Carta aberta ao deputado Jean Wyllys
V. Exa. deputado Jean Wyllys,
Chamo-me Renata e resido em São Paulo. Sou cidadã brasileira, casada, mãe de família e profissional.O
intuito dessa mensagem é dirigir-me a V. Exa. no sentido de expor-lhe,
data venia, minha indignação e repúdio a diversas mensagens que V. Exa.
postou em seu twitter, como resposta à primeira mensagem oficial do
Santo Padre enviada por este meio de comunicação.
O
senhor, em uma clara mensagem que incita o ódio e a humilhação ao Papa,
afirma diversas acusações contra a Igreja Católica. Duas coisas me
chamaram a atenção: primeiro, o senhor, como uma pessoa pública e
representante do povo brasileiro que o elegeu (este povo, que em último
censo realizado pelo IBGE mostrou-se majoritariamente religioso), teve
uma postura desrespeitosa e impertinente.
Gostaria
de lembrá-lo que o Papa é um chefe de Estado. Aos chefes de Estado
deve-se o respeito e a consideração,por mais que discordemos de suas
posturas éticas, filosóficas ou religiosas. O senhor, neste
ponto,considerou-se acima do respeito devido a um chefe de Estado.
Em
segundo lugar, eu quero pedir-lhe que me envie as fontes “primárias” que
comprovem TODAS as acusações que o senhor levantou contra a Igreja
Católica. Quero lembrá-lo que, para tanto, será necessário ir às fontes,
não aos impropérios que qualquer professor de cursinho repete, sem nem
mesmo saber o que faz, nas aulas de História, completamente
ideologizadas pela visão marxista antireligiosa.
O
senhor em seus comentários deveria, por força de justiça, junto com suas
acusações à Igreja, dizer quais foram os bens legados e ainda hoje
mantidos pela MAIOR INSTITUIÇÃO DE CARIDADE EXISTENTE NA FACE DA TERRA.
Se não o fez, prova que a intenção não era a de simplesmente discordar
da visão do Santo Padre e da Igreja Católica, mas a de incitar o ódio
contra eles. O senhor deveria, por exemplo,citar que a Igreja Católica
criou os conceitos de :
- Universidade,
-
Hospital (com seu ápice em São Camilo de Lelis, o qual foi o fundador
dos padres e freiras que se dedicam aos cuidados dos doentes e que deu
origem à “Cruz Vermelha”)
-
Atendimento “humanizado”, baseado na antropologia cristã de que somos
todos imagens e semelhança de Deus. Aqui, vale lembrar que na India, por
exemplo, o sistema de castas afirma que existem os “intocáveis”, que
não devem nem ser tocados pelas pessoas de castas superiores – vide o
trabalho de Madre Teresa de Calcutá)
-
Avanço nos estudos astronômicos (uma pequena pesquisa pode fazê-lo ver
que grande parte das estrelas e demais corpos celestes mais importantes
receberam nomes de padres jesuítas, exímios astrônomos)
-
Genética (o monge beneditino Gregor Mendel é considerado o pai da
Genética por ter sido o primeiro a perceber que os fatores hereditários
transmitiam-se de acordo com uma proporção matemática evidenciável)
-
Cuidado de doentes incuráveis (os leprosários onde ninguém queria entrar
eram cuidados por padres e freiras cujos nomes permanecem no mais total
anonimato, mas que foram heróis da caridade, muitas vezes vindo a
morrer pelas doenças transmitidas pelos doentes dos quais cuidavam
desinteressadamente)
-
Caridade: apesar de a máxima “fazer aos outro o que quer que ele lhe
faça” ser universal, não podemos negar que ela encontrou um eco forte e
vigoroso entre os cristãos, especialmente os católicos (vide São
Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, São Vicente de Paulo e
tantos e tantos católicos que não vão nunca aparecer na mídia, mas que
são os verdadeiros herois da humanidade)
- Ecologia – o respeito pela criação, que vibra tão pujantemente das palavras e ações do “pobre de Assis”.
…
Como
podemos evidenciar, deputado, sua mensagem deixou muita coisa por dizer.
Evidenciou uma verdade distorcida, caluniadora e de fracos argumentos.
Entendemos que, com isso, o senhor não teve uma verdadeira intenção de
contrapor-se às ideias do Papa, mas em desrespeitá-lo e levar outros a
fazer o mesmo.
Concluo
esta mensagem pedindo-lhe que venha a público desculpar-se pelo viés
causado por suas mensagens e também pedir-lhe que, em um próxima vez,
lembre-se que com a fé das pessoas não se brinca; se respeita, por mais
que dela discordemos.
Atenciosamente,
Renata Gusson
Para
manifestar-se contra as declarações do deputado Jean Wyllys sobre o
Santo Padre os usuários podem ligar para o gabinete do parlamentar em
Brasília:
Tel: (61) 3215-5646
Ou pelo e-mail: dep.jeanwyllys@camara.leg.br
O twitter do deputado é: @jeanwyllys_real
Fonte: ACI DIGITAL e Blog Ancoradouro
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