publicano”. Era também chamado Levi. Foi convidado
pessoalmente por Jesus para ser discípulo. O Evangelho de Mateus é dirigido aos
judeus convertidos e quer mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das
promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos
profetas.
2. Marcos: é
representado pela figura de um Leão, porque começou a narração de seu
Evangelho no deserto, onde mora a fera Era também chamado de João Marcos.
Marcos era primo de Barnabé e discípulo de Pedro. Redigiu o Evangelho a partir
das pregações de Pedro. Põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende
mostrar a bondade do Senhor e a sua divindade. Seu Evangelho se dirige aos
cristãos vindos do paganismo (gregos e romanos).
3. Lucas: é
representado pelo Touro, porque começa o Evangelho falando do templo,
onde eram imolados os bois. Lucas nasceu em Antioquia da Síria, de família
pagã. Converteu-se por volta do ano 40. Estudou Medicina. Não foi discípulo de
Jesus, mas de Paulo. Lucas escreveu o Evangelho como historiador. Talvez pelo
ano 67 d.C. Dirige seu Evangelho aos cristãos de origem pagã (gregos e romanos).
O objetivo de seus escritos é o fortalecimento na fé. É o evangelista que mais
fala do nascimento e da infância de Jesus. Dá destaque especial a misericórdia
de Deus.
4. João: é
representado pela Águia, por causa do elevado estilo de seu Evangelho,
que fala da Divindade e do Mistério Altíssimo do Filho de Deus. É filho de
Zebedeu e Salomé. Era pescador do Mar da Galiléia, por onde Jesus passou e o
chamou para ser Apóstolo, juntamente com Tiago, seu irmão. João era chamado o “discípulo
amado”. Começou a seguir Jesus quando tinha 19 anos e foi testemunha de toda a
missão do Senhor.Fala da “vida eterna” como realidade já presente na terra, na
Pessoa de Jesus. João escreve aos cristãos.
ATOS DOS APÓSTOLOS
Conta como
tiveram origem e como eram as primeiras comunidades da Igreja. Mostra as lutas
e dificuldades da Igreja nos seus primeiros anos. Destaca, logo no início a
pregação e o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição do Senhor. O Livro
dos Atos é uma continuação do terceiro Evangelho (Lucas) As duas personagens de
destaque no Livro dos Atos são os Apóstolos Pedro e Paulo. O livro dos Atos
salienta a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Foi escrito entre os anos
70 a 80 d.C. Apresenta a experiência vivida pela Igreja primitiva, com aqueles
quatros pontos fundamentais para a vida da Igreja:
Quérigma: é o
primeiro anúncio do Evangelho ou chamado à conversão.
Catequese: educação
na fé ou aprofundamento no conhecimento da Palavra de Deus.
Vida em
Comunidade: experiência muito forte onde partilhavam os bens, a
oração era em comum e a participação na Eucaristia.
Missão: Missão
Apostólica – exercício do poder que os Apóstolos receberam de Jesus.
EPÍSTOLAS
São 21 as Cartas ou Epístolas. As
14 primeiras são chamadas Epístolas Paulinas; as 7 restantes, chamadas
Epístolas Católicas.
EPÍSTOLAS PAULINAS:
Romanos:
Carta que São Paulo escreveu a uma Comunidade Cristã de Roma, no ano de 57 d.C.
Fala das conseqüências do pecado e que o homem é salvo pela fé em Jesus Cristo,
por pura misericórdia de Deus.
I
Coríntios: São Paulo escreveu de Éfeso aos cristãos da cidade de Corinto, no ano
55 d.C, para repreendê-los quanto aos abusos e disputas que surgiram na
comunidade. Prega a humildade, inspirada na cruz de Jesus. Recomenda a caridade
II Coríntios: Seis
meses depois São Paulo escreve a segunda carta. Manifesta suas tribulações e
esperanças.
Gálatas: Escreveu
nos anos 48 ou 56 d.C a uma comunidade da Galácia, para resolver problemas
surgidos por causa dos judeus convertidos, que quiseram impor sua lei judaica
aos cristãos vindos do paganismo.
Efésios: Escreveu
quando estava preso em Roma, nos anos 61 a 63 d.C. Recomenda unidade dos
cristãos.
Filipenses: Também
estava preso. A carta tem um cunho muito pessoal. Manifesta alegria e
afetividade.
Colossenses: Fala do
mistério de Cristo e da Igreja e acrescenta uma série de conselhos morais aos
cristãos que vivem uma vida nova em Jesus Cristo.
I
Tessalonicenses: é a carta mais antiga que São Paulo escreveu. Foi
por volta do ano 50 d.C. Fala da alegria que sente ao saber da felicidade deles
e de poder contar com seu progresso espiritual.
II
Tessalonicenses: Adverte os fiéis a respeito das falsas idéias
sobre a volta gloriosa de Jesus.
I Timóteo: É uma
carta dirigida aos bispos aos quais São Paulo dá normas de pastoral. Timóteo é
seu discípulo e companheiro de viagem.
II Timóteo: Dá
normas de vida para homens, mulheres, diáconos e Bispos. Fala também como
devemos tratar as viúvas, os anciãos e os escravos.
Tito: Tito é
um grego, colaborador de Paulo. Nesta carta orienta a respeito de como
organizar as comunidades cristãs na ilha de Creta.
Filemôn: é uma
carta curtinha. Dirigida a um cristão rico de Colossos, cujo escravo fugitivo
tinha vindo procurar proteção junto a Paulo. Pede que perdoe o escravo arrependido
e convertido ao cristianismo.
Hebreus: Talvez
esta carta não tenha sido escrita por Paulo. As idéias são suas, mas o estilo é
bem diferente. É dirigida aos judeus que receberam o batismo e sofrem por
deixar o templo e a sinagoga.
EPÍSTOLAS CATÓLICAS (católica
significa “universal”)
Tiago: Também
chamado de “irmão do Senhor” é o Tiago Menor, filho de Alfeu. Foi bispo de
Jerusalém. A carta tem a espiritualidade do Sermão da Montanha. Traz conselhos
para a vida moral. Recomenda a prática da caridade, da justiça e da piedade.
I Pedro: Fala da
alegria do cristão e da unidade de todos os batizados em Jesus Cristo. Dirigida
aos cristãos que sofrem por causa da fé, esta carta lembra a importância da
cruz de Cristo e exorta todos a uma vida de santidade.
II Pedro: O
conteúdo é semelhante à Carta de Judas. Rejeita as doutrinas pregadas por
falsos profetas de vida corrupta. É uma exortação à fidelidade a Cristo e ao
amor de Deus, lembra a vinda de Jesus.
I João: As três
cartas que seguem foram escritas pessoalmente pelo Apóstolo e Evangelista São
João. Na primeira carta, João fala que Deus é Amor e Luz. Por isso, o cristão
deve se comportar como filho da Luz, fugindo do pecado.
II João: Dirigida
a uma comunidade da Ásia, é uma exortação a caminhar na verdade e no amor.
III João:
Dirigi-se a um certo “Gaio”, a quem elogia suas virtudes.
Judas: Foi
escrita, talvez em Jerusalém pelo ano 65 d.C. Ela põe os fiéis de alerta
perante falsas doutrinas e falsos mestres.
APOCALIPSE
Significa “revelação” Trata-se de
um Livro profético. Foi escrita às Sete Igrejas (Éfeso, Esmirna, Pérgamo,
Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) da Ásia Menor, por volta do ano 100
d.C, por São João Evangelista, quando estava exilado na ilha de Patmos. Naquela
época tais Igrejas passavam por dura provação – perseguição religiosa. Muitos
cristãos sentiam-se desanimados e até desesperados. É para esses cristãos que
João escreve o Apocalipse. Trata-se de uma mensagem sobrenatural, transmitida
de maneira misteriosa e simbólica, por causa do clima de perseguição.
1.3.12
Como manusear a Bíblia?
Para
manusear a Bíblia é necessário seguir alguns passos:
4
Saber o Nome ou o Título do Livro - ver se o Livro está no Antigo ou no
Novo Testamento; (oriente-se pelo índice). No índice, verificar a abreviatura
do Livro.
4
Número do Capítulo está sempre em tamanho grande, no início do capítulo
do Livro.
4
Número do versículo está sempre em tamanho menor, espalhado pelo meio do
texto.
4
Entre o número do capítulo e do versículo vai sempre uma vírgula.
4
Se o texto abranger mais de um versículo, então separa-se a seqüência
dos versículos por um traço.
Ás vezes encontramos um “s” ou
dois “ss” depois do versículo. Quer dizer “versículo seguinte” ou “versículos
seguintes”.
Ás vezes
encontramos um “a” ou um “b” após o versículo. Indicam se é a primeira ou a
segunda parte do versículo. Isso acontece quando o versículo é formado por uma
ou mais frases.
1.3.13
Qual a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia “protestante”
Existe uma
diferença quanto ao número de Livros. O Novo Testamento da Bíblia evangélica e
o nosso são iguais = 27 Livros. Mas o Antigo Testamento da Bíblia evangélica ou
protestante não possui 7 Livros que fazem parte da Bíblia Católica.
A Bíblia dos evangélicos não
possui o Livro de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I Macabeus
e II Macabeus. Além disso, o Livro de Daniel na Bíblia protestante, não tem
os capítulos 13 e 14, e os versículos 24 a 90 do capítulo 3. Não tem também os
capítulos 11 a 16 de Ester.
Explicação:
Os judeus
eram radicalmente nacionalistas. Por isso, achavam que Deus só poderia inspirar
os Livros escritos na língua dos judeus, que era o hebraico e o aramaico.
Achavam também que a Palavra de Deus só poderia ser escrita dentro do
território de Israel, e até o tempo de Esdras. Quando os judeus começaram a ser
espalhar pelo mundo, logo após a destruição de Jerusalém (ano 70 d.C), eles
mesmos viram a necessidade de traduzir o Livro Sagrado para o grego, que era a
língua mais universal daquela época. E, nessa tradução foram incluídos esses 7
Livros (que estavam escritos em grego). Foi daí que surgiram as discussões. Os
fariseus que zelavam pela pureza e conservação das escrituras Sagradas não
quiseram aceitar esses 7 Livros como inspirados por Deus. Isso não quer dizer
que tanto uma como a outra não são verdadeiras. Todas as duas são Palavra de
Deus.
1.3.14
Partidos Políticos na época de Jesus.
4Saduceus: Eram grandes
proprietários de terra, membros da elite sacerdotal, controlavam o sinédrio e o
templo de Jerusalém e cultuavam a Tora.
4 Escribas: Eram intérpretes da Lei
(Sagradas Escrituras). Eram os “doutores” que atuavam nas escolas rabínicas.
4 Fariseus: Várias camadas sociais.
Eram minuciosos nas regras de pureza (“separação”). Foram criticados por Jesus
e acreditavam na imortalidade da alma.
4 Zelotas: Eram dissidentes dos
fariseus, pretendiam expulsar os dominadores com armas. Foram zelotas: Simão,
Judas Iscariotes.
4 Essênios: Puritanos viviam em
comunidades fechadas (QUWRAM), perto do Mar Morto. Praticavam o celibato e
viviam de muito trabalho. Aguardavam a vinda do Messias.
1.4
Prática Semanal:
Leitura: Ex 12,1-28
1.
O
que significa o ritual da Páscoa Judaica e como era celebrado?
2.
Qual
o significado da Páscoa após a vinda de Cristo?
3.
Explique
o que é Semana Santa?
4.
Qual
o significado da Quaresma?
5.
Qual
o significado da Campanha da Fraternidade?
6.
O
que é a Bíblia
7.
Quantos
livros a Bíblia possui?
8.
Qual
a diferença entre a bíblia católica e a protestante?
9.
Quem
escreveu a Bíblia?
10. Quem é o seu autor?
11. No que foi escrito a bíblia?
12. Qual o significado dos números?
2- A
consciência Moral e os Mandamentos da Lei de Deus
Os Mandamentos
da Lei de Deus são como instruções, sinais que Deus coloca em nosso caminho,
isto é, na nossa vida. Foi por amor que Deus ajudou Moisés a organizar aquele
povo escravo que estava no Egito, para libertar-se da escravidão do Faraó.
Deus ajudou aquele povo a
descobrir dez sinais ou MANDAMENTOS que orientariam sua caminhada. Então, os
DEZ MANDAMENTOS foi a ALIANÇA que Deus fez com o seu povo para caminhar com
Ele. Aliança quer dizer promessa de verdade! "Eis a Aliança: Eu serei o
teu Deus e tu serás o meu povo" Ex6, 7.
Estes Mandamentos orientam
o povo na caminhada para a libertação, isto é, evitar o pecado, e viver a
fidelidade a Deus.
Às vezes ouvimos que os
Mandamentos tira a liberdade de viver. Ser livre não é fazer o que se quer, mas
descobrir o é que bom para mim é descobrir àquele caminho que nos torna mais
pessoa, isto é, praticar boas ações, cumprir com nossos deveres, etc.
Os dez Mandamentos:
Os 3 (três) primeiros
Mandamentos nos ajudam a descobrir a encontrar o Verdadeiro Deus, e os outros 7
(sete) ajudam na organização do mundo e a vida do Povo, conforme a vontade de
Deus.
2.1 Mandamentos:
1° - Amar a Deus sobre
todas as coisas - Ex20, 1 -6.
Quer dizer acreditar no
Deus único e verdadeiro sem deíxar-se enganar pêlos ídolos, ídolo é tudo aquilo
que nos atrapalha de amar o Deus Verdadeiro de todo o coração. É por isso que
não podemos acreditar em religiões falsas que faziam mal dos outros e enganam
as pessoas, superstições, objetos que dão sorte (dar exemplo). Este Mandamento
também nos ensina que não podemos dar às coisas poderes que só Deus tem. Por
exemplo: horóscopo, leitura de mão. Vocês sabiam que tem pessoas que usam
pirâmide para dar sorte? Usam ferradura atrás das portas'? Fazendo isto, as
pessoas estão colocando estas coisas acima de Deus.
Adorar imagens - Este
preceito se refere a Deus criador. Nenhum ser animal, vegetal ou mineral tem o
poder de Deus Ex25, 18-22; Nm21, 4-9; Jo3, 13-15 (explicar os textos). Portanto
o culto católico de imagens não é contrário ao 1° Mandamento, não adoramos
imagens, veneramos aqueles que nos serviram de exemplo. A imagem é um meio
visual e eficaz para catequizar.
A veneração a Maria
Santíssima se chama hiperdulia e aos santos dulia. A veneração a imagens foi
liberada pela Igreja devido ao entendimento: "O Filho de Deus se fez
imagem do Pai" Jo14-8-9.
Para nós cristãos, amar a
Deus significa também seguir seu Filho Jesus Cristo e viver o que ele nos
ensinou nos Evangelhos.
2° - Não tomar o seu
Santo Nome em vão - Ex20, 7.
Este Mandamento nos lembra
que não podemos usar o poder do nome de Deus e de nossa religião, os Santos,
Nossa Senhora para prejudicar os outros, culpar Deus pelas coisas erradas que
vemos, jurar em nome de Deus. Quem já viu alguém falar assim: "juro por Deus".
Pois bem, não podemos fazer isto.
Quem já viu nas notas do
dinheiro "Deus seja louvado"? Pois é, está muito errado. Isto é usar
o nome de Deus sem necessidade.
3° - Guardar o domingo
e festas de preceito - Ex20, 8.
Guardar ou santificar o
domingo e dias de festas quer dizer usar este dia livre de trabalho para
participar da missa ou do culto na comunidade. Juntos louvamos e agradecemos a
Deus porque Ele nos ama e nos conserva a vida. Devemos também aproveitar este
dia para recordar os encontros da catequese e conversar com a família. A
diversão deverá ser sadia (cuidado com filmes, revistas, etc.).
A participação da Santa
Missa é muito importante, pois ela aumenta em nós o amor a Deus. Na Missa
reconhecemos que Deus é Deus e que nós somos os seus filhos. A Missa é o que
existe de mais agradável e valioso que ofertamos a Deus.
Notamos que no AT era o
sábado santificado, por que hoje nós santificamos e guardamos o domingo? Por
que foi no domingo que aconteceu o maior acontecimento de toda a nossa
história. A Ressurreição de Jesus.
4° - Honrar Pai e Mãe -
Ex 20,12
Honrar Pai e Mãe significa
amar e respeitar em todos os momentos da nossa vida. Este mandamento nos lembra
a obrigação que todos os filhos têm de cuidar bem dos pais quando ficarem
velhos ou doentes. Devemos obedecer aos
nossos pais em tudo.
Este mandamento nos lembra também as
nossas obrigações para com os mais velhos, principalmente os superiores, por
exemplo: o padre, os nossos avós, os professores, as catequistas. Este
mandamento nos lembra também como devemos cuidar de nossos empregados e os
deveres dos empregados para com os
patrões. É bom lembrar também
que este mandamento diz respeito
ao comportamento dos pais em relação aos filhos: amá-los e respeitá-los em
tudo.
5° -Não Matar - Ex
20,13
Este Mandamento nos diz
respeito à vida. A vida humana pertence a Deus, pois somente Ele é o autor da
vida. Por isso, ninguém pode matar outra pessoa. Mas o que matar? É só tirando
a vida? Não! Às vezes falamos mal dos outros. Vocês sabiam que isso é matar? Devemos
também evitar lugares perigosos. Devemos ter cuidado com a nossa saúde, não
usar drogas, fumar, fazer uso de bebidas alcoólicas. Temos que cuidar da saúde
tomando os remédios necessários. Às pessoas que trabalham para nós, temos que
pagar salário justo. Usar métodos anticoncepcionais não aprovados pela Igreja,
(pílula, diu, diafragma, ligadura de trombas e vasectomia, ou seja, a Igreja
tolera somente o método natural para evitar a procriação). É bom ressaltar que
o pecado é do casal.
6 ° - Não pecar contra
a castidade - Ex 20,14
Este mandamento nos diz
mais a respeito do cuidado que devemos ter para com o nosso corpo e
comportamento sexual. O que é isto? É o relacionamento íntimo que é permitido
às pessoas casadas. Deus não fez o homem e a mulher para ficarem sozinhos. Por
isso, é natural que o homem e a mulher gostem de ficar juntos. Eles precisam um
do outro para formar uma família.
Mas a união entre o homem
e a mulher é realizada somente peio Sacramento do Matrimônio, relacionamento de
homem e mulher sem serem casados é pecado contra castidade, isto é, contra a
pureza do corpo. Isso é muito errado. Devem ter cuidado de não falar palavrão,
não andar com roupas apertadas ou curtas demais. Olhar ou ler revistas que tem
cenas de homens e mulheres nus. Não devemos emprestar estas coisas aos outros.
Casar somente por interesse financeiro é pecado grave. O homossexualismo
masculino e feminino também é pecar contra a castidade. Castidade quer dizer
pureza. Ser casto é ser fiel ao seu estado de vida, isto é, se é casado, viver
como casado fiel ao seu cônjuge, se é solteiro, viver como solteiro.
7° - Não furtar, isto
é, roubar - Ex 20,15.
Este mandamento nos
convida a respeitar as coisas dos outros. Todos devem trabalhar para
conseguirem suas coisas. Vocês sabiam que tem várias maneiras de roubar? Quem
não paga o salário justo para as pessoas. Os comerciantes que rouba no peso,
vocês sabiam disso? Dá troco errado. Aumentar o preço das coisas. O empregado
que não faz o trabalho direito, passa o dia enrolando no trabalho. Quem estraga
as coisas que pertencem a todos, por exemplo: quebrar orelhão, jogar lixo na
rua.
8° - Não levantar falso
testemunho - Ex 20,16
Este mandamento nos proíbe
de caluniar, isto é, falar mentiras sérias que prejudicam a vida das pessoas e
da comunidade. Inventar mentira para tirar proveito é pecado muito grave.
9° - Não desejar a
mulher do próximo - Ex 20,14
Se um homem e uma mulher
estão comprometidos entre si e com os filhos, não podem abandonar a família
para juntar-se com outra pessoa. Por isso, é muito importante amar de verdade e
escolher bem o seu esposo ou esposa com que vai se casar para evitar depois a
separação e o divórcio. Este mandamento pede aos pais e mães que se respeitem e
se amem. Casamento é coisa muito séria. Desejar viver com outro homem ou com
outra mulher é pecar contra este mandamento e contra o 6° mandamento.
10° - Não cobiçaras
coisas alheias, isto é, as coisas que pertencem a outros - Ex 20,17
Cobiçar é ter o desejo de
possuir as coisas dos outros. Cobiçar as coisas que se vêem nos comerciais da
TV, mesmo sem ter necessidade. Podemos satisfazer os nossos desejos de possuir
as coisas quando ele puder se realizar, sem cometer injustiças ou desonestidade
com outras pessoas. Por exemplo: querer comprar uma televisão do seu amigo por
um preço menor.
Os Mandamentos da Lei de
Deus são como sinais que Deus coloca em nosso caminho e nos ajudam a viver como
filhos de Deus.
Os mandamentos da Lei de
Deus nos mostram a imagem que deve ser o homem segundo o coração de Deus.
Os mandamentos são
sabedoria e felicidade de Deus prometida aos homens.
2.2 Prática Semanal:
1.
O
que são Mandamentos?
2.
Quantos
e quais são os mandamentos?
A verdade sobre Jesus Cristo
3- A vida de Jesus
Cristo
3.1
Deus
Em toda a
história da humanidade o homem não cessa de buscar a Deus. Esta busca se dá
através das orações, sacrifícios, cultos, meditações, ações, entre outras
formas. Mas como podemos conhecer a Deus, se nunca O vimos? Podemos conhecer a Deus mediante Suas obras e
mediante a nossa Fé. A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se
doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do
sentido último de sua vida. Como podemos falar de Deus? Nosso conhecimento de
Deus é tão limitado, como também é limitada nossa linguagem sobre Deus. Só
podemos falar de Deus através das criaturas vivas ou dos recursos naturais que
conhecemos, e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e pensar. De
qualquer forma, temos que nos lembrar e ter sempre conosco, dentro de nossos
corações, que todas as criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus. O
homem guarda características tão dignas como a verdade, a bondade, a beleza, a
caridade, o amor...Tais características não podem ter outro autor senão o Todo
Poderoso. Todas estas características contemplam, portanto, o Seu Autor. Assim
como uma obra de arte reflete sempre, de alguma forma, o seu autor, também nos
devemos refletir nosso Criador. "Sem o Criador a criatura se esvai".
Como
entender Deus Criador?
Deus criou
o mundo segundo Sua sabedoria. O mundo procede da vontade livre de Deus que
quis fazer as criaturas participarem do Seu Ser, da Sua sabedoria e da sua
bondade. Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria
preexistente? Quando se dá um material a um artesão, ele faz do material tudo o
que quiser e souber. Se este fato confere a este artesão um lado criador, tanto
mais será nada para criar tudo o que Sua Vontade e Sabedoria desejam. Deus
parte do Nada e cria o mundo, dentro dele, o homem.Uma vez que Deus pôde criar
do nada, pode, através do Espírito Santo, dar vida da alma aos homens, com o
objetivo de mantê-los sempre junto Dele, mas ao mesmo tempo, deixando o homem
livre para escolher essa união. Já que pela sua palavra pôde fazer resplandecer
a luz a partir das trevas, pode também dar a luz da fé àqueles que a
desconhecem. Dessa forma, a criação é uma obra querida por Deus como um dom que
foi dirigido ao homem; como uma herança que lhe é destinada e confiada.
Entretanto, Deus transcende a criação, pois é infinitamente maior que todas as
Suas obras. Por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que
existe, Ele está presente no mais intimo das suas criaturas. Segundo as sábias
e inspiradas palavras de Santo Agostinho: "Ele é maior do que aquilo
que há de maior em mim e mais íntimo do que aquilo que há de mais intimo em mim".
Deus mantém e sustenta a criação, pois não abandona a sua criatura a ela mesma.
Não somente lhe dá o ser e a existência, mas também a sustenta a todo instante
e lhe dá o livre-arbítrio. Reconhecer esta dependência completa em relação ao
Criador é uma fonte de sabedoria e liberdade, de alegria e confiança. Os
estudos sobre Deus (assuntos da Teologia) são elaborados considerando Deus na
Unidade da Natureza e na Trindade das Pessoas. Na Unidade da Natureza, o estudo
de Deus é dividido em três partes: a Existência, a Essência e os Atributos.
Cada uma destas características existem em Deus ao mesmo tempo e só foram
separadas para serem melhor explicadas e compreendidas.
3.1.1
A Existência
É um
artigo de fé e nos abre uma dupla possibilidade de conhecer a Deus: Uma forma
natural e uma forma sobrenatural.
4 Forma Natural: "Encontra-se
Deus por meio da reflexão do mundo e em nós mesmos" (São Paulo).
Uma das
maiores comprovações sobre a Existência de Deus é a tendência dos homens pela
busca da felicidade. Em cada homem esta necessidade não pode ser satisfeita
apenas pelo mundo e pelo seus bens. Portanto, segundo Santo Agostinho, é
preciso que haja um bem eterno capaz de satisfazê-la e este bem é Deus.
O
conhecimento de Deus pela forma natural baseia-se pelo fato de que como não
vemos a Deus, O conhecemos por meio de comparações devido às suas obras, pois
não encontramos na Terra a essência de Deus, mas sim suas obras. É através de
suas criações que conhecemos que Deus existe, como sua causa.
4 Forma Sobrenatural:
"Deus é para nós que cremos um 'Deus desconhecido' ainda que à luz
da fé o conheçam muito melhor do que à luz da razão" (Santo Tomaz de
Aquino).
Segundo
esta forma de conhecimento, crê-se em Deus em virtude de uma revelação
sobrenatural que é dada por meio da fé. A comunicação de Deus conosco e sua
manifestação dá-se por meio das graças.
3.1.2
A Essência
Estuda o
ser de Deus, sendo que a Existência e a Essência são inseparáveis em Deus. A
essência de Deus é compreendida através da revelação, onde Deus se revela e se
dá conhecer aos homens.
3.1.3
Os Atributos
São as
características através das quais podemos conhecer a Deus e distingui-lo das
criaturas. São todas as perfeições existentes em Deus, como por exemplo:
4 Deus é UNO: a unidade de
Deus é um dogma da Igreja. É entendido como uma unidade do indivíduo levando ao
monoteísmo. Este atributo foi mencionado em várias passagens: "Vede que
sou Eu somente e não há outro Deus exceto Eu". (Dt 32, 39) "Houve
Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus". (Mc 12, 29)
4 Deus é SIMPLES (PURO): em
Deus nada se acrescenta ou se tira. A simplicidade de Deus é entendida como um
Deus livre de qualquer multiplicidade e dispersões próprias das outras
criaturas. É Deus em sua puríssima espiritualidade. Como exemplo, podemos citar
uma passagem onde Jesus atribui a Deus uma figura humana ao chamado PAI e ao
mesmo tempo lhe atribui estado e morada acima de tudo o que é material.
4 Deus é IMUTÁVEL: Deus foi,
é, sempre será o mesmo, com sua perfeição e seu amor sem limites. Segundo Santo
Tomaz de Aquino: "Só Deus é".
4 Deus é ETERNO: Deus não
teve início e não terá fim. "O Senhor é um Deus Eterno que criou os
extremos da Terra e que não se cansa nem se esgota". (Is 40, 28
4 Deus é ONIPRESENTE: a
onipresença de Deus nos oferece a possibilidade de nos unirmos espiritualmente
a Ele em qualquer tempo e condição e em qualquer lugar. Deus está sempre
conosco. Entretanto, de que serve Deus estar perto de nós se nós estivermos
longe Dele? Por isso em sua Bondade Infinita ele nos dá sua Onipresença e nós,
com nossa Fé, podemos encontrá-lo sempre que quisermos.
4 Deus é ONISCIENTE: Deus
tudo sabe. A revelação é a maior prova da onisciência de Deus.
4 Deus é ONIPOTENTE: Deus
tudo pode. Algumas passagens revelam com exatidão esse atributo de Deus: "Para
os homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível". (Mt 19,
25-26) "Pai, tudo Te é possível". (Mt 14, 36)
Quem não
se sente pasmo, surpreso, arrebatado, maravilhado, com a observação de um céu
estrelado e da imensidão do universo?
Tais coisas nada mais são da que frutos da
Onipotência Divina. Quem deu a vida a estes corpos celestes?
Às propriedades e forças?
Quem lhes
indicou o caminho e a finalidade?
Baseando-se
apenas nessa observação, como se pode recusar inserir-se na harmonia desejada
pelo Todo-Poderoso?
3.2 Jesus Cristo
Jesus
significa Deus Salva. Jesus nasceu em Belém, na Judéia, no ano 1 de nossa era.
Sua mãe é Maria e seu pai adotivo José. Seus avós maternos foram Joaquim e Ana.
A palavra
Cristo do latim Christus ou Christos é semelhante à palavra Messias (em
hebraico), que significa Ungido. Portanto, Cristo significa Ungido do Senhor,
aquele que recebeu a Unção com óleo. O derrame com óleo sobre a cabeça de
alguém significava a consagração de um homem por Deus, como profeta, sacerdote
e rei. A vida de Jesus, seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas
nos Evangelhos (Evangelho vem do grego Evangelion e significa boa nova, boas
notícias). É como foi chamada a mensagem de salvação e de redenção que Jesus
trouxe ao mundo.
3.2.1
O estilo do ensinamento de Jesus
Na época
de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a
comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse
seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isto
exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e
Jesus sem sombra de dúvidas, dominava ambos talentos.
As
parábolas cheias de vida tirada da natureza ou essência humana são bem
conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas
incitavam os ouvintes para pensar e descobrir diversos níveis de significados e
aplicações.
3.2.2
Os principais ensinamentos
Dentro dos
ensinamentos propostos por Jesus, existem dois temas predominantes: A Verdade e
Realidade e A Compreensão da Pessoa de Jesus.
A Verdade
e Realidade: A Realidade que Jesus veio proclamar tem sido traduzida em Reino;
Jesus proclamou o Reino de Deus ou o Reino dos Céus. Não apenas proclamou, mas
o inaugurou quando deixou claro que "Um novo estado de coisas nasceu
para o ser-humano". Muitas foram às parábolas contadas sobre o Reino
de Deus; dentre elas Jesus disse: "O Reino dos Céus é como um mercador
em busca de pérolas finas que, encontrando uma de grande valor, vai e vende
tudo o que tem e a compra".
"O
Reino de Deus não vem como sinais que possam ser observados, nem se poderá
dizer: 'Eis o Reino aqui' ou 'Lá está o Reino', pois o Reino de Deus está no
meio de vocês".
Com este
tema, Jesus deixa evidente que temos que estar bem conosco mesmos com nossos
irmãos e com Deus, pois senão não podemos viver no Reino dos Céus.
A Pessoa
de Jesus: Jesus referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem. Essa expressão
pode apresentar várias interpretações, mas pode ser compreendida como sendo uma
intervenção pessoal de Deus nos assuntos humanos, não tanto através da figura
de um mensageiro, mas sim como a do inaugurador de um estado de coisas entre os
homens em que o Reino de Deus está efetivamente presente. Uma das passagens em
que Jesus se refere ao Filho do Homem: "O Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos".
3.2.3
Seguir Jesus: o preço
Os Evangelhos
contém relatos de um período no qual Jesus passou no deserto em solidão
voluntária e onde ele enfrentou e resistiu a diversas tentações. Se o próprio
Filho de Deus sofreu tentações quanto mais nós as sofremos!
Entretanto,
as tentações de Jesus podem ser vistas por nós como meios fáceis e mesquinhos
de se estabelecer o Reino. Quando Jesus reconheceu as tentações como tal, ele
viu-se face a face com o único caminho, o da entrega total, sem qualquer
recompensa ou retorno: o caminho do Amor puro e sem sentimentalismo.
Jesus não
oferecia nenhum atrativo fácil. O preço para ser seu discípulo não haveria de
ser alto nem baixo, mas absoluto. Ele usou vários meios para transmitir esse
fato simples: usou poemas, parábolas e falou diretamente aos seus discípulos,
especificando qual seria o preço para si e, conseqüentemente, para eles.
Jesus era
às vezes popular ou não. As autoridades de modo geral desconfiavam dele e o
temiam. O povo de Israel não acreditou que Ele era de fato o Messias Prometido,
pois esperava alguém glorioso e poderoso politicamente para libertá-los dos
romanos; queriam um Messias que lhes desse uma nação livre e poderosa.
Por outro
lado; Jesus era movido pelo amor e pela vontade de Deus. O amor exigia uma
reação amorosa aos sofrimentos do povo e Jesus com seu poder de cura era
clamorosamente ansiado, requisitado. Ele curava porque o amor exigia e pedia
aos que curava para agradecerem a Deus e ficarem em silêncio.
Então,
seguir Jesus é uma opção e a livre entrega de si é a única expressão de amor
que existe; Jesus nos quer por inteiro, sem restrições, sem senão, sem porém.
Algumas de suas palavras mostram as atitudes esperadas de um seguidor de
Cristo:
"Se alguém esbofeteia sua face direita,
volta-lhe também à esquerda; se alguém quer litigar com você para tirar-lhe a
túnica, deixe-lhe também a camisa; se alguém o forçar a caminhar uma milha,
ande com ele duas".
"Amem
aos seus inimigos; façam o bem a quem os odeia; abençoem os que os maldizem;
orem pelos que os injuriam".
"Aquele
que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim".
Finalmente,
analisando a vida de Jesus, constata-se que sua idéia-força, ou seja, o motivo
de sua existência era a realização da vontade do Pai. As primeiras palavras de
Jesus relatadas no Evangelho quando ele tinha doze anos e estava com os
Doutores da Lei foram: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de
meu Pai?" (Lc 2, 49).
Jesus foi
o homem mais autêntico e mais realizado que existiu sobre a face da Terra que
fez a vontade do Pai e, portanto fez exatamente o que deveria fazer.
3.3
Santíssima Trindade
Santíssima Trindade é um mistério de
um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Pai que é Deus, que é Amor: somente o
Pai que ama respeita a liberdade de seu filho.
Filho que é Jesus Cristo: é o Deus
visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de
Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e as principais provas são:
O próprio
Jesus diz-se Deus (Jo 10, 30 ; Jo 14, 7 e Lc 22, 67-70). Os milagres eram
feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.
Espírito
Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido.
Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da
Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus
foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre
Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à
do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua
vez é manifestada pelo Espírito Santo.
Um fato
dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus.
Foi a descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e
deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que
deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí
está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do
Cristianismo de cada um.
3.3.1
O Dogma da Santíssima Trindade
A Trindade
é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma
das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas
divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho
é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação
ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo
atribui-se a Santificação.
Resumindo,
o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã.
Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
Pela graça
do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na
obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação
ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora
recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos
testemunho dela e levá-la por toda à parte.
3.4 Prática Semanal:
1.
Porque
Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens?
2.
Jesus
Cristo possui quantas naturezas?
3.
Para
reflexão: Realize a leitura de Lc 19,1-10 e responda:
3.1 Como era Zaqueu antes
do encontro com Jesus?
3.2 O que fez com que
zaqueu mudasse de vida?
3.3 De que jeito Jesus
libertou Zaqueu?
3.4 Jesus é o libertador enviado por Deus.
Que libertação é essa?
4.
Qual
o preço de seguir Jesus? Você está preparado para este seguimento?
5.
O
que é a Santíssima Trindade?
6.
Qual
o dogma da santíssima trindade?
4- Morte e Ressurreição
de Jesus Cristo
4.1 "Creio na ressurreição da
carne"
§988 O Credo cristão - profissão de
nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e em sua ação criadora, salvadora
e santificadora - culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos
tempos e na vida eterna.
§989 Cremos firmemente - e assim
esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos
mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão
para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia.
Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade:
Se o Espírito daquele que ressuscitou
Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus
dentre os mortos dar vida também aos vossos corpos mortais, mediante o seu
Espírito que habita em vós (Rm 8,11).
§990 O termo "carne" designa
o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da
carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal,
mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11) readquirirão vida.
§991 Crer na ressurreição dos mortos
foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. "Fiducia
christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus - A confiança dos
cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos":
Como podem alguns dentre vós dizer que
não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também
Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação
é vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias
dos que adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
§992 A ressurreição dos mortos foi
revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição
corporal dos mortos foi-se impondo corno uma conseqüência intrínseca da fé em
um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo. O criador do céu e da terra é
também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. E
nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na reação. Nas
provações, os mártires Macabeus confessam:
O Rei do mundo nos fará ressurgir para
uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis (2Mc 7,9). É desejável passar
para a outra vida pelas mãos dos homens, tendo da parte de Deus as esperanças
de ser um dia ressuscitado por Ele (2Mc 7,14).
§993 Os fariseus e muitos outros
contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza.
Aos saduceus que a negam, ele responde: "Não é por isto que errais,
desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de Deus?" (Mc 12,24). A fé
na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que "que não é um Deus dos
mortos, mas dos vivos" (Mc 12, 27).
§994 Mais ainda: Jesus liga a fé na
ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida"
(Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele
tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele
fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos,
anunciando com isso sua própria ressurreição, que no entanto será de outra
ordem. Deste acontecimento único Ele fala como do "sinal de Jonas",
do sinal do templo: anuncia sua ressurreição, que ocorrerá no terceiro dia
depois de ser entregue à morte.
§995 Ser testemunha de Cristo é ser
"testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido
com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41). A esperança
cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo
ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.
§996 Desde o início, a fé cristã na
ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé
cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da
carne." Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa
humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão
manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
§997 Que é "ressuscitar"? Na
morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção,
ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser
novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá
definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas
almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
§998 Quem ressuscitará ? Todos os
homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma
ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de
julgamento" (Jo 5,29).
§999 De que maneira? Cristo
ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou
eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma,
nele" ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém,
este corpo será "transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo
espiritual" (1Cor 15, 44):
Mas, dirá alguém, como ressuscitam os
mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não
ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer,
mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado
corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão
incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista
a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor
15,35-37.42.52-53).
§1000 Este "corno"
ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé.
Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da
transfiguração de nosso corpo por Cristo:
Assim como o pão que vem da terra,
depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas
Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste,
da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis,
pois têm a esperança da ressurreição.
§1001 Quando? Definitivamente "no
último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a
ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz
do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).
§1002 Se é verdade que Cristo nos
ressuscitará "no último dia", também que, de certo modo, já
ressuscitamos com Cristo. Pois, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já
agora na terra, uma participação na morte e na ressurreição de Cristo:
Fostes sepultados com Ele no Batismo,
também com Ele ressuscitastes, pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos
mortos. (...) Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto,
onde Cristo está sentado à direita de Deus (Cl 2,12;3,1).
§1003 Unidos a Cristo pelo Batismo, os
crentes já participam realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas
esta vida permanece "escondida com Cristo em Deus" (Cl 3,3).
"Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus, em Cristo Jesus"
(Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de
Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos "manifestados
com Ele cheios de glória" (Cl 3,3).
§1004 Enquanto aguardam esse dia, o
corpo e a alma do crente participam desde já da dignidade de ser "de
Cristo"; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo, mas
também para com o de outrem, particularmente quando este sofre:
O corpo é para o Senhor, e o Senhor é
para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós
por seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (...) Não
pertenceis a vós mesmos. (...) Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo
(1Cor 6,5.19-20).
§1005 Para ressuscitar com Cristo é
preciso morrer com Cristo, é preciso "deixar a mansão deste corpo para ir
morar junto do Senhor" (2 Cor 5,8). Nesta "partida" que é a
morte, a alma é separada do corpo. Ela será reunida a seu corpo no dia da
ressurreição dos mortos
§1006 "É diante da morte que o
enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto." Em certo sentido, a
morte corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do
pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma
participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua
Ressurreição.
§1007 A morte é o termo da vida
terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por
mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a
morte aparece como o fim normal da vida. Este aspecto da morte marca nossas
vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade serve também
para recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida:
Lembra-te de teu Criador nos dias de
tua mocidade (...) antes que o pó volte à terra donde veio, e o sopro volte a
Deus, que o concedeu (Ecl 12,1.7).
§1008 A morte é conseqüência do
pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição,
o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado
do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não
morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou
no mundo como conseqüência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem
teria sido subtraído se não tivesse pecado", é assim "o último inimigo"
do homem a ser vencido (1 Cor 15,26).
§1009 A morte é transformada por
Cristo. Jesus, o Filho de Deus sofreu também Ele a morte, própria da condição
humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de
submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou
a maldição da morte em bênção.
§1010 Graças a Cristo, a morte cristã
tem um sentido positivo. "Para mim, a vida é Cristo, e morrer é
lucro" (Fl 1,21). "Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele
viveremos" (2Tm 1,11). A novidade essencial da morte cristã está nisto:
pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente "morto com Cristo",
para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física
consuma este "morrer com Cristo" e completa, assim, nossa
incorporação a ele em seu ato redentor:
É bom para mim morrer em
("eis") Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da
terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que
ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (...) Deixai-me receber a pura
luz; quando tiver chegado lá, serei homem.
§1011 Na morte, Deus chama o homem a
si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo
semelhante ao de São Paulo: "O meu desejo é partir e ir estar com Cristo"
(Fl 1,23); e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de
amor ao Pai, a exemplo de Cristo:
Meu desejo terrestre foi crucificado;
(...) há em mim uma água viva que murmura e que diz dentro de mim: "Vem
para o Pai".
Quero ver a Deus, e para vê-lo é
preciso morrer.
Eu não morro, entro na vida.
§1012 A visão cristã da morte é
expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja:
Senhor, para os que crêem em vós, a
vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é
dado, nos céus, um corpo imperecível
§1013 A morte é o fim da peregrinação
terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece
para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu
destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida
terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens
devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação"
depois da morte.
4.2 Alma e corpo na ressurreição final
§366 A Igreja ensina que cada alma
espiritual é diretamente criada por Deus - não é "produzida" pelos
pais - e é imortal: ela não perece quando da separação do corpo na morte e se
unirá novamente ao corpo na ressurreição final.
4.3 Cremação e fé na ressurreição dos
corpos
§2301 A autópsia de cadáveres pode ser
moralmente admitida por motivos de investigação legal ou de pesquisa
científica. A doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser
meritória.
A Igreja permite a cremação, se esta
não manifestar uma posição contrária à fé na ressurreição dos corpos.
4.4 Eucaristia força de ressurreição
§1524 O viático, último sacramento do
cristão Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da Unção
dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem
para o Pai, a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado e
importância particulares. E semente de vida eterna e poder de ressurreição,
segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da
passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai.
4.5 Fé na ressurreição dos mortos -
elemento essencial na fé cristã
§991 Crer na ressurreição dos mortos
foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. "Fiducia
christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus - A confiança dos
cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos":
Como podem alguns dentre vós dizer que
não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também
Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação
é vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias
dos que adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
4.6 Modos de ressurreição dos mortos
§999 De que maneira? Cristo
ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou
eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele"
ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo
será "transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo
espiritual" (1Cor 15, 44):
Mas, dirá alguém, como ressuscitam os
mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não
ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer,
mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado
corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão
incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista
a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor
15,35-37.42.52-53).
§1000 Este "corno"
ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé. Nossa
participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração
de nosso corpo por Cristo:
Assim como o pão que vem da terra,
depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas
Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste,
da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais
corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição.
4.7 Oposições e incompreensões
relativas à fé na ressurreição dos mortos
§996 Desde o início, a fé cristã na
ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé
cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da
carne." Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa
humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão
manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
4.8 Razões e fundamentos da fé na
ressurreição dos mortos
§993 Os fariseus e muitos outros
contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza.
Aos saduceus que a negam, ele responde: "Não é por isto que errais,
desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de Deus?" (Mc 12,24). A fé
na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que "que não é um Deus dos mortos,
mas dos vivos" (Mc 12, 27).
§994 Mais ainda: Jesus liga a fé na
ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida"
(Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele
tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele
fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos,
anunciando com isso sua própria ressurreição, que no entanto será de outra
ordem. Deste acontecimento único Ele fala como do "sinal de Jonas",
do sinal do templo: anuncia sua ressurreição, que ocorrerá no terceiro dia
depois de ser entregue à morte.
§995 Ser testemunha de Cristo é ser
"testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido
com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41). A esperança
cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo
ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.
4.9 Ressurreição de todos os mortos
§998 Quem ressuscitará ? Todos os
homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma
ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de
julgamento" (Jo 5,29).
4.10 Ressurreição dos mortos obra da
santíssima Trindade
§989 Cremos firmemente - e assim
esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos
mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão
para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia.
Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade:
Se o Espírito daquele que ressuscitou
Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus
dentre os mortos dar vida também aos vossos corpos mortais, mediante o seu
Espírito que habita em vós (Rm 8,11).
4.11 Revelação progressiva da
ressurreição dos mortos
§992 A ressurreição dos mortos foi
revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição c
corporal dos mortos foi-se impondo corno uma conseqüência intrínseca da fé em
um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo. O criador do céu e da terra é
também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. E
nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na reação. Nas
provações, os mártires Macabeus confessam:
O Rei do mundo nos fará ressurgir para
uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis (2Mc 7,9). É desejável passar
para a outra vida pelas mãos dos homens, tendo da parte de Deus as esperanças
de ser um dia ressuscitado por Ele (2Mc 7,14).
4.12 Significação de ressurgir
§997 Que é "ressuscitar"? Na
morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção,
ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser
novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá
definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas
almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
4.13 Significação de ressurreição da
carne
§990 O termo "carne" designa
o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da
carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma
imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11)
readquirirão vida.
4.14 Tempo da ressurreição dos mortos
§1001 Quando? Definitivamente "no
último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a
ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz
do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).
§1038 A ressurreição de todos os
mortos, "dos justos e dos injustos" (At 24,15), antecederá o Juízo
Final. Este será "a hora em que todos os que repousam nos sepulcros
ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de
vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento"
(Jo 5,28-29). Então Cristo "virá em sua glória, e todos os anjos com Ele.
(...) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os
homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e por as
ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. (...) E irão estes para o
castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna" (Mt 25,31-33.46).
4.15 Transfiguração de Cristo sinal da
ressurreição do homem
§556 No limiar da vida pública, o
Batismo; no limiar da Páscoa, a Transfiguração. Pelo Batismo de Jesus
"declaratum fuit mysterium primae regenerationis - foi manifestado o
mistério da primeira regeneração": o nosso Batismo; a Transfiguração
"est sacramentum secundae regenerationis - é o sacramento da segunda
regeneração": a nossa própria ressurreição. Desde já participamos da
Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos do Corpo de
Cristo A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo,
"que transfigurar nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo
glorioso" (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também "que é preciso
passarmos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus" (At
14,22):
Pedro ainda não tinha compreendido
isso ao desejar viver com Cristo sobre a montanha. Ele reservou-te isto, Pedro,
para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para
servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para
fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da
caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas Sofrer?
4.16 Prática
Semanal:
1.
O
que representa a ressurreição de Jesus Cristo para nós?
2.
O
que é “ressuscitar”?
3.
Para
reflexão: Ler Lc 24,13-25
Os dois homens voltavam
para suas casas, sem esperanças, na “fossa”. O que fez mudar a vida deles?
E, hoje, onde encontramos
o Cristo Ressuscitado, que libertou e dá esperanças?
Houve algum momento na sua
vida , em que você experimentou, mais de perto a presença de Cristo? Conte:
5- A promessa do Dom do
Espírito Santo: Pentecostes e o nascimento da Igreja
5.1
Pentecostes: dia da efusão do Espírito Santo
§696
O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no
Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito
Santo O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como
uma tocha" (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício
do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca.
João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de
Elias" (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizará com o
Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá
"Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc
12,49). É sob a forma de línguas "que se diriam de fogo" o Espírito
Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A
tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais
expressivos da ação do Espírito Santo Não extingais o Espírito" (1Ts
5,19).
§731
No dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo se
realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como
Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profusão o
Espírito.
§1287
Ora, esta plenitude do Espírito não devia ser apenas a do Messias; devia ser
comunicada a todo o povo messiânico. Por várias vezes Cristo prometeu esta
efusão do Espírito, promessa que realizou primeiramente no dia da Páscoa. e em
seguida, de maneira mais marcante, no dia de Pentecostes. Repletos do Espírito
Santo, os Apóstolos começam a proclamar "as maravilhas de Deus" (At
2,11), e Pedro começa a declarar que esta efusão do Espírito é o sinal dos
tempos messiânicos. Os que então creram na pregação apostólica e que se fizeram
batizar também receberam o dom do Espírito Santo
No
dia de Pentecostes, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos,
"reunidos no mesmo lugar" (At 2,1), esperando-o, "todos
unânimes, perseverando na oração" (At 1,14). O Espírito, que ensina a
Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de
oração.
§767
"Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizará na
terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a
Igreja permanentemente." Foi então que "a Igreja se manifestou
publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a
pregação". Por ser "convocação" de todos os homens para a
salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo
a todos os povos para fazer deles discípulos.
§1076
A Economia Sacramental - No dia de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo,
a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na
"dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o qual Cristo
manifesta, toma presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia de sua
Igreja, "até que ele venha" (1 Cor 11,26). Durante este tempo da
Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria deste
tempo novo. Age pelos sacramentos; é isto que a Tradição comum do Oriente e do
Ocidente chama de "economia sacramental"; esta consiste na
comunicação (ou "dispensação") dos frutos do Mistério Pascal de
Cristo na celebração da liturgia "sacramental" da Igreja. Por isso,
importa ilustrar primeiro esta "dispensação sacramental" (Capítulo
I). Assim aparecerão com mais clareza a natureza e os aspectos essenciais da
celebração litúrgica (Capítulo II.).
História
Pentecostes era a festa
celebrada 7 semanas ou 50 dias após a festa da Páscoa. Era a festa da ceifa.
"Celebrará a festa das semanas, no tempo das primícias da ceifa do trigo,
e a festa da colheita, no fim do ano" (Ex 34, 22) "Contarás sete
semanas, a partir do momento em que meteres a foice em tua seara. Celebrarás
então a festa das Semanas em honra do Senhor, teu Deus, apresentando a oferta
espontânea de tua mão, a qual medirás segundo as bênçãos com que o Senhor, teu
Deus, te cumulou. Alegrar-te-ás em presença do Senhor, teu Deus, com teu filho,
tua filha, teu servo e tua serva, o levita que vive em teus muros, assim como o
estrangeiro, o órfão e a viúva que vivem no meio de ti, no lugar escolhido pelo
Senhor, teu Deus, para aí habitar o seu nome. Lembra-te de que foste escravo no
Egito, e cuida de observar estas leis." (Dt 16 ,9-12)
Festa da ceifa comemorava
a libertação do povo Hebreu da condição de escravos.
O que aconteceu após a ascensão de Jesus ?
“E comendo com eles,
ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o
cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca;
porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui
há poucos dias. Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora
que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a
vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá
sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1, 4-8)
Qual a obra do Paráclito ?
“Entretanto, digo-vos a
verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito (Espírito
Santo) não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier,
convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.Convencerá o
mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.Ele o convencerá a
respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me
vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe
deste mundo já está julgado e condenado." (Jo 16 ,7-11)
O que aconteceu no dia de Pentecostes ?
No dia de Pentecostes , a
Páscoa de Cristo se realiza na Efusão do Espírito Santo , que é manifestado ,
dado , e comunicado como Pessoa Divina da sua plenitude , o Cristo Senhor ,
derrama em profusão o Espírito Santo .
Neste dia é revelada
plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia o Reino anunciado por
Cristo está aberto aos que nele crêem, na humildade da carne e na fé, eles
participam já da Comunhão da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo foi
enviado no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente. Foi
então que a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a
difusão do E evangelho com a pregação.
Para realizar a sua missão
o Espírito Santo dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos
e carismáticos.
O dom do Espírito Santo
inaugura um tempo novo na dispensação do mistério: o tempo da Igreja , durante
o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela
liturgia de sua Igreja.
"Chegando o dia de
Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um
ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam
sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram
e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem." (At 2 ,1-4)
Maria , sempre presente !
Maria e sua oração
presente e eficaz são sempre um canal de cooperação ao Plano do Pai:
Na anunciação - para a
concepção de Jesus
Em Pentecostes - Para a
formação da Igreja
Nas Bodas de Cana –
intercessão pelo casal e pelo Seu filho (o primeiro milagre de Jesus)
Aos pés da cruz – ora
como mãe, como mulher, como a nova Eva.
E depois de Pentecostes ?
Os apóstolos
transformaram-se em novas criaturas. Sem medo, anunciaram a Palavra de Deus,
realizaram curas, milagres, prodígios, e conversões em nome de Jesus.
Cumpriu-se com os apóstolos a promessa de Jesus que eles fariam as obras que
Ele fez e até maiores.
5.2
Pentecostes dia da plena revelação da Trindade
§732
Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o
Reino anunciado por Cristo está aberto aos que crêem nele; na humildade da carne
e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda e
ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos
tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não
consumado:
Vimos
a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé:
adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou.
5.3 Prática semanal:
Após a leitura de Atos dos
Apóstolos 1 e 2, responda:
1.
O
que aconteceu no dia de Pentecostes?
2.
O
que representa este acontecimento para a igreja?
3.
Após
a leitura de: Mt3,16-17/Gn 8,6-12/ Jo7,37-39/Ez37,9-10/At2,2-4. Responda: Quais
são as imagens e símbolos do Espírito Santo:
A verdade sobre a Igreja
6- A História da Igreja
É na diversidade que se
encontra a beleza da Igreja. Diversidade na comunhão, comunhão na diversidade.
A comunidade cristã
visível começa com a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. A missão
do Espírito Santo, prometido por Jesus, dá vida a um novo povo. Movido pelo
entusiasmo, Pedro se põe a falar, convidando os ouvintes a conversão e ao
batismo. Nesse dia agregou a Igreja 5 mil convertidos (At 2,41;4,4). Os
ouvintes de Pedro eram Judeus provenientes das mais distantes regiões do
Império Romano e que estavam em Jerusalém (At 2,9). São eles que levam para os
pontos mais distantes do Império a notícia de um homem de Nazaré Crucificado e
Ressuscitado, Messias de Deus e que falam da experiência do Espírito Santo.
Cheios de entusiasmo
comentam milagres, curas e libertações. Homens e mulheres deixavam tudo para se
fazerem missionários da fé renovada, pescadores ignorantes que repentinamente
falam maravilhas, arrastando as pessoas para esse novo caminho de vida e
salvação, aceitando a prisão, açoites, a difamação, mais perseverando fiéis a
Jesus Cristo, seu único Salvador.
6.1 Um novo estilo de vida
Surge um novo estilo de
viver a fé: a multidão de fiéis era um só coração e uma só alma. Tinha tudo em
comum e ninguém passava necessidade (At 4,32-35). Certamente havia também
egoísmo, competição mas a partilha fraterna era o ideal anunciado para os
seguidores de Jesus. Não basta ir ao templo de Pedra e de barro nem basta
elevar a mãos para o céu: é necessário tocar o coração humano com misericórdia.
É importante lembrar que os primeiros cristãos foram judeus e se consideravam
judeus, mas com um modo diferente de viver a lei e os profetas. Os judeus
cristãos viviam lado a lado com os judeus que os admiravam, mesmo não assumindo
a sua fé. O mundo religioso judaico era multifacetado, não havendo grandes
problemas de convivência entre fariseus, saduceus, batistas, nazarenos,
cristãos considerados um grupo a mais no mundo judeu.
São judeus mas com algo
diferente, como podemos ver em Lucas, quando retrata as primeiras comunidades
cristãs: "Os cristãos eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos
apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Diariamente
freqüentavam o templo e nas casas partiam o pão.”
6.2 Doutrina Católica
Os quatro primeiros
concílios ecumênicos definiram as concepções trinitárias e cristológicas,
sintetizadas no símbolo conhecido como Credo, adotado no ritual da missa. O
dogma trinitário afirma a crença num só Deus, que se manifesta por meio de uma
trindade de pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O dogma cristológico
admite que Cristo é o Filho de Deus, encarnação do Verbo divino, verdadeiro
Deus e verdadeiro homem. O advento de Cristo deu-se por meio da Virgem Maria
que, segundo o dogma mariológico, concebeu do Espírito Santo. A finalidade da
encarnação de Cristo foi salvar a humanidade do pecado original, que
enfraqueceu a natureza humana e acentuou sua tendência para o mal, de acordo
com o dogma soteriológico.
A doutrina do pecado
original e da graça foi elaborada por santo Agostinho nas primeiras décadas do
século V. A partir do século XIII, Tomás de Aquino procurou estabelecer uma
ponte entre o saber teológico e a filosofia aristotélica, afirmando que as
verdades da fé superam a racionalidade humana mas não estão em contradição com
ela. Assim sendo, a filosofia deve estar a serviço da teologia cristã. Tomás de
Aquino tornou-se o mestre por excelência da doutrina católica, com a síntese
por ele realizada na Suma teológica. No século XVI, o Concílio de Trento
definiu dois pontos fundamentais. Em primeiro lugar, a afirmação da doutrina da
Igreja, considerada como uma sociedade hierárquica, dentro da qual se atribui
ao clero o poder de magistério, de ministério do culto e de jurisdição sobre os
fiéis. Em segundo lugar, o concílio definiu a doutrina dos sete sacramentos da
Igreja (batismo, crisma ou confirmação, confissão, eucaristia, extrema-unção,
ordem e matrimônio), além de proclamar a presença real de Cristo na eucaristia,
no mistério da transubstanciação.
Ao longo dos séculos XVII
e XVIII a teologia católica foi conturbada por polêmicas referentes ao papel da
graça e da participação do homem em sua própria salvação, onde se confrontam
principalmente os jesuítas e os jansenistas, estes últimos partidários de maior
valorização da presença do mistério divino na história humana. Durante o século
XIX, foram proclamadas como verdades de fé a Imaculada Conceição de Maria e a
infalibilidade pontifícia. O primeiro dogma representou uma resposta da Igreja
Católica às novas concepções materialistas e hedonistas resultantes da
revolução burguesa, paralelas ao processo acelerado de industrialização; o
segundo constituiu uma reação ante o avanço das idéias liberais, com afirmação
progressiva dos direitos do homem. O último dogma da Igreja Católica foi proclamado
por Pio XII em meados do século XX: a Assunção da Virgem Maria ao céu, com
corpo e alma. É necessário ainda ter presente que, desde a Idade Média, com o
surgimento do chamado catolicismo popular à margem da Igreja oficial,
criaram-se também novas versões teológicas mais adequadas à compreensão do
povo, cuja influência muito se faz sentir na formação do catolicismo.
6.3
Prática semanal
Em Atos dos Apóstolos
capítulo 4 nos é apresentado um novo estilo de viver a fé - "A multidão de
fiéis era um só coração e uma só alma. Tinha tudo em comum e ninguém passava
necessidade (At 4,32-35)".
A partir da leitura de
Atos dos Apóstolos capítulo 2 e 4, da palestra sobre História da Igreja,
comente:
1.
O
que mais lhe impressionou na vida da primeira Igreja?
2.
Quais
as atitudes concretas que mostram que os primeiros cristãos formavam uma
verdadeira comunidade?
3.
O
que os primeiros cristãos faziam para cumprir a missão que Jesus confiou a sua
Igreja?
7- A missão da Igreja
(tema tratado em conjunto com DSI)
8- Doutrina Social da Igreja
8.1 Conceito
Doutrina Social da Igreja é o
conjunto dos ensinamentos contidos no magistério da Igreja
Católica constante de numerosas encíclicas
e pronunciamentos dos papas
inseridos na tradição multissecular e que tem suas origens nos primórdios do Cristianismo.
Tem por finalidade fixar princípios, critérios e diretrizes gerais a respeito
da organização social e política dos povos e das nações. É um convite a ação. A
finalidade da doutrina social da Igreja é "levar os homens a
corresponderem, com o auxílio também da reflexão racional e das ciências humanas,
à sua vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena" (João
Paulo II, Sollicitudo rei socialis). Foi
enriquecida pelos Padres da Igreja, teólogos e canonistas da Idade
Média e pelos pensadores e filósofos católicos dos tempos modernos. "A
doutrina social da Igreja se desenvolveu no século
XIX por ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial
moderna, suas novas estruturas para a produção de bens
de consumo, sua nova concepção da sociedade, do
Estado e da autoridade,
suas novas formas de trabalho e de propriedade." (Catecismo da Igreja Católica, 2420) A
encíclica Rerum Novarum, "sobre a questão operária",
de Leão
XIII, se constituiu na verdade na carta magna da atividade cristã no
campo social, em busca de uma ordem social justa. "À vista dos problemas
resultantes da revolução industrial que suscitaram o conflito entre capital e
trabalho aquele documento enumera "os erros que provocam o mal social,
exclui o socialismo como remédio e expõe de modo preciso e atualizado a
doutrina católica sobre o trabalho, o direito de propriedade, o princípio da
colaboração em contraposição à luta de classes, sobre o direito dos mais
fracos, sobre a dignidade dos pobres e as obrigações dos ricos, o direito de
associação e o aperfiçoamento da justiça pela caridade." (Compêndio DSI,
n. 89) Além de ter feito a condenação expressa do nazismo na
Encíclica Mit brennender Sorge de Pio XI, "a
Igreja tem rejeitado as ideologias totalitárias e atéias associadas, nos tempos
modernos, ao comunismo ou ao socialismo.
Além disso, na prática do capitalismo ela recusou o individualismo
e o primado absoluto da lei do mercado sore o trabalho humano. A regulamentação
da economia exclusivamente através do planejamento centralizado perverte na
base os vínculos sociais, sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai
contra a justiça social, "pois há muitas necessidades
humanas que não podem ser atendidas pelo mercado". É preciso preconizar
uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo
com uma justa hierarquia de valores e em vista do bem comum." (Idem, 2425)
São princípios básicos em que se
condensa a Doutrina Social da Igreja: 1) A dignidade da pessoa humana, como
criatura à imagem de Deus
e a igual dignidade de todas as pessoas; 2) respeito à vida humana, 3)
princípio de associação, 4) princípio da participação, 5) opção preferencial
pelos pobres, 6) princípio da solidariedade, 7)princípio da subsidiariedade, 8)
princípio do bem comum, 9) princípio da destinação universal dos bens e o
princípio da destinação universal dos bens. Os princípios da dignidade da
pessoa humana do bem comum, da subsidiariedade e o da solidariedade
a Doutrina Social da Igreja - DSI os considera de caráter geral e fundamental,
permanentes e universais. Esta doutrina indica, ainda, valores fundamentais
que devem presidir a vida social. Estes valores são:
Verdade: "O homem tende naturalmente para a verdade. É
obrigado a honrá-la e testemunhá-la. É obrigado a aderir à verdade conhecida e
a ordenar toda a vida segundo as exigências da verdade" (Catecismo, 2467).
A vida social exige transparência e honestidade e sem a confiança recíproca a
vida em comunidade torna-se insuportável.
Liberdade: "Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem
o direito
natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem a cada
um esta obrigação de respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma
exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, sobretudo em matéria moral
e religiosa. Este direito deve ser reconhecido civilmente e protegido nos
limites do bem comum e da ordem pública." (Cat., 1738) "O exercício
da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que
o homem, sujeito da liberdade, se baste a si mesmo tendo por fim a satisfação
de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos." (Idem, 1740).
Justiça: "Segundo São Tomás de Aquino consiste na vontade
perpétua e constante de dar a cada um o que lhe é devido. A justiça,
contudo, não é uma simples convenção humana, porque o que é justo não é
originalmente determinado pela lei, mas pela identidade profunda do ser humano.
Aqui reafirma o “direito natural” como sinônimo de respeito à dignidade da
pessoa humana, sob uma ótica cristã de valores, como fundamento do direito
positivo.
8.3 Princípio do Bem Comum
Segundo esta doutrina por bem
comum entende-se: "O conjunto daquelas condições da vida social que
permitem aos grupos e a cada um dos seus membros atingirem de maneira a mais
completa e desembaraçadamente a própria perfeição." (Conc. Vat. II, Const. apost. Gaudium et spes, 26).
O bem comum é de
responsabilidade de todos. "O bem comum empenha todos os membros da
sociedade: ninguém está escusado de colaborar, de acordo, com as próprias
possiblidades, na sua busca e no seu desenvolvimento." (João XXII,
Mater et Magistra e Catecismo da
Igreja Católica n. 1913). Mais, o bem comum é a razão de ser da autoridade
política e para assegurá-lo o governo de cada País tem a tarefa específica de
harmonizar com justiça os diversos interesses setoriais. O significado do bem
comum vai além do simples bem-estar econômico e considera a finalização
transcendente do ser humano.
8.4 Destinação universal dos bens
Esta doutrina social sustenta que a
propriedade dos bens seja acessível a todos de modo equânime e equitativo.
Reconhece a função social de qualquer forma de posse. Do que decorre o dever de
fazer com que a propriedade seja produtiva. Sobre este ponto o Concílio Vaticano II recomenda com firmeza que
não se dê aos pobres a título de caridade o que já lhes é devido a título de
justiça. Também sobre este princípio João Paulo II reafirmou, em Puebla
(discurso de 28 de janeiro de 1979): "A esse propósito deve ser
reafirmada, em toda a sua força, a opção preferencial pelos pobres."
8.5 Princípio da Subsidiariedade
O princípio da subsidiariedade é
realçado na encíclica Quadragesimo anno. Por este princípio deve-se
respeitar a liberdade e proteger a vitalidade dos corpos sociais intermédios,
por exemplo, a família, grupos, associações, entidades culturais, econômicas,
ONG's, e outras que são formadas espotaneamente no seio da sociedade. Não deve
o estado interferir no corpo social e na sociedade civil além do necessário.
Por outro lado deve o estado exercer atividade supletiva quando o corpo social,
por si, não consegue ou não tem meios de promover determinada atividade, como
também deve o estado intervir para evitar situações de desequilibrio e de
injustiça social. Este princípio se opõe às formas de centralização,
burocratização, assistencialismo e de presença desnecessária e injustificada do
Estado e do aparelho estatal no meio da sociedade civil. João Paulo II na Centesimus annus (48), afirmou: Ao intervir
directamente, irresponsabilizando a sociedade, o Estado assistencial provoca a
perda de energias humanas e o aumento exagerado do sector estatal, dominando
mais por lógicas burocráticas do que pela preocupação de servir os usuários com
um acréscimo enorme de despesas. Não admitir ou admitir de forma inadequada
a liberdade de iniciativa privada, econômica e os monopólios
desnecessários e injustificados concorrem para desrespeitar este princípio. De
outro lado estão de acordo com este princípio o respeito e a promoção efetiva
do primado da pessoa humana e da família, a valorização das associações e
organizações de nível intermediário existentes na sociedade, o respeito a uma
organização social e representatividade pluralista, respeito aos direitos
humanos e das minorias, descentralização administrativa e o adequado equilíbrio
entre o "público" e o "privado" e a correta
responsabilização do cidadão como parte integrante ativa da realidade social e
política do Estado, estes são fatores que se colocam na linha de realização
deste princípio com vistas ao alcance do bem comum.
8.6 Direito de participação na vida social e política
A participação é um dever a ser
conscientemente exercitado por todos, de modo responsável e em vista do bem
comum (Catecismo, 1913 - 1917). Toda democracia deve ser participativa. É
fortemente criticada a negativa deste direito por uma organização do Estado de
forma totalitária ou ditatorial, ainda que este direito venha a ser reconhecido
formalmente mas na prática negado, como também a "elefantíase do
estado" e do seu aparato burocrático são criticadas porque em razão deles
pode vir a ser negado ao cidadão a possiblidade de participar da vida social e
política do país.
8.7 Princípio da Solidariedade
Como fruto da globalização crescente
da sociedade e de uma crescente interdependência entre os homens crescem as
possiblidades de relacionamento entre os homens. Este princípio, sintetiza-o
bem João Paulo II, na encíclica Solicitudo Rei Socialis (38):
..."a solidariedade, portanto,
não é um sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos
males sofridos por tantas pessoas, próximas ou distantes. pelo contrário, é a determinação
firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo
bem de todos e de cada um, porque todos nós somos veradeiramente responsáveis
por todos. Esta determinação está fundada na firme convicção de que as causas
que entravam o desenvolvimento integral são aquela avidez do lucro e aquela
sede do poder de que se falou. Estas atitudes e estas "estruturas de
pecado" só poderão ser vencidas - pressupondo o auxílio da graça dvidina
com uma atitude diametralmente oposta: a aplicação em prol do bem do
próximo, com disponibilidade, em sentido envagélico, para "perder-se"
em benefício do próximo em vez de o expolorar, e "para servi-lo" em
vez de o oprimir para proveito próprio" .
"A prática da solidariedade no
interior de cada sociedade é valida quando os seus membros se reconhecem uns
aos outros como pessoas. Aqueles que contam mais, dispondo de uma parate maior
de bens e de serviços comuns, hão de sentir-se responsáveis pelos mais fracos e
estar dispostos a compartlhar com eles o que possuem. Por seu lado, os mais
fracos, na mesma linha de solidariedade não devem adotar um atitude meramente
passiva ou destrutiva do tecido social; mas, embora defendendo os seus direitos
legítimos, fazer o que lhes compete para o bem de todos. Os grupos intemédios,
por sua vez, não deveriam insistir egoìsticamente nos seus próprios interesses,
mas respeitar os interesses dos outros." Este princípio, segundo esta
doutrina, leva em conta não só a igualdade fundamental entre todos os homens,
mas vê o homem como imagem viva de Deus, resgatada na Paixão de Cristo: deve ser amado ainda que seja
inimigo (Idem, 40).
8.8 Família
Pela Doutrina Social da Igreja a
família é importante para a pessoa humana e para sociedade. É
vista como a célula primeira e vital da sociedade. A família é
considerada a primeira sociedade natural, titular de direitos próprios e
originários, é colocada no âmago da vida social e nasce da íntima comunhão de
vida e de amor fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher. (Gaudium et spes, 48).
8.9 Trabalho humano
O homem, segundo esta doutrina, foi
criado ut operaretur - “para trabalhar”. As realidades criadas, são boas
em si mesmas, existem em função do homem. O trabalho
portanto, pertence à condição originária própria do homem, é anterior à queda
do pecado original, não pode por isto ser entendido
nem como punição e nem como sendo uma maldição ou castigo. É um instrumento
eficaz contra a pobreza e deve ser sempre honrado, é essencial, mas não é o fim
último da razão de ser da existência do homem, este não deve esquecer que a
última razão da sua existência é Deus. O trabalho representa uma dimensão fundamental do homem
como participante da criação e da redenção. O trabalho é meio de santificação.
Ninguém pode se sentir no direito de não trabalhar e de viver à custa dos
outros. O trabalho
é também uma obrigação, vale dizer, um dever do homem. Constitui uma obrigação
para consigo, para com a família, a sociedade e a nação. A
pessoa é o parâmetro da dignidade do trabalho: “Não há dúvida nenhuma,
realmente, de que o trabalho humano tem seu valor ético, o qual, sem
meios-termos, permanece diretamente ligado ao fato de aquele que o realiza ser
uma pessoa.” (Laborens exercens). Isto é, o valor do
trabalho está não no que é feito mas está em quem o faz: a pessoa humana. O
trabalho humano tem também a sua dimensão social: o trabalho é para o homem e
não o homem para o trabalho. O trabalho é um direito fundamental, tem um valor
de dignidade e é também uma necessidade para o homem e para este formar e
manter uma família, para ter direito à propriedade
e para contribuir para o bem comum. Com efeito “se pode afirmar, com toda a
verdade, que o trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida,
quer ele se exerça num terreno próprio, quer em alguma arte lucrativa cuja
remuneração, apenas, sai dos produtos múltiplos da terra, com os quais se ela
comuta." (Rerum Novarum, 11-13). Por ser um direito fundamental
toda ordem econômica que se queira voltada para a justiça e para o bem comum
deve estar orientada com vistas a alcançar o pleno emprego. O dever do Estado
neste campo há de estar voltado preferencialmente para as políticas que criem
condições e garantam ocasiões de trabalho, estimulando a atividade das empresas
onde for insuficiente e apoiando-as nos momentos de crise (Centesimus annus, 48). Para a promoção do
direito ao trabalho é relevante permitir e incentivar o processo de livre
auto-organização dos diversos setores produtivos da sociedade, empresariais e
sociais, a cooperação e a autogestão e outras formas de atividade solidária.
8.10 Relações com o capital
Pelo seu caráter pessoal de ato
humano e em razão da dignidade da pessoa, o trabalho é superior e precede em
importância a qualquer outro fator de produção, este princípio vale, de modo
especial e particular, em relação ao capital. Entretanto, entre um e outro há
uma complementariedade: “De nada vale o capital sem o trabalho, nem o trabalho
sem o capital” (Rerum novarum, 11). ...”é inteiramente falso atribuir ou só ao
capital ou só ao trabalho o produto do concurso de ambos; e é deveras injusto
que um deles, negando a eficácia do outro, se arrogue a si todos os frutos.” (Quadragesimo
anno, 195). Na relação entre capital e trabalho há de se ter em conta,
também a participação, de alguma forma dos trabalhadores na propriedade, na
gestão e nos seus frutos. Há também que se respeitar o respouso festivo,
este é um direito do trabalhador e da sua família.
8.11 Propriedade privada e função social
A Doutrina Social da Igreja sustenta
que o direito à propriedade privada está subordinado ao princípio da destinação
universal dos bens e não deve constituir um impedimento ao trabalho. Não é
lícito possuir por possuir, ou possuir contra o trabalho. A propriedade, que se
adquire com o fruto do trabalho, tem por dever servir ao trabalho. De tudo
resulta que a propriedade particular é plenamente conforme a natureza, porque o
seu fundamento está no trabalho humano ela é o fruto do trabalho. (Rerum
Novarum, 15) Esta doutrina considera indispensável uma reforma
agrária, justa e eficiente, condena tanto o latifúndio
porque expressão de um uso socialmente irresponsável do direito de propriedade
como a propriedade estatal da terra, porque leva a uma despersonalização da
sociedade civil, sugere que se favoreça largamente a empresa familiar
proprietária da terra que a cultiva diretamente.
8.12 Trabalho e família
O trabalho é o fundamento sobre o
qual se edifica a vida familiar, que é um direito fundamental e uma vocação do
homem (Laborem exercens, 10). É preciso que o Estado,
as empresas e os sindicatos e os setores participantes da vida social promovam
políticas do trabalho que não penalizem e não sacrifiquem as famílias,
notadamente a dupla jornada de trabalha reduz o tempo dedicado à vida de
família, e os problemas familiares se refletem sobre o rendimento no campo do
trabalho. O respeito aos direitos da mulher faz com que seja levado
em conta a sua dignidade e a sua vocação. A verdadeira promoção dos direitos da
mulher ...”exige que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se
veja obrigada a pagar a própria promoção com o ter de abandonar a sua especificidade
e com detrimento da sua família, na qual ela como mãe, tem um papel
insubstituível”. (Laborens exercens, 19)
Quanto ao trabalho do adolescente
este “não deve entrar na oficina senão quando a sua idade tenha suficientemente
desenvolvido nele as forças físicas, intelectuais e morais: do contrário, como
uma planta ainda tenra, ver-se-á murchar com um trabalho demasiado precoce, e
dar-se-á cabo da sua educação.” (Rerum Novarum, 60)
8.12.1 Direitos do trabalhador
Os direitos do trabalhador se
baseiam na natureza da pessoa humana e na sua dignidade. O Magistério da Igreja enumera dentre outros: a
justa remuneração, direito ao repouso, trabalho em ambiente que não lese a sua
saúde e a integridade moral, respeito à sua consciência, auxílios aos
desempregados e suas famílias, direito a aposentadoria e pensão nos casos de doença,
direito a auxílios e benefícios sociais no caso da maternidade, direito de
reunião e associação. O acordo entre patrão e empregado não é suficiente para
legitimar o quantum da remuneração, ela deve ser suficiente para um
sustento digno do trabalhador e da sua família, as leis de mercado não são suficientes para atender a
esta condição de justiça, o direito natural antecede ao direito de contratar.
Se for necessário, cabe ao Estado fixar um valor mínimo para as diversas
circunstâncias em que a remuneração do trabalho é devida.
A greve é
reconhecida pela doutrina social como instrumento legítimo, como último recurso
e inevitável e até necessário em vista de um benefício proporcionado, desde que
todos os outros recursos se tenham levado a efeito para evitar o conflito. A
greve legítima, como justo instrumento de pressão contra os empregadores,
contra o Estado e até como meio de pressionar a opinião pública, há de ser sempre pacífica, e perde
a sua legitimidade se a ela é associada a violência ou quando lhe é atribuído
outro fim que não as condições de trabalho ou contrários ao bem comum.
Os Sindicatos devem
ser instrumentos de solidariedade entre os trabalhadores e são um fator
construtivo da ordem social. A ação sindical deve ser voltada para o bem comum.
Não se admite o ódio de classes e luta para a eliminação de outrem. Trabalho
e Capital são indispensáveis para o processo de produção. A doutrina
social não pensa que os sindicatos sejam somente o reflexo de uma estrutura
de classe da sociedade, como não pensa que eles sejam o expoente de uma luta de
classe, que invitavelmente governe a vida social. (Laborem exercens)
O papel específico do sindicato é o de garantir os justos direitos dos homens
do trabalho no quadro do bem comum de toda a sociedade, num empenhamento normal
das pessoas em busca do justo bem, não devem se vincular a partidos políticos e
nem se envolver na luta pelo poder político, para não se transformarem em
instrumentos para outros fins que a solidariedade entre os trabalhadores. Novas
formas de solidariedade devem ser criadas de modo a amparar os trabalhadores
que se encontram em situação de trabalho novas, decorrentes dos problemas e
possibilidades dos tempos atuais, e não se enquadram nas formas tradicionais e
antigas de emprego da grande indústria
ou da grande empresa.
As novidades e as oportunidades que surgem com a globalização
não podem implicar em violações dos direitos inalienáveis do homem que
trabalha. A dignidade do trabalho deve ser tutelada sempre. A globalização tem
aspectos positivos que devem ser valorados e resulta da natural tendência do
homem de se relacionar com o outro homem. Com a globalização e a evolução da
técnica surge a oportunidade para todos de dar expressão a um humanismo do
trabalho em âmbito planetário.
8.13 A Economia
À luz da Revelação
a atividade econômica deve ser vista como uma forma de co-participação do homem
na Criação.
É uma questão de justiça consigo mesmo e como próximo a adequada administração
dos próprios dons e bens materiais. O progresso material e a atividade
econômica deve ser colocada a serviço dos demais e da sociedade. As riquezas
existem para ser partilhadas com os demais. "Quem tem as riquezas somente
para si não é inocente; dar a quem tem necessidade significa pagar um
débito." (Compêndio DSI, 329).
Há uma relação entre moral e economia, Pio XI na
Encíclica Quadragesimo anno afirma que é um erro considerar
que a atividade econômica está desvinculada dos princípios morais que regem a
atividade humana. A riqueza, a economia não é um fim em si mesma e nem último
fim e razão de ser da existência, ela se destina à produção, distribuição e
consumo de bens e serviços, com vistas ao bem do homem e de toda a sociedade
para a promoção de um desenvolvimento solidário da humanidade. As chamadas estruturas
de pecado são construídas com muitos atos concretos e individuais de
egoísmo humano. A Doutrina social admite uma economia de mercado ou economia livre
numa perspectiva de desenvolvimento integral e solidário, mas se por capitalismo
se entende que a liberdade na economia não está balizada por um sólido sistema
jurídico que a coloque a serviço da liberdade humana integral, a resposta é
negativa. A atividade econômica está submetida não só às suas próprias regras
mas támbém as da moral e da ética.
8.14 Iniciativa privada
Considera esta doutrina que
liberdade da pessoa humana no campo econômico é um valor fundamental e um
direito inalienável a ser promovido e tutelado. Por outro lado, A empresa
não pode ser considerada apenas como uma "sociedade de capitais"; é
simultaneamente uma "sociedade de pessoas", da qual fazem parte, de
modo diverso e com específicas responsabilidades, quer aqueles que fornecem o
capital necessário para a sua atividade, quer aqueles que colaboram com o seu
trabalho. (João Paulo II, Centesimus annus, 43). A doutrina social
reconhece a justa função do lucro, mas o lucro por si só não indica que a empresa esteja
servindo adequadamente à sociedade, não é lícito obter o lucro à custa da
dignidade do trabalhador e da sua humilhação e da violação dos seus direitos.
Mesmo nas relações internacionais a prática da usura permanece
condenada merecem reprovação os sistemas financeiros abusivos e usurários
tanto no âmbito das economias nacionais como internacionais. Os
trabalhadores que atuam na empresa constituem o seu patrimônio mais precioso
(Centesimus annus, 35), nas grandes decisões estratégicas e financeiras da
empresa, de compra e venda, abertura e fechamento de filiais não lícito decidir
tendo por base apenas os interesses do "capital" sem olhar a
dignidade dos que nela trabalham. Devem organizar a atividade na empres de modo
a favorecer e promover a família do trabalhador, especialmente as mães de
família.
8.15 Outros Princípios
São outros princípios em que se
baseia a Doutrina Social da Igreja:
A liberdade da pessoa, o valor da
liberdade e os seus limites e o seu vínculo com a verdade e a lei natural; a
inviolabilidade e inalienabilidade dos direitos
humanos, cuja fonte não se situa na vontade dos homens e nem na realidade
do Estado ou nos poderes públicos, mas no próprio homem e na Lei Natural, do
que decorre a sua inderrogabilidade, neles se situa em primeiro lugar, o
direito à vida desde a sua concepção ao seu fim natural e o da
complementariedade entre direitos e deveres e a sua correlação
respectiva. E ainda: A primazia do bem comum sobre o interesse particular, o
valor da família e a indissolubilidade do vínculo matrimonial, liberdade de
educação dos filhos pelos pais, a liberdade religiosa, superioridade e
prevalência do trabalhador sobre o capital, trabalho como valor que dignifica o
ser humano, do que decorre o direito ao salário justo, princípio da autoridade
como finalidade para servir ao bem comum, autonomia dos grupos intermédios,
princípio da subsidiariedade e ação social supletiva do Estado, princípio da
destinação universal dos bens e o direito da propriedade privada limitado pela
justiça e pelo bem comum.
9-
Como a Igreja se organiza e nossa Igreja Local
As Ordens Maiores se compõem de:
BISPOS (EPISCOPADO)
PADRES (PRESBITERATO)
DIÁCONOS (DIACONATO)
9.1 O que é o Bispo?
O termo Bispo vem da palavra grega EPISKOPOI, que significa “supervisor”, e os Bispos são considerados os sucessores dos Apóstolos, aos quais Jesus confiou a tríplice missão de magistério, ordem e jurisdição. Os Bispos são nomeados pelo Papa, recebendo jurisdição ordinária sobre os fiéis de sua DIOCESE ou Circunscrição Eclesiástica, composta por PARÓQUIAS. A pedra do anel do bispo é a ametista, símbolo de fidelidade à Igreja, seu Báculo ou bastão pastoral representa sua função de conduzir o rebanho de fiéis a ele confiado, e o uso de uma Cruz peitoral, meias e sandálias vermelhas, luvas de púrpura e mitra se deve a antigas tradições orientais. Ao assumir, cargo episcopal, cada Bispo escolhe um brasão de armas e um lema que definirá o ideal de seu ministério. Alguns Bispos assumem autoridade sobre outros Bispos da região, e são denominados Arcebispos, outros assumem as funções de Cardeal.
Na extremidade final da linha hierárquica da Igreja, existem duas Ordens: o clero secular, ou Ordens Maiores, e o clero regular, ou ordens fechadas, cujos religiosos se submetem a regras específicas de vida ou tipos de atividades, como é o caso dos monges.
Normalmente uma Diocese é constituída de muitas paróquias que vivem em comunhão com o seu Bispo. Cada paróquia é confiada a um pároco, quase sempre um Padre Diocesano, ou uma Congregação de Religiosos. Há casos em que pela falta de padres, o Bispo decidiu confiar a paróquia a Irmãs Religiosas. Em casos assim, o padre vai somente para celebrar a Eucaristia e o Sacramento da Penitência ou atividades que só podem ser exercidas por quem recebeu o Sacramento da Ordem.
O Padre é o homem de Deus que, unido ao Presbitério da Diocese (o conjunto dos presbíteros, os padres), está na Paróquia, na Comunidade Eclesial, numa Pastoral Específica, nos Seminários, nos Hospitais, nas Escolas e Faculdades, nos Meios de Comunicação Social, nas Comunidades Inseridas entre os mais pobres e marginalizados... É um sinal visível do Reino de Deus.
9.2 O que é o Padre Diocesano?
O Padre Diocesano é o colaborador mais próximo do Bispo. Em tudo o que faz, age como se fosse o próprio Bispo, de quem depende. Por isso a comunhão com o Bispo é para ele uma exigência essencial.
9.3 O que
é Diácono?
Um diácono
(do grego antigo διάκονος, "ministro",
"ajudante") são os ajudantes dos líderes de uma igreja local, e por
sua vez, aspirantes a futuros líderes. Na Igreja
Católica, é um ministro religioso que está no último dos sete anos de
estudos - em média - os que levam à carreira clerical. Há os diáconos em grau
permanente que podem ser homens casados. Note-se que devem, primeiramente,
receber o sacramento do matrimônio e ter, no mínimo, 05 anos de casado, em
seguida a esposa deve estar de comum acordo. O diácono pode realizar, sob
orientação de um sacertote, algumas celebrações religiosas, batismos e abençoar casamentos, além de fazer homilias e
pregações.
Cristãos
católicos que receberam o sacramento da Ordem colaboram com o Bispo, cooperam com
os presbíteros
na diaconia da palavra, da liturgia e da caridade de uma diocese. Não consagram a
hóstia nem ungem enfermos, como também não atendem confissões. Podem e devem
administrar igrejas, ser bons aconselhadores e dar a bênção
mesmo não sendo sacerdotes. É
um ministério excelente de origem apostólica: Atos 6,1-6; Filêmon 1,1; 1
Timóteo 3,8-13, adotado por várias denominações evangélicas, onde têm funções
semelhantes ao do catolicismo. Foram responsáveis
pelas primeiras comunidades cristãs, e hoje colocam-se ao serviço da comunidade
como bons servidores.
9.4 São títulos da Igreja:
O Papa é o chefe supremo da Igreja Católica Apostólica Romana, e além de Supremo Pontífice da Igreja Universal e soberano do Vaticano ele acumula os títulos de Bispo de Roma, Primaz da Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana e Patriarca do Ocidente. O cargo de Papa é vitalício, eleito pelo Santo Colégio dos Cardeais reunidos em Roma, e é o único cargo hierárquico que se manteve desde os dias do Império Romano. O Papa é o sucessor do apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma, nomeado por Jesus a pedra fundamental da Igreja em Mateus 16, 17-19.
A denominação Cardeal apareceu no século VI e tem o significado de “superior eminente”, de onde provém o tratamento de “eminência”. O título é conferido a alguns Bispos que funcionam como colaboradores e conselheiros imediatos do Papa, e servem como enviados, chefes de congregações e tribunais da Cúria Romana. A partir do ano 1179, o Concílio de Latrão lhes conferiu o direito de eleger o papa no Sacro Colégio.
O Cardeal pode provir de qualquer Ordem secular, portanto há Cardeais Bispos, Cardeais Presbíteros (maior número dentro do Sacro Colégio, encarregados dos deveres pastorais e administrativos no Vaticano) e Cardeais Diáconos (número limitado de cardeais encarregados das missões de ajuda aos pobres na cidade de Roma).
A Igreja Católica, presente no mundo inteiro, é formada por comunidades que costumamos chamar de Dioceses ou Igrejas Particulares. Cada Diocese é confiada a um Bispo.
9.5 O que é Diocese?
É a porção do povo de Deus que está numa determinada região e que é guiada e alimentada na fé, na esperança e na caridade pelo Bispo e por seus colaboradores, os Padres e os Diáconos.
9.6 O que é Vicariato?
Os vicariatos episcopais são um instrumento evangelizador mais descentralizado. Colaboram para o atendimento às exigências da ação evangelizadora em cada grande área geográfica ou ambiental, organizando melhor o trabalho e as relações pastorais.
Os vicariatos territoriais, por sua vez, são divididos em áreas pastorais menores, designadas pelo Código de Direito Canônico como foranias, que agrupam algumas paróquias. Cada forania é confiada a um vigário forâneo. O vigário episcopal, nomeado pelo Arcebispo, formará a Coordenação do Vicariato, com os representantes das foranias. Cada vicariato enviará representantes para comporem a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral.
Os vigários episcopais cultivam uma estreita relação pastoral com o arcebispo, na medida em que colaboram com o governo pastoral da Arquidiocese. Eles multiplicam e difundem o próprio ministério do arcebispo.
Obs – Diferença entre Padre Diocesano e Padre Religioso:
Para entender por que a gente fala em Padre Diocesano e Padre Religioso, é preciso fazer a distinção entre Vida Religiosa e Sacerdócio. São duas realidades diferentes:
Vida Religiosa é consagração a Deus pelos três votos (obediência, castidade e pobreza), vividos numa comunidade, seguindo o carisma do(a) fundador(a). É assumida por homens e mulheres.
O sacerdócio ministerial (realizar as funções de padre) é o exercício do ministério da Palavra (ensinar), dos Sacramentos (santificar) e da Coordenação da comunidade (promover a comunhão e a participação). Para ser padre é preciso receber o Sacramento da Ordem. É um ministério reservado somente aos homens.
Foi a partir do séc. XVI que surgiram as congregações de padres: institutos de Vida Religiosa voltadas com prevalência para o sacerdócio. Daí os Padres Religiosos.
Tanto os padres diocesanos como os religiosos são presbíteros (sacerdotes, padres). A diferença está no modo de viver o sacerdócio. O padre diocesano vive em função de uma diocese, depende do Bispo, não faz a profissão solene dos votos, mas as promessas de castidade e obediência. O padre religioso vive em função de uma Congregação, depende do Bispo local em questões pastorais e disciplinares, faz a profissão solene dos votos, vive numa comunidade, e depende diretamente do Superior da Congregação, mesmo em termos de transferências.
Para ser padre não é preciso pertencer a uma Congregação Religiosa, e para ser de Congregação Religiosa (Irmãos e Irmãs) não é preciso ser padre. São vocações diferentes, mas que podem ser assumidas por uma mesma pessoa.
Em resumo:
* Há padres que se consagram a Deus, doando-se a Cristo e aos(às) irmãos(ãs), colaborando com Ele no seu projeto de salvação da humanidade, e buscando sua própria santificação, comprometidos com uma Congregação Religiosa. São os Padres Religiosos.
* Há padres que se consagram a Deus, doando-se a Cristo e aos(às) irmãos(ãs), colaborando com Ele no seu projeto de salvação da humanidade, e buscando sua própria santificação, comprometidos com uma Diocese. São os Padres Diocesanos, ou Seculares.
10- Os sacramentos da Igreja
Os sacramentos da nova lei foram
instituídos por Cristo e são sete: O Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a
Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem, e o Matrimônio. Os sete sacramentos
atingem todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão: dão
à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e missão. Nisto existe uma
certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual.
Pelos Sacramentos da iniciação cristã
– Batismo, Confirmação e Eucaristia – são lançados os fundamentos de toda vida
cristã. A participação na natureza divina, que os homens recebem como dom,
mediante a graça de cristo, apresenta uma certa analogia com a origem, o
desenvolvimento e a sustentação da vida natural.
Sacramento são gestos de Deus em nossa
vida. Realizam aquilo que expressam simbolicamente. Os sacramentos são por
conseguinte: Sinais sagrados, porque exprimem uma realidade sagrada,
espiritual; sinais eficazes, porque, além de simbolizarem um certo efeito,
produzem-no realmente; sinais da graça, porque transmitem dons diversos da
graça divina; sinais da fé, não somente porque supõem a fé em quem os recebe,
mas porque nutrem, robustecem e exprimem a sua fé; sinais da Igreja, porque
foram confiados à Igreja, são celebrados na Igreja e em nome da Igreja,
exprimem a vida da Igreja, edificam a Igreja, tornam-se uma profissão de fé na
Igreja.
Batismo
O Santo Batismo é o fundamento de toda
vida cristã, é a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo
somos libertados do pecado original e regenerados como filhos de Deus,
tornamo-nos membros de cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos
participantes de sua missão. Este sacramento é também chamado “o banho da
regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5) pois ele significa e
realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual ninguém pode
entrar no reino de Deus” (Jo 3, 5).
A
Confirmação ou Crisma
Pelo sacramento da confirmação, os
fiéis são vinculados mais perfeitamente a Igreja, enriquecidos da força
especial do Espírito Santo e assim mais estritamente obrigados à fé que, como
verdadeiras testemunhas devem difundir e defender a fé tanto em palavras como
por obras.
A Eucaristia
A riqueza inesgotável deste
sacramento, exprime-se nos diversos nomes que lhe são dados. Cada uma destas
designações evoca um de seus aspectos. Eucaristia porque é ação de Graças a
Deus. Ceia do Senhor porque se trata da ceia que o senhor fez com seus
discípulos na véspera da sua paixão.
A Eucaristia é o ápice de toda a vida
cristã. Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso salvador instituiu
o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue. Por ele perpetua por séculos,
até que volte o sacrifício da cruz.
Penitência / Reconciliação
Jesus nos convida à conversão. O
pecado é antes de tudo uma ofensa a Deus. Por ser filho de Deus, Jesus diz de
si mesmo: “O filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2, 10).
A vontade de Cristo é que toda a sua Igreja seja, na oração, na sua vida e
ação, o sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que ele nos conquistou
a preço do seu sangue. Mas confiou o exercício do poder da absolvição ao
ministério apostólico. “Dizendo isto, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o
Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados,
aqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).
A Unção dos
Enfermos
Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela
oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor
sofredor e glorificado para que os alivie e salve.
Ordem
A ordem é o sacramento graças ao qual
a missão confiada por cristo e seus apóstolos continua sendo exercida na Igreja
até o fim dos tempos; é portanto o sacramento do ministério apostólico.
Matrimônio
O sacramento do matrimônio significa a
união de cristo com a Igreja. Concede aos esposos a Graça de amarem-se com o
mesmo amor com que cristo amou sua Igreja, a graça do sacramento leve à
perfeição o amor humano dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel e os
santifica no caminho da vida eterna.
10.1 Eucaristía: raiz, centro e cume
da vida cristã
O alimento para a vida do homem é
essencial, ninguém vive bem sem se alimentar diariamente. A nossa vida é
rodeada de afazeres, e precisamos estar bem preparados fisicamente para cumprir
as nossas obrigações diárias, ou seja, como diz aquele ditado: "Saco vazio
não pára em pé". Existe também outro tipo de alimento, aquele que não
cuida do físico, mas sim do espiritual, seu nome é Eucaristia. A Eucaristia é o
próprio Corpo e Sangue de Cristo presentes no Pão e no Vinho consagrados.
Vamos agora passar a conhecer um pouco mais
sobre esse Sacramento que é tão importante para todos nós que somos Filhos de
Deus. O Sacramento da Eucaristia é um Sacramento de Iniciação Cristã (junto com
o Batismo e a Crisma), como já foi dito, sua função é nos alimentar espiritualmente,
ajudando em nossa caminhada rumo à Vida Eterna. Muitos pensam que os
Sacramentos são obras eclesiásticas, ou seja, criadas pela Igreja, mas isso não
é verdade, todos os Sacramentos são sinais da graça de Deus que são expressos
sem sombra de dúvidas na Palavra de Deus. Por exemplo: a presença de Jesus no
Pão e no Vinho é bem explicada nas Escrituras que relatam a última refeição de
Cristo com os Apóstolos: A Santa Ceia. Veja abaixo algumas palavras que Jesus
disse aos seus apóstolos: "Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois
de o benzer, partiu-o e deu-lhe, dizendo: 'Tomai, isto é o meu corpo'. Em
seguida, tomou o cálice em suas mãos, deu graças e o apresentou, e todos deles
beberam. E disse-lhes: 'Isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança
que será derramado por vós e por todos. Em verdade eu vos digo: já não bebereis
do fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de
Deus'" (Mc 14,22-25) Através das palavras de Cristo, podemos perceber a
firmeza de suas palavras. Ele não disse que o Pão simbolizava a sua carne, mas
é verdadeiramente a sua carne. Não disse também que o vinho representava o seu
sangue, mas é verdadeiramente o seu sangue. Jesus disse também: "Eu sou o
pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais
terá sede" (Jo 6,35).
Quem recebe o Cristo, com a convicção
que realmente Jesus está presente na Hóstia Consagrada, tem a benção de estar
sempre saciado de graças vindas Dele. Quando comungamos, nos transformamos em
verdadeiros Sacrários, por isso é importante deixar bem limpo o lugar em que
Jesus vai habitar. É através da Confissão que limpamos o nosso ser, recebendo a
absolvição de nossos pecados. Podemos então concluir que a Eucaristia, que
significa "Ação de Graças" é o alimento da alma. Através dele
passamos a caminhar com mais força rumo à Salvação. O importante é comungar com
a convicção que Jesus é o Sacramento da Eucaristia, que é um grande presente
Dele a nós.
10.2 Prática semanal
- O que são os sacramentos da Igreja?
- Quais são os sacramentos da iniciação cristã, e o que eles representam?
- De cada um dos sete sacramentos, diga qual o compromisso que é pressuposto:
4.
Qual
o sentido do sacramento da Eucaristia para o cristão?
- Como devemos nos preparar para receber o sacramento da Eucaristia?
- A partir da leitura do evangelho de Jo 6, 22-35, reflita e partilhe.
11- Liturgia
11.1 A santa missa – parte por parte
Devo ir a
igreja?
O individualismo não tem lugar no
Evangelho, pois a Palavra de Deus nos ensina a viver fraternalmente. O próprio
céu é visto como uma multidão em festa e não como indivíduos isolados. A Igreja
é o povo de Deus. Com ela, Jesus fez a Nova e Eterna Aliança no seu Corpo e
Sangue. A palavra Igreja significa Assembléia. É um povo reunido na fé, no amor
e na esperança pelo chamado de Jesus Cristo. A Missa foi sempre o centro da
comunidade e o sinal da unidade, pois é celebrada por aqueles que receberam o
mesmo batismo, vivem a mesma fé e se alimentam do mesmo Pão. Por Deus todos os
fiéis formam um só "corpo". São Paulo disse aos cristãos: "Agora
não há mais judeus nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher.
Pois todos vós sois UM SÓ em Cristo Jesus" (Gl 3,28).
Expressão corporal
O homem é corpo e alma. Há nele uma
unidade vital. Por isso ele age com a alma e com o corpo ao mesmo tempo. O seu
olhar, as suas mãos, a sua palavra, o seu silêncio, o seu gesto, tudo é
expressão de sua vida. Na Missa fazemos parte de uma Assembléia dos filhos de
Deus, que tem como herança o Reino dos céus. Por isso, na Celebração
Eucarística, não podemos ficar isolados, mudos, cada um em seu cantinho. A
nossa fé, o nosso amor e os nossos sentimentos são manifestados através dos
gestos, das palavras, dos cânticos, da posição do corpo e também do silêncio.
Tanto nos cânticos como nos gestos,
ambos dão força à palavra. A Oração não diz respeito apenas à alma do homem,
mas ao homem todo, que é também corpo. O corpo é a expressão viva da alma.
Gestos e posições
SENTADO: É uma posição cômoda, uma
atitude de ficar à vontade para ouvir e meditar, sem pressa.
DE PÉ: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito. Indica a prontidão e disposição para obedecer. (Posição de orante).
DE PÉ: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito. Indica a prontidão e disposição para obedecer. (Posição de orante).
DE JOELHOS: Posição de adoração a Deus
diante do Santíssimo Sacramento e durante a consagração do pão e vinho.
GENUFLEXÃO: É um gesto de adoração a
Jesus na Eucaristia. Fazemos quando entramos na igreja e dela saímos, se ali
existir o Sacrário.
INCLINAÇÃO: Inclinar-se diante do
Santíssimo Sacramento é sinal de adoração.
MÃOS LEVANTADAS: É atitude dos orantes. Significa súplica, louvor e entrega a Deus.
MÃOS JUNTAS: Significam recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida.
MÃOS LEVANTADAS: É atitude dos orantes. Significa súplica, louvor e entrega a Deus.
MÃOS JUNTAS: Significam recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida.
SILÊNCIO: O silêncio ajuda o
aprofundamento nos mistérios da fé. Fazer silêncio também é necessário para
interiorizar e meditar, sem ele a Missa seria como uma chuva forte e rápida que
não se penetra na terra.
Cantos
A liturgia inclui dois elementos: o
divino e o humano. Ela nos leva ao encontro pessoal com Deus, tendo como
Mediador o próprio Cristo, que nascido de Maria, reúne em Si a Divindade e a
Humanidade. Portanto, a Missa é mais do que um conjunto de orações: ela é a
grande Oração do próprio Jesus, que assume todas as nossas orações individuais
e coletivas para nos oferecer ao Pai, juntamente com Ele. O cântico na Missa
está a serviço do louvor de Deus e de nossa santificação. Não é apenas para
embelezar a Missa ou para ajudar-nos a rezar. E cada cântico deve estar em
sintonia com o momento litúrgico que é celebrado. O canto do Ato Penitencial
deve nos ajudar a pedir o perdão de coração arrependido; o canto do Ofertório
deve nos ajudar a fazer a nossa entrega a Deus; o canto de Comunhão deve nos
colocar em maior intimidade com Deus expressando nossa adoração e ação de
graças.
Sacerdote
O Concílio Vaticano II diz que o padre
age "in persona Christi", isto é, em lugar da pessoa de Jesus. O
padre é presbítero e profeta. Como sacerdote, administra os sacramentos, preside
o culto divino e cuida da santificação da comunidade; como profeta, anuncia o
Reino de Deus e denuncia as injustiças e tudo o que é contra o Reino; como
presbítero, o padre administra e governa a Igreja.
As vestes
TÚNICA: É um manto geralmente branco,
longo, que cobre todo do corpo. Lembra a túnica de Jesus.
ESTOLA: É uma faixa vertical, separada
da túnica, a qual desce do pescoço, com duas pontas na frente. Sua cor varia de
acordo com a Liturgia do dia. Existem quatro cores na Liturgia: verde, branco,
roxo e vermelho. Representa o poder sacerdotal.
CASULA: Vai sobre todas as vestes. É
uma veste solene, que deve ser usada nas Missas dominicais e dias festivos. a
cor também varia conforme a Liturgia do dia.
AMITO: É um pano branco que envolve o
pescoço do celebrante.
CÍNGULO: É um cordão que prende a
túnica à altura da cintura.
Altar
O altar representa a mesa da Ceia do
Senhor. Lembra também a cruz de Jesus, que foi como um "altar" onde o
Senhor ofereceu o Sacrifício de sua própria vida. O altar deve ter o sentido de
uma mesa de refeição, para celebrar a Ceia do Senhor. Sobre o altar vai a
toalha, geralmente branca, comprida. Deve ser lima, condizente com a grandeza
da Ceia do Senhor.
HÓSTIA: é pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o presidente da celebração e as pequenas para o povo. A do padre é grande para ser visualizada de longe na hora da elevação. VINHO: É vinho puro, de uva. Assim como o pão se muda no Corpo de Cristo na consagração, o vinho se muda no Sangue do Senhor, vivo e ressuscitado.
CÁLICE: É uma "taça"
revestida de ouro ou prateada. Nele se deposita o vinho a ser consagrado.
ÂMBULA: É semelhante ao cálice, mas
tem uma tampa. Nela se colocam as hóstias. Após a Missa é guardada no Sacrário
com as hóstias consagradas.
PATENA: É um "pratinho" de
metal. Sobre ele se coloca a hóstia grande.
ÁGUA: É natural. Serve para purificar
as mãos do sacerdote e ser colocada no vinho (umas gotas só), para simbolizar a
união da humanidade com a Divindade em Jesus. Também é usada para purificar o
cálice e a âmbula.
PALA: É uma peça quadrada, dura, (um
cartão revestido de linho). Cobre o cálice.
SANGUINHO: É uma toalhinha comprida,
branca. Serve para enxugar o cálice e a âmbula.
CORPORAL: É uma toalhinha quadrada.
Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se o Corpo do Senhor (âmbula e
cálice), no centro do altar.
GALHETAS: são como duas jarrinhas de
vidro. Numa vai a água, na outra, o vinho. Elas estão sempre juntas, num
pratinho, ao lado do altar.
MANUSTÉRGIO: Vem da palavra latina
"manus", que quer dizer "mão". É para enxugar as mãos do
Celebrante, no ofertório. Acompanha as galhetas.
MISSAL: é um livro grosso que tem o
rito da Missa, menos as Leituras, que estão num outro livro chamado Lecionário.
CRUCIFIXO: Sobre o altar ou acima dele
deve haver um crucifixo para lembrar que a Ceia do Senhor é inseparável do seu
Sacrifício Redentor.
VELAS: Sobre o altar vão duas velas. A
chama da vela é o símbolo da fé, que recebemos de Jesus, "Luz do
Mundo". É sinal de que a Missa só tem sentido para quem vive a fé.
FLORES: em dias festivos colocam-se
flores mas não em cima do altar.
Ritos da Missa
Sinal da
cruz
Início da Celebração. É o nosso
encontro com Deus, marcado pelo próprio Cristo. Jesus é o orante máximo que
assume a Liturgia oficial da Igreja e consigo a oferece ao Pai. Ele é a cabeça
e nós os membros desse corpo. Por isso nos incorporamos a Ele pra que a nossa
vida tenha sentido e a nossa oração seja eficaz. Durante o canto de entrada, o
Padre acompanhado dos ministros, dirige-se ao altar. O celebrante faz uma
inclinação e depois beija o altar. O beijo tem um significado: não é
propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o
centro de nossa piedade. O padre dirige-se aos fiéis fazendo o sinal da cruz.
Essa expressão "EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO", tem
um sentido bíblico. Nome em sentido bíblico quer dizer a própria pessoa. Isto é
iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a nossa ação nas mãos da
Santíssima Trindade.
Ato
penitencial : O Ato
Penitencial é um convite para cada um olhar dentro de si mesmo diante do olhar
de Deus, reconhecer e confessar os seus pecados, o arrependimento deve ser
sincero. É um pedido de perdão que parte do coração com um sentido de mudança
de vida e reconciliação com Deus e os irmãos.
Glória: O
Glória é um hino de
louvor à Santíssima Trindade. Louvamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
expressando através do canto, a nossa alegria de filhos de Deus.
Oremos: O
Oremos é seguido de uma
pausa este é o momento que o celebrante nos convida a nos colocarmos em oração.
Durante esse tempo de silêncio cada um faça mentalmente o seu pedido a Deus. Em
seguida o padre eleva as mãos e profere a oração, oficialmente, em nome de toda
a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos o celebrante está assumindo e elevando
a Deus todas as intenções dos fiéis. Após a oração todos respondem AMÉM, para
dizer que aquela oração também é sua.
Liturgias : Após o AMÉM da Oração, a comunidade
senta-se mas deve esperar o celebrante dirigir-se à cadeira. A Liturgia da
Palavra tem um conteúdo de maior importância pois é nesta hora que Deus nos
fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como "Povo de Deus".
A Primeira Leitura geralmente é tirada do Antigo Testamento, onde se encontra o
passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o
que foi predito pelos Profetas a respeito do Messias.
Salmo
Responsorial: Após a
Primeira Leitura, vem o "Salmo Responsorial", é uma resposta à
mensagem proclamada para ajudar a Assembléia a rezar e a meditar na Palavra
acabada de proclamar. Pode ser cantado ou recitado. A Segunda Leitura é tirada
das Cartas, Atos ou Apocalipse. As cartas são dirigidas a uma comunidade a
todos nós.
Canto de Aclamação: Terminada a Segunda Leitura, vem a Monição ao Evangelho, que é um breve comentário convidando e motivando a Assembléia a ouvir o Evangelho. O Canto de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que via nos falar.
Evangelho:
Toda a Assembléia está de pé, numa atitude de expectativa para ouvir a
Mensagem. A Palavra de
Deus solenemente anunciada, não pode estar "dividida" com nada: com
nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação. É como se
Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para nos falar. A Palavra do
Senhor é luz para nossa inteligência, paz para nosso Espírito e alegria para
nosso coração.
Homilia: É a
interpretação de uma profecia ou a explicação de um texto bíblico. A Bíblia não
é um livro de sabedoria
humana, mas de inspiração divina. Jesus tinha encerrado sua missão na terra.
Havia ensinado o povo e particularmente os discípulos. Tinha morrido e
ressuscitado dos mortos. Missão cumprida! Mas sua obra da Salvação não podia
parar, devia continuar até o fim do mundo. Por isso Jesus passou aos Apóstolos
o seu poder recebido do pai e lhes deu ordem para que pregassem o Evangelho a
todos os povos. O sacerdote é esse "homem de Deus". Na homilia ele
"atualiza o que foi dito há dois mil anos e nos diz o que Deus está
querendo nos dizer hoje”.
Profissão de
fé: A fé é a base da religião, o fundamento do amor e da esperança cristã. Crer
em Deus é também confiar
Nele. Creio em Deus Pai, com essa atitude queremos dizer que cremos na Palavra
de Deus que foi proclamada e estamos prontos para pô-la em prática.
Oração dos fiéis:
Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé e confiança em
Deus que nos falou, nós
colocamos em Suas mãos as nossas preces de maneira oficial e coletiva. Mesmo
que o meu pedido não seja pronunciado em voz alta, eu posso colocá-lo na grande
oração da comunidade. Assim se torna oração de toda a Igreja.
Liturgia
eucarística: Na Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convidado e reunido,
sob a presidência do
sacerdote, que representa a pessoa de Cristo para celebrar a memória do Senhor.
Oferendas:
As principais ofertas são o pão e vinho. Essa caminhada, levando para o altar
as ofertas, significa que
o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. As demais ofertas
representam igualmente a vida do povo, a coleta do dinheiro é o fruto da
generosidade e do trabalho dos fiéis. Deus não precisa de esmola porque Ele não
é mendigo e sim o Senhor da vida. A nossa oferta é um sinal de gratidão e
contribui na conservação e manutenção da casa de Deus.
Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor. Um povo de fé traz apenas pão e vinho, mas no pão e no vinho, oferece a sua vida. O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. Na sua encarnação, Jesus assumiu a nossa humanidade e reuniu, em si, Deus e o Homem. E assim como a água colocada no cálice torna-se uma só coisa com o vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só corpo com Ele. O celebrante lava as mãos, essa purificação das mãos significa uma purificação espiritual do ministro de Deus.
Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor. Um povo de fé traz apenas pão e vinho, mas no pão e no vinho, oferece a sua vida. O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. Na sua encarnação, Jesus assumiu a nossa humanidade e reuniu, em si, Deus e o Homem. E assim como a água colocada no cálice torna-se uma só coisa com o vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só corpo com Ele. O celebrante lava as mãos, essa purificação das mãos significa uma purificação espiritual do ministro de Deus.
Hino santo:
Prefácio é um hino "abertura" que nos introduz no Mistério
Eucarístico. Por isso o celebrante convida
a Assembléia para elevar os corações a Deus, dizendo Corações ao alto! É um
hino que proclama a santidade de Deus e dá graças ao Senhor. O final do
Prefácio termina com a aclamação Santo, Santo, Santo... é tirado do livro do
profeta Isaías (6,3) e a repetição é um reforço de expressão para significar o
máximo de santidade, embora sendo pecadores, de lábios impuros, estamos nos
preparando para receber o Corpo do Senhor.
Oração
Eucarística: O celebrante estende as mãos sobre o pão e vinho e pede ao Pai que
os santifique enviando
sobre eles o Espírito Santo. Por ordem de Cristo e recordando o que o próprio
Jesus fez na Ceia e pronuncia estas palavras "TOMAI E COMEI...” O celebrante
faz uma genuflexão para adorar Jesus presente sobre o altar. Em seguida recorda
que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus
discípulos dizendo: "TOMAI E BEBEI...FAZEI ISTO...” aqui cumpre-se a
vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia. "EIS O MISTÉRIO DA
FÉ" Estamos diante do Mistério de Deus. E o Mistério só é aceito por quem
crê.
Orações
finais: A Igreja está
espalhada por toda a terra e além dos limites geográficos: está na terra, como
Igreja peregrina e militante; está no purgatório, como Igreja padecente; e,
está no céu como Igreja gloriosa e triunfante. Entre todos os membros dessa
Igreja, que está no céu e na terra, existe a intercomunicação da graça ou
comunhão dos Santos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da
grande Família de Deus. A primeira oração é pelo Papa e pelo bispo Diocesano,
são os pastores do rebanho, sua missão é ensinar, santificar e governar o Povo
de deus. Por isso a comunidade precisa orar muito por eles. Rezar pelos mortos
é um ato de caridade, a Igreja é mais para interceder do que para julgar, por
isso na Missa rezamos pelos falecidos. Finalmente, pedimos por nós mesmos como
"povo santo e pecador". “POR CRISTO COM CRISTO EM CRISTO”. Neste ato
de louvor o celebrante levanta a Hóstia e o Cálice na representação da memória
e do Cristo vivo no altar. Após o louvor a assembléia responde “Amém”.
Pai nosso: O
Pai Nosso, não é apenas uma simples fórmula de oração, nem um ensinamento
teórico de doutrina.
Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso foi vivido plenamente pelo mesmo
Cristo. Portanto, deve ser vivido também pelos seus discípulos. Com o Pai Nosso
começa a preparação para a Comunhão Eucarística. Essa belíssima oração é a
síntese do Evangelho. Para rezarmos bem o Pai Nosso, precisamos entrar no
pensamento de Jesus e na vontade do Pai. Portanto, para eu comungar o Corpo do
Senhor na Eucaristia, preciso estar em "comunhão" com meus irmãos,
que são membros do Corpo Místico de Cristo. Pai Nosso é recitado de pé, com as
mãos erguidas, na posição de orante. Pode também ser cantado, mas sem alterar a
sua fórmula. Após o Pai Nosso na Missa não se diz amém pois a oração seguinte é
continuação. A paz é um dom de Deus. É o maior bem que há sobre a terra. Vale
mais que todas as receitas, todos os remédios e todo o dinheiro do mundo. A paz
foi o que Jesus deu aos seus Apóstolos como presente de sua Ressurreição. Assim
como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em comunhão com
Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz.
Fração do
pão: O celebrante parte a hóstia grande e coloca um pedacinho da mesma dentro
do cálice, que representa
a união do Corpo e do Sangue do Senhor num mesmo Sacrifício e mesma comunhão.
Cordeiro de deus: Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Jesus é apresentado como o "Cordeiro de Deus". Os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais uma vez.
Comunhão: A Eucaristia é um tesouro que Jesus deixou como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem. Comungar é receber Jesus Cristo, Reis dos Reis, para alimento de vida eterna.
Modo de comungar: Quem comunga recebendo a hóstia na mão, deve elevar a mão esquerda aberta, para o padre colocar a comunhão na palma da mão. O comungante imediatamente, pega a Hóstia com a direita e comunga ali mesmo na frente do padre ou ministro. Ou direto na boca quando a comunhão é nas duas espécies, ou seja, pão e vinho. Essa só poderá ser recebida pela boca.
Rito final:
É terminada a comunhão, convém fazer alguns momentos de silêncio para
interiorização da Palavra
de Deus e ação de graças.
Como receber a benção: É preciso valorizar mais e receber com fé a benção solene dada no final da Missa. E a Missa termina com a benção.
11.2 Ano litúrgico
Você já ouviu falar em Ano Civil? O
Ano Civil é o que todo mundo conhece: começa no dia primeiro de janeiro e
termina no dia 31 de dezembro. E o Ano Litúrgico? É o ano ou calendário da
Igreja, que celebra a presença de Jesus Cristo no tempo. Começa um mês antes do
Ano Civil. Para que existe o Ano Litúrgico? Como está organizado?
O nosso Ano Litúrgico tem sua origem
no Ano Litúrgico do povo israelita ou judeu, que celebrava todo bem que Deus
fazia ao povo escolhido, sobretudo a libertação de quatrocentos anos de
cativeiro e a Aliança com Deus no Monte Sinai.
A Igreja, com o Ano Litúrgico,
distribui “através de um ano as principais ações salvíficas ou mistérios de
Cristo, para vivê-los, imitando ou comemorando o que Cristo fez pelos homens”.
Assim, cada ano constitui uma vivência
do mistério total de Cristo, ressaltando em cada tempo ou em cada festa um
aspecto do mesmo, desde o Advento, passando pelo Natal, a Epifania, a Quaresma,
a Semana Santa, a Páscoa, Ascensão, Pentecostes, o Tempo Comum, o mistério da
Igreja, comemorado sobretudo nas festas dos Santos.
Normalmente, dizemos que o Ano
Litúrgico inicia-se com o 1º Domingo do Advento (último domingo de novembro) e
termina com o último domingo do Tempo Comum, com a Festa de Cristo Rei
(penúltimo domingo de novembro). Jesus é o centro de todo ano.
O que significa cada Tempo ?
Advento
É o tempo do Ano Litúrgico que vem
antes do Natal. Significa “chegada” ou “está chegando”. É uma preparação para a
festa do Natal. Começa quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de
dezembro. A cor dos paramentos do Sacerdote é roxa, porque é um tempo de
penitência em que os fiéis se propõem a mudar de vida, preparando-se para
acolher Jesus que nasce. Uma exceção é a cor usada no terceiro domingo, chamado
“Gaudete”, nesse dia a cor pode ser rosa.
Natal
Festa do nascimento de Jesus,
celebrada no dia 25 de dezembro. O Tempo do Natal vai do dia 25 de dezembro até
duas semanas depois, com a festa do Batismo do Senhor. Estão incluídas neste
Tempo a Festa de Maria, Mãe de Deus, no primeiro dia no ano, e a Epifania do
Senhor, chamada de “Dia de Reis”, no domingo mais próximo ao dia 6 de janeiro.
A cor dos paramentos é a branca, simbolizando a alegria.
Tempo
Comum
É o Tempo mais longo do Ano Litúrgico.
São 33 ou 34 semanas em que não se celebra nenhum aspecto especial do mistério
de Cristo. O Tempo Comum começa na segunda-feira seguinte ao domingo depois de
6 de janeiro e segue até a terça-feira antes da Quaresma; recomeça na
segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e segue até a termina na véspera
do primeiro domingo do Advento. A cor dos paramentos é a verde.
Quaresma
Tempo que dura quarenta dias e vai
desde a Quarta-feira de Cinzas até o sábado na véspera do domingo de Ramos. É
um tempo de penitência que leva à conversão através da prática da oração, jejum
e esmola. Durante a Quaresma não se reza ou canta o Glória nem o Aleluia por
ser um Tempo de profundo recolhimento. A cor dos paramentos é roxa, sinal de
penitência e humildade. No quarto domingo pode ser de cor rosa, antecipando a
alegria da ressurreição.
Páscoa
Festa da Ressurreição de Cristo. É a
eucaristia mais solene do Ano Litúrgico, sinal de vida nova, depois da
conversão na Quaresma. Começa com a Vigília Pascal e se estende até o domingo
de Pentecostes. A cor dos paramentos deve ser branca e o Círio Pascal deve ser
mantido junto do altar.
11.3 Prática semanal
1.
Qual
a importância da missa para o Cristão católico?
2.
Porque
devo ir a Igreja?
3.
O
significa a quaresma?
4.
Qual
o momento mais solene da celebração litúrgica da Igreja?
5.
O
que é ano litúrgico e qual a sua origem?
6.
Quando
se inicia o ano litúrgico ?
7.
Explique
cada tempo do ano litúrgico:
12- Maria: mãe e modelo da Igreja
Desde o inicio da Igreja, Maria ocupa
um lugar de destaque, tanto na Liturgia Oriental como na Ocidental. Constatamos
sua presença nas festas marianas, nas Orações Eucarísticas, nos hinos, na
arte-sacra, na teologia dos Concílios e na vida da Igreja. Trata-se de uma
presença histórica, teologicamente refletida e liturgicamente celebrada, com
conseqüências espirituais e pastorais. A partir do Concílio de Éfeso (431)
ocorre uma verdadeira explosão do culto mariano, com o surgimento de festas e
expressões artísticas diversas nos hinários e na arte-sacra.
A arqueologia testemunha um
antiqüíssimo culto a Maria - Mãe do Messias, sobretudo em Nazaré e Belém. O
Concílio de Éfeso influenciou sobremaneira o desenvolvimento do culto mariano.
A proclamação do dogma da Maternidade Divina de Maria foi decisiva para a
presença de Maria na Liturgia.
Em Jerusalém, logo após a proclamação
de Éfeso, encontramos a memória de Maria celebrada em 15 de agosto.
No Ocidente, se desenvolve a
comemoração de Maria no Advento. Em Roma, a mais antiga memória da Mãe de Deus
surgiu após o Natal. No Oriente, se difundiu a celebração da Anunciação, em
torno de 25 de março.
Novas celebrações apareceram a partir
do século VI: A Dormição de Maria, Natividade de Maria, Apresentação de Maria
no Templo e a Concepção de Maria. Pelo século XI, na Inglaterra, surgiu a festa
da concepção Virginal de Maria, mas não foi acolhida logo em toda a parte.
O Concílio Vaticano II procurou
esclarecer tanto a missão da Bem-Aventurada Virgem Maria no mistério do Verbo
Encarnado e no Corpo Místico, como os deveres dos homens remidos para com a Mãe
de Deus, Mãe de Cristo e dos Homens, mormente dos fiéis.
A memória de Maria está, portanto,
inteiramente relacionada com a vida de Cristo, particularmente com o mistério
da Encarnação. Isso acontece sobretudo nos momentos centrais da Liturgia
(Orações Eucarísticas e Profissão de Fé Batismal).
A doutrina da Igreja foi sendo
sistematizada, nos últimos tempos, através de vários documentos, dentre outros:
Leão
XIII
Encíclica sobre o rosário de Nossa
Senhora;
Pio
XII
Alocuções às Congregações Marianas,
21/01/45;
Constituição Apostólica sobre a
Assunção de Nossa Senhora, 1950;
Paulo
VI
Encíclica “Christi Matri Rosarii”,
15/09/66;
Exortação Apostólica “Signum Magnum”,
13/05/67
Carta ao Congresso Mariológico-Mariano
de São Domingos, 02/02/65;
Exortação Apostólica “Marialis
Cultus”, 02/02/74;
Vaticano
II
Lúmen Gentium, cap. VIII;
Documento
de Puebla;
João
Paulo II
Encíclica “Redemptoris Mater”.
25/03/87;
Uma perspectiva teológica mais
completa da presença de Maria na Liturgia é recente. Tradicionalmente se
restringia à consideração de sua maternidade divina. Alguns documentos do
Vaticano II abordam explicitamente a figura de Maria.
Diz a Sacrosanctum Concilium: “Nesta
declaração anual dos mistérios de Cristo, a Santa Igreja venera com especial
amor a Bem-Aventurada Mãe de Deus Maria que, por um vínculo indissolúvel, está
unida a obra salvífica de seu Filho; nela admira e exalta o mais excelente
fruto da Redenção e a contempla como puríssima imagem daquilo que ela mesma
anseia e espera ser”.
O documento de Puebla considera Maria
Mãe e modelo da Igreja modelo também para a vida dos homens, bendita entre
todas as mulheres, modelo de serviço eclesial na América Latina: “Deus
fazendo-se carne por meio de Maria, começou a fazer a parte de um povo e
constituiu-se o centro da história. Maria é o ponto de união entre o céu e a
terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em
ideologia, em racionalismo espiritualista”.
Puebla considera Maria como a
realização mais eminente da evangelização, Mãe da nova vida, colaboradora ativa
na redenção, serva dos homens, garantia da grandeza feminina, exemplo para a
mulher e modelo da vida consagrada.
Maria, como estrela da evangelização,
está presente na missão da Igreja que introduz no mundo do Reino do seu Filho.
A presença de Maria, nos dias de hoje, como aliás ao longo de toda a história
da Igreja, encontra múltiplos meios de expressão.
Seu multiforme raio de ação se
expressa mediante a fé e a piedade dos fiéis, as tradições das famílias
cristãs, as comunidades paroquiais e missionárias, mediante o poder de atração
e irradiação dos grandes santuários, onde, não apenas as pessoas
individualmente ou grupos locais, mas, por vezes, inteiras nações e continentes
procuram o encontro com a Mãe do Senhor, como aquela que é feliz porque
acreditou e por isso se tornou a Mãe do Emmanuel.
Maria mãe e modelo. Na “Redemptoris
Mater”, o Papa diz que toda a Igreja é convidada a viver mais profundamente o
mistério de Cristo, colaborando, com a gratidão, na obra da salvação e com o Maria, sua mãe e modelo.
É ela, Maria, o exemplo daquele amor
materno do qual devem estar animados todos aqueles que, na missão apostólica,
cooperam para a regeneração dos homens. Por isso, “confortada pela presença de
Cristo, a Igreja caminha no tempo para a consumação dos séculos, indo ao
encontro do Senhor que vem. Nesta caminhada, a Igreja procede seguindo as
pegadas do itinerário percorrido pela Virgem Maria”
A Fé e o sim de Maria ao Chamado de
Deus
Contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa Fé!
Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação.
Não temas! Eis o elemento essencial da vocação, porque o temor acompanha sempre o homem.
Ele teme ser chamado para o sacerdócio e também para a vida, para a sua missão, para uma profissão e para o matrimônio.
É necessário vencer qualquer indecisão ou temor para alcançar a responsabilidade madura que nos leve a ouvir e aceitar o chamado, responder com um SIM decidido e generoso.
Portanto, não temas, porque achaste graça, não temas a vida, a tua maternidade, o teu casamento, o teu sacerdócio porque achaste graça.
Esta coincidência nos ajuda, assim como ajudou Maria.
A Terra e o Paraíso esperam o teu sim.
O Céu e a Terra atendem o teu SIM, mãe que está para dar a luz a teu filho, homem que deve assumir uma responsabilidade pessoal, familiar e social; atende o teu sim, voce que foi chamado para o sacerdócio.
Um sim maduro, fruto da graça e da colaboração pessoal.
A exemplo de Maria, digamos, todos nós um Generoso SIM a Deus e a humanidade!
Contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa Fé!
Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação.
Não temas! Eis o elemento essencial da vocação, porque o temor acompanha sempre o homem.
Ele teme ser chamado para o sacerdócio e também para a vida, para a sua missão, para uma profissão e para o matrimônio.
É necessário vencer qualquer indecisão ou temor para alcançar a responsabilidade madura que nos leve a ouvir e aceitar o chamado, responder com um SIM decidido e generoso.
Portanto, não temas, porque achaste graça, não temas a vida, a tua maternidade, o teu casamento, o teu sacerdócio porque achaste graça.
Esta coincidência nos ajuda, assim como ajudou Maria.
A Terra e o Paraíso esperam o teu sim.
O Céu e a Terra atendem o teu SIM, mãe que está para dar a luz a teu filho, homem que deve assumir uma responsabilidade pessoal, familiar e social; atende o teu sim, voce que foi chamado para o sacerdócio.
Um sim maduro, fruto da graça e da colaboração pessoal.
A exemplo de Maria, digamos, todos nós um Generoso SIM a Deus e a humanidade!
A Fé: Principal virtude de Maria
"Bem aventurada aquela que acreditou na Palavra do Senhor" Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas
pelo Espírito Santo(Lc 1, 41) e focalizam a virtude principal
de Maria: A Fé.
Maria acreditou neste projeto "impossível" de Deus, confiou em Deus
Todo Poderoso e se tornou a principal colaboradora da admirável
iniciativa de Deus, que devolveu ao mundo a esperança.
Nós, Cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé
que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos.
Que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.
"Bem aventurada aquela que acreditou na Palavra do Senhor" Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas
pelo Espírito Santo(Lc 1, 41) e focalizam a virtude principal
de Maria: A Fé.
Maria acreditou neste projeto "impossível" de Deus, confiou em Deus
Todo Poderoso e se tornou a principal colaboradora da admirável
iniciativa de Deus, que devolveu ao mundo a esperança.
Nós, Cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé
que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos.
Que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.
Características da espiritualidade de
Maria
A caracteristica da espiritualidade de maria é a sua Absoluta e total adesão a Palavra de Deus.
Ao anjo Gabriel que lhe anunciava o chamado de Deus, Maria aceita decidamente e diz:
"Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segunda a Tua Palavra"(Lc 1, 38).
Firme e radical deve ser também a nossa fé em Deus.
A caracteristica da espiritualidade de maria é a sua Absoluta e total adesão a Palavra de Deus.
Ao anjo Gabriel que lhe anunciava o chamado de Deus, Maria aceita decidamente e diz:
"Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segunda a Tua Palavra"(Lc 1, 38).
Firme e radical deve ser também a nossa fé em Deus.
Maria é Santa
Nenhuma criatura pode
igualar-se à Virgem Maria na sua eleição de ser a Mãe de Deus.
A santidade de Maria ultrapassa a de Isabel (Lc 1,41), a de Zacarias (Lc 1,67) ou a dos Apóstolos (At 2,4), que ficaram repletos do Espírito Santo. Inegavelmente, a alma de Maria foi a mais bela criada por Deus, e sua maior obra depois Encarnação do Verbo. A santidade de Maria é a mais perfeita de toda a humanidade.
A santidade de Maria ultrapassa a de Isabel (Lc 1,41), a de Zacarias (Lc 1,67) ou a dos Apóstolos (At 2,4), que ficaram repletos do Espírito Santo. Inegavelmente, a alma de Maria foi a mais bela criada por Deus, e sua maior obra depois Encarnação do Verbo. A santidade de Maria é a mais perfeita de toda a humanidade.
12.1 Prática semanal:
1.
Você
acha importante a devoção a Maria, mãe de Jesus? Porque?
2.
O
que quer dizer - Maria é a mãe da
Igreja?
3.
Quais
os exemplos mais importantes de Maria para a nossa vida?
4.
Maria é Adorada? Porque?
5.
Qual o nome dado a devoção a Maria?
.
A verdade sobre a Crisma
13- O sacramento da Confirmação
sacramento
da decisão
A finalidade dos Sacramentos é para
tornarmos um sinal de testemunho de vida; é para identificar-nos cada vez mais
com Cristo. Não é para só sentirmos bem, pagar ou cumprir promessa.
Por que recebemos o Sacramento da Crisma, chamada também Confirmação?
Comumente dizemos que a Crisma no faz
soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento adulto que dá
responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre este Sacramento. A
crisma nos concede com plenitude o Espírito Santo.
Qual o sentido do Sacramento da Crisma?
Podemos dizer o seguinte: Todos os
Sacramentos são Sacramentos de Cristo, mas um deles, a Eucaristia, é por
excelência o Sacramento de Cristo. Assim, todos os Sacramentos são do Espírito
Santo, mas um deles, a Crisma ou Confirmação, é por excelência o Sacramento do
Espírito Santo. Para melhor compreendermos o sentido do Sacramento do Crisma,
devemos perguntar-nos qual a função do Espírito Santo na Economia da salvação
(plano de Deus) manifestada na História da Salvação.
Olhando para a Bíblia, descobrimos que
o Espírito Santo tem uma dupla função:
√
O de dar a vida.
√
E a função de levar a vida até sua
perfeição.
Essas são duas funções diferentes.
Pelo Batismo, o Espírito Santo nos
concede a vida e pelo Crisma nos dá os seus dons para chegarmos à
perfeição. A Confirmação nos dá, pois, o
Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que recebemos no Batismo. Chegar
à perfeição, segundo a vontade do Pai. "Sede
Santos, como vosso Pai do céu é Santo”
No entanto, a nossa primeira vocação é
sermos santos. Como existiu uma Páscoa e um Pentecostes na vida dos Apóstolos e
dos discípulos de Cristo, há também uma Páscoa e um Pentecostes na vida da
Igreja e de cada um dos seus membros. Tudo quanto podemos dizer da Páscoa
poderemos dizer também do Batismo; e tudo quanto podemos dizer de Pentecostes,
poderemos atribuir à Crisma.
Páscoa = passagem.
Batismo = passagem do pecado, para
vida da graça.
Pentecostes = mudança de atitude.
Crisma = mudança, onde tornamos
adultos na fé, comprometidos com a Igreja.
Talvez possamos dizer que o Batismo
constitui mais o aspecto estático (somos levados), ao passo que a Crisma
expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã. Uma c’oisa é ser
cristão simplesmente, outra coisa é chegar à plenitude da santidade; é evoluir,
é tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada no Batismo. É a
contínua busca da santidade.
Não podemos permanecer semente, é preciso que
a semente germine, cresça e dê frutos em abundância. At 8, 14-19 .
14- Os dons do Espírito Santo
A presença do Espírito Santo nas
pessoas e na comunidade eclesial se torna perceptível principalmente através de
seus dons e carismas, concedidos a todos e a cada um para a unidade da Igreja
(Ef 4,1-7). Essa variedade de dons é resumida pela Igreja na doutrina dos sete
dons: Sabedoria, entendimento, ciência, conselho, piedade, fortaleza e temor de
Deus.
O
Dom da Sabedoria:
Fortalece nossa caridade e preparando-nos, desde já, para a visão plena de
Deus, conferindo-lhe um conhecimento eminente. O sábio, segundo Deus, não é
aquele que sabe coisas sobre Deus, mas que vive Deus. Não é o que simplesmente
fala de Deus, mas quem o contempla. A sabedoria traz o gosto de Deus e de sua
palavra, permitindo-nos avaliar corretamente as realidades terrenas.
O
Dom do Entendimento:
Torna a nossa fé luz segura e sólida para o nosso caminho. Mediante este Dom, o
Espírito Santo nos permite perscrutar as profundezas de Deus, comunicando ao
nosso coração uma particular participação no conhecimento divino, nos segredos
do mundo e na intimidade do próprio Deus.
O
Dom da ciência:
Nos permite um juízo reto sobre as criaturas, não colocando nelas a felicidade
perfeita, nem o fim absoluto de tudo o que somos e temos. Faz com que o ser
humano entenda que a aparência deste mundo é passageira. O dom da ciência orienta-nos para Deus, desapegando-nos das
criaturas.
O
Dom do Conselho:
Nos é dado para sanar a nossa natural precipitação ao dar uma resposta a um
problema concreto que nos angustia, a uma escolha que devemos fazer. Quem
acolhe este "conselho" sente-se em paz, sereno, readquire força e
esperança. Também compreende que todos temos fraquezas e, portanto, devemos
olhar-nos com olhos de compaixão.
O
Dom da Piedade:
Nasce de um Deus piedoso, bondoso e cheio de misericórdia para com os que
erram. Nosso Deus é deus da aliança e do perdão. Se Deus vive a sua aliança com
o homem de maneira tão envolvente, o homem por sua vez sente-se também
convidado a ser piedoso com todos.
O
Dom da Fortaleza:
Nos torna corajosos para enfrentar as dificuldades da vida cristã. Torna forte
e heróica a fé. Lembremos a coragem dos mártires. Dá-nos perseverança e firmeza
nas decisões. A fortaleza manifesta-se também na esperança. Afirma o profeta
Isaías: "Os que esperam em Jahweh renovam suas forças, criam asas como
águias, correm e não se fadigam, andam e não se cansam" (Is 40,31). Todos
nós precisamos da força do Espírito Santo.
O
Dom do temor de Deus: Tratando-se
de um Dom do Espírito Santo, não deve confundir-se com o medo de Deus. Também
não significa uma atitude servil diante de Deus. Este Dom nos mantém no devido
respeito diante de Deus e na submissão a sua vontade, afastando-nos de tudo o
que lhe possa desagradar. A confiança no Senhor constitui a terceira característica
do temor de Deus.
15- Os frutos e Carismas do Espírito
Santo
Carismas:
Além dos sete dons, o Espírito Santo,
dá outros dons espirituais chamados de carismas. São dados gratuitamente pelo
Espírito Santo,no momento oportuno.
Os carismas não são dados apenas para
crescimento individual do indivíduo, mas para crescimento da comunidade. Assim,
há o dom de ensinar, o dom do ministério, o dom da exortação, o dom de presidir etc.
Todos esses dons devem ser
manifestados com simplicidade e humildade. (1Cor 2, 4-11). Sempre que o
Espírito Santo concede um carisma a uma pessoa, Ele visa um fim: O de edificar
a Igreja de modo, que todos que a ela se congregue possam usufruir desse
carisma.
Dom da Fé: A fé é o dom que recebemos
no batismo. Ele vai acrescentando em nós, a ponto de se tornar uma fé
operativa. Não a fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode
curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do
senhor, que minha fé me leva a ser instrumento dele. Tudo isso depende de
estarmos no Espírito Santo e
permanecermos Nele.
Dom da interpretação: Normalmente, nem aquele que fala em línguas nem os outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar à comunidade. Então, o Senhor dá, à mesma pessoa ou a outra pessoa, o dom da interpretação. É, portanto outro dom: o dom de interpretar - não se trata de tradução.
Dom da Cura: Não somos nós que curamos; é Jesus. Cheio do Espírito Santo, Jesus saiu por todas as partes curando. Da mesma forma, o Espírito quer se manifestar em nós - que somos membros do Corpo de Cristo; as mãos, os pés do Corpo Místico de Cristo -, levando cura àqueles que dela precisam. Geralmente pensamos que a cura seja uma coisa extraordinária.
Não. Para o povo cristão, a cura que vem por meio de Jesus é algo normal, ordinário. O problema é que a nossa fé foi esfriando. Se o Senhor não tem feito curas, milagres, prodígios e sinais no meio do seu povo, são porque o povo não tem acreditado. O dom da cura e o dom da fé
Dom de línguas: O primeiro dom que se
manifestou foi o de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria,
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa
língua nova, a língua do Espírito. Alguns interpretaram o acontecimento e
disseram: ''Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós
estamos entendendo com o coração''. Outros estavam ali como curiosos,
brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou:
''Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel''.
O primeiro dom criou confusão. Duas coisas acontecem: primeiro, o Espírito
Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai. Por outro
lado, esse Espírito Santo pede ao Pai, pede a Jesus, de acordo com a vontade do
Senhor, que intercede pelos santos. Ele não pede coisas erradas. Muitas vezes,
pedimos coisas que não são para o nosso bem; podemos até pedir algo errado, ou
até de maneira errada. O Espírito Santo, não. Quando você ora no Espírito, Ele
está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; depois, de acordo com aquilo
que Deus sabe, com aquilo que Deus quer e sabe ser o melhor. Portanto, a oração
em línguas é infalível: daí seu valor. Com ela, você intercede primeiro por si
mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala.
Dom da Profecia:No dom de línguas, estamos
falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja
anunciada. Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos
que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em
nome de Deus, ou melhor, é um instrumento que Deus precisa.
Profecia, ou palavra de profecia é justamente a palavra que Deus expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.
Profecia, ou palavra de profecia é justamente a palavra que Deus expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.
Dom de Milagres: Ligado à cura está o dom
dos milagres. Certas curas são verdadeiros milagres:
acontecem imediatamente de maneira extraordinária. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Além dos milagres no campo da cura, há muitos milagres que o Senhor faz em muitos outros campos da nossa vida.
Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível acontece.
acontecem imediatamente de maneira extraordinária. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Além dos milagres no campo da cura, há muitos milagres que o Senhor faz em muitos outros campos da nossa vida.
Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível acontece.
Dom do Discernimento: O inimigo age
sorrateiramente. Para distinguir sua ação em nosso ambiente, o único meio é o
Espírito Santo; ninguém tem por si discernimento.
Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.
Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.
Palavra de Ciência:A palavra de ciência é
chamada também palavra de conhecimento. É como um diagnóstico. Deus nos dá um
conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa
palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de
uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem.
Palavra de Sabedoria:O dom da palavra de
sabedoria é um dom doméstico... é a palavra, o pensamento ou idéia que o Senhor
nos envia no momento oportuno. É como a semente. Ela só vai poder frutificar em
ambiente bom. Não vingará no asfalto. A pessoa deve ser dada à oração, à
Palavra de Deus, à escuta atenta de Deus; porque, percebendo que a palavra vem
do Senhor, ela obedece.
Lembremo-nos de um recado de São Paulo:
"Dai de graça o que de graça recebestes."
Todo dom não é mérito da pessoa, mas do Espírito Santo. Todo dom deve ser
colocado a serviço da comunidade. Toda
pessoa recebe do Espírito Santo algum
dom.
Qual é o seu dom?
Os frutos do Espírito Santo (Mt 21, 17-20 / Jo
15, 1).
Assim como a figueira e como a
videira, o crismando deve produzir frutos e bons frutos, pois como diz Jesus em
Mt 7, 20 "pelos seus frutos o conhecereis", o crismando deve
fazer as boas obras ,com o Espírito de
Deus, e não com segundas intenções. Portanto, não somente as nossas obras devem ser BOAS, mas
também as nossas intenções.
Assim como o Adubo colocado aos pés de
uma árvore o faz (ou não) produzir frutos, a graça de Deus derramada nos
corações dos crismandos, faz produzir bons frutos. Porém, é necessário que o
crismando se predisponha a receber este adubo, que é a graça de Deus, porque depende unicamente do homem, já
que a graça de Deus é dada gratuitamente àquele que pedir e fizer por merecer.
Quais são os frutos do Espírito Santo?
Para falar dos frutos do Espírito
Santo é preciso antes falar dos frutos da carne. São eles: Fornicação, impureza, libertinagem,
idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia,
partidos, invejas, bebedeiras, orgias.
Mas é pelo poder do Espírito Santo que
os filhos de Deus podem dar fruto. Aqueles que nos enxertou na verdadeira vida
nos fará produzir “o fruto do Espírito que é amor,, alegria, paz,
longaminidade, benignidade, fidelidade, mansidão, autodomínio”(Gl 5,22-23). Os
frutos do Espírito são perfeições que o Santo Espírito forma em nós como
primícias da glória eterna.
.
16- A liturgia do Sacramento
Gestos rituais da celebração do Crisma:
O óleo do Crisma :
O Crisma é um dos três óleos que o
bispo benze todo ano na Missa da Quinta-feira Santa. Os outros dois são: O óleo
dos catecúmenos (usado no Batismo) e o óleo dos enfermos (usado na Unção dos
Enfermos).
O azeite significa o efeito
fortificante da graça de Deus. Além da bênção especial e diferente que cada óleo recebe, o Crisma é
misturado com bálsamo. No Crisma, o bálsamo simboliza a "fragrância"
da virtude, o bom odor que deverá desprender-se da vida daquele que põe em
movimento as graças da Confirmação.
Imposição das mãos:
A imposição das mãos é um gesto
bíblico de benção ou de consagração. Jesus cura os doentes e abençoa as
crianças pela imposição das mãos, através da qual passa toda a sua força divina. Os apóstolos, pela
imposição das mãos, curavam doentes, consagravam presbíteros e diáconos, e
davam o Espírito Santo às novas comunidades. O gesto é adequado a significar a
tomada de posse de um ser pela potência de Deus e plenitude do Espírito Santo,
a fim de investi-lo de um poder espiritual, de uma aptidão, em vista de uma
missão.
Pela fórmula pronunciada pelo Bispo
encontramos os sete dons do Espírito Santo, dons que caracterizam o Messias (Is
11, 1s)
Consignação:
O Bispo coloca a mão sobre o ombro do
crismando: imposição das mãos mais pessoal. Ao mesmo tempo marca-o na fronte
com um sinal: o sinal da cruz, dizendo: (nome do crismando) recebe por este
sinal, os dons do Espírito Santo.
A cruz que se traça sobre a fronte do
confirmando é outro símbolo poderoso, se realmente o entendemos e pomos em
prática. É muito fácil sabê-lo. Basta perguntar-nos: Vivo de verdade como se
trouxesse uma cruz visível gravada na minha fronte, que me marca como homem ou
mulher cristãos? Na minha vida diária,
dou testemunho de Cristo?
Unção:
Ao mesmo tempo em que o Bispo procede
à imposição das mãos de forma pessoal, ele unge a fronte do confirmando com o
sinal da cruz, com o polegar mergulhado no óleo do Crisma. É a unção. Os três gestos rituais
formam um todo: o sinal sensível e visível do amor de Deus para com o
confirmando.
Nesses três gestos o confirmando
assemelha-se intimamente ao Cristo, ao Messias (Cristo no grego e Messias no
hebraico, são traduções da palavra ungido).
Jesus ungido. O homem Jesus é ungido de divindade e Espírito Santo. Pelo
Sacramento da Crisma, tornamo-nos plenamente cristãos, isto é, participantes da
Unção do Cristo para continuarmos sua missão. Essa unção é feita em forma de
cruz.
Diz-nos Santo Tomáz:
"Os combatentes trazem a insígnia
do seu comandante". E na fronte no Ponto mais visível.”
17-
Ser crismado é ser missionário (Retiro Espiritual)
Temas Extras que serão entregues na catequese:
A vivência da Sexualidade
Cristã
O desafio de ser diferente nos
dias atuais
Ser profeta no mundo das comunicações
Amados Crismandos:
Esta apostila foi feita pensando em você que quer algo mais
na vida. O que você encontrar aqui é apenas uma pista para a sua caminhada.
Parabéns pelo seu SIM ao chamado de Cristo!
Venham e vejam! Foi e continua sendo o chamado de Jesus
Cristo.
Deixaram tudo e o seguiram: Foi e continua sendo a atitude
dos homens e mulheres de fé.
Lembre-se: Vocês não estão sozinhos, o Espírito do Senhor
está com você!
Catequistas de Crisma
ADAPITAÇÃO
PROFESSOR NILTON RIBEIRO
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