O QUE É LITURGIA



A “reforma da reforma” e a tentativa de salvar o concílio a qualquer custo

O principal ponto positivo da entrevista foi o cardeal ter admitido os problemas da “reforma” litúrgica promovida com a introdução da missa nova. Primeiro o cardeal admite a pressa com que foi realizada a “reforma”:
A reforma litúrgica foi realizada com muita pressa. Havia ótimas intenções e o desejo de aplicar o Vaticano II. Mas houve precipitação. Não se deu tempo e espaço suficiente para acolher e interiorizar os ensinamentos do Concílio; de repente, mudou-se o modo de celebrar.
Depois, admite até mesmo que a renovação foi entendida como ruptura e não como desenvolvimento natural da tradição:
A renovação conciliar foi entendida como uma ruptura e não como um desenvolvimento orgânico da tradição.
Por um lado, é bom que o assunto seja tratado assim, tão explicitamente,  por um cardeal. Mas nem tudo vai tão bem. Apesar de reconhecer a pressa e a ruptura, o cardeal as entende apenas como uma má aplicação do concílio. Seria a famosa hermenêutica da continuidade: o concílio bom teria sido desvirtuado posteriormente.
Analisemos algumas críticas do próprio cardeal Cañizares e constatemos se elas se aplicam apenas ao pós-concílio ou não.
Primeiramente, o cardeal critica a criatividade e as investigações de laboratório a que foi submetida a liturgia:
A renovação litúrgica foi vista como uma investigação de laboratório, fruto da imaginação e da criatividade, a palavra mágica de então.
Ora, foi o “sacrossanto” concílio Vaticano II quem concedeu a possibilidade de se fazer experiências com a liturgia:
2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as experiências prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um tempo determinado. (SC 40)
Como pode o cardeal, com razão, reclamar das “investigações de laboratório” a que foi submetida a liturgia e ainda querer isentar de culpa o concílio, que as propôs?
Posteriormente, o cardeal também critica a secularização que atingiu a liturgia:
(…) a liturgia, isso é fato, foi “ferida” por deformações arbitrárias, provocadas também pela secularização que desgraçadamente atinge também dentro da Igreja.
Mas não foi o concílio Vaticano II quem propôs a inculturação da liturgia, “adaptando-a às várias regiões e povos” (SC 38, 65)? Escrevemos há pouco tempo um artigo sobre este tema. Ora, como poderíamos promover uma ampla inculturação, que deveria adaptar a liturgia às várias regiões e povos, sem que houvesse uma secularização desta liturgia?
Finalmente, o cardeal critica as celebrações que colocam o homem como seu centro, e não mais Deus, e também o papel principal dado à assembléia:
Consequentemente, em muitas celebrações já não se coloca Deus no centro, mas o homem e seu protagonismo, sua ação criativa, o papel principal é dado à assembléia.
Com respeito ao papel da assembléia, o documento Sacrossanctum Concilium, sobre a liturgia, insistiu muito sobre a participação ativa dos fiéis (SC 11, 14, 19, 21, 26, 30, 41, 48, 50, 79, 113, 114, 121, 124). Depois de tanta insistência para que os fiéis participassem ativamente da liturgia, como se surpreender que a assembléia assumisse,  abusivamente, um papel principal?
Ora, este papel central do homem, que o cardeal corretamente condena, também pode encontrar sua apologia explícita no texto do concílio:
Tudo quanto existe sobre a terra deve ser ordenado em função do homem, como seu centro e seu termo: neste ponto existe um acordo quase geral entre crentes e não-crentes. (Gaudium et spes, n. 12)
Se tudo o que existe sobre a terra deveria ser ordenado em função homem, porque a Santa Missa também não o seria? A missa nova, que se afasta tanto da Missa Tridentina, o faz sempre no sentido do antropocentrismo. Não apenas alguns aspectos insignificantes, mas tudo o que foi mudado, o foi exatamente no sentido de se aproximar do homem, afastando-se da sacralidade do Rito Tridentino. É impossível negar que a missa nova não seja fruto do “espírito” e da letra antropocêntricos do Concílio. Ela está em continuidade com o concílio, porém ambos estão em ruptura com a Tradição.
Por isso é perda de tempo querer salvar a integridade do concílio e a missa nova. Façamos o caminho mais curto e seguro, simplesmente retornando à Tradição. Fazer valer o direito de todos os fiéis à Missa Tridentina seria um ótimo começo para o pretendido movimento litúrgico. Além de satisfazer a todos os que desejam a Missa de Sempre e não a têm, ainda seria a oportunidade de muitos conhecerem o verdadeiro rito romano.

A inculturação da liturgia promovida pelo Vaticano II

Mesmo com a toda a opressão modernista, com todo o silêncio a que a parte podre do clero reduziu a Tradição, grande parte dos católicos inocentes que estão nas mãos dos conciliares repudia as inovações litúrgicas mais abusivas. Muitas vezes, como já aconteceu mesmo comigo, os católicos buscam uma missa onde não haja barulho, músicas impróprias, danças, teatros e encenações. Quantos católicos, com um mínimo de noção de nossa santa religião, aprovam as missas inculturadas, isto é, aquelas profundamente modificadas para “refletir a cultura local”? Missas adaptadas às diversas culturas e regiões dividem a Igreja, abrem brechas para profanações, tiram o sentido do sagrado, pois demonstram que a sua preocupação é o homem, e não Deus.
Vejamos o que nos diz São Pio V:
(…) é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de salmodiar e um só rito para celebrar a Missa. (Quo Primum Tempore, 3)
O Concílio Vaticano II, conforme dizem seus aguerridos defensores, não teria rompido com a Tradição. Será que isto corresponde à realidade? Já tivemos a oportunidade de demonstrar, em diversas ocasiões, que a resposta é negativa. Lendo a afirmação de São Pio V, destacada acima, e comparando-a ao texto do concílio, podemos constatar mais uma oposição:
Não é desejo da Igreja impor, nem mesmo na Liturgia, a não ser quando está em causa a fé e o bem de toda a comunidade, uma forma única e rígida, mas respeitar e procurar desenvolver as qualidades e dotes de espírito das várias raças e povos. A Igreja considera com benevolência tudo o que nos seus costumes não está indissolùvelmente ligado a superstições e erros, e, quando é possível, mantem-no inalterável, por vezes chega a aceitá-lo na Liturgia, se se harmoniza com o verdadeiro e autêntico espírito litúrgico. (Sacrossanctum Concilium, 37)
Para São Pio V, é útil que haja um só rito para a Santa Missa na Igreja de Deus. Para o concílio Vaticano II, não há desejo de impor “uma forma única e rígida nem mesmo em liturgia”. Ó cegos defensores do concílio, respondei-me: São Pio V estava errado ao impor uma forma única e rígida para a Santa Missa?
Mais uma contradição entre o “sacrossanto” concílio e a Tradição. E o Vaticano II não queria apenas algumas adaptações, mas sim “desenvolver as qualidades e dotes de espírito das várias raças e povos“.
Quando vemos, portanto, uma missa “crioula”, ou uma missa “afro” (esta outra em plena Basílica de Nossa Senhora Aparecida – imaginem se alguém pedisse para celebrar a Missa Tridentina!) , ou uma missa “cowboy”, ou qualquer outro desvio da missa para se adaptar às culturas, podemos perguntar se não tem grande culpa o concílio por ter aberto a brecha para a inculturação.
O concílio reconhece que a Sé Apostólica deve dar seu consentimento para a introdução das adaptações litúrgicas (SC 40.1). Mas, será que isto isentaria a culpa do concílio pelos abusos que vemos por toda parte? Cremos que não, e apresentaremos nossos motivos para assim pensar.
Primeiro, o concílio não deveria jamais propor algo que é contrário ao bem da Igreja e que abre a porta para muitos abusos, como é o caso das adaptações regionais. Pois, como disse São Pio V, é necessário que haja, na Igreja Romana, um só rito para celebrar a Missa. O concílio deveria ter reforçado a necessidade da unidade de rito da Igreja, e não ter proposto a inculturação.
Depois, Paulo VI era um liberal, o que implica que ele não tinha pulso firme para conter os bispos rebeldes. Veja-se o caso exemplar, relatado pelo Pe Ralph Wiltgen em “O Reno se lança no Tibre”, que o papa chorou quando percebeu que fora enganado pelos bispos modernistas, mas não tomou nenhuma atitude contra eles. De acordo com o mesmo texto do concílio, a Sé Apostólica deveria apenas autorizar ou não as modificações, cuja competência para elaboração pertencia às Conferências espiscopais (SC 22.2, 39, 40.1, 40.2)! Ora, conferências episcopais dominadas por bispos modernistas, fazendo pressão sobre um papa fraco (na melhor das hipóteses), poderia acabar em que, senão nas mais variadas formas de inculturação?
Por conta deste liberalismo, depois de ter aberto a brecha para as modificações regionalizadas da liturgia, a reserva da Sé Apostólica acabava sendo letra morta frente à agitação dos espíritos pseudo-reformadores. Somente uma ação enérgica da Santa Sé poderia conter o estrago provocado pelo estímulo de liberdade concedido pelo concílio. Mas o liberalismo dos papas pós-conciliares os impediu de qualquer atitude. O resultado todos nós conhecemos.
Vamos ler alguns trechos da Sacrossanctum Concilium para reforçar o que dissemos nos parágrafos anteriores:
Será da atribuição da competente autoridade eclesiástica territorial, de que fala o art. 22 § 2, determinar as várias adaptações a fazer, especialmente no que se refere à administração dos sacramentos, aos sacramentais, às procissões, à língua litúrgica, à música sacra e às artes, dentro dos limites estabelecidos nas edições típicas dos livros litúrgicos e sempre segundo as normas fundamentais desta Constituição. (SC 39)
1) Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2, considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio de cada povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé Apostólica as adaptações julgadas úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o seu consentimento. (SC 40)
2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as experiências [sic] prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um tempo determinado. (SC 40)
Segundo o concílio, portanto, a iniciativa para propor as adaptações caberia às Conferências Episcopais – dominadas pelos modernistas, nunca é demais lembrar-, e à Santa Sé caberia dar ou não seu consentimento. Pior do que isso, o concílio abriu a possibilidade de se transformar a Liturgia da Igreja em “laboratório” onde se realizam experiências para poder determinar melhor como se deveria fazer a adaptação desta liturgia às tradições e gênio de cada povo… Tudo sem romper com Tradição bi-milenar da Igreja, claro! Ou você iria cometer o sacrilégio de supor que o imaculado super-concílio poderia romper com a Tradição?
Devemos considerar, também, a razão pela qual o concílio se propunha a fazer tais adaptações. E não é difícil entender que a causa final de tal reforma era servir ao homem, em pleno acordo com a blasfema e odiosa declaração da Gaudium et spes:
Tudo quanto existe sobre a terra deve ser ordenado em função do homem, como seu centro e seu termo: neste ponto existe um acordo quase geral entre crentes e não-crentes. (Gaudium et spes, n. 12)
Se tudo deve ser ordenado em função do homem, e não mais de Deus, nada mais lógico do que adaptar a liturgia à situação de cada cultura e região, para melhor servir ao homem.
Não nos custa nada encontrar ensinamentos papais contrários ao Vaticano II. De fato, S.S. Gregório XVI, em sua bula Inter Gravissimas, de 3 de fevereiro de 1832, dirigida aos católicos armênios, já dizia que qualquer inovação a ser introduzida no rito armênio necessitava de autorização prévia da Santa Sé:
Occorre pertanto attenersi scrupolosamente alla prassi che vieta di introdurre qualsiasi innovazione nei riti della sacra liturgia senza avere interpellato la Sede Apostolica. Anche quando si trattasse di dar vita a cerimonie che sembrano meglio rispondere alle direttive liturgiche approvate dalla stessa Sede, è permesso solo per gravissimi motivi e dopo avere ottenuto la doverosa autorizzazione della Sede Apostolica. Vi è inoltre un motivo specifico per attenersi coscienziosamente, presso gli Armeni cattolici, a questa prassi, poiché nell’antica normativa Armena relativa al culto era permessa la celebrazione della Messa solenne soltanto secondo le prescritte cerimonie.
[É necessário, portanto, ater-se escrupulosamente à praxe que proíbe introduzir qualquer inovação nos ritos da sagrada liturgia sem ter interpelado a Sé Apostólica. Também quando se tratasse de dar vida a cerimônias que parecem melhor responder às diretivas litúrgicas aprovadas pela mesma Sé, é permitido apenas por gravíssimos motivos e depois de ter obtido a necessária autorização da Sé Apostólica. Além de que, a Vós, há um motivo específico para ater-se conscenciosamente, junto aos católicos armênios, a esta praxe, uma vez que na antiga normativa Armênia relativa ao culto era permitida a celebração da Missa solene apenas segundo as cerimônias prescritas.]
Vamos recapitular: antes do Concílio Vaticano II era necessária uma autorização prévia da Santa Sé para introduzir qualquer inovação nos ritos. A partir do concílio, fica aberta até mesmo a possibilidade de se conceder às Conferências Espiscopais a faculdade de realizar “experiências” no campo litúrgico. Tudo sem ruptura com a Tradição, claro. Acredite piamente nisso ou se prepare para ser chamado de rad trad, cismático, sede-vacantista prático, etc.
Vários outros trechos do mesmo documento conciliar repetem a autorização para introduzir adaptações regionais em diversos pontos da liturgia:
Mantendo-se substancialmente a unidade do rito romano, dê-se possibilidade às legítimas diversidades e adaptações aos vários grupos étnicos, regiões e povos, sobretudo nas Missões, de se afirmarem, até na revisão dos livros litúrgicos; tenha-se isto oportunamente diante dos olhos ao estruturar os ritos e ao preparar as rubricas. (SC 38)
Seja lícito admitir nas terras de Missão, ao lado dos elementos próprios da tradição cristã, os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se no rito cristão, segundo os art.s 37-40 desta Constituição. (SC 65)
Concede-se à competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2 desta Constituição, a faculdade de preparar um rito próprio de acordo com o uso dos vários lugares e povos, devendo, porém, o sacerdote que assiste pedir e receber o consentimento dos nubentes. (SC 77)
As exéquias devem exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã. Adapte-se mais o rito às condições e tradições das várias regiões,  mesmo na cor litúrgica. (SC 81)
Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a qual tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como se deve e dê-se-lhe o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso desses povos como na adaptação do culto à sua índole, segundo os art. 39 e 40. Por isso, procure-se cuidadosamente que, na sua formação musical, os missionários fiquem aptos, na medida do possível, a promover a música tradicional desses povos nas escolas e nas acções sagradas. (SC 119)
Assim, com bastante insistência, o concílio concedeu um grande estímulo para a inculturação do rito católico.
Todo o potencial destrutivo destas concessões conciliares fica mais evidente quando confrontados com a heresia do modernismo. De fato, S.S. São Pio X em sua memorável encíclica Pascendi, ao nos descrever o modernismo como o entende o crente, escrevia:
Esta comunicação da experiência às vezes lança raízes e vive; outras vezes se esteriliza logo e morre. O viver para os modernistas é prova de verdade; e a razão disto é que verdade e vida para eles é a mesma coisa. E daqui, mais uma vez, se infere que todas as religiões existentes são verdadeiras, do contrário já não existiriam. (Pascendi, 2)
Para os modernistas, portanto, vida e verdade se confundem. O que existe é verdadeiro, morre aquilo que é falso. Uma vez que as formas adaptadas dos ritos já estivessem em pleno uso, ainda que “experimental”, já se poderiam considerar bons e legítimos, segundo o modernismo. A mesma justificativa dos modernistas para afirmar que todas as religiões existentes são boas, pode ser aplicada também para afirmar que todas as formas litúrgicas existentes são boas.
Assim, não importava para a estratégia modernista que alguns trechos do concílio,  contendo reservas sobre a necessidade de estarem os ritos reformados de acordo com a regras da liturgia, pudessem ser lidos de forma ortodoxa. O que importava é que, na prática, após as formas adaptadas do novo rito estarem sendo celebradas, estarem “vivas”,  a leitura modernista destes fatos já seria suficiente para qualificá-las como legítimas. E que papa liberal teria força para fazer valer a autoridade de Roma? A triste história pós-conciliar nos confirma que nenhum deles agiu com firmeza contra estes abusos.
Depois de todas estas considerações, resta-nos apenas rebater um argumento muito repetido pelos neo-conservadores: o de que já havia abusos litúrgicos antes do Concílio Vaticano II e que, portanto, os atuais abusos não são culpa deste concílio. A primeira coisa a observar é que os abusos litúrgicos eram cometidos contra a autoridade da Igreja, cujos documentos eram firmes em ensinar a dignidade dos ritos. Com o concílio, em vez de se reforçar a rigidez dos ritos, abriu-se um enorme campo para inovações e adaptações às diversas culturas e povos, com direito até a executar experiências prévias – um convite irrecusável para deformar o rito romano. Ora, o concílio deixou por escrito aquilo que os modernistas queriam, e que souberam aproveitar muito bem. Além disso, a natureza e gravidade dos abusos litúrgicos depois do concílio não se comparam de forma alguma aos anteriores. O que se vê na igreja pós-conciliar são sacrilégios horríveis, cometidos até pela alta hierarquia da Igreja. Atitude enérgica de Roma? Não. Excomunhão mesmo, só para quem queria a Santa Missa de sempre e fez o que foi necessário para conservá-la.

A reforma litúrgica imposta pelo Concílio Vaticano II

Começamos, com este artigo, a análise e a crítica da constituição Sacrossanctum Concilium, que dispôs sobre a Sagrada Liturgia, no Vaticano II. Concentraremos, no presente, as atenções apenas sobre a reforma litúrgica imposta pelo concílio, deixando outros aspectos para serem tratados posteriormente. Como veremos, já é assunto para um artigo longo, e para muito mal-estar provocado pela forma como a letra do concílio se dirigiu à Igreja e sua liturgia.
Em 1570, Sua Santidade o Papa Pio V, de venerabilíssima memória, escreveu a bula “Quo Primum Tempore“, na qual, de maneira clara, objetiva e inquestionável, definiu a forma do rito romano como ela deveria permanecer para sempre, sem jamais ser alterada (os destaques, nestas e em outras citações, são nossos):
6 – E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro e para sempre, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por Nós, em todas as Igrejas. (…)
7 – Quanto a todas as outras sobreditas Igrejas, por Nossa presente Constituição, que será válida para sempre, Nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao Nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado. (…)
(…)
Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bemaventurados Apóstolos Pedro e Paulo.
As palavras de SS São Pio V não deixam a menor margem para dúvidas: o missal por ele aprovado terá validade para sempre, e jamais poderá ser modificado. Ninguém, que deseje permanecer fiel à Tradição e ao Magistério infalível da Igreja, pode, portanto, afirmar que haja qualquer brecha para se alterar a liturgia romana.
O cardeal Pacelli, futuro papa Pio XII, comentou sobre a mensagem de Fátima, onde Nossa Senhora advertia sobre o risco de uma mudança na liturgia:
Estou obcecado pelas confidências da Virgem à pequena Lúcia de Fátima. Essa obstinação de Nossa Senhora diante do perigo que ameaça a Igreja, é um aviso divino contra o suicídio que representaria a alteração da fé, em sua liturgia, sua teologia e sua alma”.(…)
Apesar de tão claras palavras de São Pio V, e da admoestação de Nossa Senhora em Fátima, comentada pelo então cardeal Pacelli, o concílio Vaticano II propôs um ampla reforma litúrgica:
A santa mãe Igreja, para permitir ao povo cristão um acesso mais seguro à abundância de graça que a Liturgia contém, deseja fazer uma acurada reforma geral da mesma Liturgia.
Nesta reforma, proceda-se quanto aos textos e ritos, de tal modo que eles exprimam com mais clareza as coisas santas que significam, e, quanto possível, o povo cristão possa mais fàcilmente apreender-lhes o sentido e participar neles por meio de uma celebração plena, activa e comunitária. (Sacrossanctum Concilium, 21)
Em outro artigo, já tivemos a oportunidade de apresentar os argumentos de que, se a Missa Tritendina não contém erros, como de fato não contém, não haveria motivos para ser modificada. Afinal, que motivo poderia ser alegado para se fazer uma reforma geral na liturgia sem admitir, implicitamente, que a atual continha muitos defeitos? O texto que destacamos acima traz implícitas estas acusações. De fato, ao afirmar que a reforma litúrgica haveria de “permitir ao povo cristão um ascesso mais seguro à abundância de graça que a Liturgia contém” e que “os textos e ritos reformados deveriam exprimir com maior clareza as coisas santas que significam”, a letra do concílio está implicitamente negando estas qualidades a Liturgia pré-conciliar.
O Concílio de Trento, dogmático e infalível, ensinou que a Missa não contém erros:
“Cân. 6. Se alguém disser que o cânon da Missa contém erros e, portanto, deve ser ab-rogado: seja anátema”.
“Cân. 7. Se alguém disser que as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade: seja excomungado”.
Podemos, então, perguntar aos defensores da missa nova: se a Missa Tridentina não contém erros, por que haveria de ser reformada? E, aliás, amplamente reformada, como desejava o Concílio Vaticano II? Como responder a esta pergunta sem cair no anátema de Trento?
O concílio admite abertamente a introdução de inovações na liturgia:
Finalmente, não se introduzam inovações, a não ser que uma utilidade autêntica e certa da Igreja o exija, e com a preocupação de que as novas formas como que surjam a partir das já existentes. (SC 23)
A ressalva de que as novas formas devessem surgir das já existentes não justifica as inovações, para sempre interditadas por São Pio V. Pelo contrário, somente causa estranheza como se poderia conciliar uma inovação com um simples desenvolvimento de formas já existentes. O resultado final, a missa nova, conteve muitas inovações a ponto de se poder dizer que foi “fabricada”, e não foi, de forma alguma, um desenvolvimento da Missa Tridentina.
Não menos estranha é a pressa do concílio em se fazer a revisão dos livros litúrgicos:
Faça-se o mais depressa possível a revisão dos livros litúrgicos, utilizando o trabalho de pessoas competentes e consultando Bispos de diversos países do mundo. (SC 25)
Somente se age com toda pressa possível quando se está em uma situação crítica, desesperadora. Será que o concílio assim considerava a liturgia da Igreja naquele momento? Estava tão errada ou tão inadequada que necessitava de ser revisada com toda a pressa possível?
Mas o trecho mais terrível deste documento conciliar é o seguinte:
O interesse pelo incremento e renovação da Liturgia é justamente considerado como um sinal dos desígnios providenciais de Deus sobre o nosso tempo, como uma passagem do Espírito Santo pela sua Igreja, e imprime uma nota distintiva à própria vida da Igreja, a todo o modo religioso de sentir e de agir do nosso tempo. (SC 43)
Muito pior que o aggiornamento, o concílio afirma que naquele momento estava havendo “uma passagem do Espírito Santo pela sua Igreja”… E eu que pensava que o Espírito Santo sempre e em todo o momento conduzia a Igreja, agora, por meio do “sacrossanto”, “imaculado” e “intocável” super-concílio, fiquei sabendo que a terceira pessoa da Santíssima Trindade estava fazendo apenas uma passagem pela Igreja naquela década de 1960… O texto conciliar é uma blasfêmia contra a ininterrupta assitência do Espírito Santo à sua Igreja. Se, por absurdo, admitíssemos qualquer grau de autoridade no Vaticano II, como poderíamos censurar os “movimentos” pós-conciliares que afirmam algo como um “renovamento” do Espírito a partir do concílio?
Respiremos fundo a fim de superar a nossa indignação contra o “sacrossanto” concílio e prossigamos a análise, pois ainda há muitos absurdos neste mesmo documento conciliar.
Afrontando desavergonhadamente a ordem de São Pio V de jamais se alterar o Missal, o concílio deu ordem de revisar o Ordinário:
50. O Ordinário da missa deve ser revisto, de modo que se manifeste mais claramente a estrutura de cada uma das suas partes bem como a sua mútua conexão, para facilitar uma participação piedosa e activa dos fiéis. Que os ritos se simplifiquem, bem respeitados na sua estrutura essencial; sejam omitidos todos os que, com o andar do tempo, se duplicaram ou menos ùtilmente se acrescentaram; restaurem-se, porém, se parecer oportuno ou necessário e segundo a antiga tradição dos Santos Padres, alguns que desapareceram com o tempo.
Como se colocou em destaque, o concílio não somente ordenou a revisão do Ordinário da Missa, como declarou a finalidade: “manifestar mais claramente a estrutura de cada uma de suas partes bem como sua mútua conexão”. Somos, então, obrigados a fazer a pergunta: o Ordinário antigo não possuía a clareza necessária? Era obscuro a tal ponto de exigir o pronunciamento de um concílio ecumênico para declarar a necessidade de tal revisão?
Os rituais dos sacramentos e sacramentais, à época do concílio, também não seriam suficientemente claros quanto à natureza e fim… Por isso, seria necessário aggiornarli:
Tendo-se introduzido, com o decorrer do tempo, no ritual dos sacramentos e sacramentais, elementos que tornam hoje menos claros a sua natureza e fim, e devendo por isso fazer-se algumas adaptações às necessidades do nosso tempo, o sagrado Concílio decretou o seguinte em ordem à sua revisão. (SC 62)
Em que as necessidades do nosso tempo diferiam dos tempos passados, isto o concílio não esclareceu. E nem poderia fazê-lo, pois as necessidades espirituais do homem, que são aquelas às quais os sacramentos e sacramentais atendem, são sempre as mesmas em todas as épocas, independentes das necessidades materiais. Mas a ânsia devoradora do aggiornamento, imbuída de filosofia evolucionista, não pode fazer estas considerações da filosofia perene, tão católicas.
O rito do batismo, seja o dos adultos como o das crianças, também deveria ser revisto:
Revejam-se tanto o rito simples do Baptismo de adultos, como o mais solene, tendo em conta a restauração do catecumenado, e insira-se no Missal romano a missa própria «para a administração do Baptismo». (SC 66)
Reveja-se o rito do Baptismo de crianças e adapte-se à sua real condição. Dê-se maior realce, no rito, à parte e aos deveres dos pais e padrinhos. (SC 67)
O rito da Confirmção também precisava ser revisto porque “a íntima união deste sacramento com toda a iniciação cristã” não estava bastante ressaltada:
Para fazer ressaltar a íntima união do sacramento da Confirmação com toda a iniciação cristã, reveja-se o rito deste sacramento; pela mesma razão, é muito conveniente, antes de o receber, fazer a renovação das promessas do Baptismo. (SC 71)
E o rito da Penitência? Segundo o concílio, também ele precisa ser revisto para ter mais clareza:
Revejam-se o rito e as fórmulas da Penitência de modo que exprimam com mais clareza a natureza e o efeito do sacramento. (SC 72)
A Unção dos Enfermos escaparia das reformas? Claro que não:
O número das unções deve regular-se segundo a oportunidade. Revejam-se as orações do rito da Unção dos enfermos, de modo que correspondam às diversas condições dos que recebem este sacramento. (SC 75)
O rito da Ordenações também não poderia escapar da fúria reformadora:
Faça-se a revisão do texto e das cerimónias do rito das Ordenações. As alocuções do Bispo, no início da ordenação ou sagração, podem ser em vernáculo. (SC 76)
Para não deixar de fora nenhum sacramento, reforme-se finalmente o rito do matrimônio, mas não sem perder a oportunidade de clamar por mais “clareza”:
A fim de indicar mais claramente a graça do sacramento e inculcar os deveres dos cônjuges, reveja-se e enriqueça-se o rito do Matrimónio que vem no Ritual romano. (SC 77)
As exéquias também precisam de reforma, pois as atuais não exprimem de maneira suficiente o sentido de passagem da morte cristã:
As exéquias devem exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã.(SC 81)
Faça-se a revisão do rito de sepultura das crianças e dê-se-lhe missa própria. (SC 82)
O leitor já está cansado e indignado? Eu também estou. Mas vamos respirar fundo para suportar mais esta aberração do concílio:
Restaurem-se os hinos, segundo convenha, na sua forma original, tirando ou mudando tudo o que tenha ressaibos mitológicos ou for menos conforme com a piedade cristã. Se convier, admitam-se também outros que se encontram nas colecções hinológicas. (SC 93)
A Igreja, antes do concílio, estava permitido hinos com “rassaibos mitológicos e com elementos menos conformes com a piedade cristã”, julgando-se o concílio no dever de corrigir este grave desvio… Não vou nem comentar.
Para encerrar as citações:
Revejam-se o mais depressa possível, juntamente com os livros litúrgicos, conforme dispõe o art. 25, os cânones e determinações eclesiásticas atinentes ao conjunto das coisas externas que se referem ao culto, sobretudo quanto a uma construção funcional e digna dos edifícios sagrados, erecção e forma dos altares, nobreza, disposição e segurança dos sacrários, dignidade e funcionalidade do baptistério, conveniente disposição das imagens, decoração e ornamentos. Corrijam-se ou desapareçam as normas que parecem menos de acordo com a reforma da liturgia; mantenham-se e introduzam-se as que forem julgadas aptas a promovê-la. (SC 128)
Mais uma vez nos deparamos com a inexplicável pressa do concílio em reformar, como se estivesse a liturgia pré-conciliar da Igreja em uma situação de calamidade. Afinal de contas, que necessidade havia de se rever a construção dos edifícios sagrados, a forma dos altares, a disposição dos sacrários, etc? Se observarmos bem o que o concílio mandou rever, perceberemos que a pseudo-reforma do pós-concílio somente destruiu tudo o que havia de belo, de santo, de profundamente católico na liturgia da Igreja e em tudo o que se relaciona a ela.
As reformas continuam: o rito da consagração das Virgens (80), o Ofício divino (87-89), o ano litúrgico (107)… Tudo, tudo precisa ser mudado! Tudo precisa de mais clareza, precisa se expressar melhor, precisa corresponder melhor ao mundo de hoje… Não sobra pedra sobre pedra! Tudo está errado ou, na melhor da hipósteses, inadequado!
Seria ingenuidade demais não enxergar a mão dos hereges modernistas escrevendo a letra do concílio, desprovida de respeito por tudo aquilo que a piedade católica conservava na liturgia. Muito mais do que a crítica implícita nos textos que pedem a reforma geral – pois não se ordena a mudança daquilo que está perfeito-, a Sacrossanctum Concilium abriu aos modernistas a brecha para destruir a liturgia da Igreja. E, a história pós-conciliar prova, de maneira irrefutável, que os modernistas souberam aproveitar a oportunidade que eles mesmos criaram.
Ao ler a Sacrossanctum Concilium, com as imposições de alterações em todas as áreas da liturgia da Igreja, não é possível ficar com outra impressão senão a de que se insinua que tudo estaria errado, ou ao menos ultrapassado nesta matéria. A Igreja estaria dormindo, permitindo que toda sua liturgia se tornasse, em todos as áreas, inadequada para os tempos modernos. É a fúria do aggiornamento, esta nota tão característica do “espírito” do concílio, já condenado por Bento XVI, que ataca com toda sua violência. E a ferocidade desta revolução que tudo pretende renovar, como se caduco estivesse, ficou consignada na letra do concílio para perpétua – e infeliz – memória.
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PS: – todos os textos citados da Sacrossanctum Concilium foram retirados do site do Vaticano;
- há muitos outros aspectos a serem analisados na SC, trabalho que será feito em outros artigos.

Para os que se escandalizam com o latim…

A todos os que se escandalizam com o latim na liturgia tradicional da Igreja Católica Apostólica Romana,  convido a assistir o seguinte vídeo, que eu encontrei na página da Igreja Greco-Melquita Católica: (http://www.melquitas.com.br/paginas.php?cod_pagina=246&tipo=dep&cod_sub_area=104)
Esta celebração da Divina Liturgia (como é chamada a Missa no rito oriental) mostra toda a assembléia cantando em português, grego e árabe. Portanto, não somente uma, mas duas línguas litúrgicas diferentes do vernáculo. E a quantidade de pessoas cantando demonstra que as línguas litúrgicas não são uma barreira para quem tem verdadeira religião. Em vez de afastar as pessoas, as línguas litúrgicas as unem e reforçam sua identidade, como o grego e o árabe na liturgia oriental, e o latim na ocidental.
É preciso lembrar que o valor da assistência à Missa não depende da compreensão dos textos litúrgicos. O que importa é que se está diante do Sagrado. A liturgia tradicional é, inequivocamente, um culto de adoração a Deus. Um momento de se esquecer do mundo e se concentrar apenas em Deus, e a língua litúrgica diferente do vernáculo ajuda em muito a destacar a sublimidade deste momento, superior a todos os outros momentos do nosso quotidiano.
Engraçado que as pessoas que se escandalizam quando se defende a liturgia da Santa Missa em latim, são aquelas mesmas que não perdem um capítulo da novela, ou das novelas… Para as coisas do mundo há tempo de sobra, mas quando se trata de religião, busca-se sempre o mais cômodo, aquilo com o que já se  acostumou, por mais pobre que seja em termos litúrgicos. Quem se acostumou com a língua vulgar da missa nova deveria fazer um esforço inicial para assistir a liturgia tradicional. Logo verá que o não latim não é obstáculo, pelo contrário, é um dos grandes atrativos da liturgia. O latim realça o momento sublime da Santa Missa. E quem sabe, com o tempo, aquelas mesmas pessoas que se assustavam com o latim, acabem até por estudá-lo. Pois, mesmo não sendo essencial, a compreensão do que diz o texto litúrgico e o canto gregoriano pode ajudar na apreciação de seu valor.
De qualquer forma, sendo compreendida ou não, a liturgia tradicional é incomparavelmente mais bela do que aquela inventada na década de 60. E não somente mais bela, como muito mais verdadeira, muito mais próxima da dignidade de Deus, plena das virtudes de piedade e religião.

Um ano sem missa nova!

Permitam-me compartilhar a minha alegria. Hoje faz um ano que eu não assisto mais a missa nova. Parece que faz já tanto tempo. Estou tão acostumado com a paz, a reflexão, a espiritualidade da Missa Tridentina, que já nem me lembro da barulheira, da gritaria, das danças, dos teatrinhos da missa nova. É tão bom ouvir o canto gregoriano, em vez das músicas protestantizadas e sentimentalistas.
É tão bom não ter que ficar procurando uma missa decente, fugindo da baderna modernista. Nos tempos de novus ordo, eu precisava procurar um padre que rezasse a missa com o mínimo de respeito. Muitas pessoas faziam (e ainda fazem) isso, fugindo da avalanche carismática. Estes não perguntam se as pessoas gostam da barulheira. Simplesmente começam a fazê-la, e os incomodados que se retirem. Eu também já sofri bastante com isso.
Aliás, por falar em influência carismática, lembram-se da enquete promovida pelos melquitas a respeito da mudança para o “rito carismático”? Pois já saiu o resultado da pesquisa:
Você concorda com a mudança do rito Greco Melquita para Carismatico ?
Sim
1%
8 votos
Não
43%
526 votos
Jamais
56%
681 votos
Portanto foi rejeitado por 99% dos paroquianos legitimos a ideia de algums Padres de mudar o nosso Rito Greco-Melquita para Carismatico
http://www.melquitas.com.br/paginas.php?cod_pagina=247&tipo=dep&cod_sub_area=110
Os fiéis melquitas, portanto, não querem a mudança de um rito tradicional, piedoso e teologicamente riquíssimo para a barulheira carismática. Isso é muito natural. Se fizéssemos a mesma pesquisa entre nós, do rito latino, não obteríamos o mesmo resultado? Mas a igreja “democrática” do Vaticano II somente o é quando de seu interesse.
Mas, voltando ao texto do site melquita, tivemos a surpreendente notícia de a desgraçada idéia de introduzir um rito carismático partiu de padres!!! Da mesma forma que a missa nova foi introduzida pelo clero corrompido do Vaticano II, alguns padres tiveram a infeliz idéia de destruir também o rito bizantino. Mas, graças a Deus, os fiéis melquitas o rejeitaram com um tremendo não, do tamanho que os modernistas amantes de novidades merecem.
E que os melquitas estão determinados a não permitir a influência protestante, podemos ver pelo seguinte atigo:
http://www.melquitas.com.br/detalhes.php?cod=46&pgi=0&pgf=20

Lutemos nós também, do rito latino, pela preservação de nossas riquíssimas tradições e pela plena restauração da Missa Tridentina. Se ficarmos de braços cruzados, a minoria barulhenta vai continuar afugentando a maioria piedosa, porém tímida, que deseja uma missa cheia de paz, de reverência e de respeito pelo Nosso Salvador. Nós temos a obrigação de lutar pelo retorno pleno da Missa de Sempre, pois quem prefere o barulho ao silêncio, na hora da missa, não tem a menor idéia do que é religião, do que é paz, do que é adorar ao Deus Altíssimo no Santo Sacrifício da Missa, renovação incruenta do Calvário.

Exemplo a ser seguido

Em primeiro lugar, tenho a alegria de colocar aqui o link para o site da Comunidade Greco-melquita católica do Brasil:
A Igreja Greco-melquita Católica celebra a Divina Liturgia, no belíssimo Rito Bizantino. Quem conhece o Rito Tridentino e o Rito Bizantino, compreende facilmente o quanto a missa nova de Paulo VI é pobre de elementos litúrgicos e teológicos, assim como de piedade e de reverência, tanto quanto de beleza e de espiritualidade.
Em seguida, gostaria de chamar a atenção para a enquete promovida no mesmo site: Você concorda com a mudança do rito greco-melquita para carismático? O resultado parcial, no momento em que eu votei, era o seguinte:
Se uma pergunta dessas foi colocada no site, é porque alguma criatura desalmada já tentou influenciar a liturgia bizantina no sentido de uma aproximação com a RC”C”. Felizmente, ao contrário da traição que ocorreu no rito latino com a introdução obrigatória do novus ordo, a liturgia oriental, pelo menos no que depender do desejo dos fiéis, ficará livre das influências “moderninhas”: dois míseros votos desejando a protestantização da liturgia, contra mais de mil pela manutenção da sagrada tradição litúrgica bizantina.
Poderíamos nós também, do rito latino, manifestarmos publicamente e com maior veemência a nossa reprovação do modernismo na liturgia. Enquanto permanecemos em silêncio, a belíssima e santa tradição romana fica restrita a pequenos grupos que têm acesso à Missa de Sempre, enquanto a maioria do povo fiel, sedento de espiritualidade, tem que se contentar com as águas turvas da missa nova.

Ataques e blasfêmias contra a Missa de Sempre

Em outro artigo, eu desmenti uma das muitas acusações que o Falsitatis fez contra os católicos tradicionais, a de que nós cairíamos em excomunhão ao rejeitar a missa nova. O estudo da situação, no entanto, mostra exatamente o inverso: quem rejeita a Missa de Sempre está excomungado, e a missa nova contém implicitamente uma crítica à Missa de Sempre.
Naquela oportunidade, eu falei apenas da crítica implícita que existe na missa nova. A simples atitude de se criar uma nova missa, no mínimo, queria dizer que a antiga não estava boa – o que é um absurdo, pois a Santa Missa de Sempre é perfeita, como definiu dogmaticamente o Concílio de Trento. Mas não foi nada difícil encontrar ataques abertos contra a Missa de Sempre. Os textos que vou citar abaixo, de defensores da missa nova, mostram como eles desenvolvem explicitamente a crítica à Missa de Sempre que estava velada na simples criação da missa nova.
Uma breve passada no fórum de discussões do site Paróquias, mais especificamente na discussão sobre o Motu Proprio Summorum Pontificum, nos mostra como os modernistas recusam a Missa Tridentina e proferem contra ela os mais absurdos preconceitos e blasfêmias. Não somente nessa discussão, mas em muitas outras, se pode perceber qual a atitude dos defensores do Vaticano II e da missa nova contra tudo que diz respeito à Tradição católica. Os ataques deles chegam às blasfêmias, às piadas, ao mais puro ódio contra tudo o que é legitimamente católico.
Somente a discussão sobre o Motu Proprio se estende por 27 páginas, o que dificulta a análise completa da mesma. Os absurdos em matéria de doutrina precisariam de um livro para serem desmentidos. Mas algumas citações serão o bastante para mostrar o ódio modernista contra a Missa Tridentina e os católicos tradicionais (os sublinhados são meus):
3) Sobre as missas com palhaços, baldes d’água, mulheres barbadas e ursos ciclistas. Além dessas agora existirão outras atrações: as missas presididas pelos reis momos ornamentados em trajes carnavalescos de gala, repetindo palavras desconhecidas pela platéia, em número reduzido mas não menor que 30.
No lugar de lutar para elitizar o circo, os medievais fariam melhor se repensassem a sua noção de igreja. A cada dia que passa se parecem mais com fósseis vivos. Certamente que uma missa não devia se parecer com show de rock, nem com festinha de criança, nem com um flashback da idade média.
A missa é uma oração da assembléia cristã, é um encontro de iniciados, dos discípulos que se reunem para fazer memória do nascimento, vida, morte e ressurreição do Cristo. A Assembléia se encontra no evangelho e, na sua maior parte, as confusões e divisões acontecem qdo se afastam das Escrituras. Dá até calafrio qdo começam com dinâmicas de gosto duvidoso ou alguma outra coisa estranha para chamar a atenção. Qdo acham que isso é preciso então é o reconhecimento de que ali não se encontra mais a Assembléia, trata-se já de uma platéia, e o teatro já está condenado ao fracasso pq os atores são amadores e a peça é sempre a mesma. Cansa!
Pobre alma a que escreveu as linhas acima! Chama a Santa Missa no rito tridentino de circo, os seus paramentos litúrgicos de “trajes carnavalescos de gala” e diz que essa Santa Missa cansa!
E esta outra crítica à Missa Tridentina, levada para o lado do subjetivismo:
O rito Tridentino é para ti mais exigente. Para mim é aborrecido de morte. O rito tridentino dá-te um sentimento de proximidade a Deus, a mim faz-me sentir desoladamente abandonado numa mecanização de movimentos estudados e repetidos à exaustão como se fosse um hábito. O rito Tridentino é belo, para mim belo é estar 2 horas no chão e participar na missa ao estilo de Taizé.
Como já disse, os erros e absurdos, em relação não somente à Missa mas à toda doutrina, são tão grandes que nem vou me aventurar a citá-los e muito menos a rebatê-los. Mas os exemplos citados já demonstram como existe uma recusa da Missa Tridentina, que se enquadra perfeitamente nas excomunhões do Sagrado Concílio de Trento.
Outro ataque à Santa Missa Tidentina foi feito através de um comentário a um artigo do blog Tradição Católica. Mais uma vez, existe uma recusa dos modernistas em aceitar a Missa de Sempre. Eles acusam a Missa Tridentina, entre outras coisas, de “esvaziar a Igreja de jovens que não entendem Latim” e de “colocar Deus tão longe das pessoas que as pessoas não querem saber dele”. E a blasfêmia maior :”Esta é missa cujo sacrificio era estar lá a assistir, e não o de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Esses ataques abertos à Missa de Sempre são bastante claros e não se pode negar que se enquadrem nas excomunhões de Trento. Mas eles não são nada mais do que a explicitação de idéias – motivo de anátema – que já estavam latentes, escondidas, na própria concepção da missa nova, de que a Santa Missa no rito tridentino precisava ser mudada.

E o tiro saiu pela culatra…

Vamos analisar mais um texto do Falsitatis Splendor. Não é nenhum texto novo, mas apenas um argumento que eu ainda não havia refutado e que se encontra no mesmo artigo em que o Alessandro Lima pretendia provar que o cardeal Ottaviani aprovara a versão final da missa nova. Lá no final do artigo, encontramos o seguinte raciocínio:
Cabe ainda lembrar o que ensinou o Concílio de Trento:
“Cân. 6. Se alguém disser que o cânon da Missa contém erros e, portanto, deve ser ab-rogado: seja anátema” (Sacrifício da Missa, Doutrina do Sacrifício da Missa Cap. IX. Sessão XXII celebrada no dia 17 de setembro de 1562. DENZINGER 1756).
“Cân. 7. Se alguém disser que as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade: seja excomungado” (Ibidem. DENZINGER 1757).
Logo, segundo o Concílio de Trento é IMPOSSÍVEL que a Igreja formule uma liturgia da Santa Missa que contenha erros contra a Fé ou que incentive a impiedade. Cai nos anátemas do Concílio Tridentino quem acredita que a liturgia da Missa Nova seja intrinsecamente má ou que incentiva a impiedade.
As citações do concílio de Trento são perfeitas, mas a interpretação, como de costume, é um desastre. Não está escrito, de forma alguma, nos cânones citados que jamais pudesse ser formulada uma liturgia da Santa Missa que contivesse erros. A “conclusão” do Alessandro Lima não passa de suas próprias idéias pré-concebidas, expostas como se fosse conseqüência lógica dos textos do concílio de Trento.
Certamente, através de um documento do magistério infalível, não seria aprovada nenhuma liturgia com erros. Mas o mesmo não se pode dizer da missa nova, cuja elaboração, entre outras coisa, contou até mesmo com a ajuda de seis pastores protestantes.
Se voltarmos ao texto do concílio, veremos que ele se encontra no presente do indicativo. E a Missa da época do concílio é a Missa Tridentina. Ou seja, o cânon da Missa que não possui erros, e que não deve ser ab-rogado, segundo o concílio de Trento, é o da Missa de Sempre. O texto não diz nada do tipo “qualquer que seja o cânon da Missa que venha a ser aprovado, sob quaisquer condições, ele estará livre de erro”. Dizer, portanto, que o texto do concílio de Trento se aplica à missa nova, “inventada” quatro século depois é, no mínimo, duvidar da capacidade intelectual do leitor.
Mas, nós podemos não somente desfazer o engano do Alessandro Lima, mas também ir bem além nas conseqüências desses cânones do Sagrado Concílio de Trento.
Se a Missa Tridentina não contém erros, como de fato não os contém, então por que deveríamos criar uma missa nova? Se a Missa de Sempre é indefectível, como de fato o é, então por que introduzir uma nova missa?
O simples fato de se ter “inventado” uma nova missa, é uma crítica implícita à missa antiga. Para que, afinal,  modificar uma liturgia que não tinha o menor vestígio de erro?
Não se utiliza, com freqüência, como argumento a favor da missa nova, o fato de que essa seria melhor para os leigos, aumentando sua “participação”? Implicitamente, existe aí a crítica de que a Missa de Sempre estaria errada, por “afastar” o leigo da sua legítima “participação” (ou “concelebração”). Estou usando a terminologia moderna, de propósito, para evidenciar a crítica velada que existe, no pensamento moderno, contra a Missa de Sempre.
E o que comentar sobre o cânon 7 e “as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa”? Se eles são sinais de piedade, como de fato os são, por que foram tão modificados no Novus Ordo? Os sinais externos do novo rito, para citar apenas um exemplo, não haviam sido alvo das críticas do cardeal Ottaviani? Não foi esse piedoso cardeal que denunciou, por exemplo, a redução das genuflexões durante a missa, levando-as quase à completa supressão? A conclusão óbvia é que, se o que se fazia no rito antigo era sinal de piedade, o novo que tentou suprimi-lo somente pode ser sinal de impiedade. Corajosamente denunciada pelo cardeal Ottaviani, que não teria nenhum motivo para aprovar o novo rito, destruidor das seculares piedades cristãs tão harmoniosamente dispostas na Missa de Sempre.
Acho que eu já me alonguei demais sobre uma conclusão que é bastante simples: a Missa Tridentina, segundo foi exposto dogmaticamente pelo Concílio de Trento, está isenta de erros. Quem disser o contrário está excomungado. Já a missa nova tentou modificar uma missa que era perfeita. Logo, existe uma crítica implícita à Missa de Sempre, pois não se precisa modificar algo que não possui erros.
Mais uma vez o tiro dos modernistas saiu pela culatra.

Pode o homem mudar a liturgia?

Pode o homem mudar a liturgia por sua própria iniciativa? Nestes nossos dias de trevas, em que a Santa Missa é profanada pelos próprios sacerdotes e pelos leigos que se acham, todos, no direito de inventar uma nova liturgia, essa questão é mais do que pertinente. É uma verdadeira angústia, que acredito seja compartilhada por todos os fiéis que se indagam, perplexos, como chegamos a este ponto, onde o Santo Sacrifício da Missa foi transformado em espetáculo profano.
Uma resposta bem clara para essa pergunta pode ser encontrada nas Sagradas Escrituras:
Os filhos de Aarão, Nadab e Abiú, tomaram cada um o seu turíbulo, puseram neles fogo e incenso e ofereceram ao Senhor um fogo estranho, que não lhes tinha sido ordenado. Saiu, então, um fogo de diante do Senhor que os devorou, e morreram diante do Senhor. (Lv 10,1-2)
É Deus, e não os homens, Quem determina a forma como Ele deve ser adorado. A liturgia da Igreja Católica, vêm dos tempos mais antigos do Cristianismo, porque foi por Deus mesmo ensinada, e representa a própria a vontade d’Ele, a forma como Ele quer ser adorado.
A liturgia é o nosso culto prestado ao Deus Altíssimo, Àquele que, por Sua infinita majestade, merece o culto mais perfeito que Lhe possamos oferecer. E que não pode ser outro senão aquele que o próprio Deus nos ensinou.
Como pode ser o homem prepotente ao ponto de imaginar que pode “inventar” a liturgia da missa? Que grau de malícia e de impiedade não estão por trás das modificações aplicadas à Santa Missa, renovação incruenta do Santo Sacrifício do Calvário! O que os modernistas fazem vai muito além de alterações, são verdadeiramente profanações, infinitamente piores do que o fogo estranho, que não tinha sido ordenado por Deus, oferecido pelos filhos de Aarão. Não foi sem os mais graves motivos que Nossa Senhora disse aquelas palavras severas nas aparições de La Salette e de Fátima. Palavras essas que não foram proferidas somente por conta dos pecados do “mundo”, mas também – que triste escrever isso – pelos pecados cometidos por aqueles que pertencem à Igreja.
E a nossa geração, até quando vai assistir ao “show” de profanações? Quanto tempo ainda permaneceremos na nossa lassidão, na nossa tibieza, assistindo de longe a todos esses abusos?
Devemos, também, acrescentar que não somente os abusos, mas a própria essência da missa nova é má, porque esconde o verdadeiro caráter de renovação do Sacrifício oferecido por Nosso Senhor Jesus Cristo. A carta do Cardeal Ottaviani o prova com abundância de argumentos e de exemplos. E esse documento não perdeu nada de seu valor. Podemos ler e reler a carta e comparar com a missa nova que conhecemos hoje em dia, mesmo aquela – raríssima – sem os abusos e improvisos, e veremos como essa missa é exatamente aquilo que o piedoso cardeal denunciou.
Além disso, conforme disse o Pe. Laguérie, superior do Instituto do Bom Pasto, em entrevista à Folha de São Paulo, a missa nova corresponde à teologia da década de 1960, enquanto que a Missa de Sempre corresponde à teologia que foi eterna na Igreja Católica.
Que a Santa Missa Tridentina, culto perfeito oferecido ao Deus Altíssimo, possa se tornar cada vez mais conhecida e celebrada!

Teria o Cardeal Ottaviani aceitado a missa nova?

Alguns desesperados defensores da missa nova têm utilizado o argumento de que o cardeal Ottaviani teria se retratado de sua carta escrita ao papa Paulo VI que apontava os erros da missa nova. Foi isso o que escreveu o Alessandro Lima, na data de hoje, no site do Falsistatis. O mesmo argumento já havia sido apresentado pelo bispo Dom Rifan, aquele que traiu a obra de Dom Castro Mayer.
Segundo essa hipótese, o cardeal Ottaviani teria escrito uma carta a Dom Lafond, da ordem dos cavaleiros de Notre-Dame, dizendo que estava satisfeito com as correções feitas pelo papa Paulo VI na nova versão do novo Ordo Missae. Assim, depois da carta do cardeal, o papa teria eliminado os defeitos do novo ordo, e a sua nova versão seria plenamente aceitável.
Em primeiro lugar, devemos observar que foi a imprensa que publicou essa carta para dom Lafond. Alguns dias depois, um porta-voz do cardeal Ottaviani declarou à agência de notícias France-Presse que a carta era autêntica.
Aliado a isso, Jean Maridan, editor do jornal francês Itinéraires, levantou a possibilidade de que tal carta havia sido entregue para o cardeal por seu secretário, monsenhor Agustoni. O cardeal, com a vista já bastante debilitada, teria assinado inocentemente a carta. Pouco tempo depois, dom Agustoni deixou de ser secretário do cardeal para ocupar um outro cargo. Segundo a mesma fonte que eu estou citando, a Wikipédia, a transferência do secretário teria sido feita por mera “rotina”. Podemos até admitir que sim, mas a história é, no mínimo, muito estranha. Um outro site, lembra que o grupo de inimigos de Maridan era muito forte na época, e que poderia ter levado um bom número de testemunhas para dizer que o secretário não havia iludido o cardeal, e este mesmo poderia ter confirmado que sabia do conteúdo da carta e que o aprovara. Se isso tivesse acontecido, e era bem fácil para os defensores do novo Ordo fazê-lo, os argumentos de Maridan teriam sido totalmente desacreditados. Mas isso não aconteceu! Pelo contrário, como já foi dito, mons. Agostini deixou de ser secretário do cardeal Ottaviani pouco tempo depois da carta e foi feito, posteriormente, cardeal. No mínimo, é muito estranho esse fato.
Vejam bem a situação: uma alegada carta, assinada por um cardeal quase cego, levada ao mesmo por um secretário que logo depois o abandonou, publicada pela imprensa, confirmada apenas por um porta-voz, e não pelo cardeal em pessoa. Seria essa a grande retratação do cardeal Ottaviani? É com esses argumentos que nos querem convencer de que a missa nova não é intrinsecamente má? Não dá para acreditar.
Podemos ir mais longe e nos perguntar: será que a nova versão do novo Ordo Missae está livre das críticas apresentadas pelo cardeal Ottaviani? Ou seja, haveria razões para acreditarmos que o cardeal ficou satisfeito com a versão final?
A reposta é, decididamente, NÃO! As críticas do cardeal continuam válidas para a versão final da missa nova que foi aprovada e que se celebra hoje em dia. Citemos apenas alguns exemplos (citações foram tiradas do mesmo blog apontado pelo Alessando Lima):
  • O prefácio da Santíssima Trindade não foi re-incluído na versão final da missa nova;
  • A nova versão continua citando o trabalho do homem no ofertório, como se houvesse uma troca de dons entre o homem e Deus; o cardeal Ottaviani havia deixado bem clara a doutrina católica de que é apenas o Cristo que se oferece como sacrifício na Santa Missa;
  • As genuflexões que foram eliminadas; Disse o cardeal: Não mais do que três permanecem para o padre, e (com certas exceções) uma para os fiéis no momento da Consagração
  • As três toalhas no altar, reduzidas para uma;
  • A ação de Graças para a Eucaristia feita ajoelhada, agora substituída pela grotesca prática do padre e do povo sentando-se para fazer a ação de graças – um acompanhamento bastante lógico para o ato de receber a comunhão em pé.
  • Nas palavras do cardeal: Além disso, a aclamação memorial do povo que segue-se imediatamente à Consagração — “Vossa santa morte nós proclamamos, Ó Senhor… até a Vossa vinda”introduz a mesma ambigüidade sobre a Presença Real sob a forma de um alusão ao Julgamento Final. Quase sem pausa, o povo proclama sua expectativa por Cristo no fim dos tempos no exato momento em que Ele está *substancialmente presente* no altar – como se a vinda real de Cristo fosse ocorrer somente no final dos tempos, ao invés de lá mesmo no próprio altar
Eu citei apenas alguns exemplos, mas haveria outros a citar, numa análise mais profunda. Os que foram apresentados já demonstram como a missa nova aprovada depois da carta do cardeal permanece com os erros denunciados da versão anterior à carta.
Todos esses problemas da missa nova, e muitos outros, denunciados pelo cardeal Ottaviani, continuam a existir na missa aprovada por Paulo VI. No ano passado eu ainda assistia à missa nova e me lembro muito bem deles. Quando eu li pela primeira vez a carta do Cardeal Ottaviani, cada uma das suas críticas caía como uma luva sobre a missa que eu conhecia. Portanto, não havia motivo nenhum para que o cardeal aprovasse a missa nova, mesmo depois das mudanças. As suas críticas permanecem com pleno força em relação à missa nova que está, infelizmente, em vigor. E isso reforça ainda mais a tese de que a carta do Cardeal Ottaviani a dom Lafond seja apenas uma falsificação.
Em outra ocasião apresentarei outros argumentos contra a missa nova, e outros tantos artigos excelentes já publicados por outros sites demonstrando os erros da missa nova e as manobras políticas que foram feitas para que se alcançasse sua aprovação. Por hora, já me basta ter refutado, acredito eu, com argumentos mais do que suficientes o “artiguinho” do Alessandro Lima. Aliás, ele colocou a palavra honestidade entre aspas, ao se referir aos católicos tradicionais. Ora, seu Alessandro, você pode me dizer quem é desonesto? E o seu artigo difamando o bispo Dom Tissier? Não demorou nada para a sua falsificação ser desmascarada. E você ainda ver falar de honestidade?
Sabem de uma coisa? Eu gosto quando os defensores do concílio Vaticano II e da missa nova publicam artigos como esse do Alessandro Lima, porque eles acabam fazendo propaganda contra a própria causa que querem defender.

Os diversos ritos da Igreja Católica

Diante do drama de diversas pessoas, como a amiga Magdália, que, por dever de consciência, não aceitam a missa nova, mas, pela perversidade e insensibilidade do clero modernista frente às necessidades espirituais dos fiéis leigos, se vêem impossibilitados de assistir ao rito Trindentino, resolvi escrever este artigo.
Eu também fiquei um tempo sem assistir a missa. Tenho certeza de que foi melhor para mim do que se tivesse ido à missa nova. Nas últimas vezes que eu assisti ao “espetáculo”, eu saía da igreja muito mais revoltado do que quando entrara. Não é bom nem lembrar, mas vamos citar alguns motivos para tão radical decisão. As músicas idiotas, sentimentalistas, barulhentas não me permitiam concentrar na oração. Algumas mulheres vestiam roupas que causariam vergonha às “mulheres liberais” de algumas décadas atrás. Essas “pouco piedosas” mulheres (que eufenismo!!!) se aproximavam da sagrada comunhão sem que o padre se incomodasse. Os “ministros da eucarístia” entregavam-na nas mãos das pessoas. O padre mudava os textos da liturgia conforme sua vontade (Deus Todo-misericordioso, em vez de Deus Todo-poderoso, etc…) e convidava os fiéis a rezar orações que restritas ao sacerdote. Graças a Deus isso é passado para mim!
Mas para aqueles que ainda não têm a graça de assistir à Santa Missa no rito Tridentino, existem, além da Igreja Católica Apostólica Romana, outras Igrejas que estão em plena comunhão com o Papa. Os membros dessas Igrejas são plenamente católicos, como nós da Igreja de Roma. Seus ritos vêm de antigas datas, são válidos e santificantes, como o rito Tridentino. Eles não foram “inventados” de uma hora para outra, sob a pressão de um modismo ou de um pensamento de época, como o rito da missa nova de Paulo VI. Essas Igrejas mantêm aquilo que é essencial: a integridade da Fé Católica e a obediência ao Sumo Pontífice. As diversas liturgias, por outro lado, não são obstáculo para a unidade, mas sim um exemplo da riqueza da Igreja Católica.
Lembremo-nos, de passagem, do que nós professamos no Credo: creio na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica. Esses são os quatro atributos essenciais da Igreja de Cristo.
Abaixo, segue uma lista das diversas igrejas particulares que formam a Igreja Católica e seus respectivos ritos:
Ritos Ocidentais – Igreja Católica Latina
* Rito Romano (aqui se incluem a forma Tridentina, santa, e a missa nova, promotora de heresia)
* Rito Ambrosiano
* Rito Bracarense
* Rito Galicano
* Rito Moçárabe
* Uso Anglicano (em desenvolvimento para comportar os convertidos do Anglicanismo, não creio que esteja oficializada)
* Rito dos Cartuxos
Rito Bizantino – É utilizado pelas seguintes Igrejas:
* Igreja Greco-Católica Melquita (1726)
* Igreja Católica Bizantina Grega (1829)
* Igreja Greco-Católica Ucraniana (1595)
* Igreja Católica Bizantina Rutena (1646)
* Igreja Católica Bizantina Eslovaca (1646)
* Igreja Católica Búlgara (1861)
* Igreja Greco-Católica Croata (1611)
* Igreja Greco-Católica Macedónica (1918 )
* Igreja Católica Bizantina Húngara (1646)
* Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma (1697)
* Igreja Católica Ítalo-Albanesa (esteve sempre em comunhão com a Igreja Católica)
* Igreja Católica Bizantina Russa (1905)
* Igreja Católica Bizantina Albanesa (1628 )
* Igreja Católica Bizantina Bielorrussa (1596)
Ritos originários de Antioquia – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
* Igreja Maronita (união oficial reafirmada em 1182)
* Igreja Católica Siro-Malancar (1930)
* Igreja Católica Siríaca (1781)
Ritos originários da Síria oriental – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
* Igreja Caldeia (1692)
* Igreja Católica Siro-Malabar (1599)
Rito Arménio – É utilizado pela Igreja Católica Arménia (1742)
Ritos originários de Alexandria – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
* Igreja Católica Copta (1741)
* Igreja Católica Etíope (1846)
fonte: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica), mas com alguns comentários que eu julguei necessários.
Não sei quanto a Portugal, mas no Brasil, existem várias delas. A página da Paróquia Melquita de Nossa Senhora do Líbano, Fortaleza – CE, traz uma lista dessas igrejas (não sei se está atualizada).
No site da Montfort, há uma resposta a um leitor que questiona sobre a possibilidade de se assistir a esses ritos. Segundo o que consta, de acordo com o direito canônico, não é permitido mudar de rito, na maioria dos casos, senão com autorização da Santa Sé. É certo que o autor do texto não sabe se houve mudanças nessa determinação, mas eu também não consegui confirmar a informação.
O que eu vou dizer a seguir é opinião minha, e não quero que ninguém entenda o contrário. Não sei nem se é a melhor solução, mas, diante da crise atual, eu prefiro assistir a esses ritos sem pedir autorização a ficar sem missa ou, o que seria muito pior, ter que assistir a missa nova. Eu pertenço ao rito latino e assisto à missa de sempre, mas, quando me encontro em uma cidade onde não haja o rito tridendino, não penso duas em vezes antes de assistir a outro rito. Repito, para que não sobre dúvida: essa é a minha visão pessoal sobre o assunto, e a minha justificativa é o estado de necessidade. Na minha opinião, é melhor assistir eventualmente a um outro rito sem pedir a devida permissão do que ficar sem missa, ou, o que seria muito pior, ter que participar de uma celebração da missa nova que destrói a nossa Fé. Enquanto o rito Tridentino não chega as todas as paróquias, pode ser uma solução para não ficar sem as graças da santa missa (que nos ritos orientais é chamada de divina liturgia).
Mudando de assunto, na lista de Igrejas mencionada acima, o número entre parênteses indica a data em que a respectiva Igreja retornou à comunhão com Roma. Percebeu o leitor que todas elas se deram em data anterior ao Concílio Vaticano II? O que vem a confirmar que não é necessário o ecumenismo suicida desse concílio para atingir a unidade dos cristãos. Muito pelo contrário, as idéias de igualdade religiosa produziram apenas apostasia, abandono da verdadeira Fé, perda de fiéis para as seitas mais esdrúxulas.

Deve haver luxo na liturgia?


Uma idéia comum de se ouvir hoje em dia, seja nos meios “católicos” liberais, seja nos meios declaradamente anti-católicos, é a de que não deve haver luxo nas templos, nem nos paramentos litúrgicos, porque a Igreja deveria ser pobre como o foi Cristo. Essa heresia da pobreza necessária da Igreja é um tema complexo. Não tendo a menor intenção de esgotar o assunto, muito pelo contrário, no presente artigo pretendemos nos restringir a responder a seguinte questão: “Será que se deve gastar tanto dinheiro com templos suntuosos e com paramentos litúrgicos?”
Essa questão, sempre acompanhada de uma sentimental lembrança da quantidade de pobres no mundo, esconde uma perversidade diabólica. Dizemos isso literalmente, e sem desejar utilizar qualquer figura de linguagem. E é simples demonstrar essa afirmação. Para quem se faz o culto? Desde a triste criação da missa nova – impiedosamente imposta pelos progressistas – a noção que se tem é a de que a missa é feita para o povo. Ela é rezada na língua local, com o padre olhando para a assembléia, que parecem estar todos ao redor de uma mesa. A participação dos leigos nas leituras, os “ministros” que distribuem a eucaristia, as infames brincadeirinhas dos padres sem graça, tudo contribui para um clima de festa, cujo objetivo seria o de agradar o povo. A missa nova parece um culto protestante: ambos parecem feitos para o homem.
Quão longe da verdade está perspectiva humanística do culto! A resposta à pergunta “Para quem se faz o culto?” é simplesmente: para Deus. O culto não é feito para o povo, o culto é feito para Deus. A assembléia assite à Missa, que é celebrada pelo sacerdote, para Deus. É por isso que, na missa católica de verdade, o padre se volta para o altar, e não para o povo, porque é sobre o altar que é oferecido o sacrifício, que é a renovação incruenta do Calvário. Daí toda a transcendência da Missa Tridentina: ela é toda centrada em Deus.
Facilmente se compreende que, se o culto é devido a Deus, não há de se medir esforços para torná-lo o mais agradável possível a Ele. Ao Deus, que nos deu a vida e tudo mais o que temos, querem os progressistas negar o culto à altura daquilo que Ele nos ensinou ser de Seu agrado. Porque a missa, instituída por Cristo, traduz a forma mais perfeita de se cultuar a Deus. Com o passar dos tempos, a Santa Missa foi se desenvolvendo, até ser cristalizada na maravilhosa missa codificada por São Pio V, bem diferente da missa nova de Paulo VI, que foi uma invenção humana.
Somente pelo que já foi exposto, já não deveria haver quem ousasse negar um culto a Deus, que fosse o mais perfeito possível, o mais pomposo e o mais sublime. Mas vamos continuar com uma citação bíblica, a do livro do Êxodo, em seu capítulo XXVIII. Esse capítulo trata, todo ele, das vestes litúrgicas que o próprio Deus determinou aos sacerdotes que utilizassem em seus ofícios. Vejamos alguns trechos:
2. Farás para teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal de dignidade e de ornato.
4. Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto, uma túnica bordada, um turbante e uma cintura. Tais são as vestes que farão para teu irmão Aarão e para os seus filhos, a fim de que sejam sacerdotes a meu serviço; 5. empregarão ouro, púrpura violeta e escarlate, carmesim e linho fino.
6. O efod será feito de ouro, de púrpura violeta e escarlate, de carmesim e de linho fino retorcido, artisticamente tecidos.
8. O cinto que se passará sobre o efod para fixá-lo será feito do mesmo trabalho e fará com ele uma só peça: ouro, púrpura violeta e escarlate, carmesim e linho fino retorcido.
9. Tomarás duas pedras de ônix e gravarás nelas o nome dos filhos de Israel 11. (…) e as duas pedras serão encaixadas em filigranas de ouro
15. Farás um peitoral de julgamento artisticamente trabalhado, do mesmo tecido que o efod: ouro, púrpura violeta e escarlate, carmesim e linho fino retorcido. 17. Guarnecê-lo-ás com quatro fileiras de pedrarias. Primeira fileira: um sárdio, um topázio e uma esmeralda; 18. Segunda fileira: um rubi, uma safira, um diamante; 19. terceira fileira: uma opala, uma ágata e uma ametista; 20. quarta fileira: um crisólito, um ônix e um jaspe. Serão engastadas em uma filigrana de ouro.
(…) 43. Aarão e seus filhos os levarão quando entrarem na tenda de reunião, ou quando se aproximarem do altar para fazer o serviço do santuário, sob pena de incorrerem numa falta mortal. Esta é uma lei perpétua para Aarão e sua posteridade.”
O texto aqui transcrito foi bastante resumido, mas já é suficiente para dar-nos a noção do quão belas eram as vestes que o próprio Deus determinou que os Seus sacerdotes utlizassem. E isto, sob pena de incorrerem numa falta mortal (v. 43) caso não as utilizassem.
Tudo o que nós homens podemos oferecer ao Deus Altíssimo é tão pouco comparado à Sua infinita Majestade, e ainda há perversos que querem diminuir a pompa, a elevação e o esplendor do culto. Dignum et justum est – é digno e justo glorificarmos a Deus. Que não passe por nossas cabeças defender essas perversas idéias que tentam negar a glória devida ao Deus Altíssimo, esvaziando a liturgia que Ele mesmo nos ensinou como deveria ser celebrada. E quanto aos problemas do mundo, como a pobreza, nós nos esforcemos para combatê-los com os meios apropriados, sem jamais cair na fálacia de que podemos tirar algo daquilo que é devido a Deus.



O QUE É LITURGIA.


“A liturgia é a fonte primária do
 Verdadeiro espírito cristão” (Paulo VI).

            Liturgia é uma palavra da língua grega que quer dizer: Ação do povo, ação em favor do povo.
            É a ação de um povo, reunido na fé, em comunhão com toda a Igreja, para celebrar o Mistério PascalMorte e Ressurreição de Cristo, presente na Assembléia, oferecendo-se ao Pai como culto perfeito.

            Como o Concilio Vaticano II definiu a liturgia? À luz da Constituição litúrgica “Sacrossanctum Concilium” – que foi o primeiro documento conciliar, publicado em Roma no dia 4 de dezembro de 1963 -, podemos dizer que é: “ uma  ação sagrada pela qual através de ritos sensíveis se exerce, no Espírito Santo, o múnus sacerdotal de Cristo, na Igreja e pela Igreja, para a santificação do homem e a glorificação de Deus” (cf SC, 7).

            Aprofundando melhor no conceito do “Sacrossanctum Concilium” veremos:

a)  Ação sagrada – Quer dizer: ação de uma comunidade – Igreja onde Cristo age. É sagrada, pois comunica Deus e por ela nos comunicamos com ele. E ai entra a fé e o amor.
b)      Ritos sensíveis – Esta comunicação com Deus, por Cristo e em Cristo se faz através de sinais e símbolos, isto é, de forma sacramental.
c)  O múnus sacerdotal de Cristo - É ele (Cristo) quem age e continua a realizar a obra da salvação de modo que todos possam realizar a sua vocação sacerdotal recebida no Batismo.A ação sagrada é de Cristo. É ele o sacerdote principal – o oferente e a oferta.
d)      Na Igreja e pela Igreja – Cristo não age sozinho, mas se faz presente na e pela ação da Igreja toda.
e)      Para a santificação do homem e a glorificação de Deus – Estes são os dois movimentos de cada ação litúrgica: o movimento de Deus para o homem – a santificação. E o movimento do homem para Deus – a glorificação.

Outra Definição que possuímos da liturgia é, conforme o documento de Medellín?
            “A liturgia é a ação de Cristo Cabeça e de seu corpo que é a Igreja. Contém, portanto, a iniciativa salvadora que vem do Pai pelo Verbo e no Espírito Santo, e a resposta da humanidade naqueles que se enxertam, pela fé e pela caridade, no Cristo, recapitulador de todas as coisas. A liturgia, momento em quer a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus entre os homens, e de tal maneira que a primeira é a razão da segunda. Se antes de tudo procura o louvor da Glória e da graça, também está consciente de que todos os homens precisam da Glória de Deus para serem verdadeiramente homens” (Medellín – lit. 9,2)

ASSEMBLÉIA LITURGICA.


“Proclamai uma reunião sagrada! Reuni o
povo, convocai uma assembléia, congregai
os anciãos, reuni os jovens”... (Joel 2,16)

Definição:
            É uma reunião de pessoas em vistas de um determinado objetivo, meta ou fim.

            Assembléia Litúrgica: É um povo convocado por Deus para responder à sua Palavra em atitude de fé. É o corpo de Cristo: sinal visível do grande mistério da Igreja em toda a sua realidade.
            Quem convoca a assembléia litúrgica é o próprio Deus. Foi ele quem escolheu cada um de seus membros (“fui eu que vos escolhi” – Jô 15,16) por chamado especial. “Tomar-vos-eis por meu povo, e serei o vosso Deus” (Ex 6,7).


O QUE CELEBRA O POVO


“A obra da salvação, continuada

pela Igreja, se realiza na liturgia.”(Sc,6)

                Como toda Celebração, a liturgia envolve um grande acontecimento: trata-se de celebrar o MISTERIO PASCAL – a paixão, a morte, a ressurreição e a glorificação de Cristo. E é este o acontecimento central de nossa fé.

 

MISTÉRIO PASCAL.


Mistério Pascal: Costumamos dizer que liturgia é a celebração dos mistérios de Deus. Que mistérios são esses? Quando falamos em mistérios de Deus queremos indicar os projetos de Deus que se realizam na pessoa de Jesus Cristo: a redenção e a salvação de todos os homens, a implantação do Reino de Deus no mundo, a participação de todos da vida e da felicidade de Deus...

            Qual é o mistério central da vida de Cristo? É a sua paixão, morte e ressurreição. Que nome se dá ao mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo? Dá-se o nome de Mistério Pascal.

           

E o que se quer dizer Pascal? Deriva-se de páscoa, que significa passagem. Portanto, mistério pascal é a passagem de Cristo pelo sofrimento e morte até a sua ressurreição-glorificação.

            Quando se fala em mistério pascal não se deve pensar somente em Jesus. A páscoa de Jesus está unida à páscoa do povo de Deus. A páscoa é páscoa do Cristo total: cabeça e membros.

            O que faz a liturgia? A liturgia celebra a páscoa do Senhor e a páscoa do se povo. Celebra os sofrimentos, a morte, a ressurreição-glorificação de Jesus; mas celebra também, por um lado, as lutas as dores, as angústias e a morte do nosso povo, e por outro lado, celebra suas conquistas, alegrias e esperança em vista de uma sociedade fundada na justiça e na fraternidade.

            Que lugar ocupa a liturgia no plano de Deus?  Deus organizou, um plano que passa pelos profetas e por Cristo chega até nós. E ele quis o prolongamento deste plano na história dos homens. A liturgia se inscreve na continuidade da Obra de Deus desde a criação até a Parusia - o fim dos tempos, quando na Nova Jerusalém celebramos de um modo perfeito e definitivo a liturgia celeste (SC, 8).

            O Papel da Liturgia na Missão de Cristo: Para unir, reunir e congregar todos os homens em Deus, Cristo permanece presente, atual, vivo, hoje e sempre na celebração litúrgica. Ele é o litúrgico por excelência. É altar e oferenda, vítima e holocausto. Nele encontra-se a plenitude do culto divino. Toda a vida de Cristo é litúrgica e sacerdotal. Está a serviço:

Ä  Da glorificação de Deus (“Eu te louvo, ó Pai” – Lc 10,21);
Ä  As santificação dos homens (“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – Jô 8,32);
Ä  Da reconciliação de todos com Deus (“Eu não quero a morte do pecador, mas que ele se converta e viva” – Mt 9,13).

Papel da Liturgia na Vida da Igreja:

Ä  É o próprio Deus que envia:
- Seus profetas;

- Seu Filho – Jesus Cristo;

- Seus apóstolos e discípulos;

- Sua Igreja.


Ä  E estes são enviados para:
- Pregar a BOA NOVA;

- Realizar a obra da Salvação;

- Oferecer sacrifícios;

- Celebrar os sacramentos.

            Daí é que podemos dizer que a liturgia é a Igreja viva como: sacramento, sinal e instrumento de união com Deus e de Salvação dos homens.

            A Liturgia é vida para a Igreja: A vida da Igreja resume-se no serviço de Cristo que salva. Por isso, a Igreja é sinal, instrumento e sacramento visível de unidade e salvação. Este serviço é de modo especial a liturgia – serviço em favor do povo. Nela a Igreja atualiza o Mistério Pascal do Cristo para a salvação do mundo e louva a Deus em nome de toda a humanidade.a liturgia é o momento culminante da vida da Igreja, da atuação do Espírito Santo e da perseverança do Cristo Glorioso. É a vida da Igreja onde o Cristo se faz presente, realizando a salvação do seu povo. Liturgia é, portanto, a salvação celebrada atualizada, acontecida e vivida.


            A HISTÓRIA DA LITURGIA.


“Para conservar a sã tradição e abrir ao mesmo tempo
o caminho a um progresso legítimo, faça-se uma
 investigação teológica histórica e pastoral
acerca de cada uma das partes da liturgia que
devem ser revistas”. (SC,23).


O que Cristo deixou determinado com relação a liturgia?
           
            Jesus Cristo não deixou nada escrito. Não traçou nenhum ritual de cerimônias religiosas. A grande liturgia de sua vida foi, de fato, a sua entrega, na cruz, oferecendo-se como sacrifício, ao Pai e aos homens. Os apóstolos, porém, assistidos pelo Espírito Santo, organizaram as primeiras comunidades e criaram maneiras novas para o culto das mesmas. Tudo foi sendo conforme a realidade e necessidade do povo.
            A Igreja vai se encarnando, se aculturando, se adaptando conforme as necessidades de cada lugar e de cada época. E isto é bem claro com relação a  liturgia. No principio, os apóstolos, como os primeiros cristãos, continuam freqüentando o templo para oração. A Igreja, no seu começo, não possuía  um culto próprio diferente do culto do judaísmo. Mas, ao mesmo tempo que freqüentavam o templo, os cristãos iam criando formas próprias de culto. O mesmo vai acontecendo nas casas.
            Ai, os cristãos se reúnem para a sua liturgia, celebrando a nova aliança com morte de Cristo pela renovação da Ceia Pascal do Senhor.





            AS PRIMERIAS LITURGIAS.


“Eles mostravam-se assíduos ao
ensinamento dos apóstolos à comunhão
fraterna, à fração do pão e às orações”. (At 2,42).

            Nossa liturgia tem sua origem (fato): A nossa liturgia tem a sua origem na última ceia de Jesus Cristo com o grupo dos 12 apóstolos. Dela falam os evangelistas Mateus (26,26-28) Durante a refeição  , Jesus tomou o pão e, depois de ter pronunciado a bênção, ele o partiu; depois, dando-o aos discípulos, disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo A seguir, tomou uma taça e, depois de ter dado graças, deu-a a eles, dizendo: Bebei dela todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, derramado em prol da multidão, para o perdão dos pecados Marcos (14,22-25)  e Lucas (22,19-20) e o apóstolo Paulo (1Cor 11,23-25). Eles ainda apresentam o pedido de Jesus “Fazei isto em memória de mim”.

            Liturgia será sempre memória: De Jesus Cristo. Ou melhor, da sua Paixão e morte, ressurreição e ascensão. Para nós a celebração eucarística é um “memorial” – nela recordamos a ceia de Jesus na véspera de sua morte, na qual se entregou ao Pai por nós.

            As Primeiras Liturgias nas primeiras comunidades: As primeiras liturgias das comunidades primitivas eram bem celebradas e participativas; conservavam um sabor especial que era a presença viva de Jesus. Celebravam nas casas, entre as famílias.
            Os alimentos, os cantos, a música, tudo era parte das pessoas e não algo estranho a elas. A Eucaristia era, acima de tudo, a recordação viva do mestre Jesus. E essa recordação era para ser confrontada com a vida pessoal de cada um e com a vida da comunidade. O mais importante em tudo isto era a viva participação de todos: “Quando estais reunido, cada um de vós, pode cantar um canto, proferir um ensinamento ou uma revelação... mas que tudo se faça para a edificação” (1Cor 14,26).

Entre os primeiros Cristão já havia uma rito da palavra: Os primeiros Cristãos reunidos para a liturgia tinham a consciência de que a pregação dos apóstolos era a Palavra de Deus. Após ouvir com atenção, a pregação dos apóstolos, eles celebravam a ceia do Senhor. Assim, desde o inicio, a palavra anunciada antecede à celebração Eucarística.

            Porque os cristãos das comunidades primitivas tinham o costume de reunir-se no domingo? Porque foi no domingo – “o primeiro dia da semana” – que o Senhor Jesus Cristo Ressuscitou.
            “Devido à tradição apostólica que tem sua origem no dia mesmo da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o Mistério Pascal. Esse dia Chamava-se justamente  dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, os cristãos devem reunir-se para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da Paixão, Ressurreição e Glória do Senhor

Jesus e darem graças a Deus que os  regenerou para a viva esperança, pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.” (1Pd 1,3).Por isso, o domingo é um dia de festa primordial que deve ser lembrado e inculcado à piedade dos fieis, de modo que seja também uma dia de alegria e de descanso do trabalho”.  ( cf. SC, 106).
 
                O modo como as primeiras comunidades celebravam a eucaristia? (Atos 2,42-47) Eles eram assíduos ao ensinamento dos apóstolos e à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações • O temor se apoderava de todo mundo: muitos prodígios e sinais se realizavam pelos apóstolos. Todos os que abraçaram a fé estavam unidos  e tudo partilhavam. Vendiam as suas propriedades e os seus bens para repartir o dinheiro apurado entre todos, segundo as necessidades de cada um. De comum acordo, iam diariamente ao Templo  com assiduidade: partiam o pão em casa, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram favoravelmente aceitos por todo o povo  . E o Senhor ajuntava cada dia à comunidade os que encontravam a salvação.

            O que aprendemos da Liturgia dos primeiros Cristãos: Os primeiros cristãos não apenas celebravam a liturgia, mas vivia a liturgia. Do se comportamento podemos retirar algumas lições para nós, hoje:

Ä  Constata-se, em primeiro lugar, uma estreita ligação entre a celebração e a vida deles. A celebração da entrega do Corpo e Sangue do Senhor Jesus era a expressão da doação de suas vidas pelos outros. Todos se preocupavam pelos problemas de todos “Um por todos e todos por um”.
Ä  Descobre-se também a presença de uma comunidade ativa por ocasião das celebrações, de onde se tirava força para viver a mensagem libertadora de Jesus Cristo.
Ä  Denuncia-se ainda a barreira que impede a celebração autêntica: o egoísmo de alguns ricos que se uniam em grupos fechados e marginalizavam os pobres. Aparece a exigência da mudança de vida, para que a Eucaristia seja, de fato, sinal e instrumento de transformação social, para criar verdadeira comunhão e não apenas reunião.  (cf  1Cor 11,17-34).

            (1Cor 11, 17-26).  Isto posto, eu não tenho de que vos felicitar: as vossas reuniões, muito ao invés de vos fazer progredir, vos prejudicam. Primeiramente, quando vos reunis em assembléia, há entre vós divisões, dizem-me, e creio que em parte seja verdade:  é mesmo necessário que haja cisões entre vós, a fim de que se veja quem dentre vós resiste a essa provação  . Mas quando vos reunis em comum, não é a ceia do Senhor que tomais.  Pois na hora de comer, cada um se apressa a tomar a própria refeição  , de maneira que um tem fome, enquanto o outro está embriagado  . Então, não tendes casas para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus, e quereis afrontar os que não têm nada? Que vos dizer? É preciso louvar-vos? Não, neste ponto eu não vos louvo.
  

 De fato, eis o que eu recebi do Senhor•, e o que vos transmiti•: o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou pão, e após ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, em prol de vós•,fazei isto em memória de mim. Ele fez o mesmo quanto ao cálice, após a refeição, dizendo: Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que dele beberdes, em memória de mim. Pois todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.  

Ä  Sente-se a ligação entre a missa e Igreja: pela Eucaristia a Igreja se constrói anunciando, denunciando e vivendo Jesus.

            O Domingo.


“No dia do Sol todos nos congregamos... Porque nesse dia ressuscitou dentre os mortos Jesus Cristo, nosso Salvador”. (São Justino).

            De onde vem este nome? São João, no Apocalipse, é o primeiro autor sagrado que fala do “ Dia do Senhor”: Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus...” (cf. Ap 1,9-10a). No final do século I a Didaqué também faz menção deste nome: “Reuni-vos cada Dia do Senhor, parti o pão e daí graças depois de haver confessado vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro”.

            Qual é a origem do domingo? Estes mesmo textos citados demonstram que era costume dos apóstolos assistir ao culto sinagogal, continuando logo com uma vigília que se estendia até a madrugada do primeiro dia. Havia, pois, uma justaposição do culto sabático judeu com o nascente culto dominical cristão.

            O que se celebra neste dia? São Justino dá testemunho da consciência da celebração semanal da Páscoa da Igreja nascente: “nos reunimos no dia do sol, tanto porque é o primeiro dia em que Deus Criou o mundo, como porque nesse mesmo dia Cristo, Salvador, ressuscitou dentre os mortos”.(Ap. nº 67)

            Quais as característica do domingo Cristão?

Ä  A Aspersão – recordação da incorporação batismal no mistério de Cristo.
Ä  A celebração da Eucaristia e a obrigação de assistência à mesma.

Qual a origem da idéia do repouso dominical? Sua origem descansa na doutrina      vétero-testamentária do sábado. No cristianismo só se conhece a partir da segunda metade do século III. O imperador Constantino se encarregou de generalizar o descanso dominical estabelecido como lei o que já era costume bastante difundido entre os cristãos. Prescrições cada vez mais rigorosas foram aparecendo no século seguinte.

Qual é a significação teológica do domingo na tradição cristã?  Podemos considera-la em três aspectos, a saber:

Ä  O dia da Ressurreição – Aspecto Comemorativo:

Nos primeiros séculos do cristianismo, a Páscoa foi a única festa que se celebrou em toda a Igreja a sua celebração foi semanal. Concretamente, no domingo. A primazia do domingo sobre os demais, como comemoração anual, apareceu bem mais no século II. São inumeráveis os testemunhos da celebração dominical da Páscoa. Santo Inácio de Antioquia recomenda festejar o oitavo dia “Porque  nele Jesus ressuscitou dentre os mortos”. Tertuliano dá ao domingo o nome de “Dia da Ressurreição”. Posteriormente, São Jerônimo, Santo Agostinho e outros remontam aos apóstolos a instituição do domingo como “a celebração semanal da Ressurreição”.

Ä  O dia da vinda do Senhor – Aspecto escatológico.

O elemento escatológico é essencial na fé e na vida cristã. “ A Igreja, nos ensina o Concilio Vaticano II, a que todos temos sido chamados em Cristo Jesus e na qual, pela graça de Deus, adquirimos a santidade, não será elevada à sua plena perfeição senão quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas” (At 3,21) e quando o gênero humano, também o universo inteiro, que está intimamente unido com o homem por ele alcançar seu fim, será perfeitamente renovado. (cf  Ef 1,10; Cl 1,20 e 2Pd 1,10-13).
            Isto é o que professamos todos os domingos na recitação do credo: “... de novo há de vir julgar os vivos e os mortos (...) Cremos na ressurreição da carne e na vida eterna”. (Cf. Profissão de fé).
            Como se vê esta ansiosa espera da Igreja da vinda definitiva do Senhor tem lugar, de maneira especial, na celebração litúrgica do domingo, chamado também o “oitavo dia”, quer dizer o dia que segue ao tempo, o dia eterno “que não conhece o ocaso”.

Ä  O dia da presença do Senhor – Aspecto Significativo.

A celebração dominical de Cristo ressuscitado atualiza em nossas existências sua presença e seu ministério salvífico. A constituição Sacrossanctum Concilium sobre a liturgia, no nº 7, nos mostra os vários modos da presença de Cristo e de seu ministério na Celebração Eucarística. Desta maneira se vê claro que o domingo é o dia da presença do ressuscitado. É o “aqui e o agora” da festa cristã.
Através dos distintos elementos da celebração dominical, se fazem presentes, no meio de sua Igreja, o Senhor Ressuscitado e seu mistério salvífico pascal.

           
Qual é o elemento determinante do dia do Senhor?

            Assim como o domingo se caracteriza, antes de tudo, pela reunião da comunidade eclesial para escutar a palavra de Deus e participar da Eucaristia (SC nº 106), a santificação do domingo com a Eucaristia não é algo imposto à vista do cristão, por um preceito da Igreja, mas que é um elemento constitutivo e determinante do Dia do Senhor que é por ele mesmo o dia da comunidade.

            O domingo é o dia da fraternidade cristã:

            Foi nesse dia que São Paulo quis que se fizesse uma coleta em favor dos irmãos da Igreja de Jerusalém. E segundo o testemunho de São Justino era também nesse dia que os fiéis ajudavam aos irmãos mais necessitados. A Assembléia Dominical convoca todos os fieis para reunir-se em comunidade de irmãos, testemunhas  do ressuscitado. A Eucaristia – sinal e origem da unidade – os ligava uns aos outros  com um laço profundo: a vida de Cristo. Por isso não foi difícil compreender porque desde o principio foi constituído este dia como o dia da caridade fraterna.

            O Ano Litúrgico.


“Revela todo mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor”. (SC,102)

            Conceito:
           
            È o período através do qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo: da Encarnação ao Pentecostes e à espera da vinda do Senhor. Inicia com o primeiro domingo do advento e termina com a festa de Cristo Rei.

            O começo:

            Nos primeiros tempos do cristianismo havia somente os domingos. Cada domingo era de festa. Celebrava-se o mistério Pascal: morte e ressurreição do Senhor. Com o tempo, os cristãos começaram a celebrar um destes domingos de modo especial: chamado o domingo da Páscoa.
            Depois, celebravam em dias determinados do ano, uma festa especial ou outros acontecimentos importantes da vida de Cristo: Nascimento, Epifania, Ascensão, Pentecostes. Assim teve origem a festa do Ano Litúrgico.

           


A divisão do Ano Litúrgico: O Ano litúrgico tem fundamentalmente dois grandes ciclos: o da Páscoa, o mais importante, e o do Natal. Cada um tem uma preparação, a celebração e o prolongamento. O que corresponde ao seguinte esquema:

Ä  O CICLO DA PÁSCOA:

Preparação – Quaresma:
Os catecúmenos se iniciam na vida da Igreja. Os batizados renovam os compromissos do Batismo pela penitência.
* Idéias-força deste tempo: Oração, conversão e penitência.
Celebração: Páscoa, Ascensão e Pentecostes.
*Idéias-força deste tempo:
Ser testemunha da Ressurreição pela palavra e pelas obras, na vida: familiar, pessoal e social.
Prolongamento: Domingos depois de Pentecostes.

Ä  O ciclo do Natal:

Preparação – Advento:
A vinda de Jesus na humanidade. Está incluída a espera de Jesus na Glória e sua vinda no dia de nossa vida.
*Idéias-força deste tempo:
A esperança e o desejo de que Cristo se manifeste na História dos homens.
Celebração: Natal e Epifania.
ü  Natal:
Assumido a natureza na Virgem Maria, Cristo se torna participante da natureza divina.
ü  Epifania.
A manifestação de Jesus como filho de Deus representada pelos magos. Os homens a quem Cristo se manifesta devem, por sua vez, manifesta-lo aos outros como fizeram os pastores e os reis magos.
Prolongamento: Domingo após a Epifania.


O TEMPO COMUM:

            Além dos tempos com características próprias, restam no ciclo anual 33 ou 34 semanas. Nelas, não se celebra algum aspecto especial do mistério de Cristo, mas comemora-se o próprio mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. Este é o tempo comum.

           

Começo e fim do tempo comum:       Inicia-se na segunda-feira seguinte ao domingo depois do dia 6 de janeiro e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das primeiras vésperas do primeiro domingo do advento.

            Culto aos dias dos Santos: A celebração do mistério de Cristo se completa na festa dos Santos, que são membros gloriosos da Igreja. Sem dúvida, Jesus é o único Santo. E é tão santo que comunica aos homens a sua própria santidade. No principio do Cristianismo a Igreja festejava os mártires que tinham dado a vida pela fé (Cf. Ap 14,1-5; 21,4). Terminadas as perseguições o povo começa a venerar os grandes heróis da santidade: bispos, eremitas, etc...
            O vaticano II afirma que os santos são “os nossos irmãos, amigos e benfeitores”. A Igreja proclama “O Mistério Pascal (SC nº 40) nos santos que sofreram e são glorificados em Cristo”.
            Cada Igreja particular honra os santos mais ligados à piedade popular. No fim do ano, reunimos numa só festividade todos os santos, de todos os povos e nações que já chegaram à Glória do Pai.

            O Lugar de Maria:    Entre todos os eleitos, resplandece a figura de Maria de Nossa Senhora – Mãe de Jesus e Mãe do Povo de Deus. Ela é “membro eminente e modelo da Igreja”. Várias vezes, anualmente, desfilam diante de nós as festas de Nossa Senhora – sem esquecer o mês de maio, a ela  totalmente consagrado.






















            Esquema do Ano Litúrgico.




Advento:
Inicio:
ü 4 domingo antes do Natal.

Término:
ü 24 de dezembro à tarde.

Espiritualidade.
ü Esperança e Purificação da vida.
Ciclo do Natal
Ensinamento.
ü Anuncio da vinda do Messias.
Cor.
ü Roxa.



Natal.
Inicio:
ü 25 de dezembro.
Término:
ü Na festa do Batismo de Jesus.
Espiritualidade.
ü Fé, alegria e acolhimento.

Ensinamento.
ü O filho de Deus se Fez Homem.

Cor.
ü Branca





Tempo comum        (1ª parte).
Inicio:
ü 2ª Feira Após Batismo de Jesus.

Término:
ü Véspera da 4ª feira de cinzas.

Espiritualidade.
ü Esperança e escuta da Palavra.

Ensinamento.
ü Anúncio do Reino de Deus.

Cor.
ü Verde.





Quaresma
Inicio:
ü Quarta-feira de cinzas.

Término:
ü 4ª feira da Semana Santa
Ciclo da Páscoa.
Espiritualidade.
ü Penitência e Conversão.
Ensinamento.
ü A misericórdia de Deus.
Cor.
ü Roxa.



Páscoa
Inicio:
ü 5ª feira Santa (Tríduo Pascal)
Término:
ü No Pentecostes.
Espiritualidade.
ü Alegria em Cristo Ressuscitado.

Ensinamento.
ü Ressurreição e vida eterna.

Cor.
ü Branca.





Tempo comum
(2ª parte).
Inicio:
ü 2ª feira após o Pentecostes.

Término:
ü Véspera do 1º Domingo do Advento

Espiritualidade.
ü Vivencia do Reino de Deus.

Ensinamento.
ü Os Cristãos são o sinal do Reino.

Cor.
ü Verde.
ü Nota: Além das festas de |Jesus, dentro do Ano Litúrgico estão as festas da Virgem Maria, dos Apóstolos e dos outros Santos.






















Caixa de texto: Parte IICaixa de texto: Comunicação e
Liturgia, mais Canto.














            Comunicação


            O Ato de comunicar tem como essência a transmissão a outrem de algo que acontece em nosso interior: sentimento, pensamento, intenção, estado de espírito ou orientar a outrem. Portanto, o ato de comunicar supõe  essencialmente a necessidade de uma subjetividade para além da nossa. E é para esta subjetividade transcendente a nós que queremos dar a conhecer nossa intimidade, que queremos conhecer sua intimidade e, também, orientar o outro para que aja de forma a buscar seu próprio bem ou que  nos oriente para que busquemos o nosso bem em consonância com os demais. A comunicação é, portanto uma ação humana expressa mediante palavras, gestos, símbolos, cores e sinais.
            Fico sabendo que o outro pensa, quando ele expressa, exterioriza, comunica. Ele o faz com seu próprio corpo (expressão corporal e verbal) ou lançando mão de recursos externos: instrumento musical, caneta, pincel, argila e etc.

            Na liturgia: Não somente as pessoas comunicam o que trazem em seu intimo. Cada elemento que nos rodeia nos põe em relação com o que eles representam. Assim, o espaço celebrativo, a ornamentação, o cuidado com os objetos litúrgicos, as atitudes dos membros da assembléia, tudo nos fala de como é nossa fé, nossa teologia, nosso respeito em relação aos mistérios que celebramos.

            Realidades que comunicam: Muitas as realidades que tocam nossos sentimentos, nos comunicam algo e de certo modo provoca em nós algum tipo de reação. Segue algumas dessas realidades, canalizando-as para o campo da liturgia:

Ä  Palavra: é o meio mais comum da comunicação entre as pessoas. Temos que  tomar cuidado com a palavra, pois ela pode ser fonte de um mal entendido, podemos usa-la para omitir a comunicação ou até mesmo conturbar a própria comunicação.

Ä  Espaço Celebrativo: é o espaço onde se desenrola a ação litúrgica. O estilo da construção, a disposição do altar, dos bancos ou cadeiras, cada vez mais devem mostrar o rosto de uma comunidade de irmãos e irmãs que se reúnem ao redor de Cristo para celebrar sua obra de salvação.

Ä  Ornamentação: refere-se aos objetos artísticos, pinturas, imagens e arranjos que revelam o bem gosto da comunidade e comunicam a sua mensagem.

Ä  Vestimentas: não servem apenas para cobrir e proteger. Elas informam se é dia de festa ou de trabalho, se temos papel preciso a desempenhar na sociedade ou não.



Ä  Objetos litúrgicos: não são apenas coisas concretas, são sinais, por isso transmitem mensagem, não somente pela presença deles, mas pelo modo como são utilizados ou conservados. A beleza da patena, do cálice e âmbulas, o formato e o acabamento das velas, as flores naturais e sua conservação, tudo isso deve concorrer para  uma proveitosa celebração do memorial da páscoa.

Ä  Símbolos: é a expressão, a manifestação de uma realidade invisível, de uma experiência profunda. Com efeito, não podemos atingir Deus diretamente, mas podemos atingi-lo pela natureza: o universo, em todas as suas expressões – ser humano, terra, água, animais, plantas, flores, astros, luz... – torna Deus presente. Em todas essas realidades está presente a marca do cria dor. Na Liturgia Cristã, o pão e o vinho, unidos à palavra de Cristo na celebração eucarística (“isto é o meu corpo... isto é o meu sangue”), tornam o Cristo presente no seio da sua comunidade. Neste caso, o símbolo – pão e vinho – torna-se sacramento cristão.

Ä  Expressão corporal: é a comunicação do corpo. Nosso modo de olhar, gesticular, entrar na Igreja, tudo revela nosso interior. Por vezes, fazemos o sinal-da-cruz tão apressadamente e sem concentração, que mais parece o atp de espantar moscas! É que estamos distraídos, então o gesto torna-se mecânico. Nesse caso, há incoerência, pois falta sintonia entre o que deveríamos expressar e o que deveríamos expressar e o que de fato expressamos. (Posteriormente falaremos de formas de expressão corporal).

Gestos.


Ä  Gestos: A liturgia é feita de sinais sensíveis que captamos mediante nossos cincos sentidos: tato, gosto, olfato, visão e audição. Cada um desses sentidos deve ser devidamente posto a serviço da celebração.

Olhar:
ü Tanto do presidente quanto de todos os membros da assembléia, devem ser expressão sincera do que as palavras dizem, uma expressão de envolvimento.
Audição:
ü Escutar os sons, a palavra de Deus proclamada e comentada. Escutar também o silêncio.
Tato:
ü Se expressa mediante o toque. A intensidade, o respeito, o modo como tocamos as pessoas, sinal de respeito e compreensão dos planos de Deus celebrados na Liturgia.
Gosto e olfato:
ü São dois sentidos um poço esquecidos nas celebrações. Na comuhão eucarística o paladar tem o seu lugar.
Audição:
ü Segundo afirmam as Instruções Gerais do Missal Romano – sinal da comunidade e da unidade da assembléia, pois estimula os pensamentos e sentimentos dos participantes. (nº20).

Ä  Principais posturas exercidas:



            Esquema ou roteiro da missa.


Ritos Iniciais.
ü Comentário Inicial

ü  De pé.
ü Canto de entrada.

ü  De pé.
ü Acolhida e saudação

ü  De pé.
ü Ato penitencial

ü  De pé.
ü Hino de louvor (Glória)

ü  De pé.
ü Oração “coleta”

ü  De pé.




Liturgia da Palavra
ü Comentário para a 1ª leitura

ü  Sentados
ü Proclamação da 1ª leitura

ü  Sentados
ü Salmo Responsorial

ü  Sentados
ü Comentário para a 2ª leitura

ü  Sentados
ü Proclamação da 2ª leitura

ü  Sentados
ü Comentário p/ o Evangelho

ü  Sentados
ü Canto de Aclamação

ü  De pé.
ü Proclamação do Evangelho

ü  De pé.
ü Homilia (pregação)

ü  Sentados
ü Profissão de fé (Creio)

ü  De pé.
ü Oração dos fiéis

ü  De pé.




Liturgia Eucarística
Preparação das Oferendas
ü Canto e Procissão
ü  Sentados
ü Apresentação do pão e do vinho
ü  Sentados
ü Presidente lava as mãos
ü  Sentados
ü Orai irmãos e irmãs!
ü  De pé.
ü Oração sobre as oferendas
ü  De pé.



Oração Eucarística
Ou Anáfora.
ü Prefácio e “Santo”.
ü  De pé
ü Invocação do Espírito Santo
ü  De pé
ü Narrativa da Ceia
ü  Joelhos/pé
ü Consagração do pão e do vinho
ü  Joelhos/pé
ü “Eis o mistério da fé!”
ü  Joelhos/pé
ü Salmo Responsorial
ü  De pé
ü Comentário para a 1ª leitura
ü  De pé
ü Lembra Morte e Ressur.
ü  De pé
ü Orações pela Igreja
ü  De pé.
ü Louvor final (Por Cristo...)
ü  De pé.



Rito da Comunhão
ü Pai nosso e oração
ü  Joelhos/pé
ü Saudação da Paz
ü  De pé
ü Fração do Pão
ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.
ü  De pé
ü Felizes os convidados
ü  De pé.
ü Distribuição da Comunhão
ü  De pé.
ü (Canto de ação de graça)
ü  Joelhos/pé
ü Oração após a comunhão
ü  De pé




Ritos finais
ü Comunicados e convites

ü  De pé
ü Benção final

ü  De pé
ü Despedida (Ide em Paz)

ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.

ü  De pé.
           
De pé:
ü É a posição do Cristo ressuscitado. Estar de Pé simboliza prontidão: Estamos prontos para caminhar em direção a Deus e aos irmãos. É também o símbolo da dignidade humana.
Sentados:
ü É a atitude não somente de quem ensina (Jesus “subiu ao monte. Ao sentar-se... pôs-se a falar e os ensinava” – Mt 5,1-2), mas também de quem ouve (“Maria ficou sentada aos pés do Senhor, escutando-lhe a palavra” – Lc 10,39).
Ajoelhados:
ü Revela um Espírito de Humildade e reconhecimento dos próprios erros (penitencia); expressa o ato de profunda adoração a Deus.
Prostar-se:
ü A prostração é o ato de deitar de bruços no chão. E realizada no inicio da ação litúrgica da sexta-feira santa, nas ordenações de bispos, presbíteros e diáconos, e em profissões religiosas.
Fazer genuflexão:
ü É o ato de dobrar os joelhos (gesto de adoração a Jesus na eucaristia). Ao entrar na igreja, normalmente as pessoas se dirigem para diante do sacrário e aí fazem genuflexão. Também fazemos genuflexão diante do crucifixo na Sexta-feira Santa, em sinal de adoração. (Não é adoração a cruz, mas a Jesus que nela foi pregado).
Inclinação:
ü Sinal de grande respeito e também adoração diante do Santíssimo Sacramento.
Procissão:
ü Simbolizam a peregrinação do Povo de Deus para a casa do Pai. Somos uma Igreja “peregrina”.
Mãos:

Levantadas:
ü É atitude dos”orantes”. Significa  súplica e entrega a Deus.
Mãos juntas:
ü Recolhimento interior, busca de Deus, fé súplica, confiança e entrega da vida. É atitude de profunda atitude.
Silêncio:
ü O silêncio tem seu valor na oração. Ajuda o aprofundamento nos mistérios da fé. “O Senhor fala nos silêncio do coração”.

            Canto.


Cantar “A missa” e não “na missa”.

            Ele está a serviço do louvor de Deus e de nossa santificação. Não é apenas para embelezar a missa, mas ajudar toda a assembléia a rezar. E cada canto deve estar em plena sintonia com o movimento litúrgico que se celebra, a fim de que não se cante “na missa” mas se cante “a missa”.

O que cantar em uma celebração?
O que é importante é cantar a liturgia, priorizando aclamações e repostas da assembléia, os textos próprios da Missa...


Critérios do canto litúrgico:
v  Sejam de inspiração bíblica;
v  Tenham referência ao mistério pascal;
v  Leve em conta a realidade do povo.

Cantos Litúrgicos  X Cantos de Animação:
v  Cantos de Animação:  São cantos com mensagens religiosas e ritmos de animação, que são cantos  em encontros, grupos de oração, peregrinações.
v  Cantos Litúrgicos: Cantos adequados ao ritos da liturgia.

Os momentos da celebração Eucarística:
Ä  Entrada: Abrir a celebração, promover a reunião da assembléia e introduzir a mente e o coração no ministério a ser celebrado. É um canto de movimento e não de repouso, com a função litúrgica de reunir o povo e unificar a assembléia, bem como acolher o celebrante e equipe.
Ä  Ato Penitencial: É um canto de repouso e não de movimento, sendo uma aclamação a Cristo, com forte caráter de inovação penitencial.
Ä  Glória: É um hino em estilo livre, em honra da Santíssima Trindade, louvando o Pai, suplicando ao Filho com o Espírito Santo. É reservado ao domingos (exceção ao tempo do advento e da quaresma) e às festas e solenidades.
Ä  Salmo Responsorial: Este é o único que é essencialmente um Salmo ou canto bíblico. Tem a função de ser um eco da palavra de Deus, uma resposta, uma verdadeira meditação.
Ä  Aclamação: Por serem assentimentos energéticos, à palavra e ação de Deus, a participação deve ser solene por toda a assembléia. Durante a quaresma, o refrão aleluia, é substituído por um outro texto aclamativo.
Ä  O Creio: Se for cantado, que seja numa simples cantilena e não numa extensa estrutura musical. Deve manter o conteúdo do símbolo apostólico tradicional.
Ä  Preparação das Oferendas: Sua função é acompanhar a procissão dos dons, dar maior significado à coleta e acompanhar  o rito de preparação das Oferendas.
Ä  Santo: Inicia o centro e o cume de toda a celebração eucarística, que é a narrativa da instituição. Seu sentido é que toda a congregação dos fieis se uma a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus.
Ä  Pai-Nosso: Uma preparação para a comunhão com o /senhor. Deve ser rezado (cantado) com dicção calma e compassada, de pausas e de canto leve, quando cantado, deve manter os termos da oração ensinada pelo próprio Jesus Cristo aos discípulos.
Ä  Canto de Comunhão: Acompanhar e solenizar a participação dos fiéis à Eucaristia e a caridade fraterna e comunhão no mistério pascal de Jesus Cristo.
Ä  Ação de graças: São três possibilidades para realizar o agradecimento. Seja um momento de silêncio ou um canto instrumental ou um canto de louvor a Trindade.
Ä  Canto de despedida: Canto de “desfazimento” da Assembléia, com estimula para a semana.











Caixa de texto: Parte III




Caixa de texto: Símbolos e objetos Utilizados na Liturgia


















            OS SÍMBOLOS LITÚRGICOS.


            Há vários sentidos para os símbolos e por isso podemos dizer que:

Ä  Num primeiro sentido, muito amplo, diz Didier que o símbolo é: “o conjunto dos significados que circulam numa cultura e através dos quais a sociedade e os indivíduos encontram a sua identidade”.
Ä  É tudo o que é capaz de expressar de alguma maneira uma realidade que está presente, que a gente não pode expressar totalmente mas que é muito mais do que aquilo que a gente pode exprimir por palavras.
Daí por que o símbolo é a linguagem do mistério. A água é o símbolo da vida, a bandeira é o símbolo de uma nação, a mãos estendida simbolizará sempre uma amizade douradora.

Mas falando de liturgia como podemos defini-los? Quando nos comunicamos usamos palavras, gestos e símbolos. Sendo a liturgia um momento privilegiado do amor de Deus, nela são usados gestos, palavras e símbolos. Quanto mais simbólicas forem as  ações litúrgicas tanto mais assumirão a sua dimensão celebrativa. Na liturgia, os símbolos, para quem tem fé, revelam o mistério de Cristo. Eles nos colocam em contato com a realidade celebrativa. Há alguns destes símbolos de identificação e comunhão com a Igreja que não podem ser mudados. Ex.: o pão eucarístico. Trata-se de um sinal de identificação com Cristo e que sempre de novo nos leva a uma identificação com Ele.

Os símbolos mais importantes da liturgia e seus significados:

Ä  Pão: Destinado à Eucaristia, o pão significa: união, alimento e vida. Como o alimento se torna “um” com o homem, Deus quer unir os homens em comunhão. Na Páscoa era o ázimo, que para o povo judeu o pão sempre expressou a benção de Deus. Comido sem fermento significa a pressa que o povo tinha para sair do Egito.
O pão ázimo sendo o pão da Eucaristia guarda característica de alimento: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jô 6,51).
Alimentar a vida, a comunhão – é este o conteúdo da realidade simbólica do pão eucarístico.
Ä  O vinho: Lembra a generosidade de Deus. Servindo nas festas significa: alegria, felicidade. Aproxima as pessoas – os amigos e familiares. Feito de muitas uvas exprime união, fusão dos corações.
Na ceia  de Jesus ele se torna “ o sangue da nova aliança e eterna aliança” – cf Lc 22,20.  a antiga aliança foi selada no sangue das vitimas. “Eis, disse Moisés, o sangue da Aliança que o Senhor fez conosco” (cf. Ex 24,8). Jesus é a vinha nova, cujo sangue sela a Aliança definitiva, sinal de alegria para toda a humanidade redimida.



Ä  Água: Recordamos o dom precioso da vida. No batismo esta vida vem e deve ser conservada como o dom. Mediante a fé é também comunhão com a vida trinitária e com os irmãos. Pode ser também símbolo da morte: “Pelo batismo, fomos sepultados com ele (Cristo) na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para o glória do Pai, assim também vivamos a vida nova”. (Rm 6,4).
Ä  Óleo: Na história dos Israelitas ou, mais precisamente, no Antigo Testamento, eram ungidos os sacerdotes, os reis e os profetas. Samuel unge a cabeça de Saul dizendo: “O Senhor te ungiu príncipe sobre a tua herança” (1Sm 10,1). A unção com o óleo significa consagração, benção e reconhecimento da parte de Deus e especial distinção diante dos homens. O sacerdote Aarão foi ungido pelo Espírito. O óleo torna-se símbolo do Espírito de Deus! Quando começa a missão messiânica o evangelista coloca em sua boca as palavras do Profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu” (cf Lc 4,18). O próprio Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com sua força (cf At. 10,38). Cristo – o ungido -, unge por sua vez os cristãos e os torna participantes de sua santidade e de sua salvação.
Ä  Imposição das mãos: É símbolo de bênção. (cf. Gn. 48,14); transmitir um cargo ou missão (cf. Lv. 16,21). No Novo Testamento Jesus impõe as mãos as crianças (Mc 10,16); curando doentes (Lc 13,13; Mc. 6,2). Em Samaria os Apóstolos Pedro e João transmitem o dom do Espírito Santo pela imposição das mãos (At 8,17).
O gesto da imposição das mãos será vivamente, presente na liturgia dos sacramentos. No Batismo, na Confirmação, na Reconciliação dos Penitentes (Confissão), na Eucaristia antes da consagração, nas Ordenações (diaconal, presbiterial ou episcopal), na Unção dos Enfermos e no Matrimônio.
Ä  Incenso: Os mais antigos usavam-no significando purificação e proteção.
     Posteriormente tornou-se símbolo da oração que se eleva a Deus. No Judaísmo simboliza adoração e sacrifício. O odor do incenso devia servir para aplacar a ira de Javé. O sacrifício do incenso e adoração em muito se identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus. Nos dias atuais, o incenso ainda tem o sentido de oração e sacrifício de presença de Deus.
Ä  Fogo: Ele ilumina, purifica, consome, destrói. O fogo novo na Vigília Pascal significa Cristo. Invocando o Espírito Santo rezamos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor”. Com sacrifícios dos holocaustos, nossas vidas deverão ser consumidas, cada dia, pelo fogo do Amor de Deus.
Ä  A Cruz: Para nós, é sinal de vitória. Por ela nos somos identificados. Somos marcados pelo amor de Cristo por meio do sinal da cruz a partir do nosso Batismo.









OBJETOS UTLIZADOS NA LITURGIA.

Hóstia: É o pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o Presidente da Celebração e as pequenas (também chamada de partículas) para o povo. A do Padre é grande para ser vista de longe, na elevação, e ser repartida entre alguns participantes da Celebração.

VINHO: É vinho puro, de uva. Na consagração, o pão e o vinho se mudam no Corpo e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, vivo ressuscitado.
Obs: As hóstias ou partículas guardadas na âmbula, podemos também chamá-las de Reserva eucarística.

A âmbula (ou cibório) é semelhante ao cálice, mas tem uma tampa. Nela se colocam as hóstias. Após a missa é guardada no sacrário (ou tabernáculo).

Galhetas: São como duas jarrinhas de vidro. Numa se coloca água, na outra vinho. Elas são sempre juntas, num pratinho (bandeja) ao lado do Altar.


Missal: é um livro grosso que tem o rito da Missa, menos as leituras, que estão no livro chamado Lecionário. Diz-se “Missal Romano” porque é aprovado pelo chefe da Igreja Católica, que tem sede em Roma.

Lecionário: livro que contém as leituras para a celebração eucarística.


Crucifixo: Sobre o altar ou acima dele deve haver um crucifixo, para lembrar que a Ceia do Senhor e inseparável do seu Sacrifício Redentor. Na ceia, Jesus deu aos discípulos o “Sangue da Aliança, que ia ser derramado por muitos para o perdão dos pecados.

Velas: Sobre o altar vão duas velas. A Chama da vela é o símbolo da fé, que recebemos de Jesus, “Luz do mundo”, no Batismo e na Crisma. É um sinal de que a Missa só tem sentido para quem vive a fé.


Flores: Em dias festivos, podem-se colocar flores. O certo não é “sobre” o “altar”, mas ao lado dele, pois o altar não é para pôr flores “coisas”.


Candelabro: Grande castiçal com ramificações, a cada uma delas das quais corresponde um foco de luz.







Castiçal: Utensílio que serve de suporte para uma vela.

Círio Pascal: Vela grande que é benzida e solenemente introduzida na Igreja no início da vigília pascal; em seguida é colocada ao lado da mesa da palavra ou ao lado do altar. O círio permanece acesso durante as ações litúrgicas do tempo pascal (até a festa de Pentecostes). Em muitos lugares costuma-se colocar o círio, fora do tempo pascal, junto à fonte batismal, acendendo-o em cada celebração batismal. O círio pascal aceso simboliza o Cristo ressuscitado.

Caldeirinha: Vasilha onde se coloca água benta para aspersão das pessoas e de objetos.
Aspersório: instrumento com que se joga água benta sobre o povo ou objetos.

Ostensório: objeto que serve para expor a hóstia consagrada à adoração dos fiéis e para dar a benção eucarística.
Luneta: peça circular do ostensório onde se coloca a hóstia consagrada para exposição do Santíssimo.

Turíbulo: vaso utilizado para as incensações durante a celebração.

Incenso: reina aromática extraída de várias plantas, para se colocar sobre brasas nas celebrações.


Teça: pequeno estojo, geralmente de metal, onde se leva a eucaristia aos enfermos. É usada também na celebração eucarística para conter as partículas.





            ESPAÇO CELEBRATIVO.




Ambão ou Mesa da Palavra: estante de onde se proclama a palavra de Deus.


Sacrário ou tabernáculo: espécie de pequena urna onde se guarda o Santíssimo Sacramento.



Nave da Igreja: espaço reservado aos fiéis.

Presbitério: espaço ao redor do altar, geralmente um pouco elevado, onde se realizaram os ritos sagrados.


Credencia: mesinha onde se colocam os objetos litúrgicos que serão utilizados na celebração.






            VESTES LITURGICAS OU PARAMENTOS.



Amito: É um pano branco que envolve o pescoço do celebrante. Veste-se antes da túnica ou da alva.






2- Túnica: Para lidar com as coisas Santas, o padre usa de sinais sagrados, pondo vestes que o distinguem das outras pessoas. A túnica é uma dessas vestes. É um manto geralmente branco, longo, que cobre todo o corpo. Lembra a túnica de Jesus, “sem costura de alto a baixo”, sobre a qual os soldados tiraram sorte, para ver quem caberia.
3- Estola: É uma faixa vertical, separada da túnica, a qual desce do pescoço do padre, com duas pontas na frente. Sua cor varia de acordo com a liturgia do dia. Existem quatro cores na liturgia: verde, branco, roxo e vermelho. A estola simboliza o poder sacerdotal.
Os diáconos utilizam a tiracolo sobre o ombro esquerdo, pendendo-a ao lado direito.
4- Cíngulo (cordão): É um cordão que prende a alva ou túnica à altura da cintura. (A alva é uma veste semelhante à túnica. Usa-se uma ou outra).



Casula: Vai sobre todas as vestes. Cobre todo o corpo. A cor varia, conforme a liturgia, com a estola. É uma veste solene, ampla que deve ser usada nas Missas dominicais e dias festivos.







Capa ou pluvial: capa longa que o sacerdote usa ao dar a benção do Santíssimo, ou ao conduzi-lo nas procissões, e ao aspergir a assembléia.

Véu umeral (ou véu dos ombros): manto retangular que o sacerdote usa sobre os ombros, ao dar a bênção do Santíssimo ou transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento.








CORES LITURGICAS.



Ä  O Branco: simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. É usado nos ofícios e missas pascal e do Natal; nas festas e memórias da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não mártires, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo.
Ä  O Vermelho: simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado no domingo da Paixão (= domingo de Ramos) e na sexta-feira santa; no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos mártires.
Ä  O Verde: é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do tempo comum.
Ä  O Roxo: simboliza a penitência. É usado no tempo do advento nos ofícios e missas pelos mortos.
Ä  O Preto: é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos.
Ä  O Rosa: simboliza a alegria. Pode ser usado no III domingo do advento e no IV domingo da quaresma.

Nota: Quanto ao tempo do advento, hoje há uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para diferencia-lo do tempo quaresmal (penitência) e acentuar a dimensão de alegre expectativa da vinda do Senhor. Nas missas pelos defuntos usa-se o roxo ou preto. Mas tem-se usado também o branco, para sedar ênfase não à dor, mas aa ressurreição.





































Caixa de texto: Missa, passo a passo.Caixa de texto: Parte IV



















            MISSA, PASSO A PASSO.


Vamos relembrar:
Ritos Iniciais.
ü Comentário Inicial

ü  De pé.
ü Canto de entrada.

ü  De pé.
ü Acolhida e saudação

ü  De pé.
ü Ato penitencial

ü  De pé.
ü Hino de louvor (Glória)

ü  De pé.
ü Oração “coleta”

ü  De pé.




Liturgia da Palavra
ü Comentário para a 1ª leitura

ü  Sentados
ü Proclamação da 1ª leitura

ü  Sentados
ü Salmo Responsorial

ü  Sentados
ü Comentário para a 2ª leitura

ü  Sentados
ü Proclamação da 2ª leitura

ü  Sentados
ü Comentário p/ o Evangelho

ü  Sentados
ü Canto de Aclamação

ü  De pé.
ü Proclamação do Evangelho

ü  De pé.
ü Homilia (pregação)

ü  Sentados
ü Profissão de fé (Creio)

ü  De pé.
ü Oração dos fiéis

ü  De pé.




Liturgia Eucarística
Preparação das Oferendas
ü Canto e Procissão
ü  Sentados
ü Apresentação do pão e do vinho
ü  Sentados
ü Presidente lava as mãos
ü  Sentados
ü Orai irmãos e irmãs!
ü  De pé.
ü Oração sobre as oferendas
ü  De pé.



Oração Eucarística
Ou Anáfora.
ü Prefácio e “Santo”.
ü  De pé
ü Invocação do Espírito Santo
ü  De pé
ü Narrativa da Ceia
ü  Joelhos/pé
ü Consagração do pão e do vinho
ü  Joelhos/pé
ü “Eis o mistério da fé!”
ü  Joelhos/pé
ü Salmo Responsorial
ü  De pé
ü Comentário para a 1ª leitura
ü  De pé
ü Lembra Morte e Ressur.
ü  De pé
ü Orações pela Igreja
ü  De pé.
ü Louvor final (Por Cristo...)
ü  De pé.



Rito da Comunhão
ü Pai nosso e oração
ü  Joelhos/pé
ü Saudação da Paz
ü  De pé
ü Fração do Pão
ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.
ü  De pé
ü Felizes os convidados
ü  De pé.
ü Distribuição da Comunhão
ü  De pé.
ü (Canto de ação de graça)
ü  Joelhos/pé
ü Oração após a comunhão
ü  De pé




Ritos finais
ü Comunicados e convites

ü  De pé
ü Benção final

ü  De pé
ü Despedida (Ide em Paz)

ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.

ü  De pé.



  1. RITOS INICIAIS

Quando a gente vá a Missa carrega todo o seu ser para dentro da celebração. Nós entramos na Igreja convocados por Deus e por isso formamos uma assembléia.
Acolhidos em nome da trindade pelo presidente, entramos na celebração para:
-          suplicar
-          adorar
-          louvar
-          agradecer
Assim sendo, formamos como que um corpo comunitário com uma só voz, uma só alma, e um só coração.
Tudo aquilo acontece a partir deste momento deve ajudar a participação de todos.
A assembléia litúrgica é como que um ensaio daquilo que a gente vive no dia a dia de corpo comunitário temos que nos tornar corpo social político.
Somente assim conseguiremos unir fé e vida.
Mas a missa não é só isso. Isso ela consegue dar toque de ressurreição as mágoas da nossa vida.
Por isso é que cantamos e dançamos; por isso é que vestimos a roupa melhor; por isso é que devemos dar um ar festivo também ao local: por isso é que é a Páscoa semanal!

a)      Acolhida fraterna do Presidente, dos ministros nas portas e dos participantes.
Se os ritos iniciais têm por objetivo fazer que formemos e nos sentimos um só corpo, uma só alma, uma só assembléia, devemos cuidar muito bem da acolhida. Acolhendo-nos mutuamente acolhemos o próprio Deus e ele também assim nos acolhe.

b)      Rito Penitencial.
O rito penitencial pode se fazer de várias formas. Pode haver também o rito de aspersão da água, que nos lembra o nosso batismo.

c)      Momento de louvor.
Este é um momento importante na celebração, mas é essencial, depende o tipo de celebração: uma Missa durante a semana, que não seja solenidade, não requer a “glória”.

d)      Momento da recordação da vida.
Haja um momento em que são lembrados os fatos significativos da semana, os positivos e os negativos. Geralmente isto se faz depois da saudação do presidente.
Este momento é muito importante porque nos ajuda a ligar a fé com a vida.




e)      O que não devemos esquecer:
-    A atitude da acolhida
-    Favorecer um clima de silêncio
-    O canto de entrada não é preciso anuncia-lo: basta iniciar
-    O canto de entrada não é para acolher o Padre, mas é expressão da fé da comunidade reunida. Deve estar sempre relacionado com o tempo litúrgico. Pode ser também um salmo. Pode haver também dança.
-    O beijo no altar, pouco valorizado, significa, no entanto, beijar o próprio Cristo, Pedra Angular.
-    Quem preside deve ficar sempre no altar
-    As primeiras palavras do presidente devem ser as palavras bíblicas: Em nome do Pai... O presidente não deve dizer “bom dia” ou “boa tarde”, porque isto já foi falado pelo comentarista.
-    Aos domingos é oportuno que se faça a procissão de entrada, da qual deve compreender.
Y  A cruz
Y  Os coroinhas (se houver)
Y  Os ministros
Y  O celebrante

E lembre-se:
O único elemento ritual que nunca pode faltar nos ritos iniciais é a coleta ou celebração inicial, feita sempre pelo presidente da Assembléia.
A coleta é e a oração oficial que recolhe toda prece do povo.
As intenções da missa devem ser colocadas antes da coleta, que por isso deve ser sempre precedida de um momento de silêncio.
Todos os outros elementos dos ritos iniciais podem ser omitidos ou trocados de lugar.

Caixa de texto: Esquema dos ritos iniciais








Oração Inicial
 


















  1. Liturgia da Palavra

a)      Importância da Palavra de Deus na Liturgia:
            Na liturgia o lugar especial. Ela é a palavra viva e atual do Senhor: é Cristo Ressucitado no meio de nós.
            A primeira função da palavra de Deus  na Missa é convocar a assembleia, fazer acontecer a assembleia para celebrar o Mistéio de Cristo.
A segunda função da Palvra de Deus é anunciar a realidade de Cristo resuucitado presente  no meio de nós:
-          é o mesmo Cristo que abre os olhos aos cegos...
-          que faz ouvir os surdos, andar os coxos
-          queliberta os pobres...
Por isso é que respondemos: “Palavra da Salvação – Palavra do Senhor”
O Cristo que nós escutamos é o mesmo que foi anunciado no antigo testamento: a partir do Êxodo, referência fundamental para os judeus, ao longo de toda história do povo de Deus, passando pelos Salmos e Profetas:

Þ    É a primeira Leitura;

Este momento Cristo anunciado se encarnou num determinado tempo da História; assumiu cultura, língua e religião de um determindado povo, o povo judeu e passou no meio de nós fazendo o bem, para cumprir o porjeto do Pai anunciado desde o inicio:
Þ    É o evangelho;

A realidade do Cristo encarnado no meio de nós torna-se visível no sinal sacramental da Eucaristia:

Þ    É a leitura Eucaristica

b)      As leituras bíblicas na Missa
Na missa dominical são lidos os quatros evangelhos quase que inteiramente e são assim distribuidos:

·         Ano A: Evangelho de Mateus
·         Ano B: Evangelho de Marcos
·         Ano C: Evangelho de Lucas



O evangelho de João é lido durante a Quaresma e o tempo pascal.
A primeira Leitura é sempre tirada do antigo testamento, menos no tempo pascal, no qual se lê os Atos dos Apostólos.
A primeira leitura está sempre relacionada com o Evangelho.
O Salmo de resposta está sempre relacionado com a primeira leitura.
A segunda leitura é tirada das Cartas e, geralmente, não segue o tema do Evangelho.
Desta forma, domingo após, em três anos temos a possibilidade de ler quase toda a Bíblia. Além disso podemos seguir os caminhos de Jesus passo a passo, tendo a possibilidade de aderir a Ele sempre mais profundamente.
As leituras bíblicas dos dias da semana seguem um esquema de dois anos: anos pares e anos impares. O Evangelho é o mesmo nos dois anos.

c)      Alguns elementos da Palvra celebrada;

A leitura deve sempre ser proclmada
Uma leitura se diz “PROCLAMADA” quando estamos num contexto de celebração.
Uma leitura se diz “LIDA” quando estamos num contexto de reflexão estudo, comunitário ou pessoal.
O que sgnifica proclamar uma leitura?
-          Conhenecer muito bem o contexto e o conteudo da leitura;
-          Ter a consciência que estamos transmitindo a mensagem de Deus para o povo;
-          Ter a preocupação que o povo efetivamente ESCUTE a mensagem.

Quais são as titudes para escutar a Palavra de Deus?
Requer:
-    Gratuidade e disponibilidade de coração ao se deixar tocar, converter pela palavra.
-    Escuta atenta: a atitude básica é aquela de Maria que aos pés de Jesus, ouvia as suas palavras, quase que pendurada aos seus lábios. Daí a necessidade de ESCUTAR e não ler no folheto e nem na bíblia. Dificilmente na bíblia conseguimos acompanhar direitinho o leitor, consequentemente podemos perder o fio da mensagem transmitida. Mas o principal motivo fica sempre que a leitura deve se ESCUTADA.
-    Clima festivo, a Palavra de Deus  deveria ser acompanhada  por cantos, porcissões, danças, luzes, beijos, palamas, batuqyes...

Obs: A leitura – estudo da Palavea de Deus nos grupos ( grupos de rua, grupos de oração etc...). é diferente . Nos grupos é o próprio Jesus que fala para nós hoje e nós temos a obrigação de escutar a sua Palavra  a sua palavra de vida, para nos converter. Neste Caso a Palavra não tem uma função sacramental, como na Missa, e sim espiritual.
Toda liturgia da Palvra deve convergir para o Evangelho, como o seu ponto alto, seja na preparação, bem como na atenção do povo.


No momento da proclamação do Eangelho seria  oportuno orienta, num gesto, também visível, de escuta atenta.

d)      Umas dicas para os leitores:
-          A Palavra de Deus deve ser sempre proclamada no estante da Palavra, reservada somente para este uso.
-          O Salmo responsorial também deve ser cantado estante da Palavra, pois ele é Palavra de Deus. Seria bom que o Salmo fosse cantado pelo salmista e não pelo povo, que porém pode intervir com um refrão, preferivelmente cantado.
-          O leitor deve possuir uma leitura suficientemente fluente, pois o povo tem direito de ouvir a mensagem de deus.
-          As leituras sejam proclamadas ou da própria Bíblia, que deve estar na estante, ou do lecionário. Não é oportuno que o leitor leve a sua Bíblia Pessoal.
-          O leitor anuncia a palvra dizendo “ leitura da carta de ...”, sem dizer capítulo e versículo e conclui dizendo” Palavra do Senhor”.
-          O leitor escalado deve preparar muito bem, mesmo se tem boa leitura, pois o dele é um dos mistérios mais importantes. Deverá também participar da preparação semanal da equipe de liturgia.

e)      A homilia e as preces dos fieis

Função da homilia:
·         Fazer uma breve explicação do texto bíblico
·         Atualizá-lo, ligando-o com realidade da comunidade, mostrando como Deus nos chama a nos converter e a colaborar com ele para a tranformação da nossa vida a da nossa sociedade.
·         Ligar todo anuncio feito nas leituras com a liturgia eucarística, no intuito de introduzir o povo no ministério que está sendo celebrado.

Obs: este terceiro aspecto da homilia é próprio do Padre, na celebração da Missa. Na missa o Padre pode envolver outras pessoas, para testemunho de vida, ou dramatizando o evangelho, para favorecer a participação de todos.
A homilia não pode durar mais de dez minutos.

As preces dos fieis:
            Depois da homilia seria oportuno um momento de silêncio para todos interiorizarem a Palavra ouvida e explicada.
Depois do “Credo”, a comunidade eleva a Deus as suas preces. As preces deve ser da comunidade, nelas expressamos a nossa dor, a nossa angustia, mas também as alegrias e as esperanças que nos levam adiante.



Umas dicas para as preces:
·         As preces devem ser dirigidas Deus Pai
·         Alguém propõe a itenção de oração e o povo dá o seu consetimento com uma resposta aclamada ou cantada.
·         A comunidade deve preparar as suas preces, usando as do folheto somente em caso particulares.

Obs: As preces, bem como os comentários deveriam sair da preparação da equipe de liturgia.
É sempre oportuno deixar um momentos de silêncio para as pessoas fazerem as suas preces particulares : são os momentos privilegiados de encontro com Deus.

Esquema da liturgia da Palavra



Texto explicativo em seta para baixo: - Pode se cantar refrões meditativos para favorecer a escuta;
- Primeira leitura, com breve introdução;
- Salmo responsorial;
- Segunda leitura  com breve introdução;
- Aclamação ao evangelho, com procissão do Livro do evangelho.
 












Caixa de texto: Evangelho



Texto explicativo em seta para cima: - Aclamação após o evangelho (se houver)
- Homilia – breve silêncio
- Profissão de fé
- Oração dos fieis
 















  1. Liturgia eucarística:

O trecho evangélico dos discípulos de Emaús nos mostra quatros momentos em duas cenas bem distintas: os mesmo se repetem no rito da Missa: Duas grandes cenas em quatro momentos:
1.      Liturgia da Palavra com ritos iniciais
2.      Liturgia Eucarística com os ritos finais.

Os dois grandes momentos da celebração litúrgica são também chamados:

-          Mesa da Palavra, onde Cristo nos oferece o Pão da Palavra.
-          Mesa eucarística, onde Cristo se oferece ao pai, e a nós, em alimento.

Os dois momentos nos ajudam a viver o único encontro com a Pessoa de Cristo. Aquilo que foi anunciado na liturgia da Palavra acontece sacramentalmente na liturgia Eucarística. Na homilia é preciso fazer esta ligação.
Na eucaristia  Jesus vive o compromisso total com o projeto do Pais e com a causa dos pobres até o fim. Ele foi morto por defender os pobres, por defender a vida.
Sua Ceia é a celebração da Aliança de Deus da vida. Quem senta a esta mesa se compromete com este Deus da vida, se compromete em lutar contra qualquer exclusão e opressão dos pequenos. Toda vezes que sentamos na mesa com Ele assumimos o mesmo compromisso:
“Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa Ressurreição..”
TUDO ISTO É FAZER MEMÓRIA DO MISTÉIO PASCAL...
Verbos:
Toda liturgia Eucarística se estrutura em torno de quatro verbos:
-          Tomou o pão e o cálice...
-          Deus Graças...
-          O partiu e a deu a seus discípulos...

a)      Preparação das oferendas e da mesa.
“Tomou o pão e o vinho...”.
Este é o momento de nos prepararmos para o grande ofertório.
Trazemos pão e vinho simbolizando toda a realidade humana, bendizemos a Deus porque Ele nos proporcionou tudo isto:
-          ALEGRIA – CONVIVIO
-          SOFRIMENTO – DOR- DESESPERO
-          FUTURO MELHOR – SOCIEDADE NOVA...



“Bendito seja Deus, pelo pão e pelo vinho...”.
Este não é o ofertório, o verdadeiro ofertório, a verdadeira e única oblação acontecerá quando todas as nossas vidas, juntamente com toda a realidade humana, com todas as pessoas queridas serão entregue ao Pai assumido no Mistério Pascal, juntamente com a vida de Jesus:
Por Cristo, Com Cristo, Em Cristo.

Umas dicas para a preparação das oferendas e da mesa

Þ     Pode-se preparar o altar estendendo o corporal, o sanguíneo e, eventualmente flores. Evite-se de colocar no altar outros objetos, para que o nosso olhar se concentre no pão e no vinho.
Þ     Aos domingos faça-se a procissão ofertorial, na qual, juntamente com o pão e o vinho, se oferecem outros dons que possam ser partilhados com os mais necessitados, especialmente o dízimo, e outros objetos que simbolizem a vida da comunidade.
Þ     O canto do ofertório não é um dos mais importantes da celebração, portanto pode ser omitido.

b) Oração eucarística
“DEUS GRAÇAS...”
É o momento da ação de graças... Agradecer por tudo aquilo que Ele fez na nossa vida. O agradecimento não se faz somente depois da comunhão, a grande ação de graças acontece justamente durante a oração eucarística:
“Jesus tomou o pão, deu graças e o deu a seus discípulos...”.
O dar graças vem antes da refeição.
ESTE É O MOMENTO!
Sabemos também que a Palavra “Eucarística” significa “ AÇÃO DE GRAÇAS”.
Então: primeiro agradecer depois de comungar!
Lembramos o convite ao Santo:
“Corações ao Alto”
“O nosso coração está em Deus”
“Demos graças ao Senhor nosso Deus ...”

Este convite dialogado tem como objetivo de fazer com que a Assembléia seja uma, um só coração, numa só voz, ao Cristo para dar GRAÇAS AO PAI, o ponto culminante desta ação de graças é a doxologia final:

POR CRISTO
COM CRISTO
EM CRISTO

Neste momento cada um de nós se une, corpo, mente e espírito, ao Cristo e oferece, junto com Ele e com todos, ao Pai, o verdadeiro e maior agradecimento que podemos dirigir a Ele.
A oração Eucarística é ação de graças, mas também memorial da Paixão e sacramento da oferta do sacrifício de Jesus.
É sacrifício porque faz memória não somente da grande ação de Graça da Ultima ceia, na qual Ele se deu a nós em alimento, mas também dos seus Sacrifícios na Cruz:
-          O PÃO = Corpo dado
-          O VINHO = Sangue derramado


O significado mais profundo da Missa encerra, então, estes dois elementos: ação de graças – comunhão.
 Entrega total – sacrifício

Durante a celebração eucarística o Presidente da Assembléia fala de todos, e nos damos o nosso assenso com refrões, que, possivelmente, deveriam ser cantados. É claro que os maiores assenso o dão na doxologia final, cantando ou aclamando o AMÉM! Este AMÉM significa a nossa plena adesão ao Ministério celebrado em louvor ao Pai, portanto deve tomar a atenção do corpo, da mente e do espírito de cada um de nós que participamos a Assembléia.
É o maior e mais pleno SIM que podemos dizer a Deus Pai.
A Oração Eucarística cabe ao Presidente da Assembléia, que é o Padre.
Nas celebrações da Palavra não se devem dizer expressões próprias da Oração eucarística (como Prefácio ou Santo).

Esquema da Oração Eucarística.

A – dialogo inicial
Ç – prefácio
à - Primeira epíclese (invocação ao Espírito Santo sobre as oferendas)
O – Narrativa da Ultima ceia
DE – Anamnese (memorial) e oferta
G - Segunda Epíclese (invocação ao Espírito Santo sobre a comunidade)
R - Intercessões
Ç - Doxologia – AMÉM
A -





Após a narrativa da Ultima ceia o presidente anuncia solenemente.
Eis o ministério da Fé!
É o anuncio da Páscoa, é o memorial, é o fato passado que acontece aqui e agora para nós!
Por isso devemos dar muito realce a aclamação após este anuncio: deveria sempre ser cantada! Outros refrões, neste momento, são inoportunos.

C) Rito de Comunhão.
O PARTIU e Deu a seus discípulos...
Nós ficamos ao redor da mesa dando graças, fazendo memória do sacrifício de Jesus, nos indo a sua entrega total ao Pai, partindo profundamente do Mistério da sua Paixão, morte e Ressurreição:
Þ     Ora é o momento de comungar com Ele tudo isto
Þ     Ora é o momento de assumir com Ele o Projeto do pai
Þ     Ora é o momento de entrar em profunda comunhão com Ele e com os irmãos.
Þ     Ora é o momento de continuar a Missão de Jesus.
Comungar, portanto, nunca pode ser um ato individual. Não é simplesmente receber Jesus no meu coração, mas é aceitar, como comunidade o projeto Dele e a sua Missão. Nos unindo corporalmente a Ele, que fez de sua vida uma ação de graça, em louvor ao Pai, nós também nos tornamos louvor, benção e ação de graça: nos tornamos EUCARISTIA, um só corpo oferecido de Cristo dá continuamente louvor ao Pai...
Neste sentido a Eucaristia Faz A Comunidade, Enquanto A Comunidade – Igreja Celebra A Eucaristia.
Por isso é que devemos poder comungar ao Pão consagrado na missa que estamos celebrando a recorrer a reserva eucarística do Sacrário somente quando há excesso de pessoas.
As sobras deveriam ser repartidas e não guardadas, a não ser o que precisa para os doentes. Seria bem, quando possível, comungar também ao cálice.

Estrutura dos ritos de comunhão:
Þ     Pai nosso
Þ     Oração pela paz e Cordeiro de Deus
Þ     Oração individual do Presidente
Þ     Apresentação e distribuição do Pão e vinho
Þ     SILÊNCIO
Þ     Salmo ou hino de louvor após a comunhão.
Þ     Oração após a comunhão.



Dicas para os ritos de comunhão:
Þ     Desde a antiguidade o canto de comunhão sempre (que pode também ser um salmo) sempre retomou o Evangelho.
Þ     As purificações do cálice, da patena, das âmbulas deveriam ser feitas pelos ministros/as, numa mesinha à parte e não no altar.
Þ     Após a comunhão se dê espaço ao silêncio, que a liturgia chama de “grande silêncio”, para mergulhar numa intimidade maior com Jesus e o seu Mistério. Fundo musical pode acompanhar o silêncio.
Þ     Após o silêncio pode haver um hino de louvor e ação de graças.
Þ     Neste momento também se ofereçam aos pães benzidos.
Þ     A oração após a comunhão nos leva ao compromisso com o mundo: que possamos viver lá, fora àquilo que celebramos!
Þ     Após a oração ser feita uma homenagem a Maria.

4) Ritos finais:
Antes de sair, revigorados pelas Palavras e pelo Pão ouviremos aos avisos da comunidade que devem ser Breves, Claros, objetivos.
É bom deixar por ultimo o aviso mais importante. Enfim o Presidente da a benção e despede a Assembléia.

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO LITURGICA.

Todas as pastorais brotam da liturgia e a ela convergem. A liturgia deve dinamizar todas as pastorais e movimentos. Uma celebração litúrgica não é algo que cai pronto do céu: requer preparação. É uma realidade que deve ser pensada e preparada com muito carinho.
Fazem parte do serviço de animação litúrgica:
a)      A equipe de liturgia
b)      As equipes de celebração.

a)      A equipe litúrgica:
É formada por membros da comunidade que tenham a tarefa específica de celebrar, ou que sintam carinho e aptidão para este tipo de serviço.
Ela é formada:
Þ     Pelo coordenador/a
Þ     Pelo padre e pelos ministros da comunidade
Þ     Pelos representantes das pastorais que amem a liturgia e que tenham a tarefa de dinamizar liturgicamente a pastoral
Þ     Pelos representantes de cada equipe de celebração
Þ     Pelos representantes do canto litúrgico.


Tarefa da equipe de liturgia:
Þ     Garantir a vida litúrgica da comunidade
Þ     Coordenar as atividades das equipes de celebração e escalá-las para diversas celebrações
Þ     Programar e avaliar a atividade da pastoral litúrgica
Þ     Favorecer cursos, encontros de formação para equipes de celebração.
Þ     Promover a dimensão litúrgica junto a movimentos e pastorais
Þ     Manter a ligação com a paróquia e ou setor.
Þ     Organizar a preparação semanal para apresentação das leituras, comentários, preces, homilia... (A esta preparação deve participar, pelos menos o coordenador/a).
Þ     Se reunir pelo menos uma vez por mês.

b)      Equipe de celebração:

É um grupo de pessoas pertencentes a uma pastoral, movimentos ou bairro que se encarrega de preparar em específica celebração.
Ela é formada:
Þ     Pelo coordenador, representante da pastoral.
Þ     Pelo comentarista
Þ     Pelos leitores e salmistas
Þ     Pelos acólitos e pessoas encarregadas da acolhida e coletas
Þ     Pelos cantores/as e músicos

Tarefa da equipe de celebração:
Þ     Organizar o local da celebração para que seja acolhedor e agradável
Þ     Escolher com antecedência os leitores e comentaristas, e, se forem vários, escalá-los.
Þ     Fazer a preparação semanal da celebração para o qual foi escalada, junto com a equipe da liturgia.
Þ     Nesta preparação semanal devem participar obrigatoriamente leitores escalados para o Domingo seguinte. Nunca se entrega uma leitura a quem não esteja preparado com antecedência.
Þ     O comentarista, ao introduzir a leitura, evite dizer o nome do leitor (a proclamação da Palavra não é um espetáculo).
Þ     O comentarista se for oportuno, pode anunciar capítulo e versículos da leitura. Melhor seria escrever num cartaz, à vista de todos, o capítulo e versículos.
Þ     Distribuir as tarefas da celebração e prepará-la a fim de que todos possam participar.
Þ     Ser criativos e, ao mesmo tempo, se ater as regras litúrgicas da Região e da comunidade.



Dicas para o Presidente da Assembléia:
Þ     O primeiro ato do Presidente da Assembléia chegando, é o beijo e a invocação da Trindade. Não é oportuno cumprimentar a Assembléia antes disso.
Þ     O presidente, sempre que possível, participe da preparação semanal da celebração, ou, se não puder participar, se informe com o/a responsável do andamento detalhado da celebração.
Þ     Seria oportuno um momento de silencio antes da coleta para todos colocarem as suas intenções particulares; depois da homilia, para o povo interiorizar a mensagem e depois comunhão para favorecer a intimidade com Jesus.
Þ     O Presidente evite repetir anúncios já feitos pelo comentarista, a não ser que o faça para dar mais realce.

Dicas para os comentaristas.
Þ     O ministério do comentarista é muito importante porque tem o papel de introduzir, orientar e acompanhar a assembléia em todos os momentos da celebração;
Þ     É como o professor que acompanha o aluno para ele aprender.
Þ     Se possível, personalize os comentários, falando para o povo e não lendo: comentarista não é leitor!
Þ     O comentarista deve conhecer muito bem todos os momentos da celebração, especialmente nas festas e solenidades.
Þ     Deve também ter conhecimento do mistério litúrgico celebrado, do conteúdo e das leituras.
Þ     Os comentários e as leituras devem ser breves e objetivas.
Þ     No inicio da celebração deverá falar de forma que a Assembléia se disponha a uma atenta celebração.
Þ     Ele pode e deve chamar a atenção sobre os principais momentos da celebração.
Þ     Se couber a ele dar avisos e recados, seja breve, claro e objetivo.

Dicas para cantores e tocadores:
Þ     O cantor/a na Igreja deve saber que está exercendo um verdadeiro ministério – serviço e como tal se põe a serviço do povo e da comunidade e não de si mesmo.
Þ     A escolha das músicas e cantos deve obedecer a um critério litúrgico e nunca se faz a gosto ou de qualquer jeito.
Þ     Seria oportuno que, pelos menos dentro da mesma paróquia se cantem os mesmos cantos, como sinal de unidade.
Þ     Cantores e tocadores devem ensaiar juntos pelos menos uma vez ao mês ou toda vez que haja um canto novo. Evita-se longos ensaios antes da celebração.
Þ     Entre os músicos haja alguém que saiba mexer com o som para testá-los antes da celebração.

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