Casais em segunda união |
Perguntas do Internauta |
Dom, 24 de Maio de 2009 16:01 |
A
Igreja pode abençoar um casal em segunda união que tenha já
contraído uma primeira união com o sacramento do matrimônio? (Maria
Luiza)
A resposta é “não”. Mas, não basta dizer “não”; é necessário explicar o motivo.
Você sabe que o matrimônio é indissolúvel por vontade do próprio
Senhor Jesus. O que Cristo sonhou para o amor de um casal cristão é
que somente a morte os separe. Ora, algumas vezes, por motivos
vários, esse ideal não é conseguido e o casal se separa. A
separação já é um mal; mas se os dois continuarem sozinhos, podem
receber os sacramentos da comunhão e da confissão, desde que permaneçam
fiéis ao seu esposo e à sua esposa – mesmo que sem viverem juntos.
Mas, as pessoas separadas, em sua grande maioria, não conseguem
viver sozinhas e contraem nova união, muitas vezes legalizada pela
lei civil. A Igreja não julga a história nem os sentimentos de quem
se encontra nesta situação. As respeita. Incentiva essas pessoas a
que tenham uma vida de oração, de participação da Missa e de união
com Deus. Mas, também não é possível reconhecer, com dor, que uma
tal situação contraria o que Cristo espera de um casado cristão. Um
sacramento foi violado. Uma pessoa que viva em segunda união, não pode
confessar-se sacramentalmente nem receber a comunhão eucarística.
Por isso, a Igreja – nem padre nenhum – tem a autorização para dar
uma bênção à segunda união do casal.
Mas, note bem: cada um dos dois, individualmente, pode,
tranqüilamente receber a bênção de Deus das mãos da Igreja. No
Natal, na Páscoa, ou quando queira, uma pessoa que vive em segunda
união pode e deve procurar um padre e partilhar um pouco sua vida,
contar seus pecados, pedir conselhos e receber uma bênção de Deus. A
bênção é para ela, privadamente. Isto é plenamente possível. O que não é
possível é a bênção para o casal em si. O que a Igreja quer é
evitar tudo aquilo que pareça, ao menos de longe, com um novo
matrimônio ou um mini-matrimônio.
Então, eles ficam sem a bênção de Deus? Não, necessariamente. A
Igreja não pode dar essa bênção; não tem a autoridade de Cristo
para isso! Mas, o próprio Cristo pode, pois está acima dos
sacramentos. Então, que aquele casal reze, peça ao Senhor que
esteja com eles e sua família e confie na misericórdia de Deus. É
bonito quando a gente sabe assumir em paz e com maturidade as
conseqüências de nossas escolhas. Ruim é quando alguém em segunda
união quer forçar a Igreja ao que ela não pode fazer: dar uma
bênção nupcial, abençoar alianças, dar a comunhão...
Quanto aos cristãos, devem respeitar a história e a dor de cada
irmão. Não nos compete julgar as intenções, as lutas nem a história
de ninguém. Os casais em segunda união devem ser acolhidos e
ajudados na Comunidade. Podem participar de grupos e assumir
funções na Igreja. Eles não estão de modo algum excomungados!
A questão, aqui é ser fiel ao plano de Cristo para o matrimônio,
por um lado, e ao amor fraterno que Cristo nos pede para com os
outros, por outro.
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